139 resultados para Emenda popular, Brasil, 2012
Resumo:
O estabelecimento de Unidades de conservação é hoje um recurso usual quando se busca a proteção de ambientes naturais tidos como possuidores de grandes valores ecológicos. Esta, porém, não é uma prática recente. Tratando-se de América Latina, o primeiro parque nacional foi criado no México, em 1894. Sendo assim, este trabalho tem por objetivo compreender as formas históricas de manejo de unidades de conservação no contexto latino americano, percebendo, através da análise de suas diferentes tipologias a evolução da concepção de natureza. O manejo também permite delinear as diferentes formas do homem perceber e se relacionar com a natureza, seja este relacionamento de forma direta ou indireta. “[...] o planeta e a comunidade humana se confundem num todo único. A presença do homem é um fato em toda a face da Terra, e a ocupação que não se materializa é, todavia, politicamente existente.” (SANTOS, 2008, p. 99). Sendo assim, as distintas formas de “ocupação política” mediatizada pelo contexto das unidades de conservação são também um foco deste trabalho. Para tanto, lança-se mão das noções de preservacionismo e conservacionismo bem como daquelas relacionadas à relação homem natureza (num contexto de áreas protegidas), focando no manejo como a principal destas.
Resumo:
O estudo tem como escopo o entendimento das dinâmicas que os complexos agroindustriais estimulam nas espacialidades onde estão inseridas, promovendo fluxos de capital, modificando os sistemas de produção e de circulação das mercadorias. O reconhecimento das dinâmicas permite alcançar a dimensão da inserção do agroindustrial no contexto do crescimento e no progresso socioeconômico das espacialidades locais, de modo a revelar as relações e seus fluxos que permeiam a cadeia produtiva, principalmente, se tratando da produção de matéria-prima necessária ao processo agroindustrial. A relevância do estudo consiste na forma metodológica de investigação dos estabelecimentos em escala horizontal e vertical de suas relações e inter-relações existentes de ordem agropecuária, agroindústria, econômica, política, social, espacial e histórica, se considerando como referencial empírico o pequeno município de Três Passos, Rio Grande do Sul, Brasil. O estudo assume importância por analisar complexos agroindustriais na estruturação sócio-espacial de pequenas localidades. Para o desenvolvimento da investigação utiliza-se a metodologia sistêmica objetivando compreender uma realidade constituída por relações de produção complexas.
Resumo:
A produção agrícola da Malásia é caracterizada por um sistema em que convivem a produção especializada, normalmente chamada de plantation, e a não-especializada, baseada em pequenos produtores. Na especializada predomina as culturas voltadas ao mercado externo, os pequenos produtores se dedicam às lavouras para o mercado de alimentos sendo os terraços de arroz, o principal cultivo alimentício malaio. A palma foi introduzida na Malásia no começo do século XX como uma planta ornamental e depois plantada comercialmente, dando origem à indústria de óleo de palma. A crescente produção de óleo de palma tem recebido muita atenção pelo mundo afora. É considerado o ‘petróleo agrícola’ da região, por ser um óleo de uso alimentício, medicinal, oleoquímico e industrial, sua demanda tem aumentado de forma significativa nos últimos anos. Sendo sua expansão motivo de grande preocupação de ONG’s internacionais que condenam o avanço do plantio sobre as florestas tropicais. A área de plantação é um pouco mais de 4 milhões de hectares, utilizando mais de 60% da terra usada para agricultura. O uso da terra, é objeto de controle do Estado, o governo define estratégias e objetivos de política agrícola, mas não impõe restrições quanto a produção.
Resumo:
Este artigo tem como objetivo analisar a reestruturação da produção agrícola na organização do espaço agrário brasileiro. O encaminhamento metodológico utilizado na elaboração deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica e busca de informações e dados junto ao Ministério da Integração Nacional referentes à Política Nacional de Desenvolvimento Regional. O espaço agrário brasileiro tem passado por constantes transformações espaciais decorrentes da territorialização do capital, à luz do agronegócio da commodity soja, assim como tem ocorrido implicações decorrentes da reestruturação produtiva conformando e consolidando regiões. Tal situação é resultante de um conjunto de ações de gestores públicos, agroindústrias, produtores e empresas que prestam serviços à cadeia produtiva do agronegócio para garantir a materialidade da produção, circulação e venda da commodity soja.
Resumo:
Diversos são os movimentos de luta pela terra e na terra no Brasil, com diferentes estratégias de atuação, princípios políticos e formas de surgimento. No interior desses movimentos, camponeses e trabalhadores desempregados enxergam a possibilidade de ter a terra para trabalhar e manter, de forma mínina, as condições necessárias para sua sobrevivência e reprodução social. As primeiras lutas camponesas organizadas, com proporção nacional ocorreram nas décadas de 1950/60 com as Ligas Camponesas formadas no Nordeste brasileiro. Até 1964 as Ligas atuaram em 14 estados brasileiros, reunindo e organizando milhares de camponeses. As Ligas estavam prestes a se transformar em uma organização política mais forte, conseqüente e com um programa que extrapolava a questão agrária, até que veio o golpe militar e elas foram destroçadas. Porém a luta pela terra não cessou e a garra, a determinação dos camponeses integrantes das Ligas estão presentes hoje no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que se considera herdeiro natural daquela histórica organização. Pretendemos, portanto, analisar o sentido da luta pela terra desde as Ligas até o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. A análise de documentos históricos e material bibliográfico constituem-se na metodologia da pesquisa.
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Esta investigación examina las relaciones entre los procesos de colonización, los diferentes movimientos migratorios y los componentes más importantes de la política de ocupación que se desarrolló en el sureste de Roraima a lo largo de las últimas décadas. La metodología seguida correspondió en un primer momento a estudios básicos sobre modelos de colonización, asentamientos rurales, espacio agrario y espacios naturales. A continuación, se basó en datos económicos, crecimiento de población, inmigración, índice de deforestación, entrevistas y encuestas. En el estado de Roraima, el éxito de las políticas de expansión territorial, que en su momento se aplicarón para ayudar a resolver la crisis social de otras regiones, ha aumentado considerablemente la población del estado y generado una frontera de extrema diversidad, dependencia y complejidad. La frontera de expansión aún sigue abierta, puesto que la tierra es abundante, “libre” y los juegos de intereses de los administradores y planificadores no son del todo claros. El progresivo deterioro del medio ambiente, podemos señalar que siguen siendo aspectos destacables en el paisaje y a veces suponen mutaciones radicales de la situación precedente, que algunos califican como cambios catastróficos.
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A expansão da divisão internacional do trabalho nos séculos XIX e XX advindos dos interesses do centro do sistema capitalista fez aprofundar, no caso da América Latina, os interesses de grandes capitais. Pela pujança econômica e forte processo de exploração, destacamos os casos da empresa inglesa The Forestal Land, Timber and Railways Company Limited (La Forestal) e a empresa estadunidense Southern Brazil Lumber and Colonization (Lumber) pertencente ao Grupo Farquhar, objetivando-se analisar comparativamente suas dinâmicas econômicas e o que provocaram à sociedade, economia e natureza local/regional. Das dinâmicas regionais imprimidas por essas empresas resultou grande exploração e conflitos, gerando movimentos de trabalhadores, no caso das províncias do norte argentino, e, no caso do sul brasileiro, servindo como um dos estopins da Guerra do Contestado, ocorrida em espaços dos atuais territórios dos estados de Santa Catarina e Paraná.
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Esse artigo aborda sobre as transformações na vida dos vaqueiros, dos sertões nordestino, que tinham como um dos divertimentos as festas de apartação no pátio das fazendas. Esses eventos são tidos como à gênese das vaquejadas moderna. Dessa forma, procuramos demonstrar as relações de trabalho existente nessa atividade, quando era praticada apenas nas fazendas, e hoje nos parques de vaquejada. Tal atividade que antes era tida como rural, hoje já faz parte do cotidiano das grandes cidades do nordeste e do Brasil. Diante de tal expansão, fazemos análise geográfica e histórica da vida desse personagem. O texto está divido em três partes, a primeira as “pegadas de boi”, a segunda as “vaquejadas de morão” e a terceira a vaquejada moderna.
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Este trabalho busca refletir a agricultura camponesa. Para tanto, objetiva fazer uma análise dos desafios do acesso a recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar-PRONAF, tendo como foco principal o Assentamento 10 de abril no Município do Crato, Estado do Ceará, a partir dos anos 1990 e investigar experiências de inovações técnicas e práticas alternativas para o convívio e o uso racional da terra. Para esse estudo, teremos como embasamento metodológico a teoria social de Marx buscando compreender as interpretações de autores que discutem idéia relacionada à visão do campesinato e sua permanência e existência no modo de produção capitalista.
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Este artigo visa fazer uma reflexão sobre a produção alimentar de base agroecológica como alternativa de desenvolvimento e reprodução da agricultura familiar no Brasil. Para alcançar este objetivo partimos do principio que a alimentação é condição primaria para a reprodução do homem enquanto espécie animal. Na história da evolução humana, o homem condicionou a reprodução da vida à produção de alimentos. Assim podemos entender que a agricultura familiar é uma forma de organização e reprodução social secular, que mantém uma estrutura e uma forma de vivência peculiar. Consideramos também que a agricultura é uma das atividades produtivas em que a relação homem-natureza aparece com mais clareza.
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O objetivo deste ensaio é demonstrar como os estudos de Josué de Castro descortinam o problema da fome, ajudando a compreendê-lo e elucidá-lo, mostrando que o mesmo é latente na atualidade. Portanto, será realizada revisão bibliográfica das obras do autor e de outras relacionadas à temática.O discurso econômico utilizado pelos representantes do sistema capitalista camufla os problemas ligados à alimentação. Castro criticava o liberalismo afirmando que o capitalismo, em seu bojo, gerava bolsões de miséria, cuja expressão máxima era a fome, sendo esta caracterizada pela má alimentação.Destarte, vários fatores levaram a configuração do cenário atual: capitalização do campo concomitante com a revolução verde (uso de equipamentos, intensificação dos fertilizantes oriundos do petróleo, defensivos químicos e aditivos); evolução da produção de alimentos artificiais; mudanças nos hábitos e costumes, suprimindo a cultura alimentar que abrangia manifestações culturais regionais e a socialização das comunidades locais.Há de se elucidar que a “fome parcial ou oculta”, a questão simbólica, cultural e o “saber fazer” estão relacionados à segurança alimentar. Desta forma, busca-se especificar a alimentação não meramente por uma abordagem e classificação econômica e nutricional, mas considerando sua importância social, política e cultural.
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A reprodução social campesina tem sido cada vez mais dificultada pela falta de acesso a terra. Os detentores do capital expropriam os camponeses separando-os dos seus meios de produção e submetendo-os à exploração capitalista do trabalho. Dessa forma o camponês deixa de trabalhar para si, e trabalha para o capital, não vende mais sua produção e sim sua força de trabalho, fragilizando assim a reprodução do campesinato, levando em consideração que para reproduzir-se é fundamental o acesso a terra. Seja pela manutenção do latifúndio como reserva de valor, seja pela expansão das pastagens ou pela modernização no campo, a tendência é uma crescente expropriação seguida de exploração da força de trabalho camponesa. Sendo assim, nesse trabalho tem-se como objetivo compreender as estratégias utilizadas pelos camponeses para garantir a sua reprodução e de sua família no município de Itabaiana (SE). Em busca de um maior embasamento teórico fizemos um levantamento bibliográfico de autores tais como: Kautsky (1980), Shanin (1980), Santos (1978), Martins (1986, 1991), Oliveira (2004), dentre outros. Foram feitas entrevistas junto à comunidade camponesa do município, com o intuito de analisar as questões que se referem às estratégias de reprodução campesina.
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O processo de desenvolvimento do capitalismo no campo brasileiro é marcado por um profundo antagonismo, a modernização da agricultura serviu para aprofundar as desigualdades existentes no meio rural. Mesmo a agricultura tendo apresentado ganho de produção e tendo contribuído para a dinamização da economia brasileira, isso não levou à diminuição dos problemas sociais no campo. E, a impossibilidade de manter-se neste meio, levou a população rural a buscar outras alternativas de sobrevivência. Entre essas alternativas encontram-se as migrações campo-cidade, que fora estimulada principalmente pela exclusão social e expropriação dos meios de produção do camponês. E diante essa problemática temos como objetivo analisar a reprodução social camponesa ante o desenvolvimento e a re-estruturação do capitalismo no campo, a partir da expansão do trabalho não-agrícola e da precarização das relações de trabalho, no município de Itabaiana (SE), verificando seus reflexos na configuração do espaço rural. Para uma maior compreensão a cerca da temática utilizamos como autores tais como: Antunes (1999), Thomaz Junior (2004), Martins (1991), Singer (1999) dentre outros. Foram feitas entrevistas junto à comunidade camponesa do município, com o intuito de analisar as questões que se referem às estratégias de reprodução campesina e a precarização das relações de trabalho na área.
Resumo:
O trabalho tem como objetivo realizar o mapeamento do uso da terra no entorno de 10 km da Estação Ecológica de Itaberá, levantar a legislação incidente e detectar as pressões das atividades humanas sobre a unidade de conservação, de modo a subsidiar a elaboração do plano de manejo e a delimitação de sua zona de amortecimento. A metodologia do trabalho compreende levantamentos bibliográfico e cartográfico e o mapeamento do uso da terra com base na interpretação visual de imagem de satélite ALOS, do ano de 2008, com resolução espacial de 10m. Os objetos representados nas imagens de satélite foram identificados por meio da tonalidade/cor, textura, tamanho, forma, sombra, altura, padrão e localização geográfica. O uso da terra predominante no entorno da Estação Ecológica de Itaberá é caracterizado por atividades agrícolas de cultivos anuais e pecuária. A cobertura vegetal natural remanescente está restrita aos fundos de vale e encostas mais íngremes e devem constituir os corredores ecológicos. Os resultados obtidos por esse estudo colaboram, portanto, para a delimitação da zona de amortecimento, procura-se assim, ordenar o uso da terra e controlar as atividades antrópicas desenvolvidas ao redor da unidade de conservação.
Resumo:
A legislação ambiental brasileira possui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) que fornece as diretrizes para a criação e gestão de áreas devidamente delimitadas, que podem ser levadas a cabo tanto a nível federal, estadual ou municipal, que objetivem a proteção integral ou parcial de remanescentes florestais e de seus recursos naturais e fauna. A presente pesquisa é desenvolvida no Instituto Florestal do Estado de São Paulo e tem o objetivo de apresentar o estudo do meio físico da área limítrofe dos municípios de Peruíbe e Itanhaém como um subsídio importante para a viabilização de uma Unidade de Conservação (UC) no local. A pesquisa foi pautada, metodologicamente, em duas etapas: a primeira de compilações e revisões bibliográficas sobre os atributos do meio físico da área em questão, principalmente geológicos, geomorfológicos e pedológicos e interpretação de fotografias áreas para estabelecimento de unidades de mapeamento. A segunda, de digitalização, através do programa Arcview, dos dados pesquisados para criação de mapas de altimetria e clinografia, este último para relação com as possíveis classes de solos existentes para dar suporte a medidas de uso do solo dentro da UC.