2 resultados para Plano estratégico de cooperação em saúde da comunidade de países de língua portuguesa
em Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Resumo:
Introdução: A adolescência é uma fase do ciclo vital marcada por diversas alterações físicas, psicológicas e sociais. Desta forma, é possível estabelecer uma relação entre violência e adolescência, dado que é durante esta etapa de vida que os jovens se deparam com o sentimento de ameaça da sua identidade, o que poderá despoletar comportamentos agressivos (Hernández, 2013). O bullying é uma forma de violência escolar que tem vindo a apresentar uma elevada prevalência, tornando-se imprescindível mencionar que este fenómeno não é um evento" normal", e não deve ser um acontecimento que os jovens devam vivenciar durante a transição entre a infância e a adolescência (Andrade, 2012). Com a finalidade de reduzir a prevalência de bullying na comunidade escolar elaboramos o Projeto de Intervenção Educativa "R.E.D. BULL(ying)", no qual definimos os seguintes objetivos específicos: aumentar o nível de literacia para a saúde da comunidade escolar (alunos e docentes), relativamente ao bullying e desenvolver o projeto em todas as turmas do 5º ao 9º ano de um Colégio, incluindo os docentes. Metodologia: A nossa população alvo consistiu num total de 203 alunos do 5º ao 9º ano e 13 docentes de um Colégio. É um estudo transversal de investigação-ação, sendo que foi aplicado um questionário de diagnóstico e realizadas sessões de educação para a saúde, que posteriormente foram avaliadas com a aplicação de um novo questionário. Resultados: Foi possível verificar que após a sessão de educação para a saúde, 93,1% dos estudantes identificaram o que fazer numa situação de bullying, sendo que 62,6% dos estudantes responderam que numa situação de agressão chamavam um adulto; 95,1% referiram que sabiam o que era o bullying, 56,8% associaram o conceito à agressão física e 92,6% referiram conhecer os tipos de bullying, sendo que o bullying físico (71,9%) e o bullying verbal (69,5%) foram os tipos mais mencionados. Na intervenção educativa realizada aos docentes foi aplicado um questionário, onde 76,9% considerou que o ambiente escolar era agradável, 84,6% caracterizou o relacionamento entre os estudantes como "adequado" e 77% afirmou que não vivenciou nenhuma situação de bullying. Conclusões: Deste modo, é possível afirmar que após a intervenção educativa, os alunos adquiriram novos conhecimentos no que diz respeito às questões "Numa situação de agressão o que fazes?", "Sabes o que é o bullying?", "O que é o bullying?" "Conheces os tipos de bullying?" e "Quais são os tipos de bullying?".
Resumo:
O transplante hepático é uma condição crónica que implica a necessidade de aderir ao longo da vida a um regime medicamentoso pois, a imunossupressão é essencial para a sobrevida do enxerto e do recetor. O risco de não adesão à medicação pelo adolescente transplantado é potenciado pelas características da adolescência. Este estudo inclui-se na investigação quantitativa, descritiva-analítica, exploratória e correlacional e teve como objetivos caracterizar os adolescentes com transplante hepático; verificar a sua adesão ao regime medicamentoso; a sua motivação e se se julgam competentes para essa adesão, e verificar a relação entre estas variáveis. A colheita de dados foi realizada entre julho de 2015 e maio de 2016, utilizando como instrumentos a Medida de Adesão aos Tratamentos (MAT), os valores sanguíneos da imunossupressão, o Treatment Self-Regulation Questionnaire (TSRQ) e a Perceived Competence Scale (PCS), estes dois traduzidos para a língua portuguesa. A amostra é constituída por 32 adolescentes com transplante hepático seguidos no Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, os quais tinham em média 14,44 anos, 56,3% eram do género masculino, 46,9% viviam em cidades e 37,5% frequentavam o segundo ciclo. Os adolescentes responderam ter um comportamento de maior adesão medicamentosa (100%) comparativamente à revelada pelos valores sanguíneos (66,7%). Apresentavam uma motivação predominantemente autónoma para cumprir a prescrição medicamentosa que assumiu um valor elevado. Os adolescentes mostraram sentirem-se confiantes e crentes na sua capacidade para cumprir o regime medicamentoso, dada a elevada competência percebida. Ao contrário do postulado pela Teoria da Autodeterminação (TAD) e de resultados de outras investigações, a motivação e a competência percebida não estavam relacionadas com a adesão ao regime medicamentoso neste estudo. A competência percebida parece ter influência na motivação autónoma dos adolescentes. A adolescência revela-se um período de elevado risco para a não adesão ao regime medicamentoso. Dada a importância atribuída ao regime imunossupressor e a relevância da motivação autónoma e da competência percebida para resultados de saúde positivos, os profissionais de saúde devem planear intervenções impulsionadoras da motivação autónoma e da competência percebida de modo a promover a adesão ao regime medicamentoso.