31 resultados para cuidados de enfermagem


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Introdução: A informação de enfermagem reveste-se de grande relevância na prestação de cuidados de qualidade e ganhos em saúde (Pritchard, 2011). Os enfermeiros, nomeadamente os especialistas em enfermagem médico-cirúrgica devem investir no fortalecimento da informação acerca dos cuidados de enfermagem que prestam ao longo do período perioperatório. O fornecimento de informações ao doente cirúrgico torna-se fundamental, e deve ir de encontro às suas necessidades, dúvidas e expetativas (Barbosa, Terra, & Carvalho, 2014). Objetivos: Construir e validar um instrumento de medida para avaliação da perceção que o doente cirúrgico possui relativamente à informação de enfermagem, no pré-operatório. Metodologia: A escala de 15 itens foi aplicada no período pré-operatório a uma amostra de 200 doentes propostos para cirurgia programada. Foi realizado um estudo de validade de constructo através da análise fatorial com rotação ortogonal varimax, validação pela randomização de amostras e foi feita a estimativa da consistência interna (Filho & Júnior, 2010). Os cálculos foram efectuados no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Resultados: Após o estudo de consistência interna pelo cálculo do Alfa de Cronbach, verificou-se um valor de 0,903, indicando um excelente índice. Procedeu-se ainda à análise fatorial da escala. Através dos testes de adequação da amostra, obteve-se uma medida de Kaiser-Meyer-Olkin de 0,912 e um nível de significância de p=0,000 no teste de esfericidade de Bartlett, ambos considerados excelentes pela literatura consultada (Filho & Júnior, 2010). Obtidos dois fatores. A análise da fidelidade dos dois fatores apresenta uma consistência interna de 0,911 e 0,627, respetivamente. Conclusões: A Escala de Informação de Enfermagem é um instrumento que se apresenta válido e fiável para utilizar no estudo da informação transmitida pelos enfermeiros aos doentes cirúrgicos, no pré-operatório, revelando um elevado potencial para utilização em investigação.

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O desenvolvimento profissional em enfermagem e o processo de individualização das especialidades em enfermagem é fundamental para a qualidade dos cuidados de enfermagem e consequente adequação às reais necessidades da população. A presença de enfermeiros especialistas nos contextos clínicos conduz ao incremento de qualidade dos cuidados prestados, traduzidos em ganhos de saúde.

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Introdução: Em Portugal assiste-se a uma preocupação crescente com as questões da segurança do doente, relacionada com a forma como os processos de prestação de cuidados previnem eventos adversos ou danos, nomeadamente as quedas de doentes nos hospitais. Vários autores têm-se dedicado à compreensão desta problemática, referindo-se ao número de doentes por profissional de saúde, sendo que, o principal objetivo destes estudos é o desenvolvimento de estratégias que melhorem a segurança dos doentes visando corretas dotações de profissionais nos hospitais. Objectivos: Analisar a evidência científica disponível que relacione as dotações em enfermagem e a incidência de quedas. Metodologia: A operacionalização desta revisão integrativa da literatura partiu da seguinte questão de pesquisa: "As dotações de enfermeiros influenciam a incidência de quedas em doentes hospitalizados?". Com este trabalho procurámos identificar estudos, cujo foco incidisse sobre a relação entre as dotações de enfermeiros e a incidência de quedas em doentes hospitalizados. Após a aplicação dos critérios de inclusão, foram obtidos 7 estudos. Estes foram analisados seguindo o método PICOD. Resultados: Os resultados evidenciam a queda do doente como um problema sério de segurança do doente. Embora a generalidade dos estudas saliente a multicausalidade associada à ocorrência deste evento e nem sempre se observe uma relação linear entre a dotação de profissionais e as quedas, alguns estudos mostram que o número de horas de cuidados de enfermagem é preditor do número de quedas dos doentes (Hinno, Parrtenen & Vehviläinen-Julkunen, 2011; Kalisch & Tschannen, 2012). Conclusões: Reconhecendo o efeito sinérgico de vários factores na ocorrência de quedas em doentes hospitalizados, vários estudos alertam para a associação entre baixas dotações em enfermagem e incidência de quedas. A revisão efectuada alerta também para a necessidade de mais investigação sobre este tema, nomeadamente em Portugal. Serão discutidas as implicações dos resultados para a gestão em enfermagem.

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Por serem diversas as situações clínicas em que existe impossibilidade de autoavaliação da dor pela criança, é relevante saber se avaliação da dor por parte dos pais/ acompanhante significativo e enfermeiros se aproxima do autorrelato da criança. A amostra contempla díades de 64 participantes: crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 17 anos (inclusive), que se encontravam internadas ou recorreram aos Serviços da SANFIL, pais/ acompanhante significativo das crianças e enfermeiros responsáveis pelos cuidados de enfermagem às crianças. O objetivo consistiu na avaliaçãoda correlação entre a avaliação da intensidade da dor relatada pela criança, pais/ acompanhante significativo e enfermeiros. Metodologicamente, tratou-se de um estudo descritivo correlacional, transversal, em que a avaliação da dor foi realizada com as escalas EVA e FLACC. Para análise da correlação entre a avaliação da dor da criança, pais/ acompanhante significativo e enfermeiros, recorreu-se ao coeficiente de correlação de Spearman. Na concordância entre as crianças, pais/ acompanhante significativo e enfermeiros utilizou-se a correlação intra-classe (ICC, com intervalo de confiança a 95%). Verificou-se uma associaçãopositiva moderada, entre a avaliação da intensidade da dor das crianças, pais/ acompanhante significativo e enfermeiros, sendo que os valores mais elevados de correlação ocorreram entre as crianças e os pais/ acompanhante significativo, e os mais baixos entre as crianças e os enfermeiros. A concordância entre a avaliação da dor pelas crianças, pais/ acompanhante significativo e enfermeiros foi excelente. Quando comparadas entre pares de observadores, a melhor posição de concordância verificou-se entre as crianças e os pais/ acompanhante significativo e a pior posição de concordância entre as crianças e os enfermeiros. Concluiu-se que a avaliação da dor das crianças se associa com a dos pais e enfermeiros, no entanto são os pais/ acompanhante significativo quem mais se aproximam da sua avaliação. Estes dados alertam-nos para o papel que os pais podem desempenhar na avaliação da dor da criança, quando ensinados para tal.

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O cancro da mama é o tumor com maior taxa de mortalidade em mulheres, com implicações a nível biopsicossocial. O processo de adaptação da mulher no domicílio implica alterações ao nível da funcionalidade, e ao nível emocional e social. O Enfermeiro de Reabilitação desempenha um papel marcante na promoção do autocuidado e da autonomia da mulher, tendo em vista a qualidade de vida. A metodologia do presente estudo assenta numa abordagem qualitativa fenomenológica, tendo recorrido ao método por redes para selecionar as nove participantes. A escolha da temática teve por base a questão de investigação: ?Quais as vivências da mulher mastectomizada no domicílio??, e os objetivos específicos: Descrever as vivências da mulher mastectomizada no domicílio; Descrever a importância atribuída pela mulher mastectomizada aos cuidados de Enfermagem de Reabilitação. Para obtenção dos resultados deste estudo de investigação recorreu-se a um guião de entrevista. Os principais resultados compreendem que as mulheres no domicílio experienciam vivências relativas ao surgimento de complicações físicas como a dor, a diminuição da amplitude articular, o linfedema e alterações da postura corporal, e percecionam dificuldades nomeadamente na execução das tarefas domésticas. No que confere ao processo de reabilitação, referem uma melhoria nos movimentos articulares e na redução do edema, e atribuem na sua maioria uma função significativa ao Enfermeiro de Reabilitação na recuperação da funcionalidade, e no processo de aceitação da imagem corporal do qual emergem sentimentos de tristeza e revolta. Relativamente à experiencia com os cuidados de saúde, as mulheres referem-se satisfeitas com os profissionais de saúde, especialmente as que realizaram sessões de reabilitação. Os ensinos relatados pelas mulheres referem-se sobretudo a exercícios de mobilização articular, a técnicas de drenagem como a automassagem, e à prevenção de complicações como evitar exposição solar, evitar a carga de objetos pesados, evitar atividades que possam provocar feridas no membro homolateral. Os sentimentos percecionados ao longo do processo decorrente da mastectomia são a tristeza, o desânimo, o medo, a esperança, a revolta e a alteração nas relações interpessoais.

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As UPPs são internacionalmente definidas como uma lesão localizada da pele e/ou tecido subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de uma pressão ou combinação desta com forças de torção. São das complicações mais comuns experienciadas pelos doentes internados, os cirúrgicos são dos mais suscetíveis a desenvolver UPPs. Pretende-se com este estudo saber quais os fatores de risco de desenvolvimento de UPPs no doente cirúrgico, fim de obter respostas formularam-se os seguintes objetivos: Identificar os fatores de risco para o desenvolvimento de UPPs no doente cirúrgico; Analisar os fatores de risco para o desenvolvimento de UPPs no doente cirúrgico; Identificar se existe influência entre os fatores identificados e o desenvolvimento de UPPs no doente cirúrgico; e Identificar a incidência de UPPs em doentes cirúrgicos. Consiste numa investigação quantitativa, de caracter descritivo-exploratório. A colheita de dados foi realizada através da aplicação de um questionário, a uma amostra de 94 doentes, submetidos a cirurgias de média e longa duração. Os resultados obtidos permitiram identificar 3 doentes com UPPs de categoria I: uma no trocânter esquerdo e duas nas cristas ilíacas. Constatou-se que são vários os fatores de risco que terão influenciado o desenvolvimento das feridas: sexo, estado nutricional, comorbilidades, classificação ASA, duração da cirurgia, tipo de cirurgia, posicionamento do doente, dispositivos de posicionamento, anestesia, utilização de manta de aquecimento, hipotensão e imobilidade do doente no pós-operatório. Identificou-se uma taxa de incidência de UPPs de 3,19%, inferior às descritas na literatura. Pretende-se com este estudo um melhoramento na prestação de cuidados de enfermagem com impacto na qualidade dos cuidados e consequentemente ganhos em saúde.

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Introdução Em Portugal, o AVC constitui a primeira causa de morte e incapacidade permanente, facto que é contrastante com a maioria dos países europeus, em que se situa em terceiro lugar, acarretando elevados períodos de internamento, recursos e despesas na saúde (DGS, 2014). Assistimos frequentemente a maiores níveis de complexidade na apresentação e tratamento da pessoa com AVC, sendo de toda a pertinência o investimento dos enfermeiros especialistas em enfermagem médico-cirúrgica (EEEMC) nesta área, atendo ao seu perfil de competências específicas. Assumindo-se os cuidados associados ao tratamento na fase aguda da patologia cerebrovascular, como um dos principais fatores estruturantes de toda a estratégia de resposta e controlo da doença Objetivos Analisar as características sociodemográficas e clínicas; os diagnósticos de enfermagem; comparar o nível de consciência e de gravidade do doente com AVC na admissão e momento da alta; a relação entre o nível funcional, os antecedentes pessoais e as complicações do doente com AVC. Metodologia Estudo retrospetivo, descritivo-correlacional e de natureza quantitativa. Recolha de dados realizada a partir da consulta dos processos clínicos únicos e do software PCE-Enfermagem®, tendo sido criada uma base de dados. A amostra é constituída por 182 doentes com o diagnóstico de AVC isquémico que foram submetidos a tratamento fibrinolítico por via de administração endovenosa e que estiveram internados numa UAVC de um hospital central da região centro de Portugal de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2014. Para o efeito recorreu-se ao programa Statistical Package for the Social Science.23 (IBM SPSS.23), utilizando a estatística descritiva e inferencial. Conclusão É reconhecida a importância fundamental dos cuidados de enfermagem no processo de tratamento do doente com AVC; É fundamental o investimento dos EEEMC nesta área atendendo ao seu perfil de competências específicas; Assistimos constantemente a maiores níveis de complexidade na apresentação e tratamento do doente com AVC. Escala de Glasgow "baixa" e NIHSS "elevada" na admissão, a ocorrência de infeção urinária, respiratória e vómitos durante o internamento aumentam a gravidade clinica funcional e aumentam os dias de internamento e institucionalização em outros serviços.

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Introdução: A hipertensão arterial (HTA) surge como uma problemática atual, resultante do estilo de vida e condições sociais existentes no mundo moderno. Esta encerra em si um elevado custo social na saúde devido às co morbilidades associadas, tais como as doenças cerebrovasculares, patologias cardíacas e complicações renais que conduzem à incapacidade e à morbidade. De acordo com o estudo efetuado pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão (2014) a HTA é uma doença que acomete 42,2% dos portugueses, sendo que a maior parte são pessoas em idade economicamente ativa, aumentando consideravelmente os custos sociais por invalidez e absentismo laboral (Carrilho e Patrício, 2008). A discussão da problemática entre a hipertensão arterial versus qualidade de vida mantém-se e continua estreitamente associada à qualidade dos cuidados de enfermagem, no que respeita ao controlo e gestão desta doença crónica (Erikson [et al]., 2004; Kiran [et al.], 2010, Saboya [et al.],2010). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os fatores de risco etiologicamente associados à doença crónica advêm do estilo de vida, geradas através das opções individuais ao longo do ciclo vital (Direção Geral de Saúde, 2003). Nesta medida, intervir sobre estes determinantes surge como uma estratégia de saúde fundamental, que permitirá obter ganhos significativos, quer na redução da prevalência de doenças crónicas, quer nos custos económicos sociais e individuais que lhe estão associados. Entenda-se como estilo de vida, o conjunto de hábitos e comportamentos de resposta às situações do dia-a-dia, aprendidos através do processo de socialização e constantemente reinterpretados e testados ao longo do ciclo de vida e em diferentes situações sociais (Idem). Objetivos Caracterizar o perfil da população hipertensa inscrita na Consulta do Hipertenso da Consulta Externa do Serviço de Cardiologia de um centro hospitalar central segundo as variáveis sociodemográficas, clínicas, estilo de vida e perceção da qualidade de vida; Compreender a relação entre o estilo de vida e a perceção da qualidade de vida; Analisar as dimensões da qualidade de vida e estilo de vida mais afetadas e correlacioná-las entre si; Validar culturalmente o instrumento de medida Mini Questionário da Qualidade de Vida na Hipertensão Arterial (MINICHAL), para a população portuguesa. Metodologia Foi efetuado um estudo descritivo, analítico de corte transversal e abordagem quantitativa com a utilização do instrumento específico de avaliação de qualidade de vida (Mini Questionário da Qualidade de Vida em Hipertensão - MINICHAL) e estilo de vida (Estilo de Vida Fantástico de McMaster University). Para a recolha de dados utilizou-se um instrumento com duas partes, sendo uma a caracterização sociodemográfica e clínica dos sujeitos e a outra composta pelas duas escalas supra referidas. População/Amostra: Utentes hipertensos inscritos na Consulta do Hipertenso na Consulta Externa (CE) de um centro hospitalar central. Amostra do tipo não-probabilística acidental.Critérios de Inclusão: Aceitar participar voluntariamente do estudo; Ter mais de 18 anos; Saber ler, escrever e interpretar o texto; Ter condições clínicas e psicológicas para participar no estudo; Ter o diagnóstico clínico de HTA. Procedimentos Éticos: Comissão ética da ESEnfC; Comissão ética CHUC/HUC; Consentimento informado e esclarecido. Resultados: Características da amostra: média de 62,7 anos; 50,5% sexo masculino; 61% provenientes do meio rural; Casado (67,6%), viúvo (21,9%), solteiro (6,7%) e divorciado (3,8%); 42,9% possuem o quarto ano de escolaridade, 14,3% licenciatura, 10,5% o 12ºano de escolaridade, 8,6% sem habilitação; 49,5% dos indivíduos inativos. Caracterização clínica da amostra: Média da PA normal alta (Sociedade Portuguesa de Cardiologia, 2007), 58 com patologia associada: 11,4% diabetes mellitus, 7,6% problemas ósseos; 6,7% dislipidémia, 4,8% antecedentes de AVC, 3,8% neoplasias, 2,9% patologia endócrina, 2,9% SAOS, 1,9% miocardiopatia dilatada, 1,9% IRC, 1% arritmias, 1% aterosclerose, 1% ICC; 41% score de risco cardiovascular muito alto; periodicidade de avaliação da PA: 34,3% semanalmente, 21% mensalmente, 13,3% diariamente, 12,4% em SOS, 11,4% mais do que um mês entre avaliações e 7,6% não avalia; Avaliação da PA: 30,5% o próprio, 23,8% pelo enfermeiro, 20% por familiar, 7,6% pelo médico bem como por ajudantes remunerados, 6,7% por outros sujeitos não identificáveis e 3,8% por vizinhos; 88,6% cumpre terapêutica anti-hipertensora, contrapondo-se os 6,7% que não tomam. 4,8% são atribuídos aos utentes que se esquecem do seu cumprimento; 26,7% referiram ter tido um evento cardíaco; 55,2% refere ter necessidade de cuidados médicos regulares (tratamentos, medicação, análises) e 6,7% refere ter deixado de comprar medicamentos ou fazer tratamentos mesmo tendo receita médica; justificações acerca da não adesão terapêutica: financiamento (2,9%), experiências negativas (1,9%), medo (1%) ou desaparecimento dos problemas (1%). Mini Questionário da Qualidade de Vida em Hipertensão Arterial (MINICHAL): O score total da QV foi em média 10,26. Uma vez que para valores aproximados do zero (0) correspondem uma melhor perceção de QV e sendo que o valor máximo do MINICHAL se situa no score 51, podemos evidenciar uma boa perceção de QV para a nossa amostra. Estilo de Vida Fantástico: Média de 83,2. Os elementos da amostra situam-se entre um bom estilo de vida proporcionando muitos benefícios para a saúde e um excelente estilo de vida, proporcionando uma ótima influência para a saúde. Os domínios atividade física/associativismo, nutrição, tabaco e comportamentos de saúde e sexuais, são aqueles que evidenciaram piores scores e, consequentemente, aqueles que deverão ser trabalhados de forma a otimizar o seus estado de saúde. Validação MINICHAL: A análise global evidenciou boa sensibilidade (medidas de tendência central variam entre 0,2 e 1,019); o valor de significância do teste de Bartlett mostrou-se menor que 0,0001, o que possibilita confirmar a possibilidade e adequação do método de análise factorial; a Correlação anti-imagem: podemos verificar que todos os valores de medida de adequação de amostragem (MSA) são superiores a 0,5, o que indica que a análise pode seguir sem remoção de itens; as Comunalidades associadas a cada variável são aceitáveis; As Matrizes de componentes foram adequadas; revelou boa consistência interna, revelando um bom alfa de Cronbach (?) para o total dos 10 itens da referida dimensão (?=0,799). Os valores de consistência interna apresentam um bom alfa de Cronbach (?) para o total das dimensões do MINICHAL (?=0,859). A correlação entre ambas as partes é de 0,653 e o coeficiente Spearman Brown revela boa consistência (0,790), assim como o coeficiente Guttman Split-Half com 0,790. Nesta linha de orientação, o MINICHAL apresenta boa homogeneidade. Na figura seguinte é evidenciada a análise inferencial (fatores preditores para o MINICHAL (estado mental e manifestações sométicas). Discussão / Conclusões A qualidade de vida é uma conceção subjetiva que sofre influência de inúmeros fatores próprios da existência humana, sendo que a qualidade de vida relacionada com a saúde procura delimitar esses fatores para aqueles mais diretamente ligados à condição física, psíquica e social do indivíduo. A medida da qualidade de vida em pessoas com hipertensão, a partir do MINICHAL, corresponde a uma tentativa de avaliação dos principais fatores ligados à condição clínica que podem influenciar a sensação de bem-estar, permitindo orientar as intervenções de saúde para aspetos que possam impactar positivamente a qualidade de vida. Esta investigação, para além de ter permitido adaptar e validar um questionário, possibilitou averiguar e analisar a perceção da qualidade de vida relacionada com o estilo de vida, chegando-se às seguintes conclusões: a perceção da qualidade de vida é influenciada positivamente com estilos de vida salutares nomeadamente nas dimensões relacionadas com o apoio social (família e amigos); repouso e evicção de stress; análise positiva sobre si e sobre a sua vida (introspeção); comportamentos de saúde e sexuais responsáveis. Por outro lado, evidenciámos que o tabagismo e o consumo de álcool tiveram uma relação direta com a perceção da qualidade de vida, ou seja, indivíduos com referência a consumo de substâncias referiram melhor perceção de qualidade de vida. Esta ocorrência pode ser sugerida pelo facto de que tais hábitos propiciam gratificação emocional, de modo que o indivíduo busca alívio da angústia através de substitutos que proporcionam satisfação. Uma vez que a população estudada se insere numa consulta de hipertensão onde os utentes têm a sua situação clínica monitorizada e, dado que estes apresentam globalmente uma boa perceção de qualidade de vida e estilos de vida adequados, leva-nos a considerar que tal facto se pode dever precisamente à especificidade do acompanhamento efetuado pela equipa multidisciplinar.

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Introdução: Em Portugal, o AVC constitui a primeira causa de morte e incapacidade permanente, facto que é contrastante com a maioria dos países europeus, em que se situa em terceiro lugar, acarretando elevados períodos de internamento, recursos e despesas na saúde, com elevados níveis de complexidade no tratamento, sendo de toda a pertinência o investimento dos enfermeiros especialistas em enfermagem médico-cirúrgica nesta área. Objetivos: Analisar o perfil e a evolução clínica do doente com AVC submetido a tratamento fibrinolítico; Analisar os diagnósticos de enfermagem. Metodologia: Estudo retrospetivo, descritivo-correlacional e de natureza quantitativa. Recolha de dados realizada a partir da consulta dos processos clínicos únicos e do software PCE-Enfermagem®, tendo sido criada uma base de dados. Foram analisados 182 doentes com o diagnóstico de AVC isquémico que foram submetidos a tratamento fibrinolítico por via de administração endovenosa, internados numa Unidade AVC de um hospital central da região centro de Portugal de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2014. Para o efeito recorreu-se ao programa Statistical Package for the Social Science.23 (IBM SPSS.23), utilizando a estatística descritiva e inferencial. Resultados: Evidência de uma evolução clínica favorável, apesar das complicações ocorridas durante o internamento e do nível de dependência elevado nos autocuidados. Na admissão, valores baixos da Escala de Glasgow e valores elevados da NIHSS, e complicações: vómito, infeção urinária e respiratória ocorridas durante o internamento, estão relacionados com uma maior gravidade e menor nível funcional do doente com AVC na alta, contribuindo para o aumento dos dias de internamento e posterior institucionalização. Conclusões: Há melhor compreensão do perfil e evolução clínica do doente com AVC, submetido a tratamento fibrinolítico, destacando as principais complicações ocorridas. Reconhecida a importância fundamental dos cuidados de enfermagem no processo de tratamento com referências e indicadores, que contribuem para a melhoria da qualidade dos cuidados e dos ganhos em saúde para os doentes. Bibliografia: DIREÇÃO GERAL DA SAÚDE - PORTUGAL Doenças Cérebro-Cardiovasculares em números - 2014 - Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares. Lisboa: Direção Geral da Saúde, 106p. ISSN: 2183-0681, 2014.

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Introdução: As Perturbações do Espetro do Autismo (PEA), perturbações globais do desenvolvimento, têm incidência de 4-5 por cada 10000 nascimentos, predominantes no sexo masculino (razão de 4:1), apresentam-se em três níveis de gravidade que interferem na vida da criança, com impacto na dinâmica e funcionamento familiar. Os enfermeiros na consulta de enfermagem lidam com a criança com PEA e sua família. Na prestação de cuidados de enfermagem todos os membros da família devem ser reconhecidos como foco de cuidados pelo que cuidar da família é um compromisso do enfermeiro. Objetivos: Conhecer como se desenvolve a consulta de enfermagem junto da família da criança com PEA, identificar o que avaliam e que planos de cuidados os enfermeiros desenvolvem quando assistem a família da criança; compreender as dificuldades dos enfermeiros na consulta de enfermagem e a relação que estabelecem com a família da criança. Metodologia: Revisão Integrativa da Literatura, para responder à questão "A que aspetos estão atentos os enfermeiros quando assistem a família da criança com PEA na consulta de enfermagem?". Pesquisa bibliográfica no portal EBSCO, B-On acedendo às bases de dados Psychology and Behavioral Sciences Collection; MEDLINE; CINAHL Plus; MedicLatina, ERIC, Science Citation Index Expanded, SciVerse ScienceDirect e PMC, base de dados SCielo e Google Académico, selecionando estudos de 2009 a Maio de 2015 em português, inglês e espanhol. Utilizaram-se os descritores "nurse"; "nursing"; "family"; "autism"; "autismo spectrum disorder"; "knowledge" e correspondentes em português. Incluíram-se sete artigos. Resultados: Os enfermeiros centram a atuação na criança, realizam avaliação do desenvolvimento infantil e conhecimento da família sobre a perturbação, identificando necessidades da família. O plano de cuidados é realizado com foco na criança relativamente às rotinas e atividades ritualizadas, sem especificidade para a família. As dificuldades dos enfermeiros centram-se na falta de conhecimento sobre a perturbação e abordagem à família. A relação do enfermeiro e família baseia-se na confiança, compreensão e aceitação. O enfermeiro adota papel socializador e educador. Conclusões: Os enfermeiros não se sentem preparados para lidar com a família da criança, necessitam formação. Têm de direcionar a prática para as necessidades dos pais e irmãos.

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Os sistemas de saúde estão a enfrentar uma realidade de radical intensidade biotecnológica, em que a digitalização ocupa um lugar central na prestação de cuidados. A inovação tecnológica e a cyborguização do humano devem traduzir-se em novos conceitos do cuidar, em que a ontologia Cyborg tem um lugar central.

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A satisfação profissional (SP) tem assumido uma importância crescente, sendo um indicador de avaliação permanente de qualidade e auxiliador nas políticas de recursos humanos nas instituições de saúde. Na enfermagem, esta variável apropria características peculiares pela especificidade e exigências da profissão. A segurança do doente (SD) é simultaneamente, indicador de desempenho, elemento central na qualidade em saúde e um desígnio fundamental dos profissionais de saúde. O risco de ocorrência de eventos adversos associados às práticas de enfermagem (EAAPE) é uma constante dentro das organizações, existindo diversos fatores que o potenciam. No contexto atual, o aumento da carga horária semanal e a consequente diminuição dos períodos de descanso e lazer, poderão implicar menor SP e consequentemente, diminuir a resistência dos Enfermeiros aos fatores potenciadores de ocorrência de EA, contribuindo negativamente para a qualidade dos cuidados prestados. Desta problematização resultaram duas questões orientadoras do estudo: a SP dos enfermeiros e os EAAPE estão relacionados com as variáveis socioprofissionais?; existe relação entre a SP dos enfermeiros e os EAAPE? No sentido de lhes dar resposta, foi conduzido um estudo de âmbito nacional, com abordagem quantitativa e caráter descritivo e correlacional. Através da recolha de dados online, pela disponibilização de um formulário de autopreenchimento em diferentes redes sociais e pela própria Ordem dos Enfermeiros, maximizou-se a probabilidade de aumentar o número de participantes no estudo a exercer funções em Portugal, constituindo-se uma amostra de 1102 enfermeiros. Os resultados encontrados evidenciaram um nível global baixo de SP dos enfermeiros portugueses (X=2,88; DP=0,51), influenciado pela categoria profissional, número de dias de folga/semanal e tempo de exercício profissional. Relativamente aos EAAPE, existe relação na perceção das práticas profissionais com o tipo de categoria profissional, tipo de relação laboral e tempo de exercício profissional; e associação na perceção dos resultados (risco e ocorrência de EAs) com o tipo de relação laboral, carga horária/semanal e tempo de exercício profissional. Os profissionais mais satisfeitos evidenciam desenvolver melhores práticas de enfermagem (r=0,35; p=0,00). Por outro lado, o nível de SP dos enfermeiros correlaciona-se negativamente com o risco e ocorrência de EA (r=-0,30; p=0,00).

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Os sistemas de saúde estão a enfrentar uma realidade de radical intensidade biotecnológica, em que a digitalização ocupa um lugar central na prestação de cuidados. A inovação tecnológica e a cyborguização do humano devem traduzir-se em novos conceitos do cuidar, em que a ontologia Cyborg tem um lugar central.

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Agradecimentos O compromisso da enfermagem para com os cuidados de saúde primários encontra-se incorporado no Código Deontológico do ICN para Enfermeiros adotado pela primeira vez em 1953 e revisto regularmente - que afirma que "os enfermeiros têm quatro responsabilidades fundamentais: promover a saúde, prevenir a doença, restabelecer a saúde e aliviar o sofrimento. Alterações recentes na moldura da oferta de cuidados de saúde em Portugal indiciam, uma compreensão de uma nova realidade. A reformulação da rede hospitalar, a reorganização dos cuidados de saúde primários e a criação de uma rede de cuidados integrados constituem sinais significativos de uma nova abordagem do sistema de saúde português. " As medidas adotadas pelos sucessivos Governos, desde a década de oitenta, no sentido de conterem o aumento dos gastos públicos com saúde podem ser classificadas de diferentes formas, distinguindo entre as que se dirigem à oferta de serviços de saúde ou à sua procura. Em termos de contenção de custos do lado da oferta, tipicamente estas medidas limitam investimentos, preços, admissões de pessoal, massa salarial, ou visam o aumento da eficiência através da melhoria da oferta de cuidados em ambulatório em substituição dos hospitaois Do lado da procura, procuram desenvolver mecanismos de partilha de custos ou mesmo o estabelecimento de prioridades (ou até o racionamento) no acesso a cuidados, a par com um maior enfoque nas estratégias de prevenção de saúde e com a promoção dos cuidados primários enquanto "porta de entrada" no sistema Em consequência deste cenário é evidente a necessidade de soluções, entre elas a priorização e a chamada New Public Management ou Nova Administração Pública. Admitindo a existência de um direito à prestação de cuidados de saúde, coloca-se a questão de aplicar os recursos com eficiência, dada a necessidade imperiosa de se efetuarem escolhas e de se estabelecerem prioridades. Este facto resulta do desfasamento existente entre os recursos necessários e os recursos disponíveis para a prestação de cuidados de saúde, nomeadamente no que respeita à utilização de tecnologia sofisticada. O estabelecimento de prioridades e a necessidade de realizar opções surgem como tarefas primordiais, bem como a regulamentação da utilização dos recursos de um modo justo e eficiente. O princípio da equidade na política de afetação de recursos para a prestação de cuidados de saúde permite reafirmar a necessidade de um envolvimento ativo multidisciplinar. Nos dias de hoje,a utilização de critérios de natureza económica parece ser relevante para a tomada de decisões de investimento em cuidados de saúde bem como para o estabelecimento de prioridades. O crescimento dos custos com a Saúde tem obrigado os governos à adoção de medidas de contenção e racionalização das despesas com o recurso a modelos de gestão do tipo empresarial, a introdução de técnicas de avaliação de resultados, o planeamento dos serviços de saúde, o reforço da aposta nos cuidados primários, o aumento dos co-pagamentos no momento da utilização dos serviços Um dos maiores marcos na história dos cuidados de saúde primários foi a declaração de Alma-Ata (1971). Este documento indica algumas diretrizes para que os cuidados de saúde prestados sejam de melhor qualidade, Os cuidados de saúde primários constituem a chave para que essa meta seja atingida, através do desenvolvimento e do espírito da justiça social. Os cuidados de saúde primários são cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocados ao alcance de todos os indivíduos e famílias da comunidade, mediante a sua plena participação, e a um custo que a comunidade e o país possam manter As principais características das unidades de cuidados de saúde primários são: constituir a porta de entrada dos serviços e a continuidade, globalidade e coordenação dos cuidados. Os enfermeiros são o principal grupo de profissionais de saúde a prestar CSP. Promovem e mantêm ligações entre os indivíduos, famílias, comunidades e o resto do sistema de cuidados de saúde, trabalhando tanto em autonomia como em colaboração para a prevenção da doença e da incapacidade, bem como para promover, melhorar, manter e restaurar a saúde. O seu trabalho abrange a saúde da população, a promoção da saúde, a prevenção da doença, os cuidados de bem-estar, o primeiro ponto de contacto para os cuidados e a gestão da doença ao longo de todo o ciclo de Num futuro próximo, é decisivo que os enfermeiros - enquanto figuras centrais na prestação de cuidados de saúde primários - se envolvam, liderem e coordenem os cuidados, e que os seus papéis na determinação de políticas e de prestação sejam encarados como legítimos e essenciais em todas as áreas. Ter os enfermeiros no centro de decisão dos cuidados de saúde primários, ignifica: - Acesso melhorado aos cuidados. - Melhor prevenção de doenças crónicas. A prevenção da doença e a promoção da saúde são exemplos perfeitos dos papéis e da influência crescente dos enfermeiros, no desenvolvimento de projetos promotores de saúde. Os enfermeiros promovem que um estilo de vida saudável é essencial para a manutenção, recuperação e melhoria da saúde de modo a viverem vidas mais longas e saudáveis. 60 a 80 por cento dos cuidados primários, tradicionalmente prestados pelos por outros profissionais, podem e devem ser efetuados pelos enfermeiros a um custo mais baixo e com resultados similares Para além das estratégias delineadas pelos peritos em gestão da saúde, como é o caso da priorização e da Nova Gestão Pública, existe uma terceira maneira que funcionando como complemento das descritas anteriormente poderia originar ganhos em saúde, quer em qualidade quer em termos monetários. Este plano de contenção de custos pelo aumento da dotação de enfermeiros nos cuidados de saúde primários, nas diferentes unidades funcionais. O dinheiro gasto no tratamento de doenças, que com recurso a uma intervenção inicial poderiam ser tratadas a baixo custo, é abismal. 1 euro gasto em promoção da saúde, representam 14 euros de poupanças no tratamento da doença A prescrição de um regime alimentar saudável, significa muitos ganhos, em relação com aqueles que serão gastos no tratamento da obesidade, com necessidade de colocação de banda gástrica e todas as complicações cardiovasculares que resultam do excesso de peso. O consumo de medicamentos, decorrentes do tratamento curativo e não preventivo das doenças é também ele alarmante. Atuando ao nível da prevenção, com investimento nos enfermeiros diminuiria o dinheiro gasto em medicamentos. O papel das associações nacionais de enfermeiros (ANE), sendo uma voz nacional da enfermagem, representa uma força fundamental para ser chamada neste processo de mudança. Assim podem: • Facilitar a colaboração com outras associações profissionais de saúde, ministério da saúde e outros sectores e partes interessadas pertinentes. • Trabalhar com ministérios da saúde e outros de modo a influenciar uma política nacional de saúde que suporte os papéis da enfermagem e reforce a capacidade de investigação da enfermagem. • Trabalhar com instituições de ensino para incorporar os CSP nos currículos. • Colaborar com centros de ensino e investigação de enfermagem • Divulgar resultados de investigação junto dos enfermeiros, decisores políticos e outros. • Oferecer formação contínua nos cuidados de saúde primários. • Salientar o trabalho dos enfermeiros nos CSP (em publicações, sítios web, conferências, etc.). • Exercer pressão no sentido de legislação que melhore os CSP • Disponibilizar um fórum para o diálogo e a compreensão adequada das questões e diferenças entre os CSP e os cuidados médicos primários. • Promover os CSP como uma opção de carreira. • Estimular o interesse na enfermagem e na investigação acerca dos CSP Nos cuidados de saúde primários e em todo o sector de cuidados de saúde, a realidade é que as pessoas querem ter escolha e acesso à informação, de modo a poderem efetuar essas escolhas. Esta tendência irá continuar no futuro, e cada vez mais as pessoas irão necessitar do apoio prestado pelos enfermeiros no acesso à informação e na realização de boas escolhas. À medida que a tónica e a prestação de serviços se deslocam cada vez mais rapidamente do hospital para casa, do curativo para o preventivo, das instituições para as comunidades, os enfermeiros estarão cada vez mais no centro dos cuidados de saúde Os enfermeiros e as associações nacionais de enfermeiros podem liderar o caminho da melhor saúde para todos. Os enfermeiros possuem os conhecimentos, aptidões. O público e os decisores políticos vêem os enfermeiros como tendo uma conduta ética, solícita, competente e efetiva em termos de custos. Cabenos a nós fazer avançar a agenda da enfermagem para os próximos anos e criar um futuro preferencial para a profissão e para as nossas sociedades; um futuro que comece com serviços de CSP de qualidade para todas as comunidades.

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Apesar das várias iniciativas desenvolvidas no sentido da promoção da amamentação, as taxas de aleitamento materno continuam abaixo das recomendadas, verificando-se um decréscimo acentuado após o regresso das mães ao trabalho (DGS, 2014). Este estudo procurou conhecer as medidas promotoras da amamentação que os enfermeiros dos cuidados de saúde primários, Especialistas em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria, desenvolvem no sentido de apoiarem as mães que trabalham a continuarem a amamentar e identificar as intervenções promotoras da amamentação desenvolvidas pelos enfermeiros junto das mães, a nível da comunidade, na família, nos locais de trabalho, nas creches e nos seus próprios locais de trabalho. Desenvolveu-se um estudo descritivo e transversal, seguindo uma metodologia qualitativa, junto de 13 enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria que trabalham em Centros de Saúde do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego. Para a colheita de dados utilizou-se uma entrevista semiestruturada, cuja aplicação decorreu entre 2 de junho e 6 de julho de 2015. No tratamento da informação recorreu-se à análise de conteúdo de Laurence Bardin. Os resultados evidenciaram que os enfermeiros estão despertos para a necessidade de promover a manutenção da amamentação após o regresso das mães ao trabalho, sendo que desenvolvem, nesse sentido, várias intervenções, junto das mães, pais, avós e crianças, predominantemente nas consultas de enfermagem. Há contudo, outros locais onde as intervenções de enfermagem deviam chegar, nomeadamente, creches, entidades patronais e sociedade em geral, com vista a reduzir o desmame precoce motivado pelo regresso das mães ao trabalho.