40 resultados para doente
Resumo:
As úlceras de pressão constituem um importante problema de saúde pública comum a diversos cenários de cuidados, em todo o mundo, e também em Portugal, nomeadamente para a população mais idosa. O presente estudo teve como objectivos determinar o impacto da escala de Braden associada a um protocolo de prevenção de úlceras de pressão na prevalência destas lesões, assim como, monitorizar o problema das úlceras de pressão em dois hospitais portugueses, em que o Hospital A utiliza estes instrumento e o Hospital 8 não usa esses instrumentos. Foi utilizado o Instrumento de Prevalência de Úlceras de Pressão validado para Portugal na recolha dos dados. Os dados foram obtidos através da observação directa dos doentes. Foram realizadas duas avaliações com um intervalo de três meses em cada hospital. Os resultados encontrados revelaram que as úlceras de pressão constituem um problema de saúde para os dois hospitais observados. No entanto, o Hospital A apresenta menor taxa de prevalência de úlceras de pressão, menor número de úlceras de pressão mais graves, menor possibilidade de um doente adquirir uma úlcera de pressão e maior utilização de medidas preventivas. Os valores encontrados foram estatisticamente significativos para p <0,05. Confirma-se que a utilização da escala de Braden associada a um protocolo de prevenção de úlceras de pressão é uma medida eficaz na redução do número de úlceras de pressão. Para uma maior eficácia deste instrumento será importante a sua utilização como ferramenta de controlo da adequação das medidas preventivas. ABSTRACT; Pressure ulcers are an important public health problem common to several scenarios of care in the world, and also in Portugal, particularly for the elderly. This study aims to determine the impact of the Braden scale associated with a protocol for prevention of pressure ulcers in prevalence of these lesions, as well as monitor the problem of pressure ulcers in two Portuguesa hospitais, the Hospital A uses these instrument and Hospital B doesn’t. It was used the instrument of Prevalence of pressure ulcers validated for Portugal in the data collection. Data were collected through direct observation of patients. There were two assessments with an interval of three months in each hospital. The results showed that the pressure ulcers are a health problem for both hospitals observed. However, the Hospital A provides a lower prevalence rate of pressure ulcers, lower number of pressure ulcers more serious, less possibility of a patient acquiring a pressure ulcer and increased use of preventive measures. The values were statistically significant for p<0.05. lt is confirmed that the use of the Braden scale associated with a protocol for prevention of pressure ulcers is an effective measure in reducing the number of pressure ulcers. For greater efficiency will be important to use it as a tool for monitoring the adequacy of preventive measures.
Resumo:
Objectivo: Este estudo tem como objectivo principal a avaliação do impacto do acompanhamento farmacoterapêutico sobre o estado de saúde de doentes com tuberculose (casos novos) em tratamento em regime de ambulatório. Métodos: O estudo incluiu um período de screening com a duração de um mês, seguindo de um período de estudo com a duração de 12 meses. O estudo foi aberto, multicêntrico, randomizado com um grupo de estudo (n=35) e um grupo controlo (n=41). Como metodologia de intervenção foi aplicado uma metodologia baseada num estado de situação do doente e avaliação sistemática de resultados clínicos negativos da medicação. Os dados foram trabalhados em folha de cálculo Microsoft excel2003. Resultados: No grupo de estudo foram efectuadas 665 intervenções farmacêuticas, sobre 490 resultados clínicos negativos da medicação e 175 riscos de resultados clínicos negativos da medicação, de um total de 737 detectados. Houve intervenção sobre 90,23% dos resultados clínicos negativos da medicação, tendo-se resolvido 80,73%. O grupo de estudo teve uma melhor adesão à terapêutica (73,17% no grupo de estudo; 26,83% no grupo controlo) e melhores resultados microbiológicos (p=0,046)), não tendo sido encontradas diferenças estatísticas relativamente aos parâmetros clínicos e radiológicos. Conclusão: O acompanhamento farmacoterapêutico permite detectar, prevenir e resolver resultados clínicos negativos da medicação, resultando assim num impacto positivo sobre o estado de saúde dos doentes com tuberculose em regime de ambulatório. ABSTRACT: Objective: Main objective of this study is to evaluate the impact of medication follow up on the health status of patients with tuberculosis (incident cases) in treatment in an ambulatory regimen. Methods: The study included a screening period of one month and then a follow-up period of twelve months. lt was an open study, multicentric, randomized, with a study group (n=35) and a control group (n=41). Intervention consists in a process based on gathering patients’ therapeutic profile and its systematic evaluation of medication negative clinical outcomes. Data were processed in Microsoft Excel 2003 worksheet. Results: ln the study group 665 pharmaceutical interventions on 490 medication negative clinical outcomes due were recorded and 175 risk of negative clinical outcomes, having being detected a total of 737. Pharmacist interventions were done on 90.23% of negative clinical outcomes, resolving 80.73%. The study group had a better therapeutic compliance (73.17% in the study group; 26.83% in the control group) and better microbiological results (p=0.046). However, there were no differences concerning clinical and radiological parameters. Conclusion: Medication follow-up allows detecting, preventing and resolving medication negative clinical outcomes, having a positive impact on tuberculosis patients' health status treated in an ambulatory regimen.
Resumo:
Objectivos: Identificar e compreender as barreiras e os facilitadores à prática do Acompanhamento Farmacoterapêutico (AFT) nos serviços farmacêuticos hospitalares portugueses. Método: Estudo qualitativo mediante realização de entrevistas semi-estruturadas a farmacêuticos hospitalares com e sem experiência no AFT e análise de conteúdo, retroactiva e temática. Resultados: Estrutura dos serviços farmacêuticos: barreiras (1) falta de tempo, organização das actividades orientadas para a logística, instabilidade dos recursos humanos, barreiras físicas à comunicação, relações em divergência; facilitadores (2) reestruturação, trabalho em equipa. Farmacêutico: (1) resistência à mudança, qualificação inadequada; (2) atitude positiva, legitimação, formação. Meio externo: (1) falta de apoio institucional, relacionamento com o doente, o médico e farmacêutico comunitário, ensino inadequado; (2) apoio institucional, procura do doente, cooperação com o médico e o farmacêutico comunitário, ensino adequado. Tecnologia: (1) acesso aos dados clínicos e a informação, método inadequado; (2) acesso à informação, método adequado, documentação, informatização, marketing, boas práticas. Conclusão: As entrevistas semi-estruturadas fornecerem uma visão ampla, detalhada e pragmática dos potenciais determinantes de uma prática generalizada do AFT nos serviços farmacêuticos hospitalares portugueses. /ABSTRACT: Objectives: To identify and understand the barriers and facilitators for the practice of Medication Therapy Management (MTM) in portuguese’s hospital pharmacy. Method: Qualitative study trough semi-structured interviews with MTM experienced and inexperienced hospital pharmacists followed by retroactive content and thematic analysis. Results: Structure of hospital pharmacy: barriers (1) lack of time, activities focused on logistics, instability of human resources, physical barriers to communication, divergent relationships; facilitators (2) restructuring, teamwork. Pharmacist: (1) resistance to change, inadequate skills, (2) positive attitude, legitimating, formation. Environment: (1) lack of institutional support, relationship with patient, physician and community pharmacist, inadequate teaching, (2) institutional support, patient's demand, cooperation with physician and community pharmacist, appropriate teaching. Technology: (1) lack of access to clinical data and information, inadequate method, (2) access to information, appropriate method, documentation, computerization, marketing, good pharmacy practices. Conclusion: The semi-structured interviews provide a broad, comprehensive and pragmatic view of potential determinants for wide practice of MTM in Portuguese’s hospital pharmacy.
Resumo:
Este estudo teve como objetivo perceber de que forma certos fatores mencionados como determinantes da adesão à medicação, nomeadamente severidade da condição clínica (SCC), confiança no clínico, complexidade do regime e custo dos medicamentos influenciam os juízos de adesão por parte de idosos. Replicando a investigação de Diniz, Oliveira, e Santos (2016) sobre a doença cardíaca (DC), recorreu-se a uma tarefa experimental composta pela combinação dos diferentes níveis dos fatores, pediu-se aos 72 participantes que avaliassem o nível de adesão percebida à medicação de um hipotético doente com diabetes Tipo II. Através da ANOVA mista de medidas repetidas verificou-se que a SCC surgiu como o único determinante da adesão, revelando, tal como na DC, a importância do afeto como informação. Contudo, a diabetes Tipo II gerou menos pavor do que a DC, com os restantes fatores a não influenciar a adesão por causa de preferências enviesadas para o presente; An experimental approach of factors of medication adherence in elderly: Barriers and facilitators Abstract: The purpose of this study was to understand how certain factors mentioned as determinants of adherence to medication, namely severity of clinical condition (SCC), trust in the clinician, regimen complexity and cost of medication, influence the judgments of adherence by the elderly. Replicating the investigation of Diniz, Oliveira, e Santos (2016) about heart precondition (HP), an experimental task composed by scenarios combining the different levels of the factors was used, asking 72 participants to rate the degree of perceived adherence to medication of a hypothetical patient with Type II diabetes. Through mixed repeated measures ANOVA it was found that SCC emerged as the only determinant of adherence, revealing, as in HP, the importance of affect as information. However, the clinical condition Type II diabetes generated less dread than the HP, not influencing adherence because of present-biased preferences.
Resumo:
CONTEXTO: O papel de cuidador assumido pelo familiar nem sempre é bem aceite pela pessoa que vive depressão, o que tem repercussões na vida familiar, principalmente nas relações interpessoais. OBJETIVO(S): Caraterizar a depressão na perspetiva de quem a vive; Caraterizar o papel de cuidador familiar na perspetiva do doente; Descrever reações do doente na relação com os cuidadores familiares. METODOLOGIA: Desenho de natureza qualitativa e indutiva com recurso à Grounded Theory. Seleção de participantes, não probabilística intencional. Realização de entrevista semiestruturada. RESULTADOS: Encontradas quatro categorias na codificação axial. A pessoa deprimida identifica o início, causas, caraterísticas e manifestações da doença. A depressão é vivida de forma intimista pelo doente, desenvolvendo estratégias de enfrentamento e de gestão da sua situação clínica. Na perspetiva do doente, o familiar falha o papel de cuidador por controlo excessivo, falta de compreensão, incapacidade para escutar, chantagem emocional e por vezes agressividade verbal. A pessoa deprimida não reconhece capacidade ao familiar para o ajudar, não o aceita como cuidador, ignora as suas intervenções e conselhos, e o seu sentimento de solidão aumenta. CONCLUSÕES: Quando há uma pessoa com depressão na família, os familiares constroem o papel de cuidador na interação quotidiana e as estratégias de cuidados desenvolvem-se de modo reativo em função do comportamento do doente, adquirindo contornos particulares de conteúdo nem sempre adequado à situação de saúde vivida pela pessoa. O doente não se sente cuidado e não reconhece o familiar como parceiro ativo no seu processo de recuperação.
Resumo:
Introdução - Psicoeducacional significa educação da alma, do espirito ou da mente. Este conceito extravasa o simples significado etimológico das palavras, para se constituir numa forma de intervenção estruturada, regrada e sistemática, com aplicabilidade em vários campos, nomeadamente no campo da saúde. Com a Lei de Saúde Mental em 98, o modelo assistencial de referência mudou; é na comunidade e com a família que se prioriza a prestação de cuidados de saúde mental, o que abre caminho para os cuidados psicoeducacionais, os quais também são da competência dos enfermeiros. Objetivo - Compreender a importância da psicoeducação como técnica de intervenção na saúde mental. Metodologia - Pesquisa de natureza teórica Principais resultados - A psicoeducação coloca o sujeito no centro de toda a intervenção, considerando-o como um ser em constante desenvolvimento e atualização. O sujeito descobre as suas potencialidades através de um programa de intervenção estruturado, que favorece a sua participação nas tomadas de decisão e estimula a sua autonomia. A intervenção psicoeducacional facilita o entendimento e compreensão da patologia, potencializa aspetos positivos do doente, promove a reabilitação psicossocial, diminui a sobrecarga na relação familiar, melhora a adesão ao tratamento farmacológico, amplia o conhecimento sobre os efeitos colaterais da medicação, contribui para a redução das recaídas e reinternamentos e promove hábitos e estilos de vida saudáveis. Como intervenção, a psicoeducação deve resultar de um processo de avaliação diagnóstica, que permita identificar e planear os cuidados psicoeducacionais a realizar. A partir do reconhecimento da experiência do outro (doente e/ou família), bem como da identificação das suas necessidades e potencialidades, com recurso a um processo de avaliação diagnóstica compreensiva, importa o modo como a pessoa experimenta as coisas, as suas vivências, a sua verdade sobre o mundo que se traduz numa realidade subjetiva, em detrimento da realidade objetiva, ou seja, em detrimento daquilo que a pessoa vive ou percebe. As evidências apontam para o facto de que um maior conhecimento e consciência sobre uma doença e as implicações na vida do sujeito e na dos que o rodeiam, aumenta a sensação de controlo levando ao desenvolvimento de estratégias de enfrentamento mais eficazes; a psicoeducação assume um papel educativo e simultaneamente exploratório (do próprio individuo), desenhando um caminho que vai do conhecimento ao autoconhecimento. Conclusões - A psicoeducação é um instrumento fortíssimo, envolvendo um conjunto de abordagens que visam dotar os doentes e familiares de conhecimentos sobre a doença mental, novas formas de lidar com ela e com os problemas do quotidiano. Favorece a relação intrafamiliar assente numa plataforma de compreensão e comunicação eficaz, permitindo o envolvimento e tomada de decisões no processo terapêutico
Resumo:
Introdução: O diagnóstico de cancro e o tratamento por quimioterapia surge frequentemente de um modo repentino implicando uma necessidade abrupta de tomada de decisões e o envolvimento ativo do doente e familiar cuidador. Do mesmo modo, o desempenho do papel de cuidador é assumido normalmente na altura do diagnóstico e continua ao longo da doença e tratamento encontrando-se o familiar raramente preparado e não tendo tempo para se preparar. No entanto, é central na logística e coordenação da situação para o cuidador, enfrentar incertezas em relação à prestação de cuidado onde e quando o deve ter, quando procurar cuidado profissional e como fornecer o melhor “cuidado possível” ao doente. Objetivos: Definir o conceito tornar-se cuidador da pessoa com doença oncológica em tratamento por quimioterapia. Metodologia: Optámos por uma metodologia de investigação qualitativa, especificamente a abordagem designada por Grounded Theory. A amostra foi constituída por 16 entrevistas a familiares cuidadores e Enfermeiros da Unidade de dia de Oncologia de um Hospital da região Alentejo e 10 registos de observação realizados pelo investigador. Procedeu-se à análise qualitativa dos dados, seguindo o método de questionamento e comparação constante no sentido de encontrar por via indutiva a natureza e a estrutura do processo de construção de competências do familiar cuidador. Resultados: A preocupação inicial do familiar cuidador são as questões relacionadas com a vida do doente: qual o estadiamento da doença, principalmente a existência ou não de metástases e quais os sinais e sintomas que o doente apresenta que possam indicar se a situação é mais ou menos grave. O outro aspeto está relacionado com o tratamento, nomeadamente os ciclos de tratamento, os efeitos secundários que podem ocorrer e principalmente saber a finalidade: se o tratamento é curativo ou se o objetivo é evitar a progressão da doença. O balanço constante que é feito pelo familiar cuidador entre saber o que se vai passar e como, e os recursos e a aptidão pessoal que tem para dar resposta ao que é exigido, requer por um lado capacidade de compreensão, e por outro, de introspeção reequacionando sistematicamente as respostas de cuidados que considera serem necessárias. Com a preocupação determinada pelo estado de saúde do doente, as ações dos cuidadores centram-se na procura – organizada ou indireta – de informação, que permita gerir melhor a incerteza; saber em relação à situação, o que se vai passar e como se vai passar. Conclusões: Os processos de aprendizagem e desenvolvimento do papel de familiar cuidador são sempre experiências vividas e, como tal, há um produto final único em que o tempo é um pré-requisito muito importante num processo desta natureza. O conceito tornar-se cuidador é composto pelas categorias: avaliando a exigência da situação; mobilizando conhecimentos, saberes e habilidades; implementando intervenções e validando os cuidados que prestam.
Resumo:
Introdução: Sendo que o diagnóstico de doença oncológica e tratamento por quimioterapia conduzem o doente/familiar cuidador num longo caminho de adaptação e reajuste face às intercorrências que vão surgindo, verifica-se que as respostas a essas exigências se desenrolem em contextos onde se adotam várias estratégias. Objetivos: Descrever as estratégias adotadas pelo familiar cuidador da pessoa com doença oncológica em tratamento por quimioterapia no processo de aquisição de competências Metodologia: Optámos por uma metodologia de investigação qualitativa, especificamente a abordagem designada por Grounded Theory. A amostra foi constituída por 16 entrevistas a familiares cuidadores e Enfermeiros da Unidade de dia de Oncologia de um Hospital da região Alentejo e 10 registos de observação realizados pelo investigador. Procedeu-se à análise qualitativa dos dados, seguindo o método de questionamento e comparação constante no sentido de encontrar por via indutiva a natureza e a estrutura do processo de construção de competências do familiar cuidador. Resultados: Os familiares cuidadores de modo a responder às exigências que a situação impõe e de acordo com a particularidade de cada situação mobilizam um conjunto de estratégias: Estratégias centradas na doença, Estratégias centradas no tratamento e através da Utilização de recursos. Nas Estratégias centradas na doença encontramos como dimensões Atribuir um motivo ao desencadear da doença e Adotar estratégias de enfrentamento (coping). Nas Estratégias centradas no tratamento encontramos estratégias alimentares, estratégias para lidar com o desconforto. Nas estratégias relacionadas com a Utilização de recursos temos a Comunidade onde encontramos a família, os profissionais de saúde e os vizinhos; e os Recursos Pessoais em que foram identificadas a presença, viver um dia de cada vez, a religião. Conclusões: Neste estudo, as estratégias dos familiares cuidadores para lidarem com a situação, estão relacionadas com a seleção de ações/interações que desenvolvem para ultrapassar os diversos problemas com que se defrontam ao cuidar dos seus doentes. Cuidar do doente em tratamento por quimioterapia por doença oncológica exige habilidades e atitudes capazes de mobilizar estratégias e modos de agir, para dar resposta às necessidades compreendidas como multidimensionais.
Resumo:
Introdução: A experiência junto aos familiares de pessoas com doença oncológica em tratamento por quimioterapia reforça a ideia de que a família precisa ser valorizada e estimulada a participar nos cuidados. Porque o diagnóstico de doença oncológica e tratamento por quimioterapia conduzem a pessoa com doença oncológica/familiar cuidador num longo caminho de adaptação e reajuste face às intercorrências que vão surgindo, surge a necessidade de verificar a existência de fatores que possam interferir neste processo. Objetivos: Descrever os fatores intervenientes no processo de aquisição de competências do familiar cuidador da pessoa com doença oncológica em tratamento por quimioterapia. Metodologia: Optámos por uma metodologia de investigação qualitativa, especificamente a abordagem designada por Grounded Theory. A amostra foi constituída por 16 entrevistas a familiares cuidadores e Enfermeiros da Unidade de dia de Oncologia de um Hospital da região Alentejo e 10 registos de observação realizados pelo investigador. Procedeu-se à análise qualitativa dos dados, seguindo o método de questionamento e comparação constante no sentido de encontrar por via indutiva a natureza e a estrutura do processo de construção de competências do familiar cuidador. Resultados: Os achados permitiram apurar que a construção das competências do familiar cuidador face à doença oncológica e tratamento por quimioterapia do doente desenrola-se num contexto onde se entrecruzam, ao longo do tempo, fatores ambientais (exteriores ao familiar cuidador) e fatores pessoais (intrínsecos ao familiar cuidador) que interferem e direcionam o processo. Nos fatores ambientais que podem ser tanto facilitadores como dificultadores da situação estão os profissionais de saúde e as respostas do doente em tratamento. Nos fatores pessoais encontramos a sobreposição de papéis cuidador/doente, a experiencia anterior de cuidados, a informação, a área de residência, e a economia familiar. Conclusão: Na trajetória dos cuidados proporcionados pelo familiar cuidador à pessoa com doença oncológica em tratamento por quimioterapia, diferentes fatores atuam no sentido de facilitar ou dificultar o processo de aquisição de competências do familiar. Estes fatores estão relacionados quer com a pessoa doente, quer com o familiar cuidador, quer com outros atores.
Resumo:
A Ressonância Magnética (RM) é uma técnica capaz de obter informação relativa à anatomia, fisiologia e fisiopatologia de órgãos internos de um modo não invasivo, permitindo a deteção precoce e caracterização das doenças, contribuindo para a decisão terapêutica. As suas características podem causar ansiedade nos pacientes, levando a uma diminuição da qualidade das imagens radiológicas, resultados falaciosos/inconclusivos e desistência dos pacientes. Neste âmbito, foram realizados dois estudos. O primeiro para validar os instrumentos utilizados. O segundo, exploratório, procurou aprofundar conhecimento sobre a ansiedade associada à realização de RM, relacionando-a com variáveis como o número de vezes que o paciente realizou o exame, as diferentes categorias do exame e o conhecimento prévio do doente sobre este. No primeiro estudo, demonstrou-se a validade dos instrumentos aplicados. No segundo, corroboram-se algumas hipóteses e foi possível compreender o funcionamento das variáveis na presente amostra, demonstrando que são necessários estudos mais aprofundados sobre o tema; ABSTRACT: Magnetic Resonance Imaging (MRI) is a technique to obtain information about the anatomy, physiology and pathophysiology of internal organs of a noninvasively way, allowing the early detection and characterization of the diseases, contributing to the therapeutic decision. The characteristics of this exam may cause anxiety in patients, leading to a decrease in radiological images quality, fallacious/inconclusive results and patient withdrawal. In this context, two studies were conducted. The first to validate the instruments used. The second, exploratory, sought to deepen knowledge about the anxiety associated with MRI, relating it to variables such as the number of times the patient underwent the examination, the different categories of MRI, and previous knowledge about the MRI. In the first study, the validity of the applied instruments was demonstrated. In the second, some hypotheses were corroborated and allowed us to understand the functioning of the variables in the present sample, demonstrating the need for more in-depth studies on the subject.