7 resultados para Comportamentos Saudáveis
em Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Resumo:
A intervenção educativa de enfermagem é uma estratégia que pode ser útil na alteração dos comportamentos de saúde da pessoa. O internamento para cirurgia coronária constitui uma oportunidade valiosa para o enfermeiro concretizar essa educação direcionando-a à promoção de comportamentos saudáveis e à prevenção secundária da doença coronária e cardiovascular, uma vez que estas continuam a ser a causa de morte mais importante a nível global. Os quatro principais comportamentos de saúde associados aos fatores de risco da doença coronária são a alimentação, a atividade física, o consumo de álcool e de tabaco. Desta forma, o objetivo do presente estudo é avaliar a influência da intervenção educativa de enfermagem na promoção de comportamentos saudáveis da pessoa submetida a cirurgia coronária, nomeadamente ao nível do comportamento alimentar, atividade física, consumo de álcool e tabaco e consequentemente sobre os valores antropométricos (índice de massa corporal e perímetro da cintura). Nesse sentido desenvolveu-se um estudo quantitativo, longitudinal, do tipo quase experimental, com grupo de controlo. O grupo experimental foi sujeito a intervenção educativa personalizada e estruturada, durante o internamento hospitalar, na consulta de acompanhamento de enfermagem (duas a três semanas após a cirurgia) e via telefone (dois meses após a cirurgia). Realizaram-se duas avaliações em cada grupo: a primeira, antes da cirurgia e a segunda, três meses após a cirurgia. Os instrumentos de colheita de dados incluíram: o questionário de caracterização sociodemográfica e clínica, a Escala de Hábitos Alimentares, o Questionário da Atividade Física Habitual, o Teste de Identificação das Perturbações do Consumo de Álcool e o Teste de Fagerstrom sobre a Dependência Tabágica. Os resultados demonstraram que a intervenção educativa realizada contribuiu para uma melhoria significativa da atividade física no grupo sujeito a intervenção. Verificou-se também uma melhoria do comportamento alimentar e uma redução do índice de massa corporal e do perímetro da cintura. Sugerem-se estudos mais alargados e abrangentes na dimensão e tipo de amostra e no tempo de acompanhamento para verificação dos resultados e potenciar o sucesso dos mesmos.
Resumo:
A intervenção educativa de enfermagem é uma estratégia que pode ser útil na alteração dos comportamentos de saúde da pessoa. O internamento para cirurgia coronária constitui uma oportunidade valiosa para o enfermeiro concretizar essa educação direcionando-a à promoção de comportamentos saudáveis e à prevenção secundária da doença coronária e cardiovascular, uma vez que estas continuam a ser a causa de morte mais importante a nível global. Os quatro principais comportamentos de saúde associados aos fatores de risco da doença coronária são a alimentação, a atividade física, o consumo de álcool e de tabaco. Desta forma, o objetivo do presente estudo é avaliar a influência da intervenção educativa de enfermagem na promoção de comportamentos saudáveis da pessoa submetida a cirurgia coronária, nomeadamente ao nível do comportamento alimentar, atividade física, consumo de álcool e tabaco e consequentemente sobre os valores antropométricos (índice de massa corporal e perímetro da cintura). Nesse sentido desenvolveu-se um estudo quantitativo, longitudinal, do tipo quase experimental, com grupo de controlo. O grupo experimental foi sujeito a intervenção educativa personalizada e estruturada, durante o internamento hospitalar, na consulta de acompanhamento de enfermagem (duas a três semanas após a cirurgia) e via telefone (dois meses após a cirurgia). Realizaram-se duas avaliações em cada grupo: a primeira, antes da cirurgia e a segunda, três meses após a cirurgia. Os instrumentos de colheita de dados incluíram: o questionário de caraterização sociodemográfica e clínica, a Escala de Hábitos Alimentares, o Questionário da Atividade Física Habitual, o Teste de Identificação das Perturbações do Consumo de Álcool e o Teste de Fagerstrom sobre a Dependência Tabágica. Os resultados demonstraram que a intervenção educativa realizada contribuiu para uma melhoria significativa da atividade física no grupo sujeito a intervenção. Verificou-se também uma melhoria do comportamento alimentar e uma redução do índice de massa corporal e do perímetro da cintura. Sugerem-se estudos mais alargados e abrangentes na dimensão e tipo de amostra e no tempo de acompanhamento para verificação dos resultados e potenciar o sucesso dos mesmos.
Resumo:
Introdução: A obesidade infantil é, atualmente, a doença nutricional pediátrica mais prevalente a nível mundial. Vários factores podem contribuir para o aparecimento desta patologia, contudo, são os de natureza ambiental, nomeadamente, o comportamento alimentar e o exercício físico, os que exercem maior influência na magnitude da expressão clínica da doença. Neste quadro, teve lugar em Coimbra, durante a última quinzena de Junho de 2014 a "Escola de Verão: Exercício, Alimentação e Saúde", a qual envolveu uma equipa multidisciplinar constituída por nutricionistas, enfermeiros, médicos e profissionais de educação física. Este campo de férias teve como objetivos: incutir estilos de vida saudáveis, baseados numa alimentação equilibrada e na prática regular de exercício físico, por forma a prevenir e/ou tratar a obesidade infantil; diminuir o sedentarismo inerente à época de férias; e, envolver os pais/familiares por forma a conseguir mudar comportamentos de forma efetiva. Metodologia: Participaram na Escola de Verão 36 crianças, as quais foram envolvidas em diversas atividades focadas na promoção de um estilo de vida saudável (alimentação equilibrada, exercício físico e promoção da saúde). Foram realizadas avaliações antropométricas (peso e estatura) e da composição corporal, usando um estadiómetro e uma balança de bioimpedância. Determinou-se o índice de Massa Corporal (IMC), utilizando as curvas de crescimento da OMS para classificar o estado nutricional. A pressão arterial foi avaliada segundo as recomendações da Sociedade Europeia de Hipertensão (ESH) de 2009. Resultados: As 36 crianças tinham uma média de idade de 8 anos (Desvio-Padrão (DP) =1 ano), 52,8% eram do sexo feminino e 47,2% do sexo masculino. No início do campo de férias, 45,7% (n=16) tinham excesso de peso, sendo que destas 34,3% (n=12) eram obesas. No que se refere ao IMC no final houve uma diminuição com significado estatístico (p<0,041) relativamente ao IMC Inicial. Não se verificaram alterações com significado estatístico no que se refere à massa gorda. Conclusões: Ao longo desta quinzena educativa, as crianças, no quadro das respetivas famílias, melhoraram os seus hábitos alimentares e tomaram consciência da relevância da atividade física na prevenção da obesidade e promoção da saúde. Programas deste tipo podem resultar numa abordagem eficaz na prevenção e tratamento da obesidade infantil.
Resumo:
Introdução: A análise do estilo de vida foi operacionalizada através do questionário Estilo de Vida Fantástico (EVF), como base na adaptação do questionário Do you have a Fantastic lifestyle de McMaster University, Canadá (Silva, Brito, Amado, 2010). O questionário EVF é um instrumento genérico que foi desenvolvido no Departamento de Medicina Familiar da Universidade McMaster, no Canadá, por Wilson e Ciliska em 1984, com a finalidade de auxiliar os médicos que trabalhavam na prevenção, para que pudessem conhecer e medir o estilo de vida dos seus utentes hipertensos. A sua aplicação identifica os estilos de vida permitindo conceber um plano individualizado/programa para promoção de saúde e/ou prevenção de comportamentos não saudáveis. Objetivos: Pretendeu-se desenvolver uma investigação cujos objetivos foram: ï· Caracterizar o perfil da população hipertensa inscrita na Consulta do Hipertenso da Consulta Externa do Serviço de Cardiologia de um centro hospitalar central segundo o estilo de vida; ï· Analisar as dimensões do estilo de vida mais afetadas. Materiais e Métodos: Estudo de abordagem quantitativa, descritivo, analítico, correlacional, de corte transversal, numa amostra não probabilística acidental de 105 utentes hipertensos. Aplicação do questionário Estilo de Vida Fantástico, constituído por 30 questões de resposta fechada, abordando dez domínios: Família/amigos; Atividade física/Associativismo; Nutrição; Tabaco, Álcool/outras drogas; Sono e Stress; Trabalho/Tipo de personalidade; Introspeção; Comportamentos de saúde sexual e Outros comportamentos. Resultados: Relativamente à análise do estilo de vida através da escala EVF, podemos observar que a média foi de 83,2. Os scores mais elevados foram atribuídos aos domínios 2 família e amigos, tabaco, álcool e drogas e outros comportamentos, contrapondo-se com os domínios de atividade física/associativismo, nutrição, trabalho/tipo de personalidade. Discussão: Verificamos que os elementos da amostra de situam entre um bom estilo de vida proporcionando muitos benefícios para a saúde e um excelente estilo de vida, proporcionando uma ótima influência para a saúde. Averiguamos que os domínios atividade física/associativismo, nutrição, tabaco e comportamentos de saúde e sexuais, são aqueles que evidenciaram piores scores e, consequentemente, aqueles que deverão ser trabalhados de forma a otimizar o seus estado de saúde. Conclusão: Identificaram-se comportamentos menos salutares, possibilitando uma intervenção direcionada/objetiva, de modificação/promoção de estilos/hábitos saudáveis atempadamente.
Resumo:
Introdução: A análise do estilo de vida foi operacionalizada através do questionário Estilo de Vida Fantástico (EVF), como base na adaptação do questionário Do you have a Fantastic lifestyle de McMaster University, Canadá (Silva, Brito, Amado, 2010). O questionário EVF é um instrumento genérico que foi desenvolvido no Departamento de Medicina Familiar da Universidade McMaster, no Canadá, por Wilson e Ciliska em 1984, com a finalidade de auxiliar os médicos que trabalhavam na prevenção, para que pudessem conhecer e medir o estilo de vida dos seus utentes hipertensos. A sua aplicação identifica os estilos de vida permitindo conceber um plano individualizado/programa para promoção de saúde e/ou prevenção de comportamentos não saudáveis. Objetivos: Pretendeu-se desenvolver uma investigação cujos objetivos foram: ï· Caraterizar o perfil da população hipertensa inscrita na Consulta do Hipertenso da Consulta Externa do Serviço de Cardiologia de um centro hospitalar central segundo o estilo de vida; ï· Analisar as dimensões do estilo de vida mais afetadas. Materiais e Métodos: Estudo de abordagem quantitativa, descritivo, analítico, correlacional, de corte transversal, numa amostra não probabilística acidental de 105 utentes hipertensos. Aplicação do questionário Estilo de Vida Fantástico, constituído por 30 questões de resposta fechada, abordando dez domínios: Família/amigos; Atividade física/Associativismo; Nutrição; Tabaco, Álcool/outras drogas; Sono e Stress; Trabalho/Tipo de personalidade; Introspeção; Comportamentos de saúde sexual e Outros comportamentos. Discussão: Verificamos que os elementos da amostra de situam entre um bom estilo de vida proporcionando muitos benefícios para a saúde e um excelente estilo de vida, proporcionando uma ótima influência para a saúde. Averiguamos que os domínios atividade física/associativismo, nutrição, tabaco e comportamentos de saúde e sexuais, são aqueles que evidenciaram piores scores e, consequentemente, aqueles que deverão ser trabalhados de forma a otimizar o seus estado de saúde. Conclusão: Identificaram-se comportamentos menos salutares, possibilitando uma intervenção direcionada/objetiva, de modificação/promoção de estilos/hábitos saudáveis atempadamente.
Resumo:
INTRODUÇÃO: Consciencializar a população para Estilos de Vida Saudáveis (EVS) é cada vez mais importante, podendo prevenir Doenças Cardiovasculares (DCV's) que são a principal causa de morte para toda a população Portuguesa. Cabe aos enfermeiros, enquanto agentes de educação em saúde, promover EVS e prevenir e controlar DCV's. OBJETIVOS: Caracterizar o perfil de Estilos de Vida (EV) e o perfil sócio-demográfico; Identificar fatores de risco através da avaliação dos resultados de parâmetros clínicos; Analisar relações estatisticamente significativas; Promover comportamentos promotores da saúde EVS. METODOLOGIA: Foi aplicado um instrumento de recolha de informação composto por uma caracterização sócio-demográfica; antecedentes pessoais, avaliação de determinados parâmetros clínicos e aplicação da escala SCORE. DISCUSSÃO/RESULTADOS: Os participantes maioritariamente vivem no meio urbano (53,8%) e 53,2% não possui habilitações literárias ou tem apenas o ensino básico ou secundário, e 46,2 % possui a licenciatura. Dos participantes em estudo, cerca de 53,8% não possui colesterol de risco, no entanto 25% dos participantes possui o risco elevado de colesterolémia. Em relação ao IMC cerca de 55,8% encontra-se em sobrepeso, obesidade de grau I e II, enquanto que 44,2% possui um peso normal. A média do IMC é de 26,62%. Quanto ao perímetro abdominal 69,2% possui risco aumentado e muito aumentado, enquanto que apenas 30,8% não possui qualquer risco, dentro dos parâmetros normais. Dos participantes no estudo a maioria não tem diabetes (86,5%) e não são hipertensos (59,68%), apresentando um valor médio de glicemia de 111,96mg/dL, e um valor médio de tensão arterial de TAS de 134,88mmHG e de TAD de 78,87mmHg. A nível do score da escala SCRE obtivemos uma média de 3,85%. Foram encontradas correlações significativas entre: EV e TA; IMC e PA, TA e Glicémia. Estes resultados evidenciam que a população alvo encontra-se com um score de 3,85% correspondendo a um risco cardiovascular moderado. Assim, devemos continuar a investir na intervenção de Enfermagem, a nível de sensibilizações/rastreios com consulta de enfermagem para a comunidade, no sentido de promover a saúde e prevenir o agravamento da doença, com o intuito de aumentar a qualidade de vida destas pessoas, com base nas orientações científicas das instituições nacionais e internacionais.
Resumo:
Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) são a mais importante causa de mortalidade em Portugal, pelo que é uma área de intervenção prioritária (Direção-Geral da Saúde [DGS], 2014). Sendo uma doença que se carateriza por estar associada ao estilo de vida, existe um enorme potencial de intervenção para os enfermeiros, enquanto agentes promotores de estilos de vida saudáveis, atuando na sua promoção e prevenção da doença. Apesar da evolução nos tratamentos, as taxas de mortalidade, EAM e reinternamento de doentes com Síndrome Coronária Aguda (SCA) continuam altas (European Society of Cardiology [ESC], 2011). Para além disso, uma vez instalada a DCV, continua a ser imperioso o controlo dos fatores de risco cardiovasculares (obesidade, tabagismo, sedentarismo, diabetes e hipertensão), assim como a adesão à terapêutica, uma vez que na prática tem-se verificado que os doentes frequentemente não aderem à terapêutica, mantendo comportamentos de risco cardiovascular. Nesse sentido, evidencia-se a pertinência do acompanhamento de enfermagem para fomentar o controlo dos fatores de risco, através de um estilo de vida saudável e da adesão ao regime terapêutico proposto. Objetivo(s): O objetivo geral desta investigação foi analisar os efeitos de um programa de ensino estruturado de prevenção secundária da DCV, nos doentes a quem foi diagnosticada SCA; e o objetivo específico, analisar a influência do programa de ensino sobre o índice de massa corporal (IMC), perímetro abdominal (PA), tensão arterial (TA), frequência cardíaca (FC), glicemia capilar, colesterol total (CT), adesão à terapêutica farmacológica, capacidade de autocuidado terapêutico, literacia acerca da sua situação clínica e estilo de vida. Metodologia: Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, longitudinal, randomizado, do tipo experimental, "antes-após", com grupo testemunho. Utilizou-se um método de amostragem probabilístico: a amostragem aleatória simples. Os participantes foram distribuídos aleatoriamente pelos grupos, sendo que o grupo experimental (GE) foi acompanhado durante 6 meses, com uma consulta de enfermagem mensal. Existiram duas avaliações em cada grupo: no início, antes do programa de consultas e no final. Utilizaram-se vários instrumentos de colheita de dados: questionário de caraterização sociodemográfica, Medida de Adesão aos Tratamentos, Instrumento de Autocuidado Terapêutico, Teste de Batalla, conjunto de questões verdadeiro/falso e Questionário Estilo de Vida Fantástico. A amostra é constituída por 24 participantes, 13 no GE e 11 no grupo de controlo (GC). Resultados: Procurou-se assegurar a homogeneidade dos grupos em termos sociodemográficos, sendo que existiam 72,73% de homens e 27,27% de mulheres no GC e 69,23% de homens e 30,77% de mulheres no GE. Quanto à idade, a média no GE era 68,08 anos (s 11,74) e no GC 67,55 (s 10,24) anos. Verificou-se um predomínio dos doentes casados/união de facto (63,64% no GC e 61,54% no GE) e a maioria dos doentes vivia com familiares (72,73% no GC e 76,92%). Relativamente ao nível de escolaridade, verificou-se que a maioria dos doentes apresentava até o 1º ciclo de ensino básico (45,45% no GC 45 e 46,15% no GE). Quanto à situação profissional, a maioria dos doentes pertencia à categoria de reformados (72,73% no GC e 61,55% no GE). Verificou-se uma elevada prevalência de fatores de risco cardiovasculares nos grupos, nomeadamente hipertensão (92,31% no GE e 81,81% no GC), dislipidémia (84,62% no GE e 81,81% no GC), diabetes (46,15% no GE e 27,27% no GC), excesso de peso (69,23% no GE e 90,9% no GC), história familiar (38,46% no GE e 54,55% no GC) e tabagismo (15,38% no GE). O acompanhamento dos doentes do GE com uma consulta de enfermagem por mês, durante 6 meses, terá contribuído para a redução do IMC e do PA. Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas, entre os grupos, no que respeita à influência do programa de ensino estruturado de prevenção secundária da DCV, no controlo da TA, FC, glicemia capilar e CT, na melhoria do estilo de vida, na adesão à terapêutica farmacológica, na capacidade de autocuidado terapêutico nem na literacia acerca da sua situação clínica. Verificou-se, no GE, um aumento dos doentes com TA e glicemia capilar controladas da avaliação inicial para a avaliação final. Houve ainda um aumento estatisticamente significativo do score de estilo de vida, de adesão à terapêutica farmacológica, de capacidade de autocuidado terapêutico e literacia acerca da sua situação clínica, no GE. Não se verificou influência do programa de ensino estruturado na evolução do GE quanto à FC e CT. Discussão: No que se refere às caraterísticas da amostra, os dados encontrados vão de encontro às caraterísticas da própria DCV aterosclerótica, que possui uma origem multifatorial, afetando maioritariamente homens e cuja incidência aumenta com a idade. Relativamente ao sexo, os dados são concordantes com os apresentados por Ijzelenberg et al. (2012) e Eshah (2013), já na idade, os estudos referidos apresentam uma média etária inferior à da presente investigação. Verificou-se ainda uma maior prevalência de doentes casados/união de facto, que residem com familiares, factos concordantes entre si e com os resultados apresentados em vários estudos (Holmes-Rovner et al., 2008, Ijzelenberg et al., 2012; Eshah, 2013). Neste estudo, por se tratar de prevenção secundária da DCV, todos os elementos da amostra já tinham apresentado pelo menos um evento cardiovascular, pelo que se trata de uma amostra com elevada prevalência de fatores de risco. De notar que os doentes do GC apresentavam valores mais elevados relativamente à obesidade e história familiar de doença cardíaca. Esta elevada prevalência de fatores de risco cardiovasculares é concordante com a apresentada nos estudos de Holmes-Rovner et al. (2008) e Eshah (2013). No sentido de averiguar se os doentes que seguiram um programa de ensino estruturado de prevenção secundária da DCV, apresentavam valores mais baixos de IMC e PA, do que aqueles que não seguiram o referido programa, verificou-se que o acompanhamento dos doentes do GE contribuiu para a redução do IMC e do PA. Estes resultados vão de encontro ao que é referido por vários autores, nomeadamente Ijzelenberg et al. (2012) que verificaram que os doentes do GE, que foram acompanhados durante 6 meses, com o objetivo foi modificar fatores de risco cardiovasculares associados ao estilo de vida, apresentaram uma redução significativa do peso, IMC e PA. Tendo sido verificada a existência de diferenças com significado estatístico, entre o GE e o GC, para o IMC e o PA após os 6 meses de acompanhamento, seria expectável que houvesse impacto no controlo da TA, glicemia capilar e CT, contudo tal não se verificou no presente estudo, provavelmente devido à reduzida dimensão da amostra e às diferenças clínicas que se verificaram entre os grupos, sobretudo quanto à presença de HTA e diabetes. No estudo desenvolvido por Ijzelenberg et al. (2012), verificaram que não existia diferença estatisticamente significativa entre os grupos, tanto na TA e CT, como na hemoglobina glicada, aos 3 e 6 meses. Por outro lado, existem estudos onde se verificou uma redução significativa do CT. É sabido que a DCV possui uma componente significativa associada ao estilo de vida, e como tal, potencialmente modificável. Contudo, também é conhecida a dificuldade que existe em modificar comportamentos. Eshah (2013), evidencia o papel da educação para a saúde na adoção de um estilo de vida mais saudável, que consequentemente conduz a um impacto positivo na saúde dos doentes, ajudando-os a prevenir novos eventos cardíacos. Também Ijzelenberg et al. (2012) com a sua intervenção compreensiva do estilo de vida, verificaram que, para além da redução do peso, IMC e PA no GE, também existiu um aumento significativo da atividade física. No entanto, no mesmo estudo, não se verificaram diferenças relativamente à alteração de hábitos alimentares e hábitos tabágicos. O estilo de vida engloba diversos domínios, pelo que provavelmente cada um deles exigirá uma intervenção específica e direcionada. Tal como o estilo de vida, também a adesão à terapêutica é um fenómeno multifatorial, pelo que os resultados encontrados nos estudos analisados também não são concordantes entre si. Num estudo realizado por Holmes-Rovner et al. (2008), em que foi feito o acompanhamento com 6 sessões de aconselhamento telefónico, efetuadas por enfermeiros, em doentes após SCA, não foi possível encontrar diferenças quanto ao uso de medicação entre os GE e GC, tal como sucedeu na presente investigação. É referido por alguns autores que doentes com melhor apoio social, com consultas com frequência inferior a 3 e 6 meses e com mais conhecimentos acerca da sua situação de saúde, apresentam melhor adesão à terapêutica. Relativamente à capacidade de autocuidado, esta relaciona-se com a literacia que a pessoa possui acerca da sua situação clínica, nomeadamente no que se refere à identificação de sinais e sintomas e formas de controlo, tornando o doente mais apto para o seu autocuidado. À semelhança do sucedido em outros estudos, na presente investigação foi possível obter resultados positivos ao nível da prevenção secundária da DCV, através do contributo que a literacia pode trazer para o controlo de fatores de risco cardiovasculares, melhoria do estilo de vida, adesão à terapêutica farmacológica e capacidade de autocuidado terapêutico. Apesar de continuar indeterminada a combinação ótima de intervenções, incluindo o conteúdo, modo de aplicação, frequência e duração, uma intervenção mais intensiva, com consultas mais frequentes, contribui para melhorar o controlo de fatores de risco (ESC, 2012). Eshah (2013) referindo vários estudos realizados, afirma que a educação para a saúde contribui para modificar comportamentos de saúde e melhorar o conhecimento dos doentes. Neste sentido, os resultados obtidos no presente estudo são congruentes entre si, uma vez que, com a melhoria da literacia, terá sido possível contribuir também para a melhoria do estilo de vida e, consequentemente, IMC e PA mais adequados. Conclusão: Os resultados desta investigação levam a concluir que a implementação de um programa estruturado de ensino em doentes após SCA, parece constituir uma boa metodologia na melhoria do IMC, PA, estilo de vida, adesão à terapêutica farmacológica, capacidade de autocuidado terapêutico e literacia acerca da sua situação clínica. Apesar de não existirem diferenças estatisticamente significativas, verificou-se que no GE existiu um aumento dos doentes com TA e glicemia capilar controladas. O programa não influenciou o controlo da FC nem do CT. Consideram-se como principais limitações deste estudo a reduzida dimensão da amostra; o facto dos doentes que aceitaram participar no estudo poderem estar mais predispostos para alterações comportamentais do que os que recusaram e ter havido muitos doentes que recusaram participar ou que não foi possível contactar. De referir ainda, a dificuldade em garantir a homogeneidade da amostra em termos clínicos, a toma e eventuais ajustes de medicação e a existência de outros eventos agudos. Por fim, importa ressalvar a fragilidade implicada pela utilização das questões verdadeiro/falso para avaliação da literacia acerca da DCV aterosclerótica, por se tratar de um instrumento construído pela investigadora, embora recorrendo à literatura e à opinião de peritos, mas que não se encontra validado. Espera-se com esta investigação alertar para o papel preponderante dos enfermeiros no âmbito da educação para a saúde e o seu impacto na prevenção secundária da DCV.