4 resultados para Alimentação e Nutrição

em Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra


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Introdução: A obesidade infantil é, atualmente, a doença nutricional pediátrica mais prevalente a nível mundial. Vários factores podem contribuir para o aparecimento desta patologia, contudo, são os de natureza ambiental, nomeadamente, o comportamento alimentar e o exercício físico, os que exercem maior influência na magnitude da expressão clínica da doença. Neste quadro, teve lugar em Coimbra, durante a última quinzena de Junho de 2014 a "Escola de Verão: Exercício, Alimentação e Saúde", a qual envolveu uma equipa multidisciplinar constituída por nutricionistas, enfermeiros, médicos e profissionais de educação física. Este campo de férias teve como objetivos: incutir estilos de vida saudáveis, baseados numa alimentação equilibrada e na prática regular de exercício físico, por forma a prevenir e/ou tratar a obesidade infantil; diminuir o sedentarismo inerente à época de férias; e, envolver os pais/familiares por forma a conseguir mudar comportamentos de forma efetiva. Metodologia: Participaram na Escola de Verão 36 crianças, as quais foram envolvidas em diversas atividades focadas na promoção de um estilo de vida saudável (alimentação equilibrada, exercício físico e promoção da saúde). Foram realizadas avaliações antropométricas (peso e estatura) e da composição corporal, usando um estadiómetro e uma balança de bioimpedância. Determinou-se o índice de Massa Corporal (IMC), utilizando as curvas de crescimento da OMS para classificar o estado nutricional. A pressão arterial foi avaliada segundo as recomendações da Sociedade Europeia de Hipertensão (ESH) de 2009. Resultados: As 36 crianças tinham uma média de idade de 8 anos (Desvio-Padrão (DP) =1 ano), 52,8% eram do sexo feminino e 47,2% do sexo masculino. No início do campo de férias, 45,7% (n=16) tinham excesso de peso, sendo que destas 34,3% (n=12) eram obesas. No que se refere ao IMC no final houve uma diminuição com significado estatístico (p<0,041) relativamente ao IMC Inicial. Não se verificaram alterações com significado estatístico no que se refere à massa gorda. Conclusões: Ao longo desta quinzena educativa, as crianças, no quadro das respetivas famílias, melhoraram os seus hábitos alimentares e tomaram consciência da relevância da atividade física na prevenção da obesidade e promoção da saúde. Programas deste tipo podem resultar numa abordagem eficaz na prevenção e tratamento da obesidade infantil.

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Enquadramento: A investigação em enfermagem é escassa no que se refere a alterações relacionadas com a alimentação em doentes oncológicos pediátricos, durante os tratamentos, e às estratégias adaptativas utilizadas, sendo pertinente a realização de estudos nesta área. Objetivos: Com a presente investigação pretendeu-se identificar as alterações sentidas e problemas alimentares mais frequentes em crianças e adolescentes a realizarem quimioterapia; identificar as estratégias adaptativas utilizadas, assim como, identificar relações entre estas variáveis e as características sociodemográficas e clínicas. Metodologia: Realizou-se uma investigação quantitativa, descritivo-analítica, com uma amostra de 30 crianças/adolescentes, nos primeiros seis meses de tratamento de quimioterapia. Os dados foram colhidos através de entrevista coletiva e autorrelato respondendo a um questionário de variáveis sociodemográficas e clínicas; a um Inventário de alterações e problemas relacionados com a alimentação e a um Inventário de estratégias de adaptação relacionadas com a alimentação (adaptado de Rehwaldt et al., 2009). Os dados foram processados e analisados informaticamente com recurso ao Statistical Package for the Social Science (SPSS), na versão 22.0 para Windows. Resultados: Apesar de a maioria dos entrevistados manter o seu padrão alimentar, registou-se em várias crianças/adolescentes alterações no que se refere a alimentos (carne, alimentos fritos, lacticínios e peixe) e a bebidas (bebidas com gás). Tal poderá dever-se às alterações alimentares mais sentidas (perda significativa de paladar ou olfato mais apurado), ou aos problemas alimentares referidos mais frequentemente (náuseas, vómitos ou dificuldade em engolir). As estratégias consideradas mais eficazes pelas crianças/adolescentes foram: comer alimentos mais proteicos, beber mais água às refeições para ajudar a diminuir o mau sabor, escovar os dentes antes e/ou depois de comer. As estratégias referidas como menos eficazes foram: usar menos sal e diminuir a quantidade de temperos e especiarias. Foram encontradas diversas relações estatisticamente significativas entre as variáveis estudadas. Conclusão: É fundamental que o enfermeiro, como elemento da equipa multidisciplinar, centre os seus esforços na identificação de possíveis alterações e problemas alimentares nas crianças e adolescentes sujeitos a quimioterapia, de modo a personalizar os ensinos acerca da alimentação e a propor estratégias que se adequem a cada situação.

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Introdução: Em Portugal, o número de pessoas queimadas é elevado, com uma incidência estimada de 21,4/100000 (utentes hospitalizados/100000 habitantes por ano), (Francisco et al, 2013). Objetivo: Avaliar a importância do suporte nutricional na pessoa queimada Metodologia: É uma Revisão integrativa da literatura. Foram utilizadas três bases de dados, a Ebscohost, a b-on e a PubMed. Os artigos encontram-se num espaço temporal de cinco anos (2010-2015) e as línguas selecionadas foram o português, espanhol e inglês. Resultados/Discussão: Durante a seleção integral obtiveram-se quatro artigos. Para uma melhor leitura/compreensão da análise dos mesmos, identificaram-se 3 grandes domínios, contudo 2 subdividem-se em 5 subcategorias. Assim, obtiveram-se as três grandes categorias que foram o Hipermetabolismo (como complicação associada às queimaduras), os Macronutrientes e os Micronutrientes (são fatores de cicatrização). Conclusão: Nos utentes queimados para que a cicatrização das feridas e a regeneração de tecidos seja eficaz é necessário que estes tenha uma alimentação variada, rica em macro e micronutrientes.

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Introdução A transplantação cardíaca é atualmente um tratamento de reconhecida validade que permite ao doente com insuficiência cardíaca terminal, ver a sua expectativa de vida aumentada e a sua qualidade de vida melhorada. Não temos dúvidas de que, o aprimorar das técnicas cirúrgicas e o desenvolvimento de novos fármacos imunossupressores, permitiram uma evolução enorme na área dos transplantes de órgãos, no entanto, não podemos deixar também de salientar, a importância de uma forte envolvência de todos os atores comprometidos no processo da transplantação cardíaca, no qual se incluem os enfermeiros. A sua formação permite-lhes a obtenção de ferramentas únicas e situarem-se numa posição bastante privilegiada, na promoção do autocuidado e na melhoria da adesão a um regime terapêutico rigoroso, condições essenciais para a melhoria da sobrevida e da qualidade de vida da pessoa transplantada ao coração. Adesão implica uma atitude ativa, com envolvimento voluntário e colaborativo entre o utente e o profissional de saúde, num processo conjunto para a mudança de comportamentos. O "utente adere ao tratamento ou ao protocolo terapêutico, tendo por base um acordo conjunto que tem a sua participação, o que o leva a reconhecer a importância de determinadas ações prescritas" (Camarneiro, 2002, p.26). Para Orem (2001), capacidade de autocuidado, significa no contexto da teoria, aquilo que a pessoa é capaz de realizar por si e para si própria. Refere-se ao conjunto de conhecimentos, habilidades e experiências adquiridas ao longo da vida para a realização do autocuidado. Objetivos Identificar o nível de adesão aos tratamentos; descrever a capacidade de autocuidado; e analisar de que forma é que a capacidade de autocuidado se relaciona com a adesão aos tratamentos da pessoa transplantada ao coração. Metodologia Partindo da questão de investigação: "Qual a capacidade para o autocuidado e de que forma é que esta se relaciona com a adesão aos tratamentos do indivíduo transplantado ao coração?", desenvolvemos um estudo quantitativo, transversal e descritivo-correlacional, formulando a seguinte hipótese: "Existe relação entre a capacidade de autocuidado e a adesão aos tratamentos do indivíduo transplantado ao coração". A população alvo do estudo era constituída pelos doentes submetidos a transplante cardíaco há mais de seis meses, seguidos na consulta de transplantação cardíaca num centro de cirurgia cardiotorácica de um hospital universitário. A amostra de 62 indivíduos foi do tipo não probabilístico e acidental de acordo com os seguintes critérios de inclusão: ser transplantado ao coração há mais de seis meses; não possuir qualquer tipo de doença grave que pudesse afetar a sua capacidade cognitiva; ter idade superior a 18 anos à data da aplicação dos questionários; compreender e assinar o consentimento informado. A recolha de dados foi realizada através do autorrelato escrito que depois de realizado o pré-teste, incluiu: um questionário para caracterização sociodemográfica da amostra; a Escala de Capacidade de Autocuidado (ECA; Baquedano, 2008); e a Medida de Adesão aos Tratamentos (MAT; Delgado e Lima, 2001) Foi obtido o parecer favorável da Comissão de Ética para a Saúde da instituição onde foi realizado o estudo. Resultados Quanto à caracterização sociodemográfica: 83,9% eram homens, com uma média de idades de 57,45 anos (desvio padrão de 11,4 anos), variando entre os 26 e os 73 anos. A maior parte dos indivíduos era casada ou vivia em união de facto (80,6%), 68% residia em zonas urbanas, 57% procedia da zona centro do país, 43,5% tinha a instrução primária e a maioria (67,7%) encontrava-se na situação de reformado. A utilização da MAT permite detectar os doentes que omitem a ingestão da medicação por esquecimento, que se esquecem das horas de administração ou não respeitam o horário que está pré-estabelecido, que deixam de tomar a medicação por iniciativa própria, abordando de igual forma, a problemática da automedicação. No nosso estudo, os valores da escala variaram entre o mínimo de 4,71 e o máximo de 6 pontos. A média foi de 5,78 com um desvio padrão de 0,03 pontos. Com o objetivo de captar padrões de adesão, procedeu-se à conversão da escala, pudendo verificar-se um indivíduo (1,6%) que pelo seu padrão comportamental, foi categorizado como não aderente aos tratamentos. A ECA faz uma abordagem às necessidades do tipo universal, tais como: alimentação, eliminação, actividade física, sono e repouso, interacção social, prevenção de riscos para a saúde, promoção do funcionamento e desenvolvimento humano, necessidades relacionadas com o estado de saúde da pessoa e do seu tratamento, monitorização de sinais e sintomas relacionados com a sua saúde, adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico, entre outras. Os valores da escala podem variar entre 0 e 75 pontos, sendo que, a valores mais altos corresponde maior capacidade de autocuidado. Na nossa amostra variou entre um mínimo de 39 e o máximo de 75, com uma média de 63,18 e um desvio padrão de 1,0. Pela categorização proposta por Baquedano (2008), podemos referir que, a maior parte dos indivíduos tem muito boa capacidade de autocuidado (75,8%) e 24,2% tem boa capacidade de autocuidado. Para testar a hipótese que afirma a existência de relação entre a capacidade de autocuidado e a adesão aos tratamentos do indivíduo transplantado ao coração, utilizámos o coeficiente de correlação de Spearman (rs; ?=0,05), existindo fortes evidências estatísticas para afirmar que, a adesão aos tratamentos farmacológicos está moderada e positivamente correlacionada (rs=0,423; sig.=0.000) com a capacidade de autocuidado, isto é, quanto maior a capacidade de autocuidado melhores são os níveis de adesão aos tratamentos. Discussão A realização de um transplante cardíaco implica seguir um tratamento complexo até ao fim da vida da pessoa, com mudanças no estilo de vida que deverão ser compatíveis com o seu próprio conceito de qualidade de vida. A equipa de saúde envolvida no cuidado à pessoa transplantada e à sua família terá que ter este aspecto sempre bem presente, correndo o risco de abandono, total ou parcial, dos tratamentos estabelecidos. A adesão ao regime terapêutico é um factor susceptível de se melhorar, indo influenciar positivamente os resultados de saúde que se esperam atingir com determinados cuidados ou tratamentos. Relativamente à hipótese em estudo, verificámos que existem fortes evidências estatísticas para afirmar que quanto maior a capacidade de autocuidado, melhores são os níveis de adesão aos tratamentos. Também Arias e Álvarez (2009), num estudo que efectuaram em doentes com algum factor de risco cardiovascular, concluíram que, quando o individuo possui melhor capacidade para se autocuidar, conta com maiores habilidades para aderir aos tratamentos, sejam eles farmacológicos ou não farmacológicos. Assim, aos enfermeiros exige-se que utilizem os seus conhecimentos em enfermagem, para fazer um diagnóstico dos deficits de autocuidado da pessoa transplantada ao coração e, em conjunto com o indivíduo e com a sua família, conceptualize um plano de cuidados com as intervenções necessárias de modo a capacitá-los para a realização do autocuidado. Tendo em conta a Teoria do Autocuidado de Orem, consegue-se capacitar a pessoa para o autocuidado, se lhe proporcionarmos informações relativas aos seus tratamentos e ao próprio transplante, se a instruirmos na manutenção do seu bem-estar físico (nutrição, actividade física, eliminação, repouso) e até no uso de técnicas de relaxamento, que permitam à pessoa sentimentos mais optimistas em relação à sua saúde. Conclusão A adesão aos tratamentos é um factor essencial à expectativa e qualidade de vida da pessoa transplantada. Ao contribuir para melhorar a capacidade de autocuidado e, por conseguinte, a adesão ao regime terapêutico, o enfermeiro estará a contribuir para a redução do sofrimento dos doentes e dos seus familiares, mas numa perspectiva mais económica, estará também a contribuir para a redução das necessidades de reinternamentos e da utilização dos serviços de saúde, reduzindo assim os custos em saúde. Por isso, é indispensável que se melhore as competências para trabalhar a capacidade de autocuidado da pessoa e da família, uma vez que, como verificámos no nosso estudo, estaremos também a melhorar a adesão ao regime terapêutico. Integrado numa equipa de saúde multidisciplinar que tem como foco de atenção a pessoa transplantada ao coração e a sua família, o enfermeiro utiliza os seus conhecimentos da sua área profissional para identificar a capacidade de autocuidado, planeando um conjunto de actividades que tenham como objetivo a sua melhoria. Neste sentido, as intervenções de enfermagem que incentivem o autocuidado da pessoa e da família devem ser cada vez mais promovidas, sendo que, os enfermeiros estão na centralidade da resposta às necessidades de autocuidado da pessoa transplantada ao coração.