3 resultados para Representações sociais
em Biblioteca de Teses e Dissertações da USP
Resumo:
Introduo - O abuso sexual de crianas constitui um problema de sade pblica, com aproximadamente 73 milhes de casos de meninos e 150 milhes de meninas registrados anualmente no mundo. O abuso sexual gera consequncias negativas e condutas de risco que contribuem com algumas das principais causas de morte, doena e deficincia nas vtimas do abuso. Pais ou cuidadores primrios so fundamentais no processo de orientao e de cuidado das crianas abusadas, no sentido de prevenir as consequncias cognitivas, comportamentais e emocionais evidenciadas no futuro dessas crianas. Entretanto, as habilidades das famlias de cuidadores para lidar com a problemtica ainda so insuficientes. Objetivo - Descrever os processos e significados da experincia vivida pelos pais ou cuidadores primrios de crianas abusadas sexualmente. Mtodo - Os dados empricos foram tratados utilizando-se o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), fundamentado na Teoria das Representações Sociais, que viabiliza a emergncia das representações sociais por meio da construo dos discursos coletivos obtidos de depoimentos de um grupo especfico. Foram avaliados 60 pais ou cuidadores primrios no estupradores, que responderam cinco situaes-problema, cada uma com questes correspondentes, residentes nos municpios de Cajic e Tabio de Bogot, Colmbia. O processamento e a anlise dos dados foram realizados no sofware Qualiquantisoft, associado metodologia do DSC. Resultados - Na primeira situao-problema, que aborda o porqu do silncio do filho sobre o abuso, os entrevistados enfatizaram que fundamental o relacionamento pais e filhos (45,7 por cento , n = 43), bem como melhorar o papel de pais por meio da escuta, do dilogo e do confiar, dedicando mais tempo s crianas; tambm acham que o silncio se deve ao medo por parte das crianas e a ameaas e intimidao por parte do abusador, Na situao-problema 2, relativa identificao do abuso sexual como problema real, o significado atribudo configura cadeias que se repetem por transmisso intergeracional (26,9 por cento , n = 21). Na situao-problema 3, o que fazer no futuro, 53,3 por cento dos entrevistados (n = 32) acham que a criana est comprometida comportamentalmente e enfatizam a homossexualidade com perda da identidade como consequncia da violncia sexual. Na situao-problema 4, que enfatiza o papel da rede social quanto ao cuidado da criana, os entrevistados acreditam que a soluo dar proteo (29,1 por cento ; n = 32), com aes que visem a afastar a criana do ambiente agressor, dar orientao, apoio e segurana criana e famlia. A quinta situao-problema que diz respeito ao cuidado das crianas abusadas; 34,26 por cento dos entrevistados (n = 37) enfatizam o apoio e a ajuda com a intervenincia da rede de apoio social e afetivo. Concluso - Para os pais ou cuidadores primrios de crianas abusadas sexualmente, os significados se expressam como afetivo, coragem, superao, no ter medo e saber reconhecer as falhas dos pais. Em funo dos resultados, que identificam posturas tradicionais dos respondentes, recomenda-se programas inovadores com um alto componente educativo, onde se contextualize o abuso sexual por meio de situaes reais em escolas, delegacias, nas famlias e na comunidade, com intervenincia das redes de apoio social; enfatiza-se igualmente a necessidade de formao mais humanizada dos profissionais de apoio social.
Resumo:
Esta Tese apresenta um estudo sobre a formao inicial de professores de Qumica em 10 diferentes universidades pblicas brasileiras, estabelecidas em 7 diferentes estados e abrange 217 estudantes de licenciatura. Analisou-se a influncia do \"Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Docncia\" - PIBID - na composio do Ncleo Central (NC) da Representao Social (RS; (MOSCOVICI, 1978) desses Licenciandos sobre o ser \"professor de Qumica\". Para alocar um termo na zona de centralidade de uma RS necessrio identificar o valor simblico do termo, refletido em sua salincia, a qual indicada pela relao entre freqncia e Ordem Mdia de Evocao e, pelo poder associativo, refletido na conexidade e na categorizao temtica dos termos. Para a coleta de informaes, empregou-se um questionrio, com 20 questes, das quais apenas 5 fazem referncia especfica tarefa de livre associao de palavras a partir do termo indutor \"professor de Qumica\", enquanto as demais se referem caracterizao do grupo social. As concluses deste estudo emergiram da comparao entre o NC da RS de alunos participantes do PIBID (118) com aquele de licenciandos que jamais participaram do Programa (99). Para os alunos participantes dos sub-projetos PIBID-QUMICA, os termos do NC da RS investigada so: dedicado, experimentao, responsabilidade. Para o sub-grupo no/PIBID, os termos salientes e com conexidade suficiente para expressar sua centralidade na RS so: dedicado, experimentao, inteligente. Portanto, a zona de centralidade da RS dos dois sub-grupos diferente, devido a dois termos: responsabilidade e inteligente. O primeiro termo destacado exclusivo do NC do sub-grupo PIBID, enquanto o ltimo ocorre apenas no NC do sub-grupo no/PIBID. Vale salientar que para o sub-grupo PIBID o termo experimentao apresenta salincia e conexidade expressivos e, para o outro sub-grupo, o termo mais saliente e conexo dedicado, o que reflete uma diferena qualitativa na organizao interna da estrutura das RS, resultado que os caracteriza como diferentes grupos sociais, cada um com uma RS para o ser \"professor de Qumica\". A presena de termos diferentes na zona de centralidade das RS indica que o processo de formao desenvolvido no mbito do PIBID expressa a importncia da vivncia das diferentes prticas pedaggicas junto Escola Bsica durante a formao inicial para a docncia em Qumica, o que no ocorre para o sub-grupo no/PIBID at o momento dos estgios docentes, que demoram muito para acontecer nas Licenciaturas convencionais. No caso do sub-grupo no/PIBID, forte a presena de termos ligados idia de \"vocao\" na docncia, expressando aspectos histricos resistentes mudana no processo de formao de professores.
Resumo:
O shopping center ainda , sem dvida nenhuma, um local atraente para os clientes realizarem suas compras. O mix de lojas presentes neste modal varejista, responsvel pela oferta de servios como estacionamento, entretenimento, alimentao, alm de uma gama interminvel de todo tipo de mercadoria que se possa imaginar, o responsvel por atrair, todos os dias, milhares de clientes para seu interior. No obstante todas essas facilidades, os lojistas de shopping centers esto enfrentando uma forte concorrncia de outros modais varejistas como as vendas diretas (por meio de demonstradores), as compras eletrnicas; a venda automtica (por meio das mquinas de venda) e os servios de compras (varejo sem loja que atende a clientes especficos). Em funo disso, este trabalho props-se a discutir como as lojas poderiam atrair uma maior ateno de seus clientes por intermdio do valor percebido por eles. Este valor, sob a perspectiva do benefcio, deriva da avaliao global do cliente quanto s vantagens que ele ganha ao ponderar os benefcios e os sacrifcios percebidos quando adquire produtos. Tais sacrifcios podem ser de ordem no monetria (custos de transao, pesquisa, negociao, tempo incorrido na aquisio do produto etc.). Tambm se estudou o impacto deste valor na fidelizao do cliente a certa loja. Aps extensa consulta bibliogrfica sobre os conceitos apresentados, adotou-se a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) para se analisar os resultados obtidos na coleta dos dados por meio de entrevista com clientes fiis de lojas situadas em shoppings. O DSC apoia-se na teoria da representao social, de Jodelet, segundo a qual grupos sociais especficos compartilham ideias e valores comuns em um dado momento. Ele busca, portanto, estabelecer um caminho sistemtico para descobrir estas representações sociais destes grupos especficos no que tange aos temas propostos. Os resultados apresentados revelaram que o ambiente da loja e sua imagem influenciaram, muito positivamente, a percepo dos clientes como atributos importantes para se gerar valor percebido, enquanto o prestgio e o local onde a loja est situada dentro do shopping foram avaliados por eles como caractersticas medianamente influenciadoras neste sentido. Alm disso, verificou-se que o valor percebido pelo cliente influencia, positivamente, em sua deciso de se tornar fiel a determinada loja. No final, foram lembradas aes de marketing que poderiam ser desenvolvidas pelos gestores de loja a fim de alavancarem o valor de loja percebido pelo cliente, na perspectiva dos benefcios, vital sua fidelizao.