4 resultados para Bovinos nelore

em Repositório Alice (Acesso Livre à Informação Científica da Embrapa / Repository Open Access to Scientific Information from Embrapa)


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Com a alta demanda mundial de carne de qualidade, a utilização de cruzamento entre raças e de dieta com teores elevados de energia são estratégias que podem ser utilizadas visando à melhorias na eficiência do sistema de produção de carne bovina e na qualidade do produto final. Assim, o objetivo neste trabalho foi avaliar o desempenho (pesos, ganhos em peso, consumo de matéria seca, eficiência alimentar e dias em confinamento), características de carcaça (peso e rendimento de carcaça fria, pesos dos cortes primários, espessura de gordura, mármore, área de olho de lombo e rendimento de cortes cárneos) e de qualidade da carne (cor, pH, capacidade de retenção de água, perda por cozimento, força de cisalhamento, % de lipídios, perfil de ácidos graxos e análises sensoriais descritivas e de aceitação) durante diferentes tempos de maturação (0, 14 e 28 dias) no longissimus thoracis de 169 novilhos e novilhas jovens provenientes do cruzamento de touros das raças Charolesa (CH) ou Hereford (HF) com vacas ½ Angus + ½ Nelore (TA) ou ½ Simental + ½ Nelore (TS). Após a desmama aos 7,5 meses, os animais foram tratados individualmente (ad libitum) por 119 dias, em média, em confinamento com duas dietas diferentes: dieta controle (DC) ou dieta energética (DE) (dieta controle acrescida de glúten de milho e gordura protegida). Os animais foram abatidos aos 13 meses de idade, em média, em frigorífico comercial, quando atingiram 5 mm de espessura de gordura subcutânea medida por ultrassonografia e por avaliação visual. Os dados foram analisados usando o procedimento MIXED do SAS, cujo modelo estatístico incluiu os efeitos fixos de ano, gênero, raça do touro (RT), grupo genético da vaca (GGV), dieta, tempo de maturação (TM) como medida repetida e suas interações (exceto com ano), dependendo da característica. Apesar de algumas interações significativas, o gênero foi o principal efeito fixo que influenciou os atributos estudados, seguido por RT, GGV e TM. Os machos, em geral, apresentaram superioridade quanto às características de desempenho e de carcaça, rendimento dos cortes cárneos e na relação ácidos graxos poliinsaturados/ácidos graxos saturados (PUFA/SFA), enquanto as fêmeas apresentaram maior espessura de gordura (EG), mármore (MAR), gordura perirrenal, % de lipídios e relação n-6/n-3. Os filhos dos touros charoleses apresentaram maiores pesos (inicial e final), melhores características de carcaça, rendimentos dos cortes (RCC) do traseiro e melhor aceitação quanto à textura, enquanto os filhos dos touros Hereford apresentaram maior EG, MAR, % de lipídios e RCC do dianteiro e menor força de cisalhamento. Os filhos das vacas TS apresentaram maiores médias de peso inicial e de área de olho de lombo, enquanto os filhos das vacas TA apresentaram maiores valores de MAR e permaneceram por mais dias no confinamento. A maciez da carne melhorou com o tempo de maturação. A dieta, em geral, não influenciou as características estudadas, mas apenas o perfil de ácidos graxos, em que a dieta DC foi a que influenciou positivamente, e a aceitação da carne, mas com a presença de interação com TM. Machos e filhos de touros da raça Charolesa melhoraram as características de desempenho e de carcaça e os rendimentos dos cortes cárneos. Para carcaças bem acabadas, maior espessura de gordura e mais gordura intramuscular (mármore e % v lipídios), recomenda-se a utilização de fêmeas, de filhos de touros da raça Hereford ou de vacas ½ Angus + ½ Nelore. Para carne mais macia, recomenda-se o uso de touros Hereford. Dietas energéticas melhoram a aceitação da carne, mas não melhoram o perfil de ácidos graxos. A maturação é recomendada, pois aumenta a maciez e a aceitação da carne.

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Nos últimos anos um grande número de estudos utilizando a análise de imagens termográficas de animais na faixa do infravermelho vem sendo realizado. Além dos avanços tecnológicos que tornaram os sensores mais acessíveis, a preocupação com o bem estar e ambiência das instalações animais tem fomentado a utilização desse método não invasivo e de fácil execução. Neste trabalho foram utilizados 20 bovinos das raças Nelore e Pantaneiro. Após tricotomia de uma área sobre o músculo Longissimus dorsi próximo da 13ª costela, seguida de repouso por 24 horas, os animais foram avaliados por três dias consecutivos, seis vezes por dia. Foram aferidas as temperaturas em áreas com e sem pelos com uso de câmera termográfica. O experimento foi realizado em um Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), considerando o efeito de raça. As variáveis temperatura sem pelo (TSP) e a diferença de temperatura entre áreas com e sem pelo (DIF) não apresentaram efeito significativo para raça. Por outro lado, para a temperatura em áreas com pelos(TCP) o efeito de raça foi significativo, com os pantaneiros apresentando as maiores médias. Animais de ambas as raças encontravam-se em condições de conforto térmico durante o experimento. Os resultados mostram a necessidade de se olhar com cautela para trabalhos envolvendo imagens termográficas capturadas em superfícies recobertas por pelos em animais. Como as avaliações foram feitas na sombra e só houve diferença significativa entre áreas com pelos, é possível que as temperaturas registradas com termografia infra vermelha na superfície da pelagem dos animais representem, pelo menos em parte, características termofísicas dos pelos que as compõem (como a capacidade térmica, por exemplo), sendo tais temperaturas pouco representativas para a superfície do corpo dos indivíduos propriamente, como é comum se considerar.