2 resultados para A. baumannii. P. aeruginosa

em Biblioteca de Teses e Dissertações da USP


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A persistência bacteriana correlacionada à form§Ã£o de biofilmes bacterianos é, há algum tempo, fonte de grande preocupação médica em virtude de sua ampla associ§Ã£o com a dificuldade de tratamento de infecções crônicas. Por outro lado, as perspectivas de utiliz§Ã£o de biofilmes bacterianos em novas aplic§Ãµes biotecnológicas e até mesmo para fins terapêuticos são promissoras. Há, portanto, grande interesse em compreender os mecanismos que levam as células bacterianas a deixar o estado planctônico, de vida livre, e associarem-se nesses conglomerados celulares altamente complexos. Ao longo das últimas décadas, o segundo mensageiro c-di-GMP – em conjunto com as moléculas que catalisam sua síntese (diguanilato ciclases) e sua degrad§Ã£o (fosfodiesterases) e seus receptores – estabeleceu-se como um elemento central de regul§Ã£o de uma série de respostas celulares que determinam a form§Ã£o ou a dispersão de biofilmes. Curiosamente, as proteínas que participam do metabolismo deste segundo mensageiro estão, frequentemente, codificadas múltiplas vezes em um mesmo genoma bacteriano. Em vista dessa observ§Ã£o, estudos mais recentes apontam que, para reger paralelamente uma variedade tão ampla de fenótipos, este sistema opera em modo de alta especificidade de sinaliz§Ã£o e que, portanto, o sinal metabolizado por determinados conjuntos de diguanilato ciclases e fosfodiesterases tem alvos celulares específicos. Evidências robustas, porém isoladas até o momento, apontaram que um dos meios pelo qual ocorre a segreg§Ã£o entre sinal produzido e alvo específico é a inter§Ã£o direta entre as proteínas componentes das vias de sinaliz§Ã£o. Mais, demonstrou-se que, em algumas vias, a transmissão de sinal ocorre exclusivamente via inter§Ã£o proteica, dispensando a intermedi§Ã£o do sinalizador em si. Para avaliar a validade e relevância global deste mecanismo, pro´s-se, neste estudo, a investig§Ã£o da rede total de inter§Ãµes entre as proteínas tipicamente associadas às vias de sinaliz§Ã£o por c-di-GMP em Pseudomonas aeruginosa, utilizando ensaios de duplo-hibrido bacteriano. Para tanto, foram construídas duas bibliotecas de DNA direcionadas e foram feitos testes de inter§Ã£o de forma estratégica para possibilitar o esgotamento e averigu§Ã£o de todas as possíveis inter§Ãµes entre as proteínas alvo identificadas. O resultado obtido, um mapa inicial, porém abrangente, da rede de inter§Ãµes proteicas em P. aeruginosa, indica uma grande probabilidade de que os mecanismos previamente descritos sejam realmente recorrentes e relevantes para o intermédio da sinaliz§Ã£o nesse organismo. Algumas das inter§Ãµes mais robustas encontradas são bastante interessantes e serão, em estudos futuros, mais extensivamente estudadas.

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Introdução: Infecções relacionadas à assistência de sºde (IRAS) representam hoje um dos principais desafios da qualidade do cuidado do paciente, principalmente em pacientes submetido a transplante de células tronco e hematopoiéticas (TCTH) O banho diário com a clorexidina (CHG) degermante a 2% tem sido proposto principalmente em unidades de terapia intensivas (UTIs) para diminuir a coloniz§Ã£o bacteriana do paciente e assim diminuir IRAS. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto do banho com CHG degermante a 2% em unidade de intern§Ã£o de TCTH na incidência de infecção e coloniz§Ã£o por patógenos multirresistentes e ainda avaliar seu impacto na sensibilidade das bactérias ao antisséptico. Métodos: Foi realizado um estudo quasi-experimental, com dur§Ã£o de 9 anos, com início em janeiro/2005 até dezembro/2013. A intervenção foi iniciada em agosto de 2009, sendo que os períodos pré e ³s-intervenção tiveram dur§Ã£o de 4,5 anos. As taxas de IRAS, infecção por gram-negativos multirresistentes e infecção e coloniz§Ã£o por enterococo resistente a vancomicina (VRE) foram avaliadas através de série temporal, para estudar o impacto da intervenção. As concentr§Ãµes inibitórias mínimas (CIM) das bactérias para a CHG com e sem o inibidor de bomba de efluxo (CCCP) foram avaliadas nos dois períodos. Os genes de resistência a CHG foram estudados por meio da PCR e a clonalidade dos isolados por eletroforese em campo pulsátil. Resultados: Foi observada redução significativa na incidência de infecção e coloniz§Ã£o de VRE na unidade no período ³s-intervenção (p: 0,001). Essa taxa permaneceu estável em outras UTIs clínicas do hospital. Contudo as taxas de infecção por Gram negativos multirresistentes aumentou nos últimos anos na unidade. Não ocorreu diminuição na taxa de IRAS na unidade. As CIMs testadas de CHG aumentaram nas amostras de VRE e K. pneumoniae após o período de exposição ao antisséptico, com queda importante da CIM após o uso do CCCP, revelando ser a bomba de efluxo, um importante mecanismo de resistência à CHG. As amostras de A. baumannii e P. aeruginosa não apresentaram aumento da CIM após período de exposição à clorexidina. As bombas de efluxo Ade A, B e C estiveram presentes na maioria dos A. baumannii do grupo controle (66%). A bomba cepA foi encontrada em 67% de todas as K. pneumoniae testadas e em 44,5% das P. aeruginosas do grupo pré intervenção. Observamos uma rel§Ã£o positiva entre a presença da CepA nas amostras de K. pneumoniae e a resposta ao CCCP: de todas as 49 amostras CepA positivas 67,3% obtiveram redução do seu MIC em 4 diluições após adição do CCCP. A avali§Ã£o de clonalidade demonstrou padrão policlonal das amostras de VRE, K. pneumoniae e A. baumannii avaliadas. Em rel§Ã£o às amostras de P. aeruginosa foi observado que no período ³s-intervenção ocorreu predominância de um clone com > 80% semelhança em 10 das 22 amostras avaliadas pelo dendrograma. Conclusões: O banho de clorexidina teve impacto na redução da incidência de infecção e coloniz§Ã£o por VRE na unidade de TCTH, e não teve o mesmo impacto nas bactérias gram-negativas. Os mecanismos moleculares de resistência à clorexidina estão intimamente ligados à presença de bomba de efluxo, sendo provavelmente o principal mecanismo de resistência e tolerância das bactérias ao antisséptico