54 resultados para Câncer - Tratamento paliativo Teses
em Biblioteca de Teses e Dissertações da USP
Resumo:
INTRODUO: A prtese biliar endoscpica aceita em todo o mundo como a primeira escolha de tratamento paliativo na obstruo biliar maligna. Atualmente ainda persistem dois tipos de materiais utilizados em sua confeco: plstico e metal. Consequentemente, muitas dvidas surgem quanto a qual deles o mais benfico para o paciente. Esta reviso rene as informaes disponveis da mais alta qualidade sobre estes dois tipos de prtese, fornecendo informaes em relao disfuno, complicao, taxas de reinterveno, custos, sobrevida e tempo de permeabilidade; e pretende ajudar a lidar com a prtica clnica nos dias de hoje. OBJETIVO: Analisar, atravs de metanlise, os benefcios de dois tipos de prteses na obstruo biliar maligna inopervel. MTODOS: Uma reviso sistemtica de ensaios clnicos randomizados (RCT) foi conduzida, com a ltima atualizao em maro de 2015, utilizando EMBASE, CINAHL (EBSCO), Medline, Lilacs / Centro (BVS), Scopus, o CAPES (Brasil), e literatura cinzenta. As informaes dos estudos selecionados foram extradas tendo em vista seis desfechos: primariamente disfuno, taxas de reinterveno e complicaes; e, secundariamente, custos, sobrevivncia e tempo de permeabilidade. Os dados sobre as caractersticas dos participantes do RCT, critrios de incluso e excluso e tipos de prteses tambm foram extrados. Os vieses foram avaliados principalmente atravs da escala de Jadad. Esta metanlise foi registrada no banco de dados PROSPERO pelo nmero CRD42014015078. A anlise do risco absoluto dos resultados foi realizada utilizando o software RevMan 5, calculando as diferenas de risco (RD) de variveis dicotmicas e mdia das diferenas (MD) de variveis contnuas. Os dados sobre a RD e MD para cada desfecho primrio foram calculados utilizando o teste de Mantel-Haenszel e a inconsistncia foi avaliada com o teste Qui-quadrado (Chi2) e o mtodo de Higgins (I2). A anlise de sensibilidade foi realizada com a retirada de estudos discrepantes e a utilizao do efeito aleatrio. O teste t de Student foi utilizado para a comparao das mdias aritmticas ponderadas, em relao aos desfechos secundrios. RESULTADOS: Inicialmente foram identificados 3660 estudos; 3539 foram excludos por ttulo ou resumo, enquanto 121 estudos foram totalmente avaliados e foram excludos, principalmente por no comparar prteses metlicas (SEMS) e prteses plsticas (PS), levando a treze RCT selecionados e 1133 indivduos metanlise. A mdia de idade foi de 69,5 anos, e o câncer mais comum foi de via biliar (proximal) e pancretico (distal). O dimetro de SEMS mais utilizado foi de 10 mm (30 Fr) e o dimetro de PS mais utilizado foi de 10 Fr. Na metanlise, SEMS tiveram menor disfuno global em comparao com PS (21,6% versus 46,8% p < 0,00001) e menos reintervenes (21,6% versus 56,6% p < 0,00001), sem diferena nas complicaes (13,7% versus 15,9% p = 0,16). Na anlise secundria, a taxa mdia de sobrevida foi maior no grupo SEMS (182 contra 150 dias - p < 0,0001), com um perodo maior de permeabilidade (250 contra 124 dias - p < 0,0001) e um custo semelhante por paciente, embora menor no grupo SEMS (4.193,98 contra 4.728,65 Euros - p < 0,0985). CONCLUSO: SEMS esto associados com menor disfuno, menores taxas de reinterveno, melhor sobrevida e maior tempo de permeabilidade. Complicaes e custos no apresentaram diferena
Resumo:
Acompanhando a tendncia mundial, o Brasil apresenta um processo de envelhecimento de sua populao, caracterizado pelo aumento das condies crnicas, inclusive do câncer. O quadro convoca mudanas profundas nos sistemas de sade, demandando a implantao de Redes de Ateno, a fim de garantir acesso a todos os nveis de ateno, superando a fragmentao do cuidado. Com o intuito de conhecer os avanos no que se refere ateno oncolgica em rede, analisou-se o acesso ao tratamento do câncer em So Paulo, especialmente a partir do surgimento da Lei dos sessenta dias. Foram considerados os sistemas de monitoramento da ateno oncolgica no municpio, alm de analisados os itinerrios assistenciais de usurias, utilizando o câncer de mama como condio traadora. No foi possvel identificar uma reduo do tempo de espera para iniciar o tratamento, a partir do banco do Registro Hospitalar de Câncer de so Paulo, considerando que no h completude na base a partir de 2013, sendo observado que o tempo indicado na lei foi ultrapassado nos dois anos anteriores. Da mesma forma, notou-se um aumento da proporo de estdios avanados nesse perodo. Ainda com relao varivel tempo, as informaes no SIGA demonstraram que, em 2013, o tempo mdio para uma consulta em Onco-mastologia nos servios de gesto municipal que esto sob regulao foi de apenas 4 dias. Por meio dos Sistemas de Informao Ambulatorial e Hospitalar, observou-se um aumento estatisticamente significativo na produo de radioterapia e de cirurgias oncolgicas entre os anos 2011 e 2014, e uma tendncia de reduo dos procedimentos quimioterpicos. O Sistema de Informao sobre Câncer de Mama demonstrou aumento no percentual de mamografias alteradas, aspecto que, ao ser analisado em conjunto com o aumento da proporo de estadiamentos avanados, pode ser indicativo de maior dificuldade no acesso ao diagnstico precoce do câncer de mama. Observou-se que a judicializao esteve muito relacionada a acesso a medicamentos quimioterpicos, de prescrio aps a entrada nos servios especializados, o que confirma que o acesso ao tratamento de câncer de mama no municpio no apresenta grandes barreiras. Um importante efeito visualizado com o surgimento da Lei foi a padronizao dos protocolos de acesso aos servios de gesto municipal e estadual. Entretanto, a rede de oncologia em So Paulo continua fragmentada dentre seus componentes estruturais, as aes permanecem no plano da construo de fluxos de encaminhamento, ficando restrita ateno especializada. A ateno oncolgica na cidade atravessada pelo setor privado, o que deixa na dependncia dos prestadores a disponibilizao de vagas para acesso e o fluxo interno de cada servio. O poder ainda continua com os grandes prestadores, no sendo bem conhecidos os caminhos para o acesso a algumas instituies, nem publicizadas as informaes sobre fila e tempo de espera. A legislao sozinha no indutora de melhoria de acesso, nem muito menos de garantia de integralidade. Um importante desafio para o SUS a integrao dos servios e a construo de redes de ateno com centralidade na APS, garantindo, acima de tudo, o diagnstico em tempo oportuno e a efetiva gesto sobre os servios privados contratados de mdia e alta complexidade.
Resumo:
Trata-se de estudo descritivo, exploratrio, transversal, quantitativo, realizado com mulheres em tratamento quimioterpico para neoplasias de mama, em Aracaju-Sergipe-Brasil. O objetivo foi avaliar a qualidade de vida relacionada sade (QVRS) destas mulheres que apresentaram reaes adversas ps quimioterapia. Foram utilizados instrumentos contendo dados scio demogrficos, clnicos e teraputicos, European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire-Core30 e formulrio de registro de toxicidades dos antineoplsicos. Na anlise dos dados, foram utilizados anlise descritiva, clculos de percentual, teste de Shapiro-Wilk, coeficiente de correlao de Pearson ou de Spearman, teste de ANOVA ou Kruskal-Wallis. Os resultados mostraram dados de 206 mulheres, a partir da segunda sesso de quimioterapia, com mdia de idade de 53,1 anos, maioria procedente de Sergipe, com Carcinoma Ductal Infiltrante, estadiamento III. A maioria realizou cirurgia oncolgica, no realizaram radioterapia devido grande fila de espera, o protocolo de quimioterapia mais comum foi TAC (docetaxel, doxorrubicina e ciclofosfamida). Quanto s reaes adversas, a maioria no apresentou alteraes hematolgicas e metablicas no momento da coleta das informaes, nas alteraes funcionais, a fadiga foi presente em 80,8% dos casos, de forma moderada. Nas alteraes gastrintestinais, diarreia, constipao, mucosite, nusea, vmito e dor abdominal foram citadas pela maioria. Nas alteraes dermatolgicas, a alopecia, hiperpigmentao na pele, alteraes nas unhas, prurido na pele, descamao e eritema multiforme foram citadas pelas entrevistadas. Nas alteraes cardiovasculares, hipotenso e HAS sobressaram-se. Nas alteraes neurolgicas, neuropatia perifrica, perda da audio e zumbido foram comuns. Os resultados da avaliao da QVRS foram analisadas luz do referencial terico de Ferrel et al. (1995) com os seguintes resultados: mdia do escore 76,01; escalas funcionais apresentaram escore baixo, com aspectos fsico, emocional, cognitivo, funcional e social bastante afetados aps o tratamento, o desempenho de papis e funo emocional foram os mais prejudicados; na escala de sintomas, os domnios mais prejudicados foram: dificuldades financeiras, fadiga e insnia. Na anlise de correlao, o escore geral da QVRS apresentou correlao estatisticamente significante com a quantidade de reaes adversas na medula ssea. Em todos os casos estatisticamente significantes o domnio emocional apresentou correlaes positivas e o domnio dor, correlaes negativas. A idade apresentou correlao estatisticamente significante e negativa com os domnios fsico e dificuldades financeiras e positiva com perda de apetite. Pelo procedimento de comparaes mltiplas, as diferenas ocorreram entre os estados civis casado e separado e tambm casado e solteiro, entre as religies catlica e evanglica, entre os ensinos fundamental e mdio e entre mdio e superior; para a extenso da doena os domnios dor e insnia apresentaram diferenas estatisticamente significantes entre as categorias de extenso. Para renda mensal, os domnios fisico, desempenho de papel, emocional, constipao e dificuldades financeiras apresentaram diferenas estatisticamente significantes entre as categorias de renda. Nos domnios fisico, desempenho de papel e emocional as diferenas ocorreram entre as faixas de 1 a 3 e mais de 6 salrios. Concluiu-se que as reaes adversas causadas pelo tratamento antineoplsico com quimioterapia afetaram de algum modo as pacientes, causando dficits em vrios domnios, prejudicando assim sua QVRS
Nanopartculas superparamagnticas encapsuladas com polmeros para tratamento de câncer por hipertermia
Resumo:
O câncer uma das maiores causas de mortalidade no Brasil e no mundo, com potencial de crescimento nas prximas dcadas. Um tipo de tratamento promissor a hipertermia magntica, procedimento no qual as clulas tumorais morrem pelo efeito do calor gerado por partculas magnticas aps a aplicao de campo magntico alternado em frequncias adequadas. Tais partculas tambm so capazes de atuar como agentes de contraste para imageamento por ressonncia magntica, um poderoso mtodo de diagnstico para identificao de clulas neoplsicas, formando a combinao conhecida como theranostics (terapia e diagnstico). Neste trabalho foram sintetizadas nanopartculas de xido de ferro por mtodo de coprecipitao com posterior encapsulao por tcnica de nano spray drying, visando sua aplicao no tratamento de câncer por hipertermia e como agente de contraste para imageamento por ressonncia magntica. Para a encapsulao foram utilizadas matrizes polimricas de Maltodextrina com Polissorbato 80, Pluronic F68, Eudragit S100 e PCL com Pluronic F68, escolhidos com o intuito de formar partculas que dispersem bem em meio aquoso e que consigam atingir alvo tumoral aps administrao no corpo do paciente. Parmetros de secagem pelo equipamento Nano Spray Dryer, como temperatura, solvente e concentrao de reagentes, foram avaliados. As partculas formadas foram caracterizadas por Microscopia Eletrnica de Varredura, Difrao de Raios-X, Anlise Termogravimtrica, Espalhamento de Luz Dinmico, Espectroscopia de Infravermelho, magnetismo quanto a magnetizao de saturao e temperatura, citotoxicidade e potencial de aquecimento. Tais procedimentos indicaram que o mtodo de coprecipitao produziu nanopartculas de magnetita de tamanho em torno 20 nm, superparamagnticas a temperatura ambiente, sem potencial citotxico. A tcnica de nano spray drying foi eficiente para a formao de partculas com tamanho em torno de 1 μm, tambm superparamagnticas, biocompatveis e com propriedades magnticas adequadas e para aplicaes pretendidas. Destaca-se a amostra com Pluronic, OF-10/15-1P, que apresentou magnetizao de saturao de 68,7 emu/g e interao especfica com clulas tumorais.
Resumo:
O câncer do colo do tero constitui a terceira neoplasia maligna mais comum na populao feminina, com aproximadamente 520 mil novos casos e 260 mil bitos por ano e origina-se a partir da infeco genital persistente pelo Papiloma Vrus Humano (HPV) oncognico. Os principais HPVs considerados de alto risco oncognico so os tipos HPV-16 e 18, responsveis por cerca de 70% de todos os casos de cânceres cervicais (CC) no mundo. Pacientes com CC apresentam taxa de recidiva variando de 8% a 49%. Dentro de dois anos de seguimento, 62% a 89% das recidivas so detectadas. Atualmente, os testes usados para deteco de recidiva so a citopatologia da cpula vaginal e exames de imagem, porm ainda no esto disponveis testes especficos. O DNA livre-circulante (cf-DNA) representa um biomarcador no-invasivo facilmente obtido no plasma e soro. Vrios estudos mostram ser possvel detectar e quantificar cidos nuclicos no plasma de pacientes com câncer e que as alteraes no cfDNA potencialmente refletem mudanas que ocorrem durante a tumorignese. Essa ferramenta diagnstica no-invasiva pode ser til no rastreio, prognstico e monitoramento da resposta ao tratamento do câncer. Portanto, o desenvolvimento e a padronizao de testes laboratoriais no invasivos capazes de identificar marcadores tumorais e diagnosticar precocemente a recidiva da doena aumentam a chance de cura atravs da utilizao dos tratamentos preconizados. Sendo assim, este estudo tem o objetivo de detectar o DNA de HPV no plasma de pacientes com CC para avaliar sua potencial utilidade como marcador precoce de recidiva. Um fragmento de tumor e sangue de pacientes com CC, atendidas no ICESP e HC de Barretos, foram coletados antes do tratamento. Entraram no estudo 137 pacientes nas quais o tumor foi positivo para HPV-16 ou 18, sendo 120 amostras positivas para HPV-16 (87,6%), 12 positivas para HPV-18 (8,8%) e cinco positivas para HPV-16 e 18 (3,6%). A mdia de idade das pacientes deste estudo foi de 52,5 anos. Plasma de 131 pacientes com CC da data do diagnstico e de 110 pacientes do seguimento foram submetidas ao PCR em Tempo Real HPV tipo especfico. A presena do DNA de HPV no plasma pr-tratamento foi observada em 58,8% (77/131) com carga viral variando de 204 cpias/mL a 2.500.000 cpias/mL. A positividade de DNA no plasma pr-tratamento aumentou com o estadio clnico do tumor: I - 45,2%, II - 52,5%, III - 80,0% e IV - 76,9%, (p=0,0189). A presena do DNA de HPV no plasma ps-tratamento foi observada em 27,3% (30/110). A mdia de tempo das recidivas foi de 3,1 anos (2,7 - 3,5 anos). O DNA de HPV foi positivo at 460 dias antes do diagnstico clnico da recidiva. As pacientes com DNA de HPV no plasma apresentaram pior prognstico, tanto sobrevida como o tempo livre de doena, em relao s que foram negativas. Nas pacientes com CC a presena de HPV no plasma de seguimento pode ser um marcador precoce til para o monitoramento da resposta teraputica e deteco de pacientes com risco aumentado de recidiva e progresso da doena.
Resumo:
Introduo. Apesar das evidncias dos efeitos imunomodulatrios da morfina, no h na literatura estudos que tenham comparado a interao entre citocinas, imunidade celular (linfcitos T, B e NK) e a administrao prolongada de morfina administrada pelas vias oral ou intratecal em doentes com dor crnica neuroptica no relacionada ao câncer. Foram avaliados de forma transversal e comparativa 50 doentes com diagnstico de dor lombar crnica e com presena de radiculopatia (dor neuroptica) previamente operados para tratar hrnia discal lombar (Sndrome Dolorosa Ps- Laminectomia), sendo 18 doentes tratados prolongadamente com infuso de morfina pela via intratecal com uso de sistema implantvel no compartimento subaracnideo (grupo intratecal); 17 doentes tratados prolongadamente com morfina pela via oral (n=17) e 15 doentes tratados com frmacos mas sem opiides (grupo sem opioide). Foram analisadas as concentrao das citocinas IL-2, IL-4, IL-8, TNFalfa, IFNy, IL-5, GM-CSF, IL-6, IL-10 e IL-1beta no plasma e no lquido cefalorraquidiano; imunofenotipagem de linfcitos T, B e clulas NK e avaliados os ndice de Escalonamento de Opiide (em percentagem de opiide utilizada e em mg), dose cumulativa de morfina (mg), durao do tratamento em meses, dose final de morfina utilizada (em mg), e equivalente de morfina por via oral (em mg). Resultados. No houve diferena estatisticamente significativa entre o nmero de linfcitos T, B e NK nos doentes com morfina administrada pelas vias IT, VO e os no usurios de morfina. Houve correlao positiva entre as concentraes de linfcitos T CD4 e o ndice de Escalonamento de Opiide (em % e mg) nos doentes tratados com morfina por via intratecal. Houve correlao negativa entre as concentraes de clulas NK (CD56+) e o ndice de Escalonamento de Opiide (em % e mg) nos doentes tratados com morfina por via intratecal. Houve correlao positiva entre o nmero de clulas NK (CD56+) e a dose cumulativa de morfina (em mg) administrada pelas vias intratecal e oral. Houve correlao positiva entre as concentraes de linfcitos T CD8 e a durao do tratamento em meses nos doentes tratados com morfina pela via oral. As concentraes de IL-8 e IL-1beta foram maiores no LCR do que no plasma em todos os doentes da amostra analisada. As concentraes de IFNy no LCR foram maiores nos doentes que utilizavam morfina pela via oral e nos no usurios de morfina do que nos que a utilizavam pela via intratecal. As concentraes de plasmticas de IL-5 foram maiores nos doentes utilizavam morfina pela via oral ou intratecal do que nos que no a utilizavam. A concentrao de IL-5 no LCR correlacionou-se negativamente com a magnitude da dor de acordo com a EVA nos doentes tratados com morfina pelas via oral ou intratecal. Nos doentes tratados com morfina pelas via oral ou intratecal, a concentrao de IL-2 no LCR correlacionou-se positivamente com a magnitude da dor de acordo com a EVA e negativamente com o ndice de Escalonamento de Opiide (em % e mg) e a dose cumulativa de morfina (em mg). As concentraes plasmticas de GMCSF foram maiores nos doentes utilizavam morfina pela via oral ou intratecal do que nos no a utilizavam. A concentrao de TNFalfa no LCR nos doentes tratados com morfina pela via intratecal correlacionou-se negativamente com o ndice de Escalonamento de Opiide (em % e mg), a dose cumulativa de morfina (em mg) e dose equivalente por via oral (em mg) de morfina. A concentrao plasmtica das citocinas IL-6 e IL-10 correlacionou-se negativamente com a durao do tratamento (em meses) nos doentes tratados com morfina administrada pela via oral. O ndice de Escalonamento de Opiide (em mg e %) correlacionou-se negativamente com as concentraes no LCR de IL-2 e TNFalfa nos doentes tratados com morfina administrada pela via intratecal. O ndice de Escalonamento de Opiide (em mg e %) correlacionou-se negativamente com as concentraes no LCR de IL-2 e IL-5 nos doentes tratados com morfina administrada pela via oral. Houve correlao negativa entre a intensidade da dor de acordo com a EVA e as concentraes de IL-5 e IL-2 no LCR nos doentes tratados com morfina administrada pelas vias oral e intratecal. Houve correlao negativa entre a intensidade da dor de acordo com a EVA e as concentraes plasmticas de IL-4 nos doentes tratados com morfina administrada pela via intratecal. Houve correlao negativa entre a intensidade da dor de acordo com a EVA e as concentraes plasmticas de IL-1beta nos doentes tratados com morfina administrada pela via intratecal. Concluses: Os resultados sugerem associaes entre citocinas e imunidade celular (clulas T , B e NK) e o tratamento prolongado com morfina administrada pela via oral ou intratecal. Estes resultados podem contribuir para a compreenso da imunomodulao da morfina administrada por diferentes vias em doentes com dor neuroptica crnica no oncolgica . So necessrios mais estudos sobre os efeitos da morfina sobre o sistema imunolgico
Resumo:
O tratamento do câncer de cabea e pescoo e a dificuldade de comunicao decorrente da laringectomia interferem de maneira significativa na qualidade de vida das pessoas acometidas, principalmente quanto aos aspectos funcionais, psicolgicos e sociais. Este estudo teve como o objetivo avaliar a qualidade de vida relacionada sade (QVRS) de pessoas com câncer de cabea e pescoo. Trata-se de um estudo exploratrio com metodologia quantitativa, do tipo transversal. A coleta de dados foi realizada no perodo de maio a setembro de 2015, com 100 pessoas com câncer de cabea e pescoo, divididas em dois grupos: G1: pessoas laringectomizadas, G2: pessoas no laringectomizadas. Para isto, foi utilizado um aplicativo de comunicao alternativa instalado em tablet e foram aplicados o Critrio de Classificao Econmica Brasil (CCEB) e a escala Functional Assessment Cancer Therapy (FACT-H&N). Para a anlise dos dados foram utilizados o teste exato de Fisher, teste de Kruskal-Wallis, Ancova e estatstica descritiva. Como resultados observou-se a prevalncia de pessoas do sexo masculino, com faixa etria entre 59 e 74 anos , casadas, aposentadas no ativas, com baixa escolaridade e baixo nvel socioeconmico. Os sujeitos participantes de ambos os grupos avaliaram sua qualidade de vida global, de um modo geral, como satisfatria sendo que as funes mais acometidas foram: bem estar emocional e bem estar funcional. Quanto s comparaes dos escores finais da escala, observa-se que os participantes do G1 apresentaram melhor QVRS do que os do G2 no escore FACT-G total score, o G1 apresentou melhor QVRS do que o G2, enquanto no FACT-H&N Total score e TOI o G2 apresentou resultados ligeiramente melhores, porm sem significncia estatstica. Quanto ao uso do LIVOX, todos os participantes que apresentaram alguma dificuldade no seu uso tinham mais de 58 anos e se declararam aposentados no ativos (p=0,04). Conclui-se que importante o oferecimento, tanto no pr quanto no ps operatrio, de cuidados que possam avaliar e melhorar a qualidade de vida relacionada sade das pessoas com câncer de cabea e pescoo
Resumo:
A ausncia de terapias eficazes para a caquexia permanece como um problema central para o tratamento do câncer no mundo. Em contrapartida, o treinamento de fora (i.e. tambm conhecido como treinamento resistido) tem sido amplamente utilizado como uma estratgia no farmacolgica anticatablica, prevenindo a perda da massa e da funo da musculatura esqueltica. Entretanto, o papel teraputico do treinamento de fora na caquexia do câncer permanece apenas especulativo. Portanto, nesse estudo avaliamos se o treinamento de fora poderia atenuar a perda da massa e da funo da musculatura esqueltica em um severo modelo de caquexia do câncer em ratos. Para isso, ratos machos da linhagem Wistar foram randomizados em quatro grupos experimentais: 1) ratos sedentrios injetados com soluo salina na medula ssea (Controle); 2) ratos injetados com soluo salina na medula ssea e submetidos ao treinamento de fora (Controle + T); 3) ratos sedentrios injetados com clulas do tumor Walker 256 na medula ssea (Tumor); e 4) ratos injetados com clulas do tumor Walker 256 na medula ssea e submetidos ao treinamento de fora (Tumor + T). Foram avaliados a massa e a rea de seco transversa da musculatura esqueltica, marcadores de disfuno metablica e do turnover proteico, a funo da musculatura esqueltica in vivo e ex vivo, o consumo alimentar, o crescimento tumoral e a sobrevida dos grupos experimentais com tumor. O grupo Tumor apresentou atrofia muscular aps quinze dias da injeo das clulas tumorais como pode ser observado pela reduo na massa dos msculos Plantaris (- 20,5%) e EDL (-20%). A atrofia no msculo EDL foi confirmada por anlises histolgicas, demonstrando uma reduo de 43,8% na rea de seco transversa. Embora o treinamento de fora tenha aumentado o contedo proteico da lactato desidrogenase e revertido totalmente o contedo da forma fosforilada de 4EBP-1 (i.e. repressor da transcrio de mRNA), ele no atuou na morfologia da musculatura esqueltica nos animais com tumor. Alm disso, o treinamento de fora no atenuou a perda de funo da musculatura esqueltica, a anorexia, o crescimento tumoral ou a taxa de mortalidade. Contudo, a fora muscular, avaliada pelo teste de 1RM, apresentou uma correlao negativa com a sobrevida dos animais (p = 0,02), sugerindo que a perda de fora prediz a mortalidade nesse modelo experimental de caquexia do câncer. Em suma, a injeo de clulas do tumor Walker 256 na medula ssea induz caquexia do câncer em ratos. O treinamento de fora no foi eficaz em atenuar a perda de massa e funo da musculatura esqueltica nesse modelo. Entretanto, a fora muscular prediz a sobrevida dos animais, sugerindo que novos estudos so necessrios para elucidar o possvel efeito teraputico do treinamento de fora para atenuar a caquexia do câncer e a progresso tumoral
Resumo:
A estimulao eltrica neuromuscular (EENM) uma recente tcnica teraputica no tratamento das disfagias orofarngeas. Poucos estudos utilizaram a EENM em casos oncolgicos, havendo muitas dvidas sobre o mtodo de aplicao e os resultados de diferentes condies de estimulao nessa populao. Este trabalho teve por objetivo verificar o efeito imediato da EENM sensorial e motora, nas fases oral e farngea da deglutio, em pacientes aps tratamento do câncer de cabea e pescoo. Para isso foi realizado um estudo transversal intervencional que incluiu 11 pacientes adultos e idosos (mediana de 59 anos) acometidos por câncer de cabea e pescoo. Todos os indivduos foram submetidos ao exame de videofluoroscopia da deglutio, no qual, de modo randomizado, foram solicitadas degluties de 5 ml de alimentos nas consistncias lquida, mel e pudim em trs condies distintas: sem estimulao, com EENM sensorial, com EENM motora. Foi classificado o grau da disfuno da deglutio por meio da escala DOSS (Dysphagia Outcome and Severity Scale), a presena de estase de alimentos (escala de Eisenhuber), de penetrao larngea, aspirao laringotraqueal (Penetration and Aspiration Scale - PAS), alm da medida do tempo de trnsito oral e farngeo (em segundos). Para a comparao dos resultados, considerando os trs estmulos aplicados, na escala de resduos, na escala de penetrao aspirao, na escala DOSS e no tempo de trnsito oral e farngeo foi aplicado o teste de Friedman ou a anlise de varincia para medidas repetidas (de acordo com a distribuio dos dados). Para todos os testes foi adotado nvel de significncia de 5%. Os resultados demonstraram que houve melhora com a estimulao sensorial e motora na escala DOSS e na escala PAS para um paciente tratado de câncer de boca e outro de laringe e piora, em ambas as escalas, para dois pacientes (câncer de boca), sendo um para a estimulao motora e outro na sensorial. A aplicao da escala de Eisenhuber permitiu verificar que a EENM, tanto em nvel sensorial como motor, modificou de forma varivel a presena de resduos para os casos de câncer de boca, enquanto para o paciente com câncer de laringe houve reduo de resduos em valcula/raiz da lngua para a estimulao sensorial e motora, alm de aumento de resduos em parede posterior da faringe com o estmulo motor. Alm disso, no foi encontrada diferena estatisticamente significante para o tempo de trnsito oral e farngeo nas diferentes estimulaes para todas as consistncias testadas (p>0,05). Diante desses achados, concluiu-se que a EENM, em nvel sensorial e motor, apresentou varivel impacto imediato nas fases oral e farngea da deglutio, podendo melhorar a funo de deglutio de pacientes com significante disfagia aps o tratamento para o câncer de cabea e pescoo, no que se diz respeito ao grau da disfagia e presena de penetrao e aspirao.
Resumo:
O diabetes mellitus (DM) est associado com alguns tipos de câncer. No entanto, estudos realizados sobre a associao entre DM e câncer de cabea e pescoo (CCP) apresentaram resultados controversos. Na avaliao da associao entre DM e câncer, destaque deve ser dado metformina, medicamento utilizado no DM tipo 2, que se mostra inversamente associado a alguns tumores. O objetivo deste estudo foi avaliar a associao entre DM e CCP, bem como o impacto do uso de metformina no risco de CCP. Este estudo caso-controle incluiu 1021 casos de CCP com confirmao histolgica de carcinoma espino celular selecionados em cinco hospitais de grande porte no estado de So Paulo entre 2011 e 2014. Os 1063 controles foram recrutados nos mesmos hospitais, pareados por frequncia com os casos por sexo e idade (em grupos de 5 anos). Para avaliar o risco de CCP associado ao DM, odds ratios (OR) e intervalos com 95 por cento de confiana (IC 95 por cento ) foram estimados por meio de regresso logstica no condicional. Os participantes diabticos tiveram associao inversa com o CCP (OR = 0,68; IC 95 por cento : 0,49-0,95), e a proteo foi maior entre diabticos usurios metformina (OR = 0,54; IC 95 por cento : 0,29-0,99). Diabticos usurios de metformina que eram fumantes (OR = 0,13; IC 95 por cento : 0,04-0,44), ou consumidores de lcool acima de 40 g/ dia (OR = 0,31; IC 95 por cento : 0,11-0,88) apresentaram proteo ainda maior com relao ao CCP, comparado aos no diabticos. Em concluso, os indivduos diabticos apresentaram risco inverso de CCP e o uso de metformina pode explicar, ao menos parcialmente, esta associao.
Resumo:
Esta pesquisa discute a Comunicao em Sade no contexto das Prticas Integrativas e Complementares (PIC) no Sistema nico de Sade (SUS), no que concerne ao tratamento do câncer realizado num hospital pblico de Campinas. O arcabouo terico se debrua sobre as diretrizes do iderio da Promoo da Sade e sobre as discusses da Educao em Sade, por serem premissas fundamentais para que a Comunicao em Sade seja participativa e democrtica, e que a Comunicao das PIC conquiste maior espao na Sade Pblica. O objetivo geral foi investigar o processo de comunicao entre profissionais de sade e usurios do SUS participantes do Projeto de Construo do Cuidado Integrativo (PCCI). A metodologia utilizada foi a qualitativa tendo como instrumentos pesquisa documental e entrevistas semi-estruturadas para a coleta dos dados. Os participantes do estudo foram usurios que fizeram parte do grupo de Acupuntura e de Fitoterapia e usaram prticas complementares ao tratamento convencional do câncer, e tambm os profissionais de sade envolvidos no PCCI realizado no Hospital de Clnicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)/SP. Os dados foram analisados por meio da anlise temtica de contedo de Bardin, que permitiu identificar as seguintes categorias: Medo da interveno, Analgesia como resultado, Continuidade do tratamento, Falta de informao e Divulgao das prticas. Os resultados mostraram que houve dificuldades de comunicao, indicando lacunas importantes em relao infraestrutura, falta de divulgao e continuidade do tratamento complementar com as PIC, a falta de valorizao da participao popular e estmulo autonomia como preconiza o iderio da Promoo da Sade. Concluiu-se que o modelo de sade vigente, de base biomdica, no tem permitido a participao dos usurios, e, mais ainda, tem dificultado o desenvolvimento da comunicao democrtica, humanizada e solidria. O Projeto (PCCI) foi importante em sua execuo, uma vez que trouxe resultados positivos com o uso das PIC por melhorar as condies da qualidade de vida dos usurios e ter promovido analgesia, conferido maior disposio e recuperao dos movimentos. Entretanto, o Projeto (PCCI) no teve potencial o suficiente para provocar uma mudana na lgica do tratamento convencional que est hegemonicamente imerso no modelo biomdico, com isso limitando a insero e a comunicao das PIC na Sade Pblica e dificultando a abertura para o dilogo entre os diferentes saberes. Entende-se que este um dos principais desafios da Medicina Tradicional e Complementar (MTC).
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Introduo: Estatsticas sobre a ocorrncia de casos novos de câncer so fundamentais para o planejamento e monitoramento das aes de controle da doena. No estado de So Paulo, a incidncia de câncer obtida indiretamente por meio de estimativas oficiais (para o estado como um todo e sua capital) e, de forma direta, em municpios cobertos por Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP). Existem, atualmente, trs RCBP ativos (So Paulo, Ja e Santos), um inativo (Barretos) e um em reimplantao (Campinas). Dado o desconhecimento do panorama da incidncia de câncer em reas no cobertas por RCBP, este estudo teve como objetivo estimar a incidncia de câncer, calcular taxas brutas e padronizadas por idade, especficas por sexo e localizao primria do tumor para as 17 Redes Regionais de Ateno Sade (RRAS) de So Paulo e municpios, em 2010. Mtodo: Utilizou-se como estimador da incidncia de câncer a razo Incidncia/Mortalidade (I/M), por sexo, grupo etrio quinquenal dos 0 aos 80 anos e localizao primria do tumor. O numerador da razo foi formado pelo nmero agregado de casos novos entre 2006-2010, em dois RCBP ativos (Ja e So Paulo, respectivamente, com cobertura correspondente a 0,3 por cento e 27,3 por cento da populao estadual). No denominador, o nmero de bitos oficial nas respectivas reas e perodo. O nmero estimado de casos novos resultou da multiplicao das I/M pelo nmero de bitos por câncer registrados em 2010 para o conjunto de municpios formadores de cada uma das RRAS ou para cada municpio. O mtodo de referncia foi aquele utilizado no Globocan series, da Agncia Internacional de Pesquisa contra o Câncer. O ajuste por idade das taxas de incidncia ocorreu pelo mtodo direto, tendo como padro a populao mundial. Resultados: Estimaram-se 53.476 casos novos de câncer para o sexo masculino e 55.073 casos para o feminino (excluindo-se os casos de câncer de pele no melanoma), com taxas padronizadas de 261/100.000 e 217/100.000, respectivamente. No sexo masculino, a RRAS 6 apresentou para todos os cânceres a maior taxa de incidncia padronizada (285/100.000), e a RRAS 10, a menor (207/100.000). Os cânceres mais incidentes em homens foram prstata (77/100.000), clon/reto/anus (27/100.000) e traqueia/brnquio/pulmo (16/100.000). Entre as mulheres, as taxas de incidncia padronizadas por idade foram de 170/100.000 (RRAS 11) a 252/100.000 (RRAS 07); o câncer de mama foi o mais incidente (58/100.000), seguido pelos tumores de clon/reto/anus (23/100.000) e de colo uterino (9/100.000). Concluses: Os resultados apontaram diferentes padres de incidncia com taxas que ultrapassaram a magnitude estadual. Dados provenientes de RCBP locais podem ser usados na obteno indireta de estimativas regionais e locais. Neste estudo, as taxas de incidncia apresentadas podem estar sub ou superestimadas refletindo a qualidade, completitude e padres observados no RCBP de maior representatividade considerado na anlise.
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INTRODUCAO: A comunicao interatrial tipo \"ostium secundum\" um defeito cardaco congnito caracterizado pela deficincia parcial ou total da lmina da fossa oval, tambm chamada de septo primo. Corresponde a 10 a 12% do total de cardiopatias congnitas, sendo a mais frequente na idade adulta. Atualmente a ocluso percutnea o mtodo teraputico de escolha em defeitos com caractersticas anatmicas favorveis para o implante de prteses na maioria dos grandes centros mundiais. A ecocardiografia transesofgica bidimensional com mapeamento de fluxo em cores considerada a ferramenta padro-ouro para a avaliao anatmica e monitorao durante do procedimento, sendo crucial para a tima seleo do dispositivo. Neste sentido, um balo medidor introduzido e insuflado atravs do defeito de forma a oclu-lo temporariamente. A medida da cintura que se visualiza no balo (dimetro estirado) utilizada como referncia para a escolha do tamanho da prtese. Recentemente a ecocardiografia tridimensional transesofgica em tempo real tem sido utilizada neste tipo de interveno percutnea. Neste estudo avaliamos o papel da mesma na tima seleo do dispositivo levando-se em considerao as dimenses e a geometria do defeito e a espessura das bordas do septo interatrial. METODO: Estudo observacional, prospectivo, no randomizado, de nico brao, de uma coorte de 33 pacientes adultos portadores de comunicao interatrial submetidos a fechamento percutneo utilizando dispositivo de nitinol autocentrvel (Cera , Lifetech Scientific, Shenzhen, China). Foram analisadas as medidas do maior e menor dimetro do defeito, sua rea e as medidas do dimetro estirado com balo medidor obtidas por meio das duas modalidades ecocardiogrficas. Os defeitos foram considerados como elpticos ou circulares segundo a sua geometria; as bordas ao redor da comunicao foram consideradas espessas (>2 mm) ou finas. O dispositivo selecionado foi igual ou ate 2 mm maior que o dimetro estirado na ecocardiografia transesofgica bidimensional (padro-ouro). Na tentativa de identificar uma varivel que pudesse substituir o dimetro estirado do balo para a tima escolha do dispositivo uma srie de correlaes lineares foram realizadas. RESULTADOS: A idade e peso mdio foram de 42,1 14,9 anos e 66,0 9,4kg, respectivamente; sendo 22 de sexo feminino. No houve diferenas estatsticas entre os dimetros maior e menor ou no dimetro estirado dos defeitos determinados por ambas as modalidades ecocardiogrficas. A correlao entre as medidas obtidas com ambos os mtodos foi tima (r > 0,90). O maior dimetro do defeito, obtido ecoardiografia transesofgica tridimensional, foi a varivel com melhor correlao com o tamanho do dispositivo selecionado no grupo como um todo (r= 0,89) e, especialmente, nos subgrupos com geometria elptica (r= 0,96) e com bordas espessas ao redor do defeito (r= 0,96). CONCLUSO: Neste estudo em adultos com comunicaes interatriais tipo ostium secundum submetidos ocluso percutnea com a prtese Cera , a tima seleo do dispositivo pde ser realizada utilizando-se apenas a maior medida do defeito obtida na ecocardiografia transesofgica tridimensional em tempo real, especialmente nos pacientes com defeitos elpticos e com bordas espessas.
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A doena de Alzheimer (DA) a forma mais comum de demncia, representando cerca de 80% dos casos. A DA caracterizada por um processo de declnio progressivo e irreversvel das funes cognitivas e da memria, que se estende para a desorganizao do comportamento. Atualmente, 46,8 milhes de pessoas em todo o mundo foram diagnosticadas com demncia. Embora vrios fatores tenham sido implicados na DA, sua etiologia ainda no completamente conhecida. Do ponto de vista neuropatolgico, observado no crebro de indivduos com DA atrofia cortical difusa, presena de grande nmero de placas senis, emaranhados neurofibrilares, processo inflamatrio e perda neuronal. A progresso dos sintomas est associada a mudanas estruturais nas sinapses colinrgicas em certas regies do crebro, que consequentemente, apresentam neurotransmisso colinrgica reduzida. Os vrios eventos patolgicos interligados contribuem para o avano da doena e direcionam diversas pesquisas na busca por tratamentos multialvos com base no processo multifatorial de DA. Assim o presente trabalho descreve a sntese de derivados hbridos dual binding site de donepezila-tacrina (frmacos inibidores de acetilcolinesterase), com potencial para agir em dois alvos teraputicos pela (i) inibio da acetilcolinesterase em ambos os stios ativo e perifrico, como demonstrado pelos estudos de modelagem molecular, e (ii) na agregao do peptdeo A? neurotxico induzido pela acetilcolinesterase, na tentativa de interromper a progresso da doena. A estratgia sinttica envolveu a condensao da 5,6-dimetxiindanona com a unidade 4-piperidinil carbaldedo, a qual forneceu o intermedirio 5,6- dimetxindan-1-ona-4-piperidinil-metileno-1-[(4-cloroquinolin-2-il)metil], seguido de reduo da dupla ligao, gerada na reao de condensao anterior, e substituio do tomo de cloro-quinolina por amino para obteno do produto final, ou manuteno da funo olefina, seguido de substituio do tomo de cloro-quinolina por azido ou amino, gerando cinco hbridos estruturalmente correlacionados. Os hbridos foram testados em ensaio de inibio de acetilcolinesterase e butirilcolinesterase pelo mtodo de Ellman, e o hbrido insaturado, contendo a funo amino-quinolina foi o mais ativo da srie com IC50 na faixa de nanomolar (0,014 ?M). Futuramente, os intermedirios da reao e produto final sero submetidos ao ensaio de inibio da agregao do peptdeo A? neurotxico pelo mtodo da tioflavina T. Neste trabalho, tambm so descritos os testes de predio in vitro para permeao pela barreira hematoenceflica, bem como sua absoro intestinal, pelo mtodo PAMPA.
Resumo:
A Ceratoconjuntivite Seca (KCS Keratoconjunctivitis Sicca) uma desordem imunomediada e resulta de alteraes do componente aquoso do filme lacrimal e da deficincia dos componentes lipdicos e mucoso.Seu diagnstico baseado no Teste Lacrimal de Schirmer (TLS) e no Teste de Ruptura do Filme Lacrimal (TRFL) e tem como sinais clnicos: secreo mucopurulenta, hiperemia conjuntival, blefaroespasmos, fotofobia, incmodo, dor, vascularizao, opacidade corneana e pigmentao, alm de cegueira em casos avanados. O tratamento convencional consiste em aplicaes dirias de Ciclosporina 0,2% ou Tacrolimus 0,03% (pomada ou colrio oftlmicos), que apesar de controlar a doena, so custosos, no curativos e exigem alto comprometimento da interao paciente-proprietrio. A terapia celular usando clulas-tronco (CT) traz uma nova esperana para doenas sem tratamento efetivo. Neste trabalho utilizamos CT mesenquimais (CTM) obtidas a partir de membrana amnitica (CTMA) de ces obtidas a partir do descarte destes tecidos em campanhas de castraes em diferentes tempos gestacionais, sem formao tumoral quando submetidas ao teste tumorignico durante 60 dias. Dois animais com KCS crnica foram tratados com duas injees de CTMA com intervalo de 30 dias, sendo a primeira de 0,5x106 clulas e a segunda de 1x106 clulas em cada glndula. Na segunda semana aps a terapia foi observado aumento da TLS sugerindo um benficio da terapia que foi diminuindo com o passar das semanas. O TRFL oscilou durante os testes e no apresentou diferenas significativas. A terapia celular utilizando CTMA de ces melhorou a condio ocular nos dois casos em momentos e parmetros variados, com repercusso na melhoria da superfcie, mas no houve regresso do quadro clnico. Investigaes futuras em estgios menos avanados da doena podem ajudar a elucidar os mecanismos pelos quais esse efeito foi obtido