7 resultados para Doenças cardiovasculares Fatores de risco - Teses
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Resumo:
Trata-se de um estudo analtico de corte transversal, que visa avaliar o risco cardiovascular de PVHA segundo o Escore de Framingham e identificar a associao entre o risco e as variveis demogrficas, comportamentais, psicossociais e clnicas de PVHA. O estudo foi aprovado na Secretaria Municipal de Sade e no Comit de tica da Escola de Enfermagem de Ribeiro Preto, a coleta de dados foi realizada no perodo de outubro de 2014 a agosto de 2015 em cinco Servios de Atendimento Especializado s PVHA utilizando questionrio sociodemogrfico, clnico e comportamental, avaliao da alimentao saudvel, Inventrio de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp e avaliao do risco cardiovascular por meio do Escore de Framingham. A anlise dos dados ocorreu atravs de estatstica descritiva e teste de associao entre as variveis, onde foi adotado nvel de significncia com valor de p<0,05. Identificou-se que 58,3% pertenciam ao sexo masculino, 69,1% apresentavam idade acima de 40 anos, com mdia de 44,4 anos, 40,6% referiram ser brancos e 40,0% pardos, e 70,9% eram heterossexuais. Observou-se que 64,0% eram sedentrios, 35,4% tabagistas e 40,0% faziam uso de bebida alcolica regularmente. Do mesmo modo, 73,7% consideraram sua alimentao saudvel, no entanto, ao ser avaliado de acordo com o escore da alimentao saudvel, 70,9% obtiveram score intermedirio para alimentao. Com relao s variveis psicossociais, foi identificado que 52,0% tinham menos de oito anos de estudo, e 80,6% referiram receber at trs salrios mnimos por ms. Quanto aos sintomas de estresse, foi visto que 29,1% e 22,3% estavam nas fases de resistncia e exausto, respectivamente. Alm disso, identificou-se que 15,4% da amostra tinha diagnstico mdico para depresso e que 71,4% no realizavam atividades de lazer regularmente. Com relao s variveis clnicas gerais, 57,7% referiram antecedentes familiares para HAS, 40,6% para DM, 21,7% para IAM e 27,4% para AVE. Quanto aos antecedentes pessoais, foi visto que 15,4% eram hipertensos, 8,0% eram diabticos e 8,0% tinham dislipidemia. Desta mesma amostra, 45,2% apresentavam IMC maior que 25,0 kg/m e 41,7% estavam em sndrome metablica. Com relao s variveis clnicas relacionadas ao HIV, observou-se que 42,2% e 32,0% possuam o diagnstico de soropositividade e fazem uso de TARV h mais de dez anos, respectivamente. A contagem de clulas TCD4+ e carga viral mostrou que 82,8% dos participantes apresentaram contagem maior que 350 cels/mm, e 80,6% tinham carga viral indetectvel. Foi identificado que 25,8% dos sujeitos apresentam risco cardiovascular de mdio a alto, segundo o Escore de Framingham. Apenas as variveis sociodemogrficas sexo (p=0,006), idade (p<0,001) e estado civil (p=0,003) apresentaram associao com o risco cardiovascular calculado pelo Escore de Framingham. Nas variveis comportamentais, as fases de estresse (p=0,039) tiveram associao com o risco cardiovascular, e com relao s variveis clnicas, antecedentes familiares para DM (p=0,035), HAS, DM e SM (p<0,001) e DLP (p=0,030) apresentaram significncia estatstica. Nas variveis clnicas relacionadas ao HIV, o tempo de diagnstico (p=0,005) e o tempo de TARV (p=0,038) tambm apresentaram associao. Conclui-se que 25,8% de PVHA no municpio de Ribeiro Preto apresentam risco cardiovascular de moderado a alto, medido pelo Escore de Framingham
Resumo:
Introduo - Na preveno primria das doenças cardiovasculares, a adoo de estilo de vida saudvel representa uma das estratgias mais importantes. Entretanto, baixos ndices de adeso e o abandono da dieta constituem obstculo importante ao tratamento. Neste sentido, as intervenes cirrgicas surgiram como um mecanismo promotor da restrio alimentar e tm ganhado importncia no s pelo tratamento da obesidade como tambm no controle dos fatores de risco cardiovascular e na possvel reduo da mortalidade. Atravs de estudos clnicos foi possvel observar que estas estratgias cirrgicas promovem profundas modificaes estruturais no trato gastrointestinal gerando aumento da saciedade e da sensibilidade insulina. Em especial para os pacientes diabticos, por si s associados a maior risco cardiovascular, as cirurgias baritricas seriam capazes de promover um efeito muito intenso e agudo sobre os marcadores relacionados ao desenvolvimento da aterosclerose. Um evento muito definido no tempo como uma interveno cirrgica pode ser muito til para o estudo e identificao de mecanismos que ainda no esto completamente estabelecidos no processo aterosclertico. Objetivos - Analisar o comportamento das variveis laboratoriais, clnicas e estruturais relacionadas ao desenvolvimento e progresso da aterosclerose em indivduos diabticos submetidos cirurgia baritrica. Mtodos - Foram includos vinte voluntrios diabticos refratrios ao tratamento clnico e que apresentavam obesidade abdominal. Deste grupo, metade foi aleatoriamente selecionada para realizao da cirurgia baritrica e metade foi mantida em tratamento clnico otimizado. Todos os participantes foram submetidos a exames clnicos e bioqumicos nas mesmas ocasies, at trinta dias antes da cirurgia, trs e vinte e quatro meses aps a cirurgia. Nestas ocasies alm do perfil lipdico e da glicemia, determinamos os hormnios incretnicos, adipocinas. A avaliao da quantidade de gordura epicrdica e a presena de esteatose heptica ser realizada somente aps dois anos de seguimento em conjunto com as demais variveis,. Foram includos tambm 10 indivduos saudveis e com IMC dentro da normalidade, como parte do grupo controle. Estes indivduos foram submetidos coleta de sangue em dois momentos para avaliao dos mesmos metablitos. Resultados - No momento pr-interveno os indivduos do grupo cirrgico e clinico eram diferentes em relao ao IMC, Glicemia e Triglicrides, sendo assim, os resultados obtidos foram ajustados minimizando o impacto destas diferenas. Aps o seguimento de 3 meses, o grupo cirrgico apresentou reduo significativa nos valores de peso, IMC (33,4 2,6 vs. 27,42,8 kg/m2, p < 0,001), HbA1c (9,26 2,12 vs. 6,180,63%, p < 0,001), CT (182,9 45,4 vs. 139,8 13 mg/dl, p < 0,001), HDL (33,1 7,7 vs. 38,4 10,6 mg/dL, p < 0,001), TG (369,5 324,6 vs. 130,8 43,1 mg/dL, p < 0,001), Pro-insulina (12.729,11 vs. 1,761,14 pM, p < 0,001), RBP-4 (9,852,53 vs. 7,31,35 ng/ml, p < 0,001) e CCK (84,833,2 vs. 79,9 31,1, ng/ml, p < 0,001), houve tambm aumento significativo nos nveis de HDL-colesterol (33,1 7,7 vs. 38,4 10,6 mg/dL, p < 0,001), Glucagon (7,4 7,9 vs. 10,29,7 pg/ml, p < 0,001) e FGF- 19 (74,1 45,8 vs. 237,3 234 pg/ml, p=0,001). Um dado interessante foi que os valores de Pro-insulina, RBP-4, HbA1c e HDL- colesterol no grupo cirrgico atingiram valores similares queles do grupo controle trs meses aps a interveno, sendo que o FGF-19 apresentava valor duas vezes maior do que o encontrado no grupo de indivduos saudveis (237 234 vs. 98 102,1 pg/ml). O grupo clnico no apresentou variao nas variveis clinicas, apenas nos valores de glucagon com reduo significativa no perodo ps-interveno (18,1 20,7 vs. 16,8 18,4 pg/ml, p < 0,001). Concluso - Conclumos que indivduos diabticos descompensados e refratrios ao tratamento clnico, quando submetidos cirurgia baritrica, apresentam uma alterao profunda do ponto de vista clnico, metablico e hormonal, em relao ao indivduos de mesmo perfil mantidos em tratamento clnico otimizado. Esta importante alterao, observada j com trs meses aps a interveno, pode representar uma importante reduo do risco cardiovascular nestes indivduos. Individualmente, a notvel modificao dos valores de FGF-19 associadas interveno devem ser estudadas com maior profundidade para compreenso de seu significado e sua potencial utilidade como marcador ou como um dos protagonistas no mecanismo de preveno cardiovascular
Resumo:
Introduo: O excesso de peso em adultos jovens est associado ao desenvolvimento de doenças crnicas no transmissveis (DCNT) e diminuio da qualidade de vida e ao aumento da mortalidade precoce. A transio da adolescncia para a fase adulta o perodo de maior risco para a incidncia da obesidade. Objetivo: Estimar o efeito o ndice de massa corpora (IMC) aos 20 anos sobre a incidncia de DCNT em adultos brasileiros com idade entre 30 a 49 anos. Mtodos: Foram selecionados 12.079 indivduos de 30 a 49 anos da Pesquisa Nacional de Sade (PNS), realizada no ano de 2013. O modelo adotado para determinao das DCNT foi aquele proposto pela Organizao Mundial de Sade. A incidncia das DCNT (hipertenso, doenças cardiovasculares, diabetes e cncer, entre outras), informada pela data do diagnstico, foi modelada como funo do IMC aos 20 anos. Os indivduos sem a doena at o presente foram considerados como censura. As estimativas de sobrevida foram calculadas com o mtodo de Kaplan-Meier (KM) para cada uma das doenças, estratificada por sexo e ajustada por escolaridade. A anlise dos fatores de risco para as doenças foi feita utilizando-se o modelo de riscos proporcionais de Cox. Resultados: Nas curvas de sobrevida KM, indivduos com IMC >=25kg/m apresentaram incidncia mais elevada e precoce de DCNT, principalmente hipertenso, diabetes e depresso. A idade mediana para incidncia do diabetes em obesos foi de 47 anos para homens e 48 anos para mulheres. A incidncia da hipertenso arterial foi 4,2 por mil com sobrevida mediana de 48 e 44 anos em mulheres com excesso de peso e obesidade, respectivamente. Dentre os fatores de risco associados as DCNT, o tabagismo em idade precoce foi associado incidncia de depresso. Concluso: O excesso de peso em adultos jovens aumenta a incidncia precoce de DCNT, com efeitos negativos na qualidade de vida, lazer e produtividade, alm de aumentar a demanda por servios de sade. Torna-se necessrio que a interveno para reduo dessas doenças seja direcionada para o perodo da infncia e adolescncia com aes que promovam a reduo da exposio desses indivduos alimentao de m qualidade e incentivo a prtica de atividade, no uso do tabaco e consumo moderado de lcool.
Resumo:
Introduo: As doenças cardiovasculares so a principal causa de morte no Brasil e no mundo e apresentam importante contribuio para a carga global de doenças. A dieta tem sido considerada um dos determinantes primrios do estado de sade dos indivduos, atuando na modulao dos fatores de risco metablicos para doena cardiovascular. Objetivos: Desenvolver um modelo conceitual para a relao entre fatores de risco metablicos e investigar sua associao com padres de dieta de adultos e idosos residentes no municpio de So Paulo. Mtodos: Estudo transversal de base populacional com amostra probabilstica de adultos e idosos, residentes em rea urbana do municpio de So Paulo, que participaram do Inqurito de Sade do Municpio de So Paulo, realizado em duas fases entre os anos de 2008 e 2011 (estudo ISA Capital 2008). Na primeira fase do estudo, 1.102 adultos e idosos, de ambos os sexos, foram entrevistados no domiclio, por meio da aplicao de questionrio estruturado e do recordatrio alimentar de 24 horas. Na segunda fase, 642 indivduos adultos e idosos foram reavaliados quanto ao consumo alimentar por meio da aplicao, por telefone, do segundo recordatrio alimentar, e, destes, 592 participaram da coleta domiciliar de amostras de sangue venoso, da medio antropomtrica e da aferio da presso arterial por tcnico de enfermagem. Os alimentos relatados em ambos os recordatrios foram agrupados segundo a similaridade do valor nutricional e hbitos alimentares da populao, e corrigidos pela varincia intrapessoal da ingesto por procedimentos estatsticos da plataforma online Multiple Source Method. Os grupos de alimentos foram analisados por meio de anlise fatorial exploratria e confirmatria (manuscrito 1) e por modelos de equaes estruturais exploratrios (manuscrito 3), a fim de obter os padres de dieta. O modelo conceitual da relao entre os fatores de risco metablicos (leptina srica, protena C-reativa de alta sensibilidade srica, presso arterial sistlica e diastlica, razo colesterol total/lipoprotena de alta densidade, razo triacilglicerol/lipoprotena de alta densidade, glicemia de jejum plasmtica, circunferncia da cintura e peso corporal) foi obtido por modelos de equaes estruturais estratificados por sexo (manuscrito 2). Por fim, a associao dos padres de dieta com o modelo conceitual proposto (manuscrito 3) foi investigada por modelos de equaes estruturais exploratrios. ndices de qualidade de ajuste foram estimados para avaliar a adequao de todos os modelos. As anlises foram realizadas no programa Mplus verso 6.12. Resultados: No manuscrito 1, a anlise fatorial exploratria revelou a existncia de dois padres de dieta, os quais apresentaram boa qualidade de ajuste na anlise fatorial confirmatria quando aplicados os pontos de corte de cargas fatoriais |0,25| na rotao oblqua Promax. No manuscrito 2, a relao entre os fatores de risco metablicos foi diferente entre os sexos. Nas mulheres, a leptina srica apresentou efeitos indiretos e positivos, mediados pelo peso corporal e pela circunferncia da cintura, em todos os fatores de risco avaliados. J nos homens, a leptina srica apresentou efeitos diretos e positivos sobre a protena C-reativa de alta sensibilidade e efeitos indiretos e positivos (mediados pelo peso corporal e pela circunferncia da cintura) sobre a razo triacilglicerol/lipoprotena de alta densidade, colesterol total/lipoprotena de alta densidade e glicemia de jejum plasmtica. No manuscrito 3, foram obtidos trs padres de dieta, dos quais o Tradicional apresentou relao direta e negativa com a leptina srica e relao indireta e negativa com o peso corporal e a circunferncia da cintura, bem como com os demais fatores de risco metablicos. J o padro Prudente apresentou relao direta e negativa com a presso arterial sistlica, enquanto o padro Moderno no se associou aos fatores de risco metablicos investigados. Concluso: Diferenas nos padres de dieta de acordo com o tipo de rotao fatorial empregada foram observadas. A relao entre os fatores de risco metablicos para doena cardiovascular foi distinta entre homens e mulheres, sendo a leptina um dos possveis hormnios envolvidos. Os padres de dieta Tradicional e Prudente associaram-se inversamente com os fatores de risco metablicos, desempenhando uma importante estratgia de preveno e controle s doenças cardiovasculares no pas.
Resumo:
INTRODUO: As doenças cardiovasculares (DCV) so a principal causa de morte no mundo, sendo muitos dos fatores de risco passveis de preveno e controle. Embora as DCV sejam complexas em sua etiologia e desenvolvimento, a concentrao elevada de LDL-c e baixa de HDL-c constituem os fatores de risco modificveis mais monitorados na prtica clnica, embora no sejam capazes de explicar todos os eventos cardiovasculares. Portanto, investigar como intervenes farmacolgicas e nutricionais podem modular parmetros oxidativos, fsicos e estruturais das lipoprotenas pode fornecer estimativa adicional ao risco cardiovascular. Dentre os diversos nutrientes e compostos bioativos relacionados s DCV, os lipdeos representam os mais investigados e descritos na literatura. Nesse contexto, os cidos graxos insaturados (mega-3, mega-6 e mega-9) tm sido foco de inmeros estudos. OBJETIVOS: Avaliar o efeito da suplementao com mega-3, mega-6 e mega-9 sobre os parmetros cardiometablicos em indivduos adultos com mltiplos fatores de risco e sem evento cardiovascular prvio. MATERIAL E MTODOS: Estudo clnico, randomizado, duplo-cego, baseado em interveno nutricional (3,0 g/dia de cidos graxos) sob a frmula de cpsulas contendo: mega-3 (37 por cento de EPA e 23 por cento de DHA) ou mega-6 (65 por cento de cido linoleico) ou mega-9 (72 por cento de cido oleico). A amostra foi composta por indivduos de ambos os sexos, com idade entre 30 e 74 anos, apresentando pelo menos um dos seguintes fatores de risco: Dislipidemia, Diabetes Mellitus, Obesidade e Hipertenso Arterial Sistmica. Aps aprovao do Comit de tica, os indivduos foram distribudos nos trs grupos de interveno. No momento basal, os indivduos foram caracterizados quanto aos aspectos demogrficos (sexo, idade e etnia) e clnicos (medicamentos, doenças atuais e antecedentes familiares). Nos momentos basal e aps 8 semanas de interveno, amostras de sangue foram coletadas aps 12h de jejum. A partir do plasma foram analisados: perfil lipdico (CT, LDL-c, HDL-c, TG), apolipoprotenas AI e B, cidos graxos no esterificados, atividade da PON1, LDL(-) e auto-anticorpos, cidos graxos, glicose, insulina, tamanho e distribuio percentual da LDL (7 subfraes e fentipo A e no-A) e HDL (10 subfraes). O efeito do tempo, da interveno e associaes entre os cidos graxos e aspectos qualitativos das lipoprotenas foram testados (SPSS verso 20.0, p <0,05). RESULTADOS: Uma primeira anlise dos resultados baseada em um corte transversal demonstrou, por meio da anlise de tendncia linear ajustada pelo nvel de risco cardiovascular, que o maior tercil plasmtico de DHA se associou positivamente com HDL-c, HDLGRANDE e tamanho de LDL e negativamente com HDLPEQUENA e TG. Observou-se tambm que o maior tercil plasmtico de cido linoleico se associou positivamente com HDLGRANDE e tamanho de LDL e negativamente com HDLPEQUENA e TG. Esse perfil de associao no foi observado quando foram avaliados os parmetros dietticos. Avaliando uma subamostra que incluiu indivduos tabagistas suplementados com mega-6 e mega-3, observou-se que mega-3 modificou positivamente o perfil lipdico e as subfraes da HDL. Nos modelos de regresso linear ajustados pela idade, sexo e hipertenso, o DHA plasmtico apresentou associaes negativas com a HDLPEQUENA. Quando se avaliou exclusivamente o efeito do mega-3 em indivduos tabagistas e no tabagistas, observou-se que fumantes, do sexo masculino, acima de 60 anos de idade, apresentando baixo percentual plasmtico de EPA e DHA (<8 por cento ), com excesso de peso e gordura corporal elevada, apresentam maior probabilidade de ter um perfil de subfraes de HDL mais aterognicas. Tendo por base os resultados acima, foi comparado o efeito do mega-3, mega-6 e mega-9 sobre os parmetros cardiometablicos. O mega-3 promoveu reduo no TG, aumento do percentual de HDLGRANDE e reduo de HDLPEQUENA. O papel cardioprotetor do mega-3 foi reforado pelo aumento na incorporao de EPA e DHA, no qual indivduos com EPA e DHA acima de 8 por cento apresentaram maior probabilidade de ter HDLGRANDE e menor de ter HDLPEQUENA. Em adio, observou-se tambm que o elevado percentual plasmtico de mega-9 se associou com partculas de LDL menos aterognicas (fentipo A). CONCLUSO: cidos graxos plasmticos, mas no dietticos, se correlacionam com parmetros cardiometablicos. A suplementao com mega-3, presente no leo de peixe, promoveu reduo no TG e melhoria nos parmetros qualitativos da HDL (mais HDLGRANDE e menos HDLPEQUENA). Os benefcios do mega-3 foram particularmente relevantes nos indivduos tabagistas e naqueles com menor contedo basal de EPA e DHA plasmticos. Observou-se ainda que o mega-9 plasmtico, presente no azeite de oliva, exerceu impacto positivo no tamanho e subfraes da LDL.
Resumo:
A obesidade comum atualmente um dos problemas de sade pblica mais importante no mundo, frequentemente associada a outros distrbios tais como hipertenso, diabetes, doenças cardiovasculares e cncer. Apesar da alta prevalncia de obesidade em diversas populaes, muitos dos estudos relacionados aos seus fatores de risco genticos foram realizados com indivduos de ascendncia europeia ou asitica, mas foram poucos os realizados com populaes de origem africana ou nativas americanas. Nosso trabalho tem por objetivo geral investigar potenciais fatores de risco genticos associados ao sobrepeso e obesidade em populaes afrodescendentes remanescentes de quilombos do Vale do Ribeira - SP, comunidades rurais semi-isoladas, previamente bem caracterizadas do ponto de vista clnico, genealgico e gentico-populacional. Nossa amostra constituiu-se de 759 indivduos, pertencentes a doze populaes de remanescentes de quilombos (Abobral, So Pedro, Galvo, Ivaporunduva, Pedro Cubas, Andr Lopes, Nhunguara, Sapatu, Piles, Maria Rosa, Poa e Reginaldo), dos quais foram obtidos amostras de DNA, dados clnicos, informaes genealgicas e medidas antropomtricas. A investigao dos fatores de risco genticos associados ao sobrepeso/obesidade foi realizada por duas abordagens: (1) estudo de associao baseado em famlias (N = 584, 59 famlias) e (2) estudo de associao populacional com indivduos no aparentados (N=305). Foram selecionados para estudo nove polimorfismos em oito genes candidatos: LEP rs2167270, LEPR rs1137101, ADRB2 rs1042713, PPARG rs1801282, PLIN1 rs2289487, RETN rs1862513, INSIG2 rs7566605, FTO rs1121980 e FTO rs1421085. As anlises de associao baseadas em famlia indicaram que, nessas populaes, apenas o polimorfismo PLIN1 rs2289487 est associado significativamente com o grupo de risco em relao razo cintura-quadril (RCQ >=0,85 para mulheres e >=0,90 para homens; P=0,013). Aparentemente no existem trabalhos anteriores que verificaram a associao deste polimorfismo com a obesidade por essa metodologia. As anlises do estudo populacional com indivduos no aparentados mostraram associao significativa entre: (i) o alelo G no polimorfismo LEPR rs1137101 e a variao do ndice de massa corporal (IMC; P=0,027); (ii) o alelo G do polimorfismo LEPR rs1137101 e o fentipo de sobrepeso/obesidade (IMC>=25 Kg/m; P=0,027); (iii) o alelo G no polimorfismo ADRB2 rs1042713 e o fentipo de risco (IMC>=25 Kg/m; P=0,029); (iv) o polimorfismo PLIN1 rs2289487 (gentipo GG) e os menores valores do IMC (P=0,025); (v) o polimorfismo FTO rs1121980 (alelo G) e o fentipo de risco (IMC>=25 Kg/m), assim como a variao do IMC (P=0,037 e P=0,022 respectivamente); e (vi) o alelo A no polimorfismo FTO rs1421085 e maiores valores da circunferncia da cintura (Cc; P=0,016) e da razo cintura-quadril (RCQ; P=0,030). Tomados em conjunto, nossos resultados sugerem a participao dos genes LEP, LEPR, ADRB2, PLIN1 e FTO no aumento da predisposio ao sobrepeso e obesidade nas populaes remanescentes de quilombos. Por fim, as elevadas estimativas de herdabilidade dos trs fentipos investigados (IMC=33%, Cc=33% e RCQ=70%) reforam a relevncia do papel dos fatores genticos no acmulo de gordura corporal. O trabalho apresentado resultado de uma investigao cuidadosa sobre os componentes genticos associados regulao do peso corporal em uma populao brasileira afrodescendente (com caractersticas histricas, ambientais e genticas peculiares), corroborando a hiptese de que a obesidade comum nas populaes quilombolas do Vale do Ribeira condicionada por um mecanismo polignico modulado por fatores ambientais importantes como o sedentarismo e a transio nutricional
Resumo:
A adeso ao tratamento ocorre quando o conselho mdico ou de sade coincide com o comportamento do indivduo, ao uso de medicamentos, cumprimento da dieta e mudanas no estilo de vida, no sendo, portanto, um ato no passivo do paciente. Em pacientes com hipertenso arterial sistmica a adeso ao tratamento pode ser definida como o grau de cumprimento das medidas teraputicas indicadas, sejam elas medicamentosas ou no, com o objetivo de manter a presso arterial em nveis pressricos normais. A no adeso em pacientes com doenças crnicas em tratamento a longo prazo em pases desenvolvidos em mdia de 50%, revelando a importncia de serem avaliados os motivos que levam a esse comportamento. O estudo teve como objetivo avaliar a no adeso em idosos hipertensos de uma unidade pblica de sade de Ribeiro Preto - SP. Trata-se de um estudo de corte transversal, desenvolvido com uma amostra de 196 pessoas. A coleta de dados ocorreu entre agosto de 2014 at junho de 2015, aps aprovao do Comit de tica em Pesquisa. Para essa etapa foram utilizados os instrumentos Brief Medication Questionnaire, Medical Outcomes Studies 36-item Short Form Survey, Escore de Risco Global e Escore de Risco pelo Tempo de Vida. Aps a coleta dos dados, as entrevistas foram codificadas, os dados foram tabulados e foi realizada a anlise estatstica descritiva e de correlao. Como resultado, constatou-se que houve predomnio de mulheres, com idade mdia de 69,4 anos, casados/unio estvel, no moravam sozinhos, com 1,85 pessoas na casa em mdia, de cor branca, com ensino fundamental incompleto, renda de at dois salrios mnimos e aposentados/pensionistas, atendidos pelo SUS. Apresentaram hbitos de vida razoveis, sem predomnio de consumo de bebidas alcolicas, tabagismo, uso excessivo de sal e sedentarismo. A mais frequente comorbidade associada HAS foi a dislipidemia. Foi observado elevado predomnio de fatores de risco cardiovasculares como obesidade abdominal, obesidade geral, comorbidades, razo de lipdeos e fatores agravantes como protena c reativa ultrassensvel, microalbuminria e sndrome metablica. A maioria da amostra foi classificada como sendo portador de risco cardiovascular alto aps estratificao do risco. A percepo da qualidade de vida relacionada sade foi considerada baixa na maioria principalmente devido a limitaes emocionais. A no adeso esteve presente em quase metade dos idosos, relacionada principalmente complexidade da farmacoterapia e dificuldade em lembrar sobre o uso de seus medicamentos. No foi observada correlao entre a no adeso e as variveis estudadas. Conclui-se que o comportamento de no adeso observado no esteve relacionada s variveis estudadas nessa amostra e que so necessrias intervenes urgentes para reduzir o risco cardiovascular e prevenir doenças cardiovasculares e mortalidade, bem como melhora da percepo da qualidade de vida relacionada sade.