3 resultados para Exposição materna Efeitos adversos

em Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra


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A preocupao com os eventos adversos decorrentes dos cuidados de sade tem gerado, a nvel mundial uma preocupao em criar mtodos de trabalho e prticas mais seguras. Contudo, dada a complexidade dos processos, as tecnologias e a natureza humana, associados maioria das intervenes, existe o risco de efeitos adversos (Tang, Sheu, Wei, & Chen, 2007). O erro de medicao em doentes hospitalizados, segundo Batista (2008), responsvel pela morte de sete mil portugueses por ano. Os erros que acontecem na rea da sade no podem ser totalmente eliminados, mas tm de contribuir para a melhoria da qualidade dos cuidados prestados, isto , , devemos aprender com os erros e uma forma de o fazer estud-los recorrendo investigao. Este trabalho tem por finalidade obter informaes sobre uma realidade pouco ou insuficientemente estudada, a forma como se manifesta e os fatores com que se relaciona, podendo assim contribuir para uma melhor cultura de segurana nos cuidados de sade, baseada na reflexo e aprendizagem a partir do erro. OBJETIVO Esta investigao tem como objetivos principais identificar a perceo dos enfermeiros sobre os erros de medicao e os processos envolvidos na ocorrncia dos mesmos, assim como, caracterizar os erros de medicao observados ou experienciados pelos enfermeiros de unidades cirrgicas. METODOLOGIA Utilizando a abordagem quantitativa, realizmos um estudo transversal exploratrio-descritivo, com a finalidade de analisar a natureza do fenmeno pouco ou deficientemente estudado, a forma como se manifesta e os fatores com que se relaciona. A investigao procura responder seguinte questo orientadora: Qual a perceo dos enfermeiros das unidades cirrgicas sobre os erros de medicao? Na colheita de dados utilizou-se uma verso adaptada do questionrio auto preenchido de Miasso e Cassiani (2000), composto por questes fechadas e abertas. A anlise dos dados, colhidos numa amostra composta por 70 enfermeiros que exercem funes no Departamento Cirrgico , foi efetuada recorrendo estatstica descritiva e anlise de contedo. RESULTADOS Da anlise das respostas questo "Como define um erro de medicao?", emergiram trs categorias ligadas a falhas de processo, nomeadamente: falhas no cumprimento de regras de segurana, falhas nas polticas e procedimentos, falhas por negligncia e uma categoria que define o erro numa perspetiva de resultado, identificando-o com as consequncias. Os enfermeiros tm a perceo de que raramente (68,6%) ocorrem erros de medicao e que se cumprem maioritariamente (95,7%) as regras de segurana na preparao e administrao de medicao, apesar de existir por vezes (51,4%) o risco da ocorrncia de erros. Fatores como: falhas de concentrao, presena de um motivo de distrao e sobrecarga de trabalho, originam erros de: dosagem (32,9%), administrao de medicao no prescrita (28,6%), omisso da administrao (24,3%), horrio incorreto (21,4%), identificao da medicao preparada (20%) e transcrio do frmaco (21,46%). As medidas a implementar para a diminuio dos mesmos, incidem nos aspetos organizacionais, individuais e ambientais. A maioria dos enfermeiros (72,9%) j praticou ou presenciou o erro de medicao, detetado pelo prprio ou por outro enfermeiro durante alguma das etapas do processo de administrao de medicao, ou atravs da sintomatologia originada ou pela apresentao do medicamento. Contudo a maioria dos enfermeiros considera que a notificao dos erros de medicao, raramente efetuada. DISCUSO Os conhecimentos que os enfermeiros detm no mbito da administrao de teraputica, incluem a conceptualizao do erro ligado preparao e administrao de medicao, definindo o erro medicao como uma falha no cumprimento das regras de segurana e nas polticas e procedimentos, ou como resultado de negligncia que poder acarretar consequncias para o doente. A perceo sobre a ocorrncia de erros, e cumprimento das regras de segurana na preparao e administrao de medicao traduz-se numa posio inequvoca de que raramente ocorrem erros de medicao, apesar de considerarem existir o risco de ocorrncia dos mesmos. Esta noo deve-se provavelmente ao facto de existir a conscincia de que os enfermeiros cumprem maioritariamente as regras de segurana preconizadas pelo National Coordinating Council for Medication Error Reporting and Prevention (2007). As causas/fatores apontadas pelos enfermeiros como contributos importantes para a ocorrncia de erros so as interrupes, a falta de ateno, a falha de comunicao mdico/enfermeiro sobre a alterao da prescrio, a fadiga, a sobrecarga de trabalho, o rudo, a falta de pessoal e a situao de urgncia/emergncia, indiciando que o erro de medicao envolve uma multiplicidade de fatores na sua maioria relacionados com falhas de concentrao, presena de um motivo de distrao e sobrecarga de trabalho. Apesar dos enfermeiros terem a perceo que os erros de medicao ocorrem com pouca frequncia, consideram que por vezes podem ocorrer certos tipos de erros nomeadamente: erro na prescrio do frmaco, dose/dosagem errada, administrao de medicao no prescrita/frmaco errado, omisso da administrao, horrio incorreto, erros de identificao da medicao preparada e erros na transcrio do frmaco. Estes resultados so concordantes com o referido pela Ordem dos Enfermeiros (2005), A maioria dos enfermeiros considera que a notificao dos erros de medicao raramente efetuada reconhecendo maior frequncia de notificaonos casos de potenciais consequncias para o doente. Perante a prtica de um erro de medicao, a grande parte dos enfermeiros raramente ou nunca colocam a hiptese de efetuar a notificao do erro e a maioria tambm no o faz se presenciar. A subnotificao deve-se porventura ao facto do erro de medicao ser encarado como assunto "tabu", envolto em medos e receios nomeadamente penais no caso de processo judicial, sentimentos de culpa, medo, angstia, vergonha e conotao por parte do doente, famlia e restante equipa de sade de incompetncia. Estes dados alertam para a necessidade de um verdadeiro sistema de notificao do erro, visto que o mesmo deve ser efetuado de forma voluntria, annima e confidencial, no punitivo e justo de forma a motivar os profissionais para a notificao, como recomenda o National Patient Safety Agency (2009). Os enfermeiros que praticaram/presenciaram erros de medicao referem que, se trataram na maioria dos casos de erros de administrao de medicao no prescrita/frmaco errado, administrao de medicao ao doente errado, erro de dose/dosagem, erro de prescrio do frmaco e horrio incorreto. Apesar de os enfermeiros considerarem que raramente ocorrem erros de medicao, a grande maioria (77,14%) sugeriu medidas a implementar para a sua reduo, com incidncia nos aspetos ao nvel da organizao, ao nvel individual e medidas ambientais. Genericamente a caracterizao dos erros de medicao observados ou experienciados pelos enfermeiros coincide com a perceo dos enfermeiros sobre os erros de medicao e os processos envolvidos na ocorrncia dos mesmos, pode-se dizer que a principal diferena reside no facto de os enfermeiros percecionarem em abstrato que raramente ocorrem erros de medicao, apesar de considerarem existir o risco da sua ocorrncia e de na prtica existir uma incidncia bastante significativa de ocorrncia de erros de medicao. CONCLUSO A noo de erro de medicao, por parte dos enfermeiros, est de acordo com a definio consultada na bibliografia. Sendo que estes profissionais tm a perceo de que raramente ocorrem erros de medicao, provavelmente pelo facto de existir a conscincia de que os enfermeiros cumprem maioritariamente as regras de segurana na preparao e administrao de medicao. No entanto consideram existir o risco de ocorrncia de erros e apontam medidas a implementar para diminuio dos mesmos, com incidncia nos aspetos ao nvel da organizao, ao nvel individual e medidas ambientais. Os enfermeiros percecionam que o erro de medicao envolve uma multiplicidade de fatores sistematizados em trs aspetos fulcrais, que so: as falhas de concentrao, a presena de um motivo de distrao e a sobrecarga de trabalho. Os tipos de erros que os enfermeiros percecionam como mais frequentes so: erro na prescrio do frmaco, dose/dosagem errada, a administrao de medicao no prescrita/frmaco errado, a omisso da administrao, horrio incorreto, erros de identificao da medicao preparada e erros na transcrio do frmaco. A esmagadora maioria dos enfermeiros admite ter praticado ou presenciado algum tipo de erro de medicao, detetado pelo prprio ou por outro enfermeiro durante alguma das etapas do processo de prescrio, transcrio, preparao e administrao, ou atravs da sintomatologia ocasionada no doente ou ainda pela apresentao do medicamento. Contudo a maioria dos enfermeiros considera que a notificao dos erros de medicao, seja em que circunstncias forem, raramente efetuada. Os erros de medicao conhecidos so apenas a ponta de um iceberg, a subnotificao dos mesmos e a inexistncia de comunicao e divulgao de informao constitui um entrave para que se conhea melhor este problema, de modo a reduzir os incidentes relacionados com os frmacos. Para alm da consciencializao e notificao do erro, necessrio que os profissionais de sade sejam estimulados a participar em sistemas voluntrios de comunicao de erros, como fator preponderante do seu compromisso com a segurana do doente. Esta temtica, uma porta aberta investigao, por isso sugerimos a realizao de outros estudos nesta rea.

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Introduo O nascimento de um beb prematuro pode ter efeitos adversos na sade mental dos pais. As dificuldades emocionais so transversais a todos os pais durante o internamento do beb numa UCIN (Diaz, Fernandes & Correia (2014). Este internamento um acontecimento stressante, pois a separao pais/beb prejudica o processo de adaptao parentalidade. Atualmente nas UCIN's colocado em prtica o mtodo canguru, com relatos de benefcios (Morelius, Ortenstrand, Theodorsson & Frostell, 2014), mas estas evidncias no esto suficientemente evidenciadas. Objetivos O mtodo canguru uma interveno que consiste no contacto pele-a-pele entre a me ou pai, e o recm-nascido, promovendo o contacto e ligao. Embora utilizado em algumas unidades, carece de maior generalizao sendo que a sntese de evidncias acerca dos benefcios potenciar esta interveno. Neste contexto, o objetivo central desta investigao consistiu em sintetizar os principais benefcios do mtodo canguru para os pais de recm-nascidos prematuros internados numa UCIN. Metodologia Foi efetuada uma reviso integrativa da literatura. Para tal, foi realizada pesquisa nas bases de dados online: Medline With Full Text; Cinahl plus with full text; MedicLatina; Academic Search Complete. A expresso de pesquisa selecionada foi a seguinte: parent* stress OR depression or anxiety AND kangaroo care AND premature OR preterm. Atravs da estratgia PICOD, elabormos uma questo de pesquisa e definimos os critrios de incluso e excluso. Aps, leitura de ttulos, abstract, e leitura integral, constituram a amostra final nove artigos, com os quais respondemos questo de investigao. Resultados H evidncias de que o mtodo canguru tem benefcios para a dade e para o casal em todo o processo de adaptao parentalidade e ligao com o beb, particularmente importante tambm por ser uma situao de risco. De acordo com a anlise dos artigos que constituram a mostra registamos como significativo que: Em trs estudos esta experincia foi vivenciada como experincia calmante e positiva, que favorece a ligao me-filho. Noutro estudo, as mes manifestaram sentimentos de utilidade nos cuidados ao filho. Noutro estudo especialmente as mes expressaram um aumento de confiana, ajudando ao conhecimento das particularidades do beb. Outros estudos concluram da reduo da incidncia da depresso ps-parto ou uma melhoria da depresso ps-parto, se instalada. Noutro estudo foi verificado um efeito positivo nos problemas conjugais quando aplicado por ambos os elementos do casal e um maior entendimento e suporte entre os mesmos. Concluses Podemos concluir que positivo o uso do mtodo canguru nas unidades de cuidados intensivos neonatais com bebs prematuros. H evidncias de que pode atenuar as dificuldades sentidas pelos pais durante o internamento, promovendo maior confiana e adaptao ao seu papel. A reduo do stress parental, particularmente da ansiedade materna, torna de facto mais ajustada a presena, envolvimento e parceria neste contexto. Este quadro de beb de risco potencia a depresso ps-parto mas esta pode melhorar com o uso deste mtodo. Em suma uma interveno promotora da vinculao fazendo emergir nos pais um sentimento de maior felicidade.

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Introduo O nascimento de um beb prematuro pode ter efeitos adversos na sade mental dos pais. As dificuldades emocionais so transversais a todos os pais durante o internamento do beb numa UCIN (Diaz, Fernandes & Correia (2014). Este internamento um acontecimento stressante, pois a separao pais/beb prejudica o processo de adaptao parentalidade. Atualmente nas UCIN's colocado em prtica o mtodo canguru, com relatos de benefcios (Morelius, Ortenstrand, Theodorsson & Frostell, 2014), mas estas evidncias no esto suficientemente evidenciadas. Objetivos O mtodo canguru uma interveno que consiste no contacto pele-a-pele entre a me ou pai, e o recm-nascido, promovendo o contacto e ligao. Embora utilizado em algumas unidades, carece de maior generalizao sendo que a sntese de evidncias acerca dos benefcios potenciar esta interveno. Neste contexto, o objetivo central desta investigao consistiu em sintetizar os principais benefcios do mtodo canguru para os pais de recm-nascidos prematuros internados numa UCIN. Metodologia Foi efetuada uma reviso integrativa da literatura. Para tal, foi realizada pesquisa nas bases de dados online: Medline With Full Text; Cinahl plus with full text; MedicLatina; Academic Search Complete. A expresso de pesquisa selecionada foi a seguinte: parent* stress OR depression or anxiety AND kangaroo care AND premature OR preterm. Atravs da estratgia PICOD, elabormos uma questo de pesquisa e definimos os critrios de incluso e excluso. Aps, leitura de ttulos, abstract, e leitura integral, constituram a amostra final nove artigos, com os quais respondemos questo de investigao. Resultados H evidncias de que o mtodo canguru tem benefcios para a dade e para o casal em todo o processo de adaptao parentalidade e ligao com o beb, particularmente importante tambm por ser uma situao de risco. De acordo com a anlise dos artigos que constituram a mostra registamos como significativo que: Em trs estudos esta experincia foi vivenciada como experincia calmante e positiva, que favorece a ligao me-filho. Noutro estudo, as mes manifestaram sentimentos de utilidade nos cuidados ao filho. Noutro estudo especialmente as mes expressaram um aumento de confiana, ajudando ao conhecimento das particularidades do beb. Outros estudos concluram da reduo da incidncia da depresso ps-parto ou uma melhoria da depresso ps-parto, se instalada. Noutro estudo foi verificado um efeito positivo nos problemas conjugais quando aplicado por ambos os elementos do casal e um maior entendimento e suporte entre os mesmos. Concluses Podemos concluir que positivo o uso do mtodo canguru nas unidades de cuidados intensivos neonatais com bebs prematuros. H evidncias de que pode atenuar as dificuldades sentidas pelos pais durante o internamento, promovendo maior confiana e adaptao ao seu papel. A reduo do stress parental, particularmente da ansiedade materna, torna de facto mais ajustada a presena, envolvimento e parceria neste contexto. Este quadro de beb de risco potencia a depresso ps-parto mas esta pode melhorar com o uso deste mtodo. Em suma uma interveno promotora da vinculao fazendo emergir nos pais um sentimento de maior felicidade.