6 resultados para Juventude. Etnicidade. Comunidade Quilombola
em Repositorio Académico de la Universidad Nacional de Costa Rica
Resumo:
No mundo moderno, onde os lugares estão conectados por laços cada vez mais fortes e duradouros, ainda existem lugares que permanecem longe dessas conexões, o caso exemplificado neste trabalho, a comunidade quilombola de Veredinha e a caverna dos Brejões, no município de Morro do Chapéu-BA, que já está dentro de uma rota turística traçada pelo governo baiano no seu Planejamento Para o Século XXI, denominada Chapada Norte que é apenas citada sem nenhum projeto ou investimento para o desenvolvimento de atividades de turismo. As rotas turísticas contempladas, com projetos e investimentos, são as áreas litorâneas, ao passo que tanto o município de Morro do Chapéu quanto a comunidade que vive na APA dos Brejões não tiveram qualquer estudo feito no sentido da inserção neste setor, que é uma atividade que pode trazer benéficos as populações carente de áreas com potencial turístico. No processo de organização do espaço turístico é importante ressaltar que os agentes produtores do espaço geralmente são ignorados a exemplo do que vem ocorrendo com outras áreas da Chapada Diamantina, o município de Lençóis é um desses, em que a população autóctone ficou à margem dos benefícios criados com o ecoturismo. A proposta de inserir a comunidade de Veredinha nesse filão é baseada na nova premissa que é o turismo sustentável de base local, uma atividade considerada de baixo impacto, que além de melhorar o padrão de vida dos moradores locais ainda vai ajudar a proteger a caverna do risco de danos ou mesmo sua destruição.
Resumo:
O trabalho tem como objetivo discutir através da dança o resgate da identidade cultural da comunidade quilombola Estrela, localizada no nordeste do Brasil, analisada nos seus respectivos contextos sócio históricos, abordados a partir da dança: Samba de Coco Parelha Trocada como elemento da trajetória histórica dessa comunidade afro descendente, marco nas lutas em defesa da identidade dessa comunidade. Para discutir a temática, necessário se faz entender criticamente o significado dos conceitos: aprender a conhecer aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver, superando o individualismo e dando ênfase ao coletivo como entendimento principal às questões culturais. Para o desenvolvimento do trabalho se faz necessário uma abordagem metodológica ancorada na perspectiva dialógica, etnográfica, com o aporte do referencial teórico histórico materialista, na perspectiva de investigar e mediar um processo de construção de conhecimentos que ressalte e permita o estabelecimento de relações entre a teoria e a realidade social em que vive essa comunidade. Como achados iniciais destacamos a compreensão da comunidade a partir da identidade cultural advinda do samba de coco de parelha trocada.
Resumo:
As discussões acerca das múltiplas definições de território têm sido uma constante nos trabalhos geográficos, contudo, longe de ser um tema resolvido, este conceito continua a suscitar novas possibilidades de investigação. Neste trabalho pretende-se a análise e discussão de uma concepção de território integradora que transite da definição política à cultural, num sentido múltiplo e relacional, pois se preocupa mais com o processo de territorialização como domínio e apropriação do espaço do que propriamente com o conceito de território. Partimos da premissa de que entre o meio físico e o homem se interpõe sempre uma idéia, uma concepção determinada de mundo que norteará sua concepção de território, bem como seu modo de vida. Desta forma, as disputas territoriais enfrentadas no Brasil por populações quilombolas pela conquista e manutenção de suas terras são oportunidades para empreendermos estudos acerca de uma concepção de território integradora, pois nestes conflitos que evocam a territorialização transparecem visões de mundo distintas. Assim, o caminho empreendido foi o do estudo da territorialidade quilombola a partir da coleta e análise da memória desta população, visto que o que está em disputa são visões diversas sobre o mesmo espaço e que vão resultar em concepções também diversas de território.
Resumo:
Este trabalho coloca em pauta os processos de reinserção das sociedades indígenas brasileiras nos contextos intra e extrarregional objetivando analisar a realidade vivenciada pelas sociedades indígenas (e núcleos quilombolas) do vale do Rio Doce e entorno (estado de Minas Gerais), realizando em paralelo, uma retrospectiva geohistórica da trajetória dos remanescentes de povos indígenas do Tronco Macro-Jê hoje sediados no sudeste do Brasil como os Krenak e Pataxó. A metodologia utilizada compreendeu: pesquisa bibliográfica/ cartográfica/ documental; reconhecimentos de campo; diagnóstico da situação histórica e atual das comunidades indígenas (e quilombolas) na região; organização dos dados em matrizes; contextualização e sistematização das informações. A interpretação dos processos abordados permitiu a associação da experiência vivida por estes atores com “paisagens culturais alternativas/ excluídas”, de acordo com concepções em curso da Etnogeografia/ Geografia Política imbricadas com o Marxismo Cultural.
Resumo:
A Reserva Indígena de Dourados – RID é composta pelas aldeias Bororó e Jaguapiru, que estão situadas no município de Dourados, no estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. Nesta RID temos que considerar questões da identidade, alteridade e o confronto num mesmo espaço. As questões ligadas a identidade e a alteridade passam por situações de confrontos e conflitos, ora pela imposição de algumas lideranças, ora pela comunidade envolvente e até mesmo pela necessidade do trabalho fora da RID, tendo em vista o aumento populacional e concomitante a esta situação temos que considerar a diminuição do tamanho do espaço territorial para a produção, sustentação familiar e cultural. Isso é fundamental para a existência do Guarani. Assim, o objetivo principal é o de dar vóz aos indígenas da RID, tendo como procedimento metodológico o levantamento bibliográfico, documental e a história oral de vida que fundamentaram nossa pesquisa. Com relação a base teórica, tomamos as questões da organização interna do espaço e os reflexos da falta dos mesmos para a sustentação da cultura étnica ou a exclusão destes do seu próprio habitat. Assim, podemos verificar que a história oral de vida fundamentou o trabalho na RID e registrou mudanças das famílias para a periferia da cidade de Dourados.
Resumo:
O presente artigo apresenta o processo de organização e gerenciamento dos serviços de saúde da Atenção Básica no Programa Saúde da Família que tem a territorialização como um dos pressupostos, o qual vem sendo implementado pela Secretaria Municipal de Saúde. Assim, objetivamos analisar as práticas de territorialização da Residência Multiprofissional em Saúde da Família/Comunidade (RMSFC), Fortaleza, Ceará. A RMSFC é uma modalidade de pós-graduação lato sensu caracterizada pela formação em serviço. Optou-se pela realização de estudo interpretativo de sistematização de experiência, partindo, do entendimento das questões locais para as gerais. Os levantamentos realizados revelaram que as 12 equipes multiprofissionais seguiram os seguintes passos: Visitas institucionais, Reconhecimento da área de abrangência dos Centros de Saúde da Família, elaboração e execução de duas oficinas de territorialização. Nas oficinas foram levantadas potencialidades, fragilidades e desafios de cada território e a partir dessas informações foram organizados os dados e executados o planejamento coletivo das ações de saúde. Cada equipe utilizou metodologias diferenciadas buscando adequar-se as necessidades locais e com isso, desenvolver ações mais efetivas de atenção à saúde a partir do conhecimento aprofundado da realidade. A partir dessas vivências percebemos que o processo de territorialização não acaba nas oficinas, mas se inicia nelas.