2 resultados para Barbosa, Amilcar Bettega, 1964- Crítica e interpretação Teses
em Repositório Científico da Universidade de Évora - Portugal
Resumo:
A presente dissertao de mestrado relata sobre os resultados de uma sistematizao de experincias, que foi realizada para ser o meu trabalho final de concluso do X Curso de Mestrado em Sociologia (2005/2006) da Universidade de vora em Portugal. A sistematizao de experincias uma ferramenta metodolgica, que auxilia promotores e educadores populares para aperfeioarem e melhorarem a prtica dos trabalhos de campo na execuo de processos de desenvolvimento comunitrio. Particularmente, neste trabalho, o eixo de sistematizao, que adotamos foi para fazer uma interpretação da participao em um caso experimental da Metodologia da Capacitao Massiva - MCM, que um mtodo de formao de atores sociais para a gesto e produo coletiva. ABSTRACT; The present master degree dissertation describes the results of a systematization of experiences, that was prepared and presented as my final work in the conclusion of the X Master Degree Course in Sociology (2005/2006) of the University of vora, in Portugal. The systematization of experiences is a methodological tool, which assists popular facilitators and educators to improve their fieldwork practices during the execution of processes of community development. For the preparation of this thesis, in particular, we adopted a systematization axis in order to make an interpretation of community participation in an experimental case of the so-called Massive Qualification Methodology- MCM. That it is a method of formation of social actors for the management and collective production.
Resumo:
INTRODUO: O AQUEDUTO DA GUA DA PRATA, do alto do seu estatuto de monumento nacional e de maior projeto de aparato pblico do Renascimento portugus, tem exercido ao longo dos sculos um considervel fascnio sobre os que estimam o patrimnio histrico da cidade de vora. E muitas so as razes que justificam um tal sentimento. Alm das duas evocadas, talvez valha a pena arrolar a mais pueril de todas: a de que o velho aqueduto quinhentista, resistindo s vicissitudes do tempo, ainda hoje continua a cumprir a sua funo original- o abastecimento de gua potvel e perene a vora. E no se julgue que este aqueduto se limita imagem iconogrfica do arcaria agigantando-se passagem da muralha medieval: uma complexa rede de nascentes e sistemas de aduo, a montante, e um notvel patrimnio urbano constitudo, sobretudo, por fontes e chafarizes, a jusante, do corpo a uma vasta estrutura hidrulica de captao, transporte e distribuio de gua com mais de 19 km de extenso. E, este sim, o verdadeiro monumento, to utilitrio quanto grandioso, que os antigos documentos designam, apropriadamente, por Cano Real da Agua da Prata. Naturalmente, nem todo este cano real resistiu ao tempo, sobretudo o troo rural entre S. Bento de Cstris e as nascentes do Divor, onde a estrutura hidrulica original foi edificada com evidente simplicidade de recursos. O seu avanado estado de runa, obrigou, inclusivamente, a uma profunda reforma iniciada em 1873, de que resultou a catual configurao do Aqueduto, visvel, sobretudo, entre a estrada de Arraiolos (monte das Pinas) e Metrogos. Esta reforma foi ampliada em sucessivas campanhas de beneficiao at cerca de 1930, poca em que se iniciou a rede de distribuio domiciliria de gua com a construo dos reservatrios de chegada, a central elevatria e o depsito elevado, marcas arquitetnicas ainda hoje bem visveis na cidade, algumas das quais oportunamente integradas num itinerrio expositivo municipal. Neste contexto, natural que a relao afetiva comungada pela generalidade dos eborenses com este patrimnio monumental tambm se insinue na escrita familiar e sincera dos "eborgrafos". E muitos foram - entre nomes de diferentes pocas e desigual dimenso biogrfica - os que lhe dedicaram generosas pginas de divulgao histrica4 , contributos cientficos diversos, projetos de investigao arquitetnica e arqueolgica, estudos de recuperao e valorizao patrimonial, e at, como nos assegura Diogo Barbosa Machado, um "Tratado do Aqueducto Real da Fonte da agua da prata dedicado ao Senado da Cidade de vora, em cujo Cartorio fe guarda" (MACHADO, 1741: 72), obra assinada pelo vereador (1605-1606) e Provedor do Cano, Agostinho de Moura Peanha, e da qual parece no restar memria nos nossos arquivos. Diga-se, a propsito, que este acentuado interesse pblico pelo aqueduto de vora, em especial nos ltimos anos, tem sublinhado a importncia da dinamizao e rentabilizao do seu enorme potencial turstico, ldico e cultural, sendo bom exemplo a recente criao do "Percurso Ambiental da gua da Prata", por iniciativa camarria. Em muitos destes aspetos nos revemos tributrios, quando no devedores. Talvez por isso nos sentimos tentados, desde h vrios anos, a avanar no estudo e salvaguarda deste importante patrimnio local. Vontade adiada, diga-se, sobretudo pela manifesta falta de disponibilidade para levar a cabo um projeto de investigao, coerente e consequente, no mnimo tocado por algum ensaio de novidade. Contudo, em 2007, circunstncias vrias levaram-nos a interessar definitivamente pelo tema. Uma das que mais ter pesado resultou da leitura do um artigo publicado na revista Monumentos com o ttulo "o sistema hidrulico quinhentista da cidade de vora". Nele, os seus reputados autores sentenciavam a inexistncia de um aqueduto romano anterior obra quinhentista por mera impossibilidade tcnica, afirmando-o com tal segurana que nem sentiram necessidade de esboar a mais leve argumentao topogrfica em defesa da sua tese. Dito assim, ficmos a imaginar se valeria o esforo tentar reabilitar alguma vez o tema do aqueduto romano. Em boa hora o decidimos fazer. E partimos do princpio de que a interpretação dos factos devia ser feita por cuidadosa recolha de prova que a diligncia (no raras vezes a ventura) permitisse carrear com sucesso. E sendo correta esta premissa, a sua oportunidade ganhou mais fora com a materializao de resultados concretos a compulsar toda a bibliografia para confronto de dvidas e incoerncias; a recolher indcios de estruturas e materiais arqueolgicos; a esmiuar a toponmia e a cartografia; a rever os locais-chave uma e outra vez; a seguir pistas abandonadas; a filtrar informao variada no mesmo crivo da dvida; a entusiasmar gente da historiografia local a acreditar na viabilidade de hipteses. Foi, justamente, esta a metodologia adotada ao decidirmo-nos pelo tema do Aqueduto. E, ao segui-la, julgamos ter logrado alcanar, alm de um lastro de legitimidade cientfica, as bases conceptuais de um projeto de investigao consistente e coerente onde muito ajudou a imediata estudaram a hidrulica em vora. ...