39 resultados para Saúde pública Teses

em Biblioteca de Teses e Dissertações da USP


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Introduo: A preocupao e a incorporao da problemtica da saúde mental infantil nas polticas públicas de saúde so recentes, assim como o desenvolvimento de aes voltadas a esse cuidado. Preconiza-se que essa ateno se proceda a partir de uma rede composta por servios atuando de modo articulado a outros setores. Objetivo: Analisar os processos e as condies de produo de cuidados em saúde mental de criana na perspectiva do modo psicossocial na Rede de Ateno Psicossocial. Mtodo: Pesquisa qualitativa, com referencial terico-metodolgico oriundo da Anlise Institucional, desenvolvida por meio de Observao Participante em (1) espaos de articulao entre servios de saúde, (2) Unidade Bsica de Saúde e (3) Centro de Ateno Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi) no municpio de Mau, So Paulo. A Observao Participante permitiu reconhecer os procedimentos de cuidados no cotidiano dos servios. Para aprofundamento da investigao, foram realizados Grupos Focais com profissionais da Estratgia de Saúde da Famlia e do CAPSi, com familiares de crianas que frequentam o CAPSi e com crianas usurias do servio. Os dados foram analisados e interpretados a partir de conceitos advindos da psicanlise winnicottiana, do modo de ateno psicossocial e da anlise institucional. Resultados e Discusso: O interesse, o investimento poltico e o direcionamento das aes e da organizao dos servios, coerentes com a lgica de ateno psicossocial, tm propiciado um terreno frtil para a construo de prticas transformadoras de cuidado em saúde mental. A incorporao desse cuidado na Ateno Bsica, ainda que apresente desafios e tenses entre o modelo institudo (departamentalizado em especialidades) e instituinte (saúde mental integrante da saúde geral), levou a mudanas nas aes e concepes dos profissionais. Contudo, o desenvolvimento de aes intersetoriais e a construo de uma rede ampliada de ateno tm sido limitados pela escassez de servios e profissionais da rede e por diferentes concepes que atravessam o campo. Os participantes da pesquisa expressam viso conflitante em relao concepo acerca de problemas de saúde mental e das expectativas quanto ao cuidado, sendo observada forte presena de uma cultura psiquitrica, que se acentua nas falas dos familiares e na articulao com outros servios, e uma inclinao a favor da ateno psicossocial, mais presente nas expresses dos profissionais. Nos servios de saúde, h movimentos instituintes que enfatizam a integralidade da ateno, a interdisciplinaridade do cuidado, a multideterminao do processo saúde-doena, alinhados ao modo de ateno psicossocial. O acolhimento, o vnculo, a escuta e a confiana, importantes elementos do cuidado esto presente nas aes dos servios. As intervenes teraputicas tm sido desenvolvidas a partir da singularidade dos casos por meio de Projetos Teraputicos Individuais, embora sejam consideradas aqum das necessidades das crianas, limitaes advindas da escassez de profissionais e servios da rede. Consideraes Finais: Embora os servios de saúde atuem na direo do cuidado alicerado no modo psicossocial, eles tm atuado de forma pouco articulada com outros setores. A hegemonia da cultura psiquitrica um desafio a ser enfrentado. So urgentes aes que possam promover mudanas nessa cultura predominante e no imaginrio social no que toca aos problemas de saúde mental e aceitao das diferenas.

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Esta pesquisa discute a Comunicao em Saúde no contexto das Prticas Integrativas e Complementares (PIC) no Sistema nico de Saúde (SUS), no que concerne ao tratamento do cncer realizado num hospital pblico de Campinas. O arcabouo terico se debrua sobre as diretrizes do iderio da Promoo da Saúde e sobre as discusses da Educao em Saúde, por serem premissas fundamentais para que a Comunicao em Saúde seja participativa e democrtica, e que a Comunicao das PIC conquiste maior espao na Saúde Pública. O objetivo geral foi investigar o processo de comunicao entre profissionais de saúde e usurios do SUS participantes do Projeto de Construo do Cuidado Integrativo (PCCI). A metodologia utilizada foi a qualitativa tendo como instrumentos pesquisa documental e entrevistas semi-estruturadas para a coleta dos dados. Os participantes do estudo foram usurios que fizeram parte do grupo de Acupuntura e de Fitoterapia e usaram prticas complementares ao tratamento convencional do cncer, e tambm os profissionais de saúde envolvidos no PCCI realizado no Hospital de Clnicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)/SP. Os dados foram analisados por meio da anlise temtica de contedo de Bardin, que permitiu identificar as seguintes categorias: Medo da interveno, Analgesia como resultado, Continuidade do tratamento, Falta de informao e Divulgao das prticas. Os resultados mostraram que houve dificuldades de comunicao, indicando lacunas importantes em relao infraestrutura, falta de divulgao e continuidade do tratamento complementar com as PIC, a falta de valorizao da participao popular e estmulo autonomia como preconiza o iderio da Promoo da Saúde. Concluiu-se que o modelo de saúde vigente, de base biomdica, no tem permitido a participao dos usurios, e, mais ainda, tem dificultado o desenvolvimento da comunicao democrtica, humanizada e solidria. O Projeto (PCCI) foi importante em sua execuo, uma vez que trouxe resultados positivos com o uso das PIC por melhorar as condies da qualidade de vida dos usurios e ter promovido analgesia, conferido maior disposio e recuperao dos movimentos. Entretanto, o Projeto (PCCI) no teve potencial o suficiente para provocar uma mudana na lgica do tratamento convencional que est hegemonicamente imerso no modelo biomdico, com isso limitando a insero e a comunicao das PIC na Saúde Pública e dificultando a abertura para o dilogo entre os diferentes saberes. Entende-se que este um dos principais desafios da Medicina Tradicional e Complementar (MTC).

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Introduo O nvel de atividade fsica (NAF) insuficiente e estado nutricional (EN) inadequado conferem risco de desenvolvimento de hipertenso arterial e diabete, bem como dificultam o controle destas doenas. Assim, infere-se que os custos despendidos pelo SUS com medicamentos, internaes e consultas de hipertensos e diabticos apresentem relao inversa com NAF, incluindo a prtica de caminhada e EN. Entretanto, estudos epidemiolgicos que descrevam estes custos e analisem essas associaes na populao idosa so inexistentes no Brasil, o que dificulta a fundamentao para a implementao de polticas publicas para a economia de recursos. Objetivo Descrever os custos com procedimentos de saúde de idosos hipertensos e diabticos e verificar qual a sua associao com NAF e EN, segundo sexo e grupos etrios. Mtodos A amostra foi constituda por 806 idosos com autorreferncia hipertenso e/ou diabete ( 60 anos) residentes no municpio de So PauloSP, participantes das trs coortes do Estudo Saúde, Bem-estar e Envelhecimento SABE - em 2010. A varivel dependente custo total anual (em Reais), foi estimada com base nos dados autorreferidos sobre uso de medicamentos, uso dos servios ambulatoriais e internaes hospitalares, retroativos a um ano da coleta de dados. A variveis explanatrias: i) NAF foi estimada a partir de entrevista utilizando o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ, verso curta), classificando os idosos segundo durao da realizao de atividades fsicas moderada, em ativos ( 150 minutos/semana) e insuficientemente ativos (< 150 minutos/semana); ii) Prtica de caminhada, categorizada segundo frequncia semanal: a) 4 dias/ semana; b) 1 a 3 dias/semana; c) no caminha. iii) EN, identificado pelo ndice de massa corporal (IMC), classificando os idosos em dois grupos: a) IMC < 28 kg/ m; b) IMC 28 kg/ m (excesso de peso); as variveis de controle foram o sexo, grupos etrios (a. 70 anos; b. 65 a 69 anos; c. 60 a 64 anos); estado civil (a. casado; b. outros) e, escolaridade (a. sem escolaridade; b. 1 ano). A descrio dos custos segundo as NAF e EN foi representada pelos valores de mdia e IC95 por cento , mediana e P25 P75, valores mnimos e mximos. Modelos de regresso logstica mltipla foram empregados para analisar as associaes entre variveis dependentes e explanatrias. O nvel de significncia foi estabelecido em 5 por cento e todas as anlises foram realizadas considerando amostras complexas, por meio do software Stata, 13.0. 9 Resultados: A mdia de custo total anual por pessoa foi de R$ 732,54 e a soma dos custos relativa a 12 meses para os 806 idosos foi de R$ 609.587,20, sempre superiores para idosos em excesso de peso, com NAF insuficiente e para idosos que no caminham. Idosos em excesso de peso apresentaram chance 50 por cento superior de estarem no grupo de maior custo total anual (OR 1.49, IC95 por cento 1.01 2.18) e mais de 70 por cento superior de maior custo com medicamentos (OR 1.71, IC95 por cento 1.18 2.47). A ausncia de caminhada significou a chance superior para maiores custos anuais com medicamentos (OR 1.63, IC95 por cento 1.06 2.51) e custos totais (OR 1.82, IC95 por cento 1.17 2.81). Todas as anlises ajustadas por sexo e idade. O NAF no se associou aos custos totais e custo com medicamentos (p>0.05). Concluso: Os custos para o controle de HAS e DM em idosos so altos e se associam inversamente prtica de caminhada e ao estado nutricional, especialmente em relao ao custo com o uso de medicamentos antihipertensivos e hipoglicemiantes.

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Trata-se da meta-avaliao de um processo avaliativo desenvolvido por secretrios e assessores tcnicos municipais de uma regio de saúde do estado de So Paulo, com foco nos critrios de utilidade e participao. uma pesquisa qualitativa, cuja base emprica foi 1) o material produzido em sete oficinas realizadas com os representantes municipais, com vistas avaliao de um aspecto da linha de cuidados em saúde sob a tica da integralidade; e 2) as entrevistas semiestruturadas realizadas com os mesmos atores aps a finalizao do processo avaliativo. Para a avaliao do critrio de utilidade, utilizou-se principalmente o referencial de KIRKHART (2000), com o objetivo de ampliar a anlise para alm do uso instrumental dos achados avaliativos e foc-la na identificao de influncias mltiplas exercidas por um fenmeno complexo como um processo avaliativo. A anlise do critrio participao se deu com base no referencial de COUSINS e WHITMORE (1998), buscando a identificao no material emprico de decises ou aspectos contextuais que fizeram com que a opo participativa fosse aprofundada ou limitada no processo em foco. O trabalho destaca a importncia de explicitar pressupostos que baseiam a metodologia da avaliao/ meta-avaliao escolhida, e a necessidade de se buscar referenciais tericos de anlise compatveis com a opo realizada, frisando a inexistncia de posturas neutras ou estudos totalmente objetivos; e a importncia de capacitar avaliadores a acompanharem a demanda dos participantes de um processo participativo com a flexibilidade necessria para conferir-lhe o maior aproveitamento possvel. Conclui-se pela viabilidade, com vantagens, da realizao de processos participativos locais com gestores na Saúde Pública, destacando a possibilidade de ganhos em formao e o enriquecimento dos processos de negociao em nvel do territrio, de forma coerente poltica de construo das regies de saúde no SUS.

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Um territrio, uma substncia e trs Polticas Públicas atuando sobre uma mesma populao. O trabalho tem como objetivo oferecer uma anlise das Polticas Públicas para usurios de Crack instaladas no territrio da \"Cracolndia\" paulista, localizado no Bairro da Luz (So Paulo-SP). A criao do Programa Crack Possvel Vencer em 2010, articulada emergncia de discursos que especulavam sobre uma possvel epidemia e crescente interesse dos meios de comunicao sobre a populao usuria, abriu a possibilidade de criao de espaos institucionais para que o Estado intervisse sobre os usurios de crack. Dentro desse contexto, e articuladas a esse Programa do Governo Federal, surgem duas Polticas Públicas: Programa Recomeo de gesto Estadual e Programa De Braos Abertos de gesto Municipal. As aes dessas duas polticas durante os anos 2014 e 2015 constituem o foco do recorte emprico do presente trabalho. O esforo de pesquisa foi no sentido de investigar como as novas Polticas Públicas que se propunham a operar no campo da Saúde Pública e do cuidado iriam se materializar no territrio, como o discurso institucional iria se traduzir enquanto prticas. Em especial, interessava observar se as novas aes iriam inibir o movimento histrico de higienizao do territrio e expulso dos usurios. Visando contemplar na pesquisa ponto de vistas, experincias e discursos que no se limitassem ao relato institucional, foram utilizadas trs fontes de dados: pesquisas realizadas na regio, reportagens e documentos lanados pela mdia e pesquisa de campo. Foi realizada uma leitura e descrio detalhada de trs etnografias feitas na regio, com o objetivo de comparar as intervenes passadas com o contexto atual; atravs da anlise de duas personagens miditicas, que surgiram nos meios de comunicao em 2015, traou-se a imagem do usurio de crack que veiculada socialmente. E atravs de observao participante no territrio, foram descritos os eventos acontecidos durante o perodo de tempo delimitado, distribudos em trs eixos: Saúde, Represso e Resistncia. partir desse itinerrio de pesquisa, foi elaborada uma discusso que pontua as diferenas entre o discurso e a prtica. Dentre as consideraes finais, destaca-se a diferena dos modelos de tratamentos propostos pelas Polticas Públicas internao e Reduo de Danos e a forma como essa disputa se materializa no cuidado aos usurios de crack. Embora tenha ocorrido um crescimento de ofertas de saúde, tambm ocorreu um aumento progressivo no nmero de agentes de segurana e equipamentos de vigilncia na Cracolndia, instaurando aquilo que chamado de Confinamento dos usurios, composto de prticas de limpeza das ruas, retirada de bens dos usurios e filmagem dos usurios. Uma estratgia de gentrificao foi detectada e descrita, ao cujo protagonista uma empresa de seguros que, no perodo delimitado, se mostrou excessivamente atuante no territrio, mobilizando as aes estatais. E por fim, tambm foram descritas as aes de resistncia dos usurios frente criao das Polticas Públicas e das outras formas de interveno estatal, aes tais como a construo das favelinhas e a atuao dos profissionais e militantes da regio. Espera-se que esse trabalho contribua para uma maior compreenso da Cracolndia paulista e fornea subsdios para que melhores Polticas Públicas sejam criadas no territrio.

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No Brasil, o sistema de saúde composto por duas estruturas: pública, representada pelo Sistema nico de Saúde (SUS) e privada suplementar, composta por 1.268 operadoras de planos de saúde, supervisionadas pela Agncia Nacional de Saúde (ANS). No entanto, as operadoras tm sido consideradas ineficientes tanto na gerao de resultados financeiros quanto na prestao de servios aos beneficirios, destacando-se a necessidade e relevncia para a saúde pública ao se buscar avaliar o seu desempenho sob essas perspectivas. O objetivo do trabalho foi, para um mesmo nvel de eficincia na prestao de servios, identificar as prticas administrativas que diferenciam as operadoras de planos de saúde (OPS) financeiramente sustentveis. Para tanto, inicialmente foi aplicada a tcnica da Anlise Envoltria de Dados (DEA) no intuito de identificar operadoras eficientes em transformar inputs em outputs e, a partir dos escores obtidos, selecionar duas OPS de nvel de servios semelhantes e desempenho financeiro opostos para que fossem comparadas por meio de um estudo de mltiplos casos. A anlise quantitativa indicou que as OPS de medicina de grupo apresentaram maior eficincia do que as demais modalidades. J o estudo de mltiplos casos identificou que a gesto de polticas de crdito, de captao e aplicao de recursos, o planejamento tributrio, a adoo de polticas de promoo e preveno saúde, as formas de remunerao dos mdicos e a estratgia de composio de receitas diferenciaram a OPS de melhor desempenho.

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Compreendendo a tuberculose enquanto problema de saúde pública, desde meados dos anos 1990 a Organizao Mundial da Saúde recomenda aes de controle da doena, dentre estas a Directly Observed Treatment Short-Course (DOTS) que, junto s demais recomendaes, transferida e executada em diferentes cenrios, sendo essa transferncia merecedora de ateno e aprofundamento, o que deve ocorrer por meio da utilizao de mtodos vlidos e confiveis. Trata-se de um estudo metodolgico, cujo objetivo elaborar e validar um instrumento voltado avaliao da transferncia da poltica do Tratamento Diretamente Observado, segundo a perspectiva de profissionais de saúde, por meio das dimenses \"Informao\", \"Conhecimento\" e \"Inovao\". O estudo foi realizado em trs fases, a saber: validao semntica, primeira fase do estudo de campo e segunda fase do estudo de campo. A validao semntica contou com 24 profissionais; a primeira fase do estudo de campo, com 101 profissionais; e a segunda fase do estudo de campo, com 401 profissionais. Na validao semntica, o instrumento foi ajustado segundo as sugestes dos entrevistados, tendo ocorrido tambm a retirada de dois itens dos 49 inicialmente propostos. Na primeira fase do estudo de campo, o instrumento no apresentou efeito floor and ceiling e foram retirados 8 itens com carga fatorial < 0,30 na Anlise Fatorial Exploratria. O instrumento apresentou um bom alfa de Cronbach (?=0,87), e a dimenso \"Conhecimento\" apresentou alfa baixo (?=0,645). Na segunda fase do estudo de campo, o efeito floor and ceiling manteve- se ausente, com baixo coeficiente de correlao linear de Pearson (r), baixo ajuste (55%) e baixo alfa de Cronbach (?=0,61) para a dimenso \"Conhecimento\", tendo as dimenses \"Informao\" e \"Inovao\" atingido valores aceitveis. Para o instrumento como um todo, o Alfa de Cronbach foi de 0,872. O KMO e o Teste de Esfericidade de Bartlett foram satisfatrios, permitindo a Anlise Fatorial Confirmatria. Entretanto, identificou-se baixo valor de ajuste do modelo no CFI e RMSEA (0,576 e 0,088, respectivamente), com uma baixa correlao entre as dimenses propostas. Conclui-se que o instrumento elaborado capaz de avaliar a transferncia do TDO segundo a perspectiva de profissionais de saúde de nvel mdio e superior de forma unidimensional, sem a utilizao das trs dimenses inicialmente propostas

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A cincia e a tecnologia cada vez mais vm proporcionando avanos em produtos inovadores. Particularmente na rea da saúde nota-se eminente sinergismo entre os materiais utilizados, suas propriedades de biocompatibilidade, biofuncionalidade, processabilidade, esterilidade e a rea de aplicabilidade no organismo humano. O setor farmacutico por apresentar grande complexidade exige conhecimentos multidisciplinares, atualizados e em conformidade s tendncias internacionais. A Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA) tem sob sua responsabilidade extensa diversidade de bens, servios e produtos, dentre eles esto os correlatos, que tambm compreende os produtos para saúde. Os produtos para saúde so classificados conforme o seu risco, no Brasil podendo apresentar at quatro classes, sendo as classes III e IV as que caracterizam maior risco. Para alguns produtos, devido seu risco sanitrio, compulsrio a Certificao de Conformidade pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) previamente a concesso de seu registro sanitrio pela ANVISA. Dentre as normas tcnicas aplicveis pelo INMETRO esto as normas da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) e na sua ausncia, as normas da International Organization for Standardization (ISO). Outros requisitos tcnicos e regulatrios devem ser contemplados com o propsito de comprovao da segurana e eficcia dos produtos. Entretanto, as regulamentaes sanitrias inerentes a essa categoria de produtos ainda se encontram incipientes no pas. A desenvoltura do setor produtivo nesse segmento pode ser evidenciada pelo aumento de novas solicitaes na ANVISA e de seu crescimento na balana comercial. No entanto, observa-se pouco estudo e entendimento do setor regulado e regulador referente relao mtua entre ANVISA, INMETRO e ABNT e quanto regulao sanitria aplicvel para obteno da anuncia do produto ao consumo. Na conjuntura das demandas apontadas o objetivo deste estudo foi avaliar o processo regulatrio aplicvel cadeia produtiva dos produtos para saúde com a finalidade de compreender a relao entre ANVISA, INMETRO e ABNT na garantia da qualidade, segurana e eficcia dos produtos. A metodologia aplicada neste trabalho foi pesquisa qualitativa. Com o auxlio da pesquisa documental constatou-se que o processo regulatrio brasileiro complexo, especfico e robusto e apresenta estrutura e exigncias semelhantes dos Estados Unidos e Unio Europeia. A fiscalizao ps-uso uma tendncia internacional e a ANVISA vem adotando com frequncia com intuito de acompanhar a qualidade dos produtos comercializados. As trs instituies apresentam competncias definidas e regulamentadas, bem como mecanismos de inter-relao por meio de conselhos consultivos. O estudo de caso caracterizou que o perfil dos profissionais do setor regulado apresenta em grande percentual formao na rea da saúde e nvel de ps-graduao, porm o nvel de conhecimento dos principais conceitos relativos aos produtos para saúde parcial, reforando a necessidade de incentivos de capacitao de recursos humanos em regulao em saúde.

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Em organizaes que operam segundo a lgica de servio h uma mudana estratgica, com o deslocamento da produo de um produto para um valor. Seguindo esta dinmica, surgiram na Saúde Pública propostas de modelos de ateno alternativos ao hegemnico, centrado em procedimentos e equipamentos. O presente estudo analisou o modelo da Estratgia de Saúde da Famlia, cuja proposta centra-se nas necessidades do usurio e no vnculo usurio-equipe multiprofissional, tendo como objetivo investigar como a organizao e as condies do trabalho influenciam na utilizao de recursos imateriais pelas equipes. Consistiu em um estudo de caso realizado junto a oito equipes de saúde da famlia do municpio de Caraguatatuba/SP. A metodologia compreendeu observao direta e realizao de grupos focais com os profissionais das equipes. A anlise abrangeu a categorizao dos temas mais relevantes, em especial aqueles que se relacionavam ao uso e desenvolvimento dos recursos imateriais. Os resultados indicaram que, embora os profissionais valorizassem os aspectos relacionais, o processo de trabalho das equipes encontrava-se centrado na produo de procedimentos e informaes quantitativos dos atendimentos, no incorporadas s prticas do cuidado. Os recursos imateriais, bem como seus resultados, no encontravam uma forma sistematizada de avaliao. E, dessa forma, enfrentavam desafios para serem apropriados e desenvolvidos como conhecimento pela organizao.

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O propsito deste estudo foi contribuir para a anlise da epidemiologia da ocluso dentria na infncia e discutir a implicao para os sistemas de saúde, examinando dados de prevalncia de uma amostra probabilstica (n=985) da populao de 5 e 12 anos de idade na cidade de So Paulo, Brasil (1996); e estudos epidemiolgicos transversais publicados nos ltimos 70 anos. A prevalncia na cidade, cresceu de 49,0 4,5 por cento na dentio decdua para 71,3 3,9 por cento na dentio permanente (p<0,001), sendo que a chance de ocorrncia de oclusopatia moderada/severa foi quase duas vezes maior na segunda dentio (OR=1,87; IC95 por cento =1,43-2,45; p<O,OOO). O ataque de crie acima das metas da OMS para o ano 2000 mostrou associao positiva com a severidade do dano (OR=1,51; IC95s por cento =1,15-1,99; p<0,003). Anlise de regresso logstica mltipla mostrou que o risco estimado da populao portadora de dentio permanente e com experincia de crie acima dessas metas apresentar oclusopatia moderada/severa se elevou de 22 por cento para 50 por cento . Sexo, tipo de escola (pública e privada) e diferenas tnicas entre brancos e pardos no influenciaram essa distribuio. O exame da literatura atravs de meta-anlise indicou que a prevalncia dos problemas oclusais foi duas vezes maior na dentio permanente quando comparada s denties decdua/mista. Tanto a realizao de estudos longitudinais quanto de levantamentos e triagens para a identificao e o tratamento dos casos mais severos, no apenas no perodo da dentio permanente, mas tambm nas denties decdua/mista, combinado introduo de aes de proteo especfica em programas materno-infantis direcionadas ao desenvolvimento oro-facial dos zero aos 6 anos so medidas que devem ser consideradas no planejamento estratgico e normativo dos sistemas de saúde. Mtodos de interveno em saúde pública devem ser pesquisados e implementados o mais precocemente possvel para aumentar a proporo da populao com ocluso normal e reduzir o percentual de oclusopatia moderada/severa.

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A recente evoluo das doenas crnicas no transmissveis (DCNT), possivelmente associadas s mudanas de hbitos alimentares, tem sido um desafio para a promoo da alimentao saudvel em vrios pases, inclusive no Brasil, onde o sdio tem sido o foco de ateno, pela possibilidade da reduo da sua elevada ingesto ser uma das medidas com melhor custo benefcio para saúde pública. necessrio conhecer o contedo de sdio e de componentes especficos, relacionados s DCNT nos alimentos comercializados no pas, para orientar o consumidor na seleo adequada dos alimentos e mesmo para modificar sua composio; no entanto, nas bases de dados, o contedo desse mineral est presente em um nmero reduzido de alimentos. O objetivo da presente pesquisa foi a elaborao de uma base de dados de alimentos processados com componentes especficos associados s DCNT, dando nfase ao sdio, e avaliar o uso dessa base de dados para estimar a sua ingesto. Informaes nutricionais de rtulos e de websites de indstrias de alimentos foram coletadas para incluso na base de dados, elaborada de acordo com as diretrizes do International collaborative project to compare and monitor the nutritional composition of processed foods, coordenado pelo The George Institute for Global Health (Austrlia). A avaliao da variao do contedo de sdio foi realizada para alguns alimentos processados presentes na base de dados, considerando os de maior consumo nacional. O contedo de sdio em refeies de restaurantes populares de So Paulo foi analisado por espectrofotometria de absoro atmica de chama e estimado pela base de dados elaborada para comparao. Na base de dados esto includas informaes de 2.319 alimentos distribudos em 14 grupos. Foi observada grande variao no contedo de sdio entre diferentes tipos de pes de forma industrializados, de salsichas, de linguias, de queijos e iogurtes. O contedo de sdio analisado nas refeies (base integral) variou de 215,9 mg a 427,9 mg por 100 kcal, enquanto que o contedo de sdio estimado variou de 204,2 mg a 486,8 mg por 100 kcal (418 kJ). A anlise do coeficiente de correlao entre valores analticos e estimados do contedo de sdio em refeies mostrou forte correlao entre esses dados para dois restaurantes (r=0,703 e 0,897) e moderada correlao para outros dois (r=0,513 e 0,622) dos cinco restaurantes estudados, indicando que atravs da base de dados elaborada possvel obter uma estimativa da ingesto de sdio. A importncia de se conhecer o contedo de sdio de refeies e/ou alimentos est na possibilidade de uso dessas informaes para orientar a reduo do sal empregado no preparo da refeio, e ampliar para o consumidor informaes que permitam identificar alternativas para reduo do consumo de sal.

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Introduo: A obesidade um dos grandes problemas de Saúde Pública e atinge nveis epidmicos em grande parte do mundo. A maioria dos indivduos com excesso de peso so mulheres, no Brasil o tamanho desta populao tambm expressivo, as em idade frtil so as que apresentam maior risco para o desenvolvimento da obesidade, o que est associado ao ganho de peso excessivo durante a gestao e a reteno de peso aps o nascimento. O excesso de peso materno est relacionado a desfechos negativos para saúde materno-infantil. Objetivo: Analisar o peso gestacional e desfechos perinatais em mulheres da regio sudeste do Brasil. Mtodo: estudo transversal, com a utilizao de dados provenientes de uma coorte nacional, com base hospitalar denominada: Nascer no Brasil: Inqurito Nacional sobre Parto e Nascimento, inqurito realizado no perodo de 2011 e 2012.Partindo da amostra inicial total do Sudeste composta por 10.154 mulheres entrevistadas e considerando os fatores de incluso e excluso para esta pesquisa, chegou-se a uma amostra de 3.405 binmios (me /recm-nascido).As variveis estudadas foram ganho de peso, idade materna, peso pr-gestacional, ndice de Massa Corporal inicial e final, idade gestacional, tipo de parto e peso ao nascer. Anlise foi realizada atravs das medidas de tendncia central. Foi utilizado teste de Mann-Whitney para dados de distribuio normal e coeficiente de Pearson para variveis contnuas. Foram considerados como significante os resultados com um p a 0,05. Resultados: A maioria das participantes apresentou faixa etria entre 21 e 30 anos, os nascimentos ocorreram entre a 38 e 39 semana gestacional, e seus recm-nascidos tiveram peso mediano de 3.219 g. Grande parte das pesquisadas (61,04 por cento ) iniciaram a gestao com um estado nutricional considerado adequado e 31,51 por cento apresentavam excesso de peso anterior gestao. O ganho de peso excessivo ocorreu em todas as categorias de IMC pr-gestacional representando 49,6 por cento da populao total estudada. O peso anterior gestao apresentou elevada correlao com ganho de peso total ao final da gestao. Tambm foi observada influncia do ganho de peso na gestao com a via de parto, idade gestacional e peso do beb ao nascer. Concluso: A maioria da populao iniciou a gestao com estado nutricional adequado, porm, houve ganho de peso excessivo considervel em todas as categorias de IMC, este influenciou na via de parto onde a maioria aconteceu por operao cesariana e no peso ao nascer. O estado nutricional inicial influencia fortemente o estado nutricional ao final da gestao. Por isto, importante que os programas de interveno atuem em todas as etapas deste perodo, inclusive na conscientizao da importncia de um peso adequado anterior a concepo. Alm de promover aes que auxiliem nos cuidados quanto ao ganho de peso na gestao.

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Introduo: O deslocamento ativo tem estreita relao com problemas de saúde pública da atualidade e sua promoo pode contribuir para melhorias quanto mobilidade urbana, estado de saúde e proteo do meio ambiente. Entretanto, a maior parte das pesquisas sobre o tema tem sido desenvolvida em pases de renda alta. A presente tese busca ampliar a investigao sobre o deslocamento ativo no Brasil. Objetivos: i) Descrever a frequncia, a distribuio e a variao temporal de indicadores do deslocamento ativo em populaes brasileiras; ii) Avaliar o impacto de mudanas no padro de transporte da populao sobre o deslocamento ativo, o tempo sedentrio e desfechos de saúde em populaes brasileiras. Mtodos: Tese composta por sete manuscritos. O primeiro apresenta reviso sistemtica de estudos com informaes sobre a prtica de deslocamento ativo na Amrica Latina e Caribe; o segundo descreve estimativas representativas da populao brasileira sobre a prtica de deslocamento ativo para o trabalho; o terceiro e o quarto descrevem a frequncia e tendncia temporal do deslocamento ativo na Regio Metropolitana de So Paulo (ciclistas e escolares); o quinto discute a questo da mobilidade urbana e do direito cidade em So Paulo; o sexto e o stimo avaliam o impacto de mudanas no padro de mobilidade da metrpole paulistana sobre a prtica de deslocamento ativo, tempo no-ativo de deslocamento e tempo total de deslocamento, bem como sobre a poluio do ar e saúde da populao. Resultados: A prevalncia mediana de deslocamento ativo encontrada em diferentes locais do Brasil foi de 12 por cento , variando entre 5,1 por cento em Palmas (Tocantins) a 58,9 por cento em Rio Claro (So Paulo) (Manuscrito 1). Um tero dos homens e das mulheres desloca-se a p ou de bicicleta de casa para o trabalho no pas. Em ambos os sexos, esta proporo diminui com o aumento da renda e da escolaridade e maior entre os mais jovens, entre os que residem em reas rurais, e na regio Nordeste. Em todas as regies metropolitanas estudadas, o quinto das pessoas de menor renda apresenta uma maior frequncia de deslocamento ativo (Manuscrito 2). Entre os anos de 2007 e 2012, observamos reduo no nmero de ciclistas em So Paulo e diferenas expressivas na proporo de ciclistas entre homens e mulheres (9,7 por mil habitantes versus 1,4 por mil habitantes em 2012) (Manuscrito 3). Tambm verificamos uma queda na proporo de crianas que se deslocam ativamente para a escola entre os anos de 1997 e 2012 (Manuscrito 4). O cenrio epidemiolgico do deslocamento ativo no pas resultante da disputa pelo direito cidade, com repercusses na transio de mobilidade humana e na saúde e qualidade de vida da populao, como podemos observar no caso de So Paulo (Manuscrito 5). A construo de uma So Paulo mais inclusiva, com menores distncias para os deslocamentos cotidianos e maior frequncia de caminhada e bicicleta, levaria substancial reduo do tempo total e do tempo sedentrio despendidos nos deslocamentos, sem diminuir a durao do deslocamento ativo (Manuscrito 6). Traria tambm ganhos saúde da populao, sobretudo pelo aumento da prtica de atividade fsica e da reduo da poluio do ar (Manuscrito 7). Concluses: A prtica de deslocamento ativo no Brasil apresenta marcadas diferenas segundo regio e caractersticas sociodemogrficas. De um modo geral, esta prtica vem diminuindo no pas, o que deve contribuir negativamente para a saúde da populao. A promoo de cidades mais inclusivas e compactas, com o favorecimento a modos ativos de deslocamento, pode contribuir para reverter esta preocupante tendncia.

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Introduo: A leishmaniose visceral (LV) um importante problema de saúde pública no Brasil, com cerca 3000 mil casos notificados anualmente. Nos ltimos anos, a LV tem ampliado sua distribuio em vrios estados do pas, associada principalmente aos processos socioambientais, antrpicos e migratrios. A LV causada pela infeco com Leishmania infantum chagasi, transmitida, principalmente, por Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae). Este flebotomneo apresenta ampla distribuio nas Amricas, todavia, evidncias sugerem que se constitui em um complexo de espcies crpticas. A dinmica de transmisso da LV modulada por fatores ecolgicos locais que influenciam a interao entre populaes do patgeno, do vetor e dos hospedeiros vertebrados. Portanto, o estudo das variveis associadas a esta interao pode contribuir para elucidar aspectos dos elos epidemiolgicos e contribuir para a tomada de decises em saúde pública. Objetivo: Avaliar parmetros relacionados capacidade vetorial da populao de Lu. longipalpis presente em rea urbana do municpio de Panorama, estado de So Paulo. Mtodos: Foram realizadas capturas mensais durante 48 meses para avaliar a distribuio espao-temporal de Lu. longipalpis e investigar a circulao de Le. i. chagasi. Tambm foram realizados os seguintes experimentos com o vetor: captura-marcao-soltura-recaptura para estimar a sobrevida da populao e a durao do seu ciclo gonotrfico, a atratividade dos hospedeiros mais frequentes em reas urbanas, a proporo de repasto em co, infeco experimental e competncia vetorial. Resultados: Observou-se que no municpio de Panorama, Lu. longipalpis apresentou as frequncias mais elevadas na estao chuvosa (entre outubro e maro), maior densidade em reas com presena de vegetao e criao de animais domsticos, locais aonde tambm foi demonstrada a circulao natural de espcimes de Lu. longipalpis infectados com Le. i. chagasi. Alm disto, foi corroborado que a populao de Lu. longipalpis apresentou hbito hematofgico ecltico, altas taxas de sobrevivncia e que foi competente para transmitir o agente da LV. Nos experimentos de laboratrio foi evidenciada a heterogeneidade na infeco de fmeas de Lu. longipalpis desafiadas a se alimentarem em ces comprovadamente infectados por L. i. chagasi e o rpido desenvolvimento do parasita neste vetor natural. Concluses. As observaes do presente estudo corroboram a capacidade vetora de Lu. longipalpis para transmitir a Le. i. chagasi e ressaltam a importncia da espcie na transmisso do agente etiolgico da LV. Aes de manejo ambiental, educao e promoo saúde so recomendadas s autoridades municipais para diminuir o risco potencial de infeco na populao humana e canina, considerando-se o elevado potencial vetor de Lu. longipalpis e a presena de condies que favorecem a interao dos componentes da trade epidemiolgica da LV.

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INTRODUO - A obesidade uma preocupao de saúde pública cada vez mais importante, em todo o mundo. A obesidade infantil, por sua vez, vem sendo associada a um alto risco de agravos infantis e de obesidade e doenas crnicas no transmissveis na fase adulta. Admite-se que o incio da vida seja um momento crtico e determinante para o risco do indivduo desenvolver sobrepeso ou obesidade. Entretanto, no est definido se existe algum perodo de maior vulnerabilidade na fase ps-natal e qual seria o melhor marcador do crescimento da criana para indicar uma possvel interveno precoce que possa minimizar o risco de desenvolver excesso de peso ou obesidade. OBJETIVO - Analisar as relaes existentes entre indicadores antropomtricos de crescimento no primeiro ano de vida e o desenvolvimento de excesso de peso no incio da idade escolar. MTODOS - Estudo de uma coorte histrica de uma unidade bsica de saúde em So Paulo, Brasil. Os momentos analisados foram aos trs, seis e doze meses e aos sete anos de idade. Avaliou-se a velocidade de crescimento e o crescimento alcanado durante o primeiro ano de vida frente aos desfechos: excesso de peso e obesidade aos sete anos de idade. As variveis foram analisadas estatisticamente atravs do Coeficiente de Correlao de Pearson e das curvas ROC, alm de terem sido estimadas a sensibilidade, a especificidade e o risco relativo. RESULTADOS - Os Coeficientes de Correlao de Pearson do ganho de peso por ganho de comprimento nos perodos de 0 a 3 meses, 0 a 6 meses e 0 a 12 meses foram, respectivamente, 0,23 (IC 95 por cento : 0,13 a 0,33), 0,29 (IC 95 por cento : 0,19 a 0,39) e 0,34 (IC 95 por cento : 0,24 a 0,43), todos significantes estatisticamente. Os Coeficientes de Correlao de Pearson do escore z do ndice de Massa Corprea (IMC) para 3, 6 e 12 meses foram, respectivamente, 0,39 (IC 95 por cento : 0,29 a 0,48), 0,41 (IC 95 por cento : 0,32 a 0,50) e 0,42 (IC 95 por cento : 0,33 a 0,51). Para excesso de peso na idade escolar, a utilizao do marcador escore z do IMC aos 12 meses maior que 0,49 apresentou sensibilidade de 68,29 por cento (IC 95 por cento : 59,3 por cento a 76,4 por cento ), especificidade de 63,51 por cento (IC 95 por cento : 56,6 por cento a 70,0 por cento ) e risco relativo estimado de 2,31 (IC 95 por cento : 1,69 a 3,17). Para obesidade, o mesmo marcador apresentou sensibilidade de 76,47 por cento (IC 95 por cento : 62,5 por cento a 87,2 por cento ), especificidade de 56,89 por cento (IC 95 por cento : 50,9 por cento a 62,7 por cento ) e risco relativo estimado de 3,49 (IC 95 por cento : 1,90 a 6,43). CONCLUSES - O primeiro trimestre de vida se revelou como sendo o perodo mais crtico, entre os estudados, para o desenvolvimento de sobrepeso ou obesidade no incio da idade escolar. No entanto, o escore z do IMC acima de 0,49 aos 12 meses de vida se mostrou como o melhor marcador para esses dois desfechos.