9 resultados para Bem-estar e promoção da saúde ocupacional

em Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra


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INTRODUÇÂO O Programa Nacional de Saúde Ocupacional é um instrumento orientador da "Promoção e Proteção da Saúde no local de trabalho" (DGS, 2013). A relação entre a saúde e o trabalho, tem sido alvo de inúmeros estudos e fundamenta-se nos dados epidemiológicos. São fatores a considerar, o número de mortes ou doenças relacionadas com o trabalho, o número de acidentes de trabalho e suas implicações em termos de custos para os indivíduos, empresas, famílias e sociedade em geral. OBJECTIVOS Caracterizar a situação de saúde dos trabalhadores pertencentes ao Serviço de Saúde Ocupacional da ARS Centro. Identificar os problemas para definição de estratégias de intervenção futuras. METODOLOGIA Estudo descritivo, através de levantamento por ficheiro (N =1620), a amostra é constituída por 162 processos clínicos dos trabalhadores no ativo, selecionados por amostragem aleatória sistemática. Recolha de dados efetuada através de uma grelha construída com base na ficha clinica , decorreu entre fevereiro a abril de 2015 . Variaveis: Caracterização individual/local de trabalho, caracterização do estado de saúde atual, incapacidades e antecedentes pessoais hereditários/familiares do trabalhador, morbilidade profissional e os estilos de vida/comportamentos de saúde ( total 28 questões). Foi utilizada a estatística descritiva e análise de conteúdo segundo Bardin (2014), para tratamento das questões abertas relativas às condições do local de trabalho, registadas na ficha clinica. RESULTADOS A maioria da amostra é do sexo feminino (80,25%), casada, com idade entre os 45 e 64 anos, detentores de licenciatura, 24,9% são médicos; 22,2% enfermeiros; 33,95% assistentes técnicos. Verificamos que a maioria é não fumadora e não consomem bebidas alcoólicas, contudo quem fuma, na sua maioria, fá-lo na proporção de 10 ou menos cigarros/dia. No que concerne à vacinação encontra-se registado uma percentagem abaixo do recomendado em todas as vacinas (Td-41,98%; VHb-37,04% e VAS/VASPR-1,85%). Relativamente aos antecedentes hereditários/familiares as doenças mais referidas foram HTA, cancro, diabetes e doenças cardíacas . As condições do local de trabalho mencionadas como negativas referem-se à ventilação .Os acidentes de trabalho , mais referenciados foram as ´´picadas de agulha´´, seguido dos ´´acidentes de viação´´. Apenas 47,53% realizou o exame de admissão, 51,85% o exame periódico e 4,32% o exame ocasional. Cumpriram o esquema periódico de consultas 66,67% dos trabalhadores e 33,33% tinham ultrapassado o período máximo recomendado para a realização dos exames de saúde. CONCLUSÕES Este estudo permite intervir nos factores condicionantes do estado de saúde dos trabalhadores, delineando estratégias de intervenção futuras e potenciando ganhos em saúde. Na caracterização do seu posto de trabalho a maioria dos trabalhadores referiu a ventilação, pela negativa. Das respostas mencionadas, temos por exemplo, a referência à falta de ar condicionado no verão, ao fraco arejamento e qualidade do ar entre outras, seguido de material/equipamento. Como sugestões: informatização dos processos clínicos e reformulação dos mesmos (em construção); atualização periódica dos processos clínicos e a individualização das convocatórias para maior adesão às consultas.

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INTRODUÇÂO O Programa Nacional de Saúde Ocupacional é um instrumento orientador da "Promoção e Proteção da Saúde no local de trabalho" (DGS, 2013). A relação entre a saúde e o trabalho, tem sido alvo de inúmeros estudos e fundamenta-se nos dados epidemiológicos. São fatores a considerar, o número de mortes ou doenças relacionadas com o trabalho, o número de acidentes de trabalho e suas implicações em termos de custos para os indivíduos, empresas, famílias e sociedade em geral. OBJECTIVOS Caracterizar a situação de saúde dos trabalhadores pertencentes ao Serviço de Saúde Ocupacional da ARS Centro. Identificar os problemas para definição de estratégias de intervenção futuras. METODOLOGIA Estudo descritivo, através de levantamento por ficheiro (N =1620), a amostra é constituída por 162 processos clínicos dos trabalhadores no ativo, selecionados por amostragem aleatória sistemática. Recolha de dados efetuada através de uma grelha construída com base na ficha clinica , decorreu entre fevereiro a abril de 2015 .Variaveis: Caracterização individual/local de trabalho, caracterização do estado de saúde atual, incapacidades e antecedentes pessoais hereditários/familiares do trabalhador, morbilidade profissional e os estilos de vida/comportamentos de saúde ( total 28 questões). Foi utilizada a estatística descritiva e análise de conteúdo segundo Bardin (2014), para tratamento das questões abertas relativas às condições do local de trabalho, registadas na ficha clinica. RESULTADOS A maioria da amostra é do sexo feminino (80,25%), casada, com idade entre os 45 e 64 anos, detentores de licenciatura, 24,9% são médicos; 22,2% enfermeiros; 33,95% assistentes técnicos. Verificamos que a maioria é não fumadora e não consomem bebidas alcoólicas, contudo quem fuma, na sua maioria, fá-lo na proporção de 10 ou menos cigarros/dia. No que concerne à vacinação encontra-se registado uma percentagem abaixo do recomendado em todas as vacinas (Td-41,98%; VHb-37,04% e VAS/VASPR-1,85%). Relativamente aos antecedentes hereditários/familiares as doenças mais referidas foram HTA, cancro, diabetes e doenças cardíacas . As condições do local de trabalho mencionadas como negativas referem-se à ventilação .Os acidentes de trabalho , mais referenciados foram as ´´picadas de agulha´´, seguido dos ´´acidentes de viação´´. Apenas 47,53% realizou o exame de admissão, 51,85% o exame periódico e 4,32% o exame ocasional. Cumpriram o esquema periódico de consultas 66,67% dos trabalhadores e 33,33% tinham ultrapassado o período máximo recomendado para a realização dos exames de saúde. CONCLUSÕES Este estudo permite intervir nos factores condicionantes do estado de saúde dos trabalhadores, delineando estratégias de intervenção futuras e potenciando ganhos em saúde. Na caracterização do seu posto de trabalho a maioria dos trabalhadores referiu a ventilação, pela negativa. Das respostas mencionadas, temos por exemplo, a referência à falta de ar condicionado no verão, ao fraco arejamento e qualidade do ar entre outras, seguido de material/equipamento. Como sugestões: informatização dos processos clínicos e reformulação dos mesmos (em construção); atualização periódica dos processos clínicos e a individualização das convocatórias para maior adesão às consultas.

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INTRODUÇÂO O Programa Nacional de Saúde Ocupacional é um instrumento orientador da "Promoção e Proteção da Saúde no local de trabalho" (DGS, 2013). A relação entre a saúde e o trabalho, tem sido alvo de inúmeros estudos e fundamenta-se nos dados epidemiológicos. São fatores a considerar, o número de mortes ou doenças relacionadas com o trabalho, o número de acidentes de trabalho e suas implicações em termos de custos para os indivíduos, empresas, famílias e sociedade em geral. OBJECTIVOS Caracterizar a situação de saúde dos trabalhadores pertencentes ao Serviço de Saúde Ocupacional da ARS Centro. Identificar os problemas para definição de estratégias de intervenção futuras. METODOLOGIA Estudo descritivo, através de levantamento por ficheiro (N =1620), a amostra é constituída por 162 processos clínicos dos trabalhadores no ativo, selecionados por amostragem aleatória sistemática. Recolha de dados efetuada através de uma grelha construída com base na ficha clinica , decorreu entre fevereiro a abril de 2015 . Variaveis: Caracterização individual/local de trabalho, caracterização do estado de saúde atual, incapacidades e antecedentes pessoais hereditários/familiares do trabalhador, morbilidade profissional e os estilos de vida/comportamentos de saúde ( total 28 questões). Foi utilizada a estatística descritiva e análise de conteúdo segundo Bardin (2014), para tratamento das questões abertas relativas às condições do local de trabalho, registadas na ficha clinica. RESULTADOS A maioria da amostra é do sexo feminino (80,25%), casada, com idade entre os 45 e 64 anos, detentores de licenciatura, 24,9% são médicos; 22,2% enfermeiros; 33,95% assistentes técnicos. Verificamos que a maioria é não fumadora e não consomem bebidas alcoólicas, contudo quem fuma, na sua maioria, fá-lo na proporção de 10 ou menos cigarros/dia. No que concerne à vacinação encontra-se registado uma percentagem abaixo do recomendado em todas as vacinas (Td-41,98%; VHb-37,04% e VAS/VASPR-1,85%). Relativamente aos antecedentes hereditários/familiares as doenças mais referidas foram HTA, cancro, diabetes e doenças cardíacas . As condições do local de trabalho mencionadas como negativas referem-se à ventilação .Os acidentes de trabalho , mais referenciados foram as ´´picadas de agulha´´, seguido dos ´´acidentes de viação´´. Apenas 47,53% realizou o exame de admissão, 51,85% o exame periódico e 4,32% o exame ocasional. Cumpriram o esquema periódico de consultas 66,67% dos trabalhadores e 33,33% tinham ultrapassado o período máximo recomendado para a realização dos exames de saúde. CONCLUSÕES Este estudo permite intervir nos factores condicionantes do estado de saúde dos trabalhadores, delineando estratégias de intervenção futuras e potenciando ganhos em saúde. Na caracterização do seu posto de trabalho a maioria dos trabalhadores referiu a ventilação, pela negativa. Das respostas mencionadas, temos por exemplo, a referência à falta de ar condicionado no verão, ao fraco arejamento e qualidade do ar entre outras, seguido de material/equipamento. Como sugestões: informatização dos processos clínicos e reformulação dos mesmos (em construção); atualização periódica dos processos clínicos e a individualização das convocatórias para maior adesão às consultas.

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INTRODUÇÂO A prevalência de doença mental é uma das mais altas do mundo (Caldas de Almeida & Xavier, 2013) em adultos, desconhecendo-se os dados epidemiológicos para os adolescentes. O + Contigo é um projecto que visa promover a saúde mental e prevenir comportamentos suicidários na comunidade educativa (Santos et al 2013). OBJETIVOS Os objectivos deste estudos são caracterizar o bem-estar, autoconceito, coping e depressão numa amostra de 3500 adolescentes portugueses, estudantes do 7º ao 10 ano. Comparar os diversos indicadores tendo em conta o género. Comparar os diversos indicadores tendo em conta o ano de escolaridade. METODOLOGIA A recolha de dados foi feita através de questionário, preenchido em sala de aula, autorizado pela DSPE (inquérito n.º 0224900002). Do questionário faziam parte os seguintes instrumentos: Índice de Bem-estar da Organização Mundial de Saúde (1998), Escala Toulosiana de Coping elaborada por (Esparbés et 1993 e validada para Portugal, por Tap, Costa & Alves (2005), Inventário de Depressão de Beck criado por Beck & Steer (1987) e validado por Martins, (2000), Escala de auto-conceito de Piers (Piers-Harris Children's Self-Concept Scale 2, Piers & Hertzberg, 2002, validada por Veiga (2006 ) RESULTADOS Foram considerados válidos 3150 questionários, com 50,1% de raparigas, com média etária de 13,56 anos, distribuídos pelo 7º ano (43%); 8ºano (24,6%); 9º ano (15,1%); 10º ano (17,3%). Os resultados indicam níveis elevados de depressão 26,7%, com 14,4% com depressão moderada ou severa. O índice de bem-estar apresenta uma média de 18,75, o autoconceito uma média de 42,03 e o coping de 153,46. Nas variáveis protetoras de comportamentos suicidários as raparigas apresentam scores inferiores relativamente aos rapazes, apresentando níveis superiores na sintomatologia depressiva, considerado fator de risco para os comportamentos suicidários.Considerando o ano de escolaridade verificou-se, de forma consistente, um agravamento das variáveis estudadas ao longo dos anos, mas com uma diferença estatisticamente significativa entre os alunos do 10º ano e os restantes. CONCLUSÕES Cerca de um quarto dos adolescentes apresentam níveis de sintomatologia depressiva, em que 14,4% apresentam níveis moderados ou severos, mais evidentes nas raparigas e agravando-se ao longo da sua progressão académica, entre o 7º e o 10º ano. As adolescentes apresentam maiores vulnerabilidades em saúde mental. Estes achados reforçam a necessidade de privilegiar a promoção da saúde mental junto da comunidade educativa e, particularmente, junto dos adolescentes. Tendo em conta os dados recolhidos, a supervisão, monitorização e acompanhamento de comportamentos de risco assume particular importância na promoção de saúde mental, evidenciando assim a relevância do projecto + Contigo. BIBLIOGRAFIA- Caldas de Almeida, J., & Xavier, M. (2013). Estudo Epidemiológico Nacional de Saúde Mental (Vol. 1). Lisboa. Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade Nova de Lisboa. Santos, José; Erse, Maria; Simões, Rosa; Façanha, Jorge; Marques, Lucia; (2013) "+ Contigo na promoção da saúde mental e prevenção de comportamentos suicidários em meio escolar" - Revista de Enfermagem Referência, Número: 10, Série: III série, 1ª Edição, UICISA-E, Coimbra, p203 - 207.

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Agradecimentos O compromisso da enfermagem para com os cuidados de saúde primários encontra-se incorporado no Código Deontológico do ICN para Enfermeiros adotado pela primeira vez em 1953 e revisto regularmente - que afirma que "os enfermeiros têm quatro responsabilidades fundamentais: promover a saúde, prevenir a doença, restabelecer a saúde e aliviar o sofrimento. Alterações recentes na moldura da oferta de cuidados de saúde em Portugal indiciam, uma compreensão de uma nova realidade. A reformulação da rede hospitalar, a reorganização dos cuidados de saúde primários e a criação de uma rede de cuidados integrados constituem sinais significativos de uma nova abordagem do sistema de saúde português. " As medidas adotadas pelos sucessivos Governos, desde a década de oitenta, no sentido de conterem o aumento dos gastos públicos com saúde podem ser classificadas de diferentes formas, distinguindo entre as que se dirigem à oferta de serviços de saúde ou à sua procura. Em termos de contenção de custos do lado da oferta, tipicamente estas medidas limitam investimentos, preços, admissões de pessoal, massa salarial, ou visam o aumento da eficiência através da melhoria da oferta de cuidados em ambulatório em substituição dos hospitaois Do lado da procura, procuram desenvolver mecanismos de partilha de custos ou mesmo o estabelecimento de prioridades (ou até o racionamento) no acesso a cuidados, a par com um maior enfoque nas estratégias de prevenção de saúde e com a promoção dos cuidados primários enquanto "porta de entrada" no sistema Em consequência deste cenário é evidente a necessidade de soluções, entre elas a priorização e a chamada New Public Management ou Nova Administração Pública. Admitindo a existência de um direito à prestação de cuidados de saúde, coloca-se a questão de aplicar os recursos com eficiência, dada a necessidade imperiosa de se efetuarem escolhas e de se estabelecerem prioridades. Este facto resulta do desfasamento existente entre os recursos necessários e os recursos disponíveis para a prestação de cuidados de saúde, nomeadamente no que respeita à utilização de tecnologia sofisticada. O estabelecimento de prioridades e a necessidade de realizar opções surgem como tarefas primordiais, bem como a regulamentação da utilização dos recursos de um modo justo e eficiente. O princípio da equidade na política de afetação de recursos para a prestação de cuidados de saúde permite reafirmar a necessidade de um envolvimento ativo multidisciplinar. Nos dias de hoje,a utilização de critérios de natureza económica parece ser relevante para a tomada de decisões de investimento em cuidados de saúde bem como para o estabelecimento de prioridades. O crescimento dos custos com a Saúde tem obrigado os governos à adoção de medidas de contenção e racionalização das despesas com o recurso a modelos de gestão do tipo empresarial, a introdução de técnicas de avaliação de resultados, o planeamento dos serviços de saúde, o reforço da aposta nos cuidados primários, o aumento dos co-pagamentos no momento da utilização dos serviços Um dos maiores marcos na história dos cuidados de saúde primários foi a declaração de Alma-Ata (1971). Este documento indica algumas diretrizes para que os cuidados de saúde prestados sejam de melhor qualidade, Os cuidados de saúde primários constituem a chave para que essa meta seja atingida, através do desenvolvimento e do espírito da justiça social. Os cuidados de saúde primários são cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocados ao alcance de todos os indivíduos e famílias da comunidade, mediante a sua plena participação, e a um custo que a comunidade e o país possam manter As principais características das unidades de cuidados de saúde primários são: constituir a porta de entrada dos serviços e a continuidade, globalidade e coordenação dos cuidados. Os enfermeiros são o principal grupo de profissionais de saúde a prestar CSP. Promovem e mantêm ligações entre os indivíduos, famílias, comunidades e o resto do sistema de cuidados de saúde, trabalhando tanto em autonomia como em colaboração para a prevenção da doença e da incapacidade, bem como para promover, melhorar, manter e restaurar a saúde. O seu trabalho abrange a saúde da população, a promoção da saúde, a prevenção da doença, os cuidados de bem-estar, o primeiro ponto de contacto para os cuidados e a gestão da doença ao longo de todo o ciclo de Num futuro próximo, é decisivo que os enfermeiros - enquanto figuras centrais na prestação de cuidados de saúde primários - se envolvam, liderem e coordenem os cuidados, e que os seus papéis na determinação de políticas e de prestação sejam encarados como legítimos e essenciais em todas as áreas. Ter os enfermeiros no centro de decisão dos cuidados de saúde primários, ignifica: - Acesso melhorado aos cuidados. - Melhor prevenção de doenças crónicas. A prevenção da doença e a promoção da saúde são exemplos perfeitos dos papéis e da influência crescente dos enfermeiros, no desenvolvimento de projetos promotores de saúde. Os enfermeiros promovem que um estilo de vida saudável é essencial para a manutenção, recuperação e melhoria da saúde de modo a viverem vidas mais longas e saudáveis. 60 a 80 por cento dos cuidados primários, tradicionalmente prestados pelos por outros profissionais, podem e devem ser efetuados pelos enfermeiros a um custo mais baixo e com resultados similares Para além das estratégias delineadas pelos peritos em gestão da saúde, como é o caso da priorização e da Nova Gestão Pública, existe uma terceira maneira que funcionando como complemento das descritas anteriormente poderia originar ganhos em saúde, quer em qualidade quer em termos monetários. Este plano de contenção de custos pelo aumento da dotação de enfermeiros nos cuidados de saúde primários, nas diferentes unidades funcionais. O dinheiro gasto no tratamento de doenças, que com recurso a uma intervenção inicial poderiam ser tratadas a baixo custo, é abismal. 1 euro gasto em promoção da saúde, representam 14 euros de poupanças no tratamento da doença A prescrição de um regime alimentar saudável, significa muitos ganhos, em relação com aqueles que serão gastos no tratamento da obesidade, com necessidade de colocação de banda gástrica e todas as complicações cardiovasculares que resultam do excesso de peso. O consumo de medicamentos, decorrentes do tratamento curativo e não preventivo das doenças é também ele alarmante. Atuando ao nível da prevenção, com investimento nos enfermeiros diminuiria o dinheiro gasto em medicamentos. O papel das associações nacionais de enfermeiros (ANE), sendo uma voz nacional da enfermagem, representa uma força fundamental para ser chamada neste processo de mudança. Assim podem: • Facilitar a colaboração com outras associações profissionais de saúde, ministério da saúde e outros sectores e partes interessadas pertinentes. • Trabalhar com ministérios da saúde e outros de modo a influenciar uma política nacional de saúde que suporte os papéis da enfermagem e reforce a capacidade de investigação da enfermagem. • Trabalhar com instituições de ensino para incorporar os CSP nos currículos. • Colaborar com centros de ensino e investigação de enfermagem • Divulgar resultados de investigação junto dos enfermeiros, decisores políticos e outros. • Oferecer formação contínua nos cuidados de saúde primários. • Salientar o trabalho dos enfermeiros nos CSP (em publicações, sítios web, conferências, etc.). • Exercer pressão no sentido de legislação que melhore os CSP • Disponibilizar um fórum para o diálogo e a compreensão adequada das questões e diferenças entre os CSP e os cuidados médicos primários. • Promover os CSP como uma opção de carreira. • Estimular o interesse na enfermagem e na investigação acerca dos CSP Nos cuidados de saúde primários e em todo o sector de cuidados de saúde, a realidade é que as pessoas querem ter escolha e acesso à informação, de modo a poderem efetuar essas escolhas. Esta tendência irá continuar no futuro, e cada vez mais as pessoas irão necessitar do apoio prestado pelos enfermeiros no acesso à informação e na realização de boas escolhas. À medida que a tónica e a prestação de serviços se deslocam cada vez mais rapidamente do hospital para casa, do curativo para o preventivo, das instituições para as comunidades, os enfermeiros estarão cada vez mais no centro dos cuidados de saúde Os enfermeiros e as associações nacionais de enfermeiros podem liderar o caminho da melhor saúde para todos. Os enfermeiros possuem os conhecimentos, aptidões. O público e os decisores políticos vêem os enfermeiros como tendo uma conduta ética, solícita, competente e efetiva em termos de custos. Cabenos a nós fazer avançar a agenda da enfermagem para os próximos anos e criar um futuro preferencial para a profissão e para as nossas sociedades; um futuro que comece com serviços de CSP de qualidade para todas as comunidades.

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Introdução O envelhecimento da população exige uma resposta global, requerendo intervenção com todos os setores e âmbitos. As atividades de lazer constituem-se como um fator importante na promoção da saúde e bem-estar dos indivíduos, particularmente dos idosos. O contato social e relações com outras pessoas tem influência positiva no seu bem-estar e saúde. A participação em atividades de lazer pode manter o seu sentimento de autoestima, evitando os riscos associados com o isolamento, a perda de confiança ou diminuição da autoestima. Objetivos O presente estudo pretende descrever as atividades de lazer das pessoas com 60 e mais anos, residentes em domicílios particulares na área de abrangência de um Centro de Saúde do município de Coimbra. Metodologia Realizou-se um estudo transversal de tipo descritivo. Entrevista realizada num Centro de Saúde urbano-rural, através de questionário (adaptado de Soares et al., 2010) a pessoas com 60 e mais anos residentes em domicílios particulares. Amostra acidental (n=130). O questionário inclui, para além das questões demográficas, várias escalas e sete questões relativas às atividades de lazer - avaliadas numa escala de likert com 7 opções de resposta, classificadas de nunca até diariamente. Para este estudo as variáveis analisadas foram as demográficas e as atividades de lazer. Resultados Os participantes eram maioritariamente do sexo feminino (57,7%) - Média de idades de 71,45 anos; casados/as ou viviam em união de fato (70%), com o 1º ciclo do ensino básico (50%). Como fonte de rendimentos referiram a reforma por invalidez (41,5%). Cerca de 6,1% vivia de transferências financeiras dos filhos, de outros familiares ou do ex-marido/esposa/companheiro/a. Rendimento mensal - ≤ 500 Euros (67,7%); coabitavam com marido/esposa/companheiro/a (51,5%). Responderam na sua maioria como atividades de lazer diárias, ver televisão (91,5%), costura, tricot, jardinagem ou colecionismo (55,4%) e o estar com a família (58,5%). Responderam maioritariamente nunca relativamente a desenvolverem atividades artísticas (98,5%), frequência de atividades fora de casa (96,9%), viajar (72,2%), ouvir música (66,9%), cuidar dos netos/as (69,2%), fazer exercício físico - ex. andar, nadar (56,2%); 95, 4% responderam não terem outras atividades para além das mencionadas no questionário. Os que mencionaram outras atividades (4,6%), referiram a pesca/caça/jogos tradicionais (1,6%), aeromodelismo, uso de computador e voluntariado, respetivamente com 0,8%. Conclusões Estes resultados revelam que os participantes no estudo ocupam as suas atividades de lazer especialmente em casa (ver televisão, a costura/tricot/jardinagem/colecionismos e estar com a família foram as atividades mais referenciadas diariamente). Quanto ás modalidades centradas fora do domicilio, a sua maioria revelou baixa participação nestas atividades, inclusive em atividades artísticas. Salienta-se que 56,2% referiu não fazer exercício físico, como por ex. andar ou nadar. Sugere-se o envolvimento das equipas de saúde comunitárias na promoção da participação ativa das pessoas com mais idade em iniciativas comunitárias promotoras de atividades artísticas, de atividade física e de trabalho voluntário, entre outras.

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Introdução: Em 2011 residiam em Portugal 394.496 cidadãos estrangeiros, 3.7% do total da população do país.A partir de 2008, diminuiu o número global de imigrantes mas aumentou o número de estrangeiros altamente qualificados. Em 2013/2014 cerca de 9% do total dos estudantes do ensino superior em Portugal eram estrangeiros. Alguns estudos empíricos revelam que os estudantes universitários internacionais apresentam vulnerabilidades específicas. Estudos sobre processos de transição em saúde focando este grupo são escassos ou inexistentes em Portugal. Objetivos: Identificar os fatores de vulnerabilidade em saúde, através da análise de experiências vivenciais de integração, inclusão ou exclusão de estudantes estrangeiros no ensino superior em Coimbra; Compreender de que forma a pertença a um grupo de expressão minoritária influencia a integração na vida académica; Identificar fatores de inclusão e de exclusão, com vista à prestação de cuidados de enfermagem sensíveis e culturalmente congruentes. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura sobre o tema e analisada informação estatística sobre fluxos migratórios recentes em Portugal. O estudo exploratório, de natureza qualitativa, incluiu uma amostra de conveniência constituída por 8 estudantes estrangeiros inscritos no ensino superior em Coimbra no ano letivo 2015-2016. Para proceder à recolha de dados, cada estudante participou numa entrevista semiestruturada durante cerca de 30 minutos, realizada em inglês e português que foi gravada em áudio e posteriormente transcrita e analisada de acordo com a metodologia análise de conteúdo. Resultados: A amostra foi constituída por 8 participantes, 3 do sexo feminino e 5 do sexo masculino, com idades entre 20 e 39 anos. As nacionalidades, representativas de alguns dos principais grupos de estudantes do ES em Portugal foram: países da união europeia (Bélgica, Grécia, Itália, Polónia e Suíça), EUA, Brasil e China. Foram identificados 4 temas comuns, com impacto nos processos de integração, que influenciam a saúde e bem-estar: diferenças culturais relativas a valores estruturais e as formas de sociabilidade; religião; barreira linguística; experiências concretas de exclusão. A maioria dos inquiridos reportou alterações nos padrões de consumo de álcool relacionado com a cultura permissiva de consumo em Portugal no meio académico. A experiência de ser estudante internacional em Coimbra foi considerada positiva, permitindo um forte contacto com outras culturas e vivências pessoais de liberdade e autonomia. Os estudantes em contacto com o sistema nacional de saúde, relataram diferentes conceções culturais sobre cuidados de saúde e valores dos profissionais de saúde. Conclusões: Os achados do estudo vão de encontro a estudos empíricos que revelam a importância de fatores como as barreiras linguísticas e culturais, a perda de apoio social e dificuldades de integração académica nos estudantes internacionais do ensino superior. A existência de aulas e unidades curriculares em Inglês é facilitadora da integração. O suporte entre estudantes nas mesmas circunstâncias, embora de nacionalidades e culturas diferentes é um fator positivo de integração. Estes dados podem proporcionar indicadores relevantes para as necessidades específicas de promoção de saúde deste grupo.

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Introdução: Em 2011 residiam em Portugal 394.496 cidadãos estrangeiros, 3.7% do total da população do país.A partir de 2008, diminuiu o número global de imigrantes mas aumentou o número de estrangeiros altamente qualificados. Em 2013/2014 cerca de 9% do total dos estudantes do ensino superior em Portugal eram estrangeiros. Alguns estudos empíricos revelam que os estudantes universitários internacionais apresentam vulnerabilidades específicas. Estudos sobre processos de transição em saúde focando este grupo são escassos ou inexistentes em Portugal. Objectivos: Identificar os factores de vulnerabilidade em saúde, através da análise de experiências vivenciais de integração, inclusão ou exclusão de estudantes estrangeiros no ensino superior em Coimbra; Compreender de que forma a pertença a um grupo de expressão minoritária influencia a integração na vida académica; Identificar factores de inclusão e de exclusão, com vista à prestação de cuidados de enfermagem sensíveis e culturalmente congruentes. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura sobre o tema e analisada informação estatística sobre fluxos migratórios recentes em Portugal. O estudo exploratório, de natureza qualitativa, incluiu uma amostra de conveniência constituída por 8 estudantes estrangeiros inscritos no ensino superior em Coimbra no ano lectivo 2015-2016. Para proceder à recolha de dados, cada estudante participou numa entrevista semiestruturada durante cerca de 30 minutos, realizada em inglês e português que foi gravada em áudio e posteriormente transcrita e analisada de acordo com a metodologia análise de conteúdo. Resultados: A amostra foi constituída por 8 participantes, 3 do sexo feminino e 5 do sexo masculino, com idadesentre 20 e 39 anos. As nacionalidades, representativas de alguns dos principais grupos de estudantes do ES emPortugal foram: países da união europeia (Bélgica, Grécia, Itália, Polónia e Suíça), EUA, Brasil e China. Foram identificados 4 temas comuns, com impacto nos processos de integração, que influenciam a saúde e bem-estar:diferenças culturais relativas a valores estruturais e as formas de sociabilidade; religião; barreira linguística;experiências concretas de exclusão. A maioria dos inquiridos reportou alterações nos padrões de consumo de álcool relacionado com a cultura permissiva de consumo em Portugal no meio académico. A experiência de serestudante internacional em Coimbra foi considerada positiva, permitindo um forte contacto com outras culturas e vivências pessoais de liberdade e autonomia. Os estudantes em contacto com o sistema nacional de saúde, relataram diferentes concepções culturais sobre cuidados de saúde e valores dos profissionais de saúde. Conclusões: Os achados do estudo vão de encontro a estudos empíricos que revelam a importância de factores como as barreiras linguísticas e culturais, a perda de apoio social e dificuldades de integração académica nos estudantes internacionais do ensino superior. A existência de aulas e unidades curriculares em Inglês é facilitadora da integração. O suporte entre estudantes nas mesmas circunstâncias, embora de nacionalidades e culturas diferentes é um factor positivo de integração. Estes dados podem proporcionar indicadores relevantes para as necessidades específicas de promoção de saúde deste grupo.

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Introdução A transplantação cardíaca é atualmente um tratamento de reconhecida validade que permite ao doente com insuficiência cardíaca terminal, ver a sua expectativa de vida aumentada e a sua qualidade de vida melhorada. Não temos dúvidas de que, o aprimorar das técnicas cirúrgicas e o desenvolvimento de novos fármacos imunossupressores, permitiram uma evolução enorme na área dos transplantes de órgãos, no entanto, não podemos deixar também de salientar, a importância de uma forte envolvência de todos os atores comprometidos no processo da transplantação cardíaca, no qual se incluem os enfermeiros. A sua formação permite-lhes a obtenção de ferramentas únicas e situarem-se numa posição bastante privilegiada, na promoção do autocuidado e na melhoria da adesão a um regime terapêutico rigoroso, condições essenciais para a melhoria da sobrevida e da qualidade de vida da pessoa transplantada ao coração. Adesão implica uma atitude ativa, com envolvimento voluntário e colaborativo entre o utente e o profissional de saúde, num processo conjunto para a mudança de comportamentos. O "utente adere ao tratamento ou ao protocolo terapêutico, tendo por base um acordo conjunto que tem a sua participação, o que o leva a reconhecer a importância de determinadas ações prescritas" (Camarneiro, 2002, p.26). Para Orem (2001), capacidade de autocuidado, significa no contexto da teoria, aquilo que a pessoa é capaz de realizar por si e para si própria. Refere-se ao conjunto de conhecimentos, habilidades e experiências adquiridas ao longo da vida para a realização do autocuidado. Objetivos Identificar o nível de adesão aos tratamentos; descrever a capacidade de autocuidado; e analisar de que forma é que a capacidade de autocuidado se relaciona com a adesão aos tratamentos da pessoa transplantada ao coração. Metodologia Partindo da questão de investigação: "Qual a capacidade para o autocuidado e de que forma é que esta se relaciona com a adesão aos tratamentos do indivíduo transplantado ao coração?", desenvolvemos um estudo quantitativo, transversal e descritivo-correlacional, formulando a seguinte hipótese: "Existe relação entre a capacidade de autocuidado e a adesão aos tratamentos do indivíduo transplantado ao coração". A população alvo do estudo era constituída pelos doentes submetidos a transplante cardíaco há mais de seis meses, seguidos na consulta de transplantação cardíaca num centro de cirurgia cardiotorácica de um hospital universitário. A amostra de 62 indivíduos foi do tipo não probabilístico e acidental de acordo com os seguintes critérios de inclusão: ser transplantado ao coração há mais de seis meses; não possuir qualquer tipo de doença grave que pudesse afetar a sua capacidade cognitiva; ter idade superior a 18 anos à data da aplicação dos questionários; compreender e assinar o consentimento informado. A recolha de dados foi realizada através do autorrelato escrito que depois de realizado o pré-teste, incluiu: um questionário para caracterização sociodemográfica da amostra; a Escala de Capacidade de Autocuidado (ECA; Baquedano, 2008); e a Medida de Adesão aos Tratamentos (MAT; Delgado e Lima, 2001) Foi obtido o parecer favorável da Comissão de Ética para a Saúde da instituição onde foi realizado o estudo. Resultados Quanto à caracterização sociodemográfica: 83,9% eram homens, com uma média de idades de 57,45 anos (desvio padrão de 11,4 anos), variando entre os 26 e os 73 anos. A maior parte dos indivíduos era casada ou vivia em união de facto (80,6%), 68% residia em zonas urbanas, 57% procedia da zona centro do país, 43,5% tinha a instrução primária e a maioria (67,7%) encontrava-se na situação de reformado. A utilização da MAT permite detectar os doentes que omitem a ingestão da medicação por esquecimento, que se esquecem das horas de administração ou não respeitam o horário que está pré-estabelecido, que deixam de tomar a medicação por iniciativa própria, abordando de igual forma, a problemática da automedicação. No nosso estudo, os valores da escala variaram entre o mínimo de 4,71 e o máximo de 6 pontos. A média foi de 5,78 com um desvio padrão de 0,03 pontos. Com o objetivo de captar padrões de adesão, procedeu-se à conversão da escala, pudendo verificar-se um indivíduo (1,6%) que pelo seu padrão comportamental, foi categorizado como não aderente aos tratamentos. A ECA faz uma abordagem às necessidades do tipo universal, tais como: alimentação, eliminação, actividade física, sono e repouso, interacção social, prevenção de riscos para a saúde, promoção do funcionamento e desenvolvimento humano, necessidades relacionadas com o estado de saúde da pessoa e do seu tratamento, monitorização de sinais e sintomas relacionados com a sua saúde, adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico, entre outras. Os valores da escala podem variar entre 0 e 75 pontos, sendo que, a valores mais altos corresponde maior capacidade de autocuidado. Na nossa amostra variou entre um mínimo de 39 e o máximo de 75, com uma média de 63,18 e um desvio padrão de 1,0. Pela categorização proposta por Baquedano (2008), podemos referir que, a maior parte dos indivíduos tem muito boa capacidade de autocuidado (75,8%) e 24,2% tem boa capacidade de autocuidado. Para testar a hipótese que afirma a existência de relação entre a capacidade de autocuidado e a adesão aos tratamentos do indivíduo transplantado ao coração, utilizámos o coeficiente de correlação de Spearman (rs; ?=0,05), existindo fortes evidências estatísticas para afirmar que, a adesão aos tratamentos farmacológicos está moderada e positivamente correlacionada (rs=0,423; sig.=0.000) com a capacidade de autocuidado, isto é, quanto maior a capacidade de autocuidado melhores são os níveis de adesão aos tratamentos. Discussão A realização de um transplante cardíaco implica seguir um tratamento complexo até ao fim da vida da pessoa, com mudanças no estilo de vida que deverão ser compatíveis com o seu próprio conceito de qualidade de vida. A equipa de saúde envolvida no cuidado à pessoa transplantada e à sua família terá que ter este aspecto sempre bem presente, correndo o risco de abandono, total ou parcial, dos tratamentos estabelecidos. A adesão ao regime terapêutico é um factor susceptível de se melhorar, indo influenciar positivamente os resultados de saúde que se esperam atingir com determinados cuidados ou tratamentos. Relativamente à hipótese em estudo, verificámos que existem fortes evidências estatísticas para afirmar que quanto maior a capacidade de autocuidado, melhores são os níveis de adesão aos tratamentos. Também Arias e Álvarez (2009), num estudo que efectuaram em doentes com algum factor de risco cardiovascular, concluíram que, quando o individuo possui melhor capacidade para se autocuidar, conta com maiores habilidades para aderir aos tratamentos, sejam eles farmacológicos ou não farmacológicos. Assim, aos enfermeiros exige-se que utilizem os seus conhecimentos em enfermagem, para fazer um diagnóstico dos deficits de autocuidado da pessoa transplantada ao coração e, em conjunto com o indivíduo e com a sua família, conceptualize um plano de cuidados com as intervenções necessárias de modo a capacitá-los para a realização do autocuidado. Tendo em conta a Teoria do Autocuidado de Orem, consegue-se capacitar a pessoa para o autocuidado, se lhe proporcionarmos informações relativas aos seus tratamentos e ao próprio transplante, se a instruirmos na manutenção do seu bem-estar físico (nutrição, actividade física, eliminação, repouso) e até no uso de técnicas de relaxamento, que permitam à pessoa sentimentos mais optimistas em relação à sua saúde. Conclusão A adesão aos tratamentos é um factor essencial à expectativa e qualidade de vida da pessoa transplantada. Ao contribuir para melhorar a capacidade de autocuidado e, por conseguinte, a adesão ao regime terapêutico, o enfermeiro estará a contribuir para a redução do sofrimento dos doentes e dos seus familiares, mas numa perspectiva mais económica, estará também a contribuir para a redução das necessidades de reinternamentos e da utilização dos serviços de saúde, reduzindo assim os custos em saúde. Por isso, é indispensável que se melhore as competências para trabalhar a capacidade de autocuidado da pessoa e da família, uma vez que, como verificámos no nosso estudo, estaremos também a melhorar a adesão ao regime terapêutico. Integrado numa equipa de saúde multidisciplinar que tem como foco de atenção a pessoa transplantada ao coração e a sua família, o enfermeiro utiliza os seus conhecimentos da sua área profissional para identificar a capacidade de autocuidado, planeando um conjunto de actividades que tenham como objetivo a sua melhoria. Neste sentido, as intervenções de enfermagem que incentivem o autocuidado da pessoa e da família devem ser cada vez mais promovidas, sendo que, os enfermeiros estão na centralidade da resposta às necessidades de autocuidado da pessoa transplantada ao coração.