1 resultado para Spatial pattern and association

em Biblioteca de Teses e Dissertações da USP


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No estudo das comunidades florestais, estabelecer a importncia relativa dos fatores que definem a composio e a distribuio das espcies um desafio. Em termos de gradientes ambientais o estudo das respostas das espcies arbreas so essenciais para a compreenso dos processos ecolgicos e decises de conservao. Neste sentido, para contribuir com a elucidao dos processos ecolgicos nas principais formaes florestais do Estado de So Paulo (Floresta Ombrfila Densa de Terras Baixas, Floresta Ombrfila Densa Submontana, Floresta Estacional Semidecidual e Savana Florestada) este trabalho objetivou responder as seguintes questes: (I) a composio florstica e a abundncia das espcies arbreas, em cada unidade fitogeogrfica, variam conforme o gradiente edfico e topogrfico?; (II) caractersticas do solo e topografia podem influenciar na previsibilidade de ocorrncia de espcies arbreas de ampla distribuio em diferentes tipos vegetacionais? (III) existe relao entre o padro de distribuio espacial de espcies arbreas e os parmetros do solo e topografia? O trabalho foi realizado em parcelas alocadas em unidades de conservao (UC) que apresentaram trechos representativos, em termos de conservao e tamanho, das quatro principais formaes florestais presentes no Estado de So Paulo. Em cada UC foram contabilizados os indivduos arbreos (CAP ≥ 15 cm), topografia, dados de textura e atributos qumicos dos solos em uma parcela de 10,24 ha, subdividida em 256 subparcelas. Anlises de correspodncia cannica foram aplicadas para estabelecer a correspondncia entre a abundncia das espcies e o gradiente ambiental (solo e topografia). O mtodo TWINSPAN modificado foi aplicado ao diagrama de ordenao da CCA para avaliar a influncia das variveis ambientais (solo e topografia) na composio de espcies. rvores de regresso \"ampliadas\" (BRT) foram ajustadas para a predio da ocorrncia das espcies segundo as variveis de solo e topografia. O ndice de Getis-Ord (G) foi utilizado para determinar a autocorrelao espacial das variveis ambientais utilizadas nos modelos de predio da ocorrncia das espcies. Nas unidades fitogeogrficas analisadas, a correspondncia entre o gradiente ambiental (solo e topografia) e a abundncia das espcies foi significativa, especialmente na Savana Florestada onde observou-se a maior relao. O solo e a topografia tambm se relacionaram com a semelhana na composio florstica das subparcelas, com exceo da Floresta Estacional Semicidual (EEC). As principais variveis de solo e topografia relacionadas a flora em cada UC foram: (1) Na Floresta Ombrfila Densa de Terras Baixas (PEIC) - teor de alumnio na camada profunda (Al (80-100 cm)) que pode refletir os teor de Al na superfcie, acidez do solo (pH(H2O) (5-25 cm)) e altitude, que delimitou as reas alagadas; (2) Na Floresta Ombrfila Densa Submontana (PECB) - altitude, fator que, devido ao relevo acidentado, influencia a temperatura e incidncia de sol no sub-bosque; (3) Na Savana Florestada (EEA) - fertilidade, tolerncia ao alumnio e acidez do solo. Nos modelos de predio BRT, as variveis qumicas dos solos foram mais importantes do que a textura, devido pequena variao deste atributo no solo nas reas amostradas. Dentre as variveis qumicas dos solos, a capacidade de troca catinica foi utilizada para prever a ocorrncia das espcies nas quatro formaes florestais, sendo particularmente importante na camada mais profunda do solo da Floresta Ombrfila Densa de Terras Baixas (PEIC). Quanto topografia, a altitude foi inserida na maioria dos modelos e apresentou diferentes influncias sobre as reas de estudo. De modo geral, para presena das espcies de ampla distribuio observou-se uma mesma tendncia quando associao com os atributos dos solos, porm com amplitudes dos descritores edficos que variaram de acordo com a rea de estudo. A ocorrncia de Guapira opposita e Syagrus romanzoffiana, cujo padro variou conforme a escala, foi explicada por variveis com padres espaciais agregados que somaram entre 30% e 50% de importncia relativa no modelo BRT. A presena de A. anthelmia, cujo padro tambm apresentou certo nvel de agregao, foi associada apenas a uma varivel com padro agregado, a altitude (21%), que pode ter exercido grande influncia na distribuio da espcie ao delimitar reas alagadas. T. guianensis se associou a variveis ambientais preditoras com padro espacial agregado que somaram cerca de 70% de importncia relativa, o que deve ter sido suficiente para estabelecer o padro agregado em todas as escalas. No entanto, a influncia dos fatores ambientais no padro de distribuio da espcie no depende apenas do timo ambiental da espcie, mas um resultado da interao espcie-ambiente. Concluiu-se que: (I) caractersticas edficas e topogrficas explicaram uma pequena parcela da composio florstica, em cada unidade fitogeogrfica, embora a ocorrncia de algumas espcies tenha se associado ao gradiente edfico e topogrfico; (II) a partir de caractersticas dos solos e da topografia foi possvel prever a presena de espcies arbreas, que apresentaram particularidades em relao a sua associao com o solo de cada fitofisionomia; (III) a partir de associaes descritivas o solo e a topografia influenciam o padro de distribuio espacial das espcies, na proporo em que contribuem para a presena das mesmas.