2 resultados para Professores da saúde
em Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Resumo:
Em Enfermagem considera-se o Ensino Clínico um momento privilegiado na formação dos estudantes. Permite que os estudantes de Enfermagem aprendam no seio de uma equipa e em contacto directo com um indivíduo em bom estado de saúde ou doente e/ou uma colectividade a planear, executar e avaliar os Cuidados de Enfermagem globais requeridos com base nos conhecimentos e competências adquiridas. É nos contextos reais que os estudantes têm possibilidade de mobilizar os referenciais teóricos para as diferentes situações de saúde/doença que a pessoa/grupo vive, podem desenvolver o pensamento crítico e contribuir para a reflexão das práticas clínicas através do debate com os elementos da equipa de saúde (Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, 2016). Na Área de Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica pode ler-se no Guia Orientador do Ensino Clínico (Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, 2016) que se preconiza que os estudantes desenvolvam capacidades de forma a prestarem cuidados globais à criança e sua família, privilegiando os cuidados atraumáticos, a parceria de cuidados, os cuidados centrados na família e a utilização de uma linguagem classificada (CIPE) e que constituem objectivos de aprendizagem: Promover o crescimento e o desenvolvimento da criança, quer em situação de saúde, quer em situação de doença e hospitalização, em cada etapa do seu desenvolvimento, tendo em conta o ciclo vital da família; Comunicar adequadamente com a criança e família; Promover o bem-estar e adaptação da criança e família em situações de hospitalização, reduzindo os efeitos negativos e potencializando a resiliência e Promover a recuperação da saúde da criança de acordo com as suas respostas à situação de doença, tendo como referência o processo de cuidados de enfermagem. Nesta área os estudantes realizam o Ensino Clínico em Instituições hospitalares e em Creches/Jardins-de-infância.Neste contexto, realizando os estudantes de Enfermagem o Ensino Clínico em creches/jardinsde- infância e verificando-se a carência de pesquisas desenvolvidas no nosso País sobre esta temática, propomo-nos desenvolver um estudo descritivo e exploratório, que seguirá a metodologia qualitativa, que nos responda às questões: O que valorizam os professores de enfermagem no papel do enfermeiro na creche? Será que consideram que as creches são locais de ensino clínico que proporcionam aos estudantes momentos de aprendizagem e de apropriação e desenvolvimento de conhecimentos? Com este estudo pretendemos: - Conhecer o que valorizam os professores no papel do enfermeiro na creche; - Identificar as oportunidades de aprendizagem que os professores consideram que o ensino clínico desenvolvido em creches proporciona aos estudantes; - Analisar as experiências, dos professores, de orientação de estudantes em creches.
Resumo:
O desenvolvimento de novos modelos de organização e gestão do trabalho, com crescente recurso a tecnologias de informação e comunicação, associado a dinâmicas abrangentes de globalização e de reestruturação económica, permite que a dimensão do trabalho assuma um lugar determinante na qualidade de vida do trabalhador relacionado com a organização de tempo, obtenção de recursos económicos e de construção identitária da personalidade, como elementos estruturantes da vida. Para responder às dimensões da qualidade de vida em contexto de trabalho dos professores de enfermagem, delineamos os seguintes objetivos: avaliar a QV (Qualidade de Vida) e a QVT (Qualidade de Vida no Trabalho), relacionar a QV com as variáveis sociodemográficas e características organizacionais e correlacionar as dimensões do QV e QVT. Estudo transversal, quantitativo, observacional, descritivo-correlacional de nível II. Amostra de 183 professores de Enfermagem em Portugal. Recolha de dados realizada por questionário de auto preenchimento, com recurso a Escalas de Qualidade de vida. Em todas as dimensões os professores, percecionam uma QV positiva (> 50). Com valor médio observado, para o global da escala (QV geral e perceção geral de saúde) de 70,29, com um desvio padrão de 15,28, a mediana foi de 75. O que nos permite afirmar que os professores em estudo percecionam uma boa QV no global. Na análise por dimensões, constatamos que é na dimensão "relações sociais" é onde se verifica o valor médio mais elevado (=76±19,05), onde percecionam melhor QV, seguido da dimensão "ambiente" (=71,52±14,78). Por outro lado, onde percecionam uma menor QV, é na dimensão "psicológico" (=60,13±7,51,) logo seguido pela dimensão "físico" (=64,07±10,77). Verificamos a existência de correlação positiva altamente significativa (ρ=0,737**) entre a QVT e a QV geral percecionada. Os professores, percecionam uma QV positiva. O "stresse no trabalho" é onde os professores se encontram menos satisfeitos com a sua QVT. Consoante maior é a perceção da QVT por parte dos professores, maior é a sua QV geral, o que significa que existe uma relação significativa entre a qualidade de vida relacionada com o trabalho nos professores e a sua qualidade de vida geral em todas as dimensões avaliadas.