11 resultados para Pré-história recente

em Repositório Aberto da Universidade Aberta de Portugal


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Esta obra trata da sucessão cultural registada na Estremadura portuguesa desde a emergência das sociedades complexas do Calcolítico até à chegada dos Romanos, correspondendo a um lapso de tempo entre os finais do IV milénio e os finais do século II a.C. Embora corresponda apenas a intervalo temporal de aproximadamente três mil anos, é o que, no registo material da nossa Pré-História e Proto-História, se afigura mais rico e diversificado de informação, com o desenvolvimento e fixação de regionalismos culturais, que na Estremadura cunharam identidades próprias, as quais persistiram nalguns casos até época recente, no quotidiano dos seus habitantes. A percepção geral desta evolução, bem como as suas determinantes, é o primeiro, e talvez mais importante objectivo desta obra, a par de outros a seguir enunciados: – a génese dos povoados fortificados calcolíticos, em resultado da crescente intensificação económica e da especialização das produções – a Revolução dos Produtos Secundários (RPS), que decorreu ao longo de boa parte do III milénio a.C. – a par do crescimento demográfico, que determinou, por seu turno, a competição inter-grupos, com a consequente necessidade de fortificação; – a monumentalização / fortificação de alguns dos sítios habitados como expressão da coesão social da respectiva comunidade, acompanhada da emergência de diferenciações inter e intra-comunitárias, indício de diferenciação social, em crescente afirmação, decorrente do processo de desenvolvimento económico complexo, característico do Calcolítico; – as arquitecturas defensivas do III milénio a.C., como expressão pública indissociável da monumentalização acima referida: exemplos mais importantes no território estremenho, distribuição geográfica, características principais, semelhanças e diferenças; neste âmbito, importa conhecer as diversas teorias explicativas para o seu surgimento, desde o modelo difusionista e orientalista vigente em Portugal (dos anos 40 aos anos 70), passando pelo modelo indigenista (anos 80), até às formas difusionistas mitigadas, de expressão regional, dos finais da década de 80 em diante, e principais argumentos invocados; – a desarticulação do modelo de sociedade calcolítica, caracterizada pela concentração da população em sítios fortificados ou pelo menos implantados predominantemente em locais altos e defensáveis; – os moldes em que se processou a acentuação das influências mediterrâneas no decurso do Calcolítico (em especial na metade meridional do território): a generalização do comércio transregional calcolítico e a intensificação e especialização das produções, no quadro da Revolução dos Produtos Secundários (RPS), exemplificada pela exploração de jazidas cupríferas, como veículo de difusão de novas técnicas (metalurgia), matérias-primas exógenas (marfim) e artefactos ideotécnicos de características até então desconhecidas (generalização do culto da divindade feminina e correspondentes expressões simbólicas, algumas de âmbito estritamente regional), acompanhada da difusão, de Sul para Norte, de novas arquitecturas funerárias (tholoi); – sobre o Campaniforme, fenómeno cultural com identidade própria da fase média e tardia do Calcolítico estremenho, serão discutidas as características e cronologia da sua emergência, na Estremadura (um dos pólos mais importantes, a nível europeu) no quadro da sociedade calcolítica pré-existente: tipo de povoamento e de necrópoles, bem como as relações estabelecidas com as comunidades de tradição cultural mais antiga; o faseamento interno do “fenómeno”, com base nas diferenças identificadas no registo material (em particular a tipologia das cerâmicas); e principais tipos artefactuais que o integram. O campaniforme deverá ser entendido como uma expressão material específica, associada a um novo tipo de povoamento, que resultou do decréscimo do interesse oferecido pelos sítios fortificados edificados no início do Calcolítico. Neste sentido, corresponde a período de transição para a Idade do Bronze: existem argumentos, com base no registo arqueológico (jóias de ouro, artefactos de prestígio) que ilustram o incremento do processo de diferenciação social, então verificado, ao contrário do que uma abordagem mais superficial, com base simplesmente no reordenamento demográfico, faria supor; – o registo arqueológico do Bronze Pleno configura a acentuação dos regionalismos, apesar de similitudes do sistema de povoamento face ao período imediatamente anterior, o que indicia realidades socioeconómicas comparáveis. Importa, assim, conhecer as principais características dos escassos povoados identificados, bem como a organização social a ele subjacente, a partir dos testemunhos arqueológicos conhecidos, incluindo os de carácter funerário; – segue-se o Bronze Final, período dominado pela plena afirmação do comércio transregional atlântico-mediterrâneo, favorecido pela própria realidade geográfica do território português. Devem valorizar-se os testemunhos materiais desse período e as respectivas balizas cronológicas: Assim, deverão os leitores ficar familiarizados com as produções de carácter atlântico, como as armas, objectos utilitários e respectivas tipologias e com as de cunho mediterrâneo (com destaque para objectos de indumentária e de carácter cultual, embora estes últimos quase se desconheçam na área estremenha), cujo comércio e difusão foi suportado pela existência de solidariedades económicas transregionais, baseadas em prováveis pactos formalmente estabelecidos entre comunidades vizinhas. Os respectivos territórios, de norte a sul do País, apresentar-se-iam cada vez melhor delimitados; o mesmo deverá ter-se verificado na Estremadura. A caracterização da respectiva economia será, por isso, objecto da análise e discussão; embora de base agro-pastoril (com importância evidente na Estremadura dadas as características dos solos e a quase inexistência de minérios de cobre ou de estanho), a produção de peças metálicas de bronze assumiu importância crescente, como se conclui pelas ocorrências conhecidas. O reforço e a consolidação das elites então verificada, eram necessários para a boa gestão de grandes povoados muralhados que despontam no Bronze Final; na Estremadura, embora os testemunhos de tais centros demográficos não sejam particularmente evidentes, no fim da Idade do Bronze desponta um vigoroso povoamento de altura; seria a partir desses locais que as elites da época, de cunho guerreiro, administrariam territórios bem delimitados. Também a existência de outros testemunhos arqueológicos são concorrentes para a percepção da realidade social: as jóias auríferas, tornadas então relativamente frequentes, deixam transparecer influências ora atlânticas ora mediterrâneas, por vezes reunidas numa única peça (técnicas e tipologias decorativas), expressivas das correntes culturais que, então, se faziam sentir na Estremadura; também as armas, são testemunho da afirmação das elites guerreiras, encontrando-se representadas por exemplares cujas principais características devem ser conhecidas. As diversas práticas funerárias, apesar de escassamente representadas, revelam influências continentais (cremação e campos de urnas, já fora da área estremenha, mas dela próxima: caso dos campos de urnas de Tanchoal e de Meijão, Alpiarça) e mediterrâneas (inumações na tholos da Roça do Casal do Meio, Sesimbra), que traduzem um mosaico cultural complexo, reforçando a ideia de se tratar de região receptora de influxos culturais de diversas áreas geográficas em simultâneo: é, no essencial, a comprensão global desta realidade, a um tempo económica, social e cultural, coroando um longo processo de diferenciação social, por um lado e, por outro, de intensificação económica e interacção cultural, que lhe está subjacente, que deverá ter-se presente. Por último, segue-se o estudo e caracterização das principais estações e materiais da Idade do Ferro, de início (I Idade do Ferro) profundamente marcadas pela presença, directa ou indirecta, de colonizadores fenícios; depois, pelos comerciantes de origem púnica (II Idade do Ferro) e, enfim, pelos exércitos itálicos. Trata-se, em suma, de processo de características próprias, sempre determinado pelas influências mediterrâneas, largamente dominantes face às originárias do interior peninsular, as quais cunharam uma realidade cultural com características próprias, que persistiu no decurso da dominação romana.

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Separata da "Revista Guimarães", Vol. 90 de 1981. 1ª parte

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O artefacto que será estudado nesta pequena nota, foi por mim recolhido no dia 18/ 3/1983 na vertente Sul da serra de Sintra, mais precisamente junto do caminho que segue a margem esquerda da albufeira do rio da Mula, destinada ao abastecimento de água ao Concelho de Cascais.

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Em 1997, um de nós (A.G.) detectou, em um sector da margem direita da pequena albufeira criada na ribeira da Fervença pela barragem de Vale Ressim, na encosta setentrional da Serra da Estrela, cerca de 1,2 km a NNE das Penhas Douradas, um grande machado semienterrado, denunciado pela coloração escura da rocha constituinte, que contrastava com a coloração esbranquiçada dos granitos correspondentes aos afloramentos observados na zona.

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O trabalho agora apresentado, é complemento do estudo global da colecção do Escultor Álvaro de Brée, que constitui o mais rico conjunto de artefactos do povoado pré-histórico de Laceia (freguesia de Barcarena, concelho de Oeiras, distrito de Lisboa), a qual, mediante autorização concedida por M.me de Brée, a quem muito agradecemos, foi por nós estudada.

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Separata da obra: "Da Pré-história à história : homenagem a Octávio da Veiga Ferreira"

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A denominada mina de Santo Estêvão integra vários locais, onde se identificaram, na segunda metade do século XIX, vestígios de mineração pré-históricos (Veiga, 1889,49; 1891, 79). Um desses locais, junto à povoação de Cumiada, foi objecto de trabalhos sumários de exploração, nos meados do século passado, os quais se limitaram a desentulhar as antigas explorações, não tendo tido seguimento (Azevedo, 1854,7). Segundo o geólogo J. B. SchiappadeAzevedo, "A NE da Cumiada, as boccas das escavações estão sobre uma possante massa de ferro magnetico, contendo também o cobre vermelho, cuja existência se denuncia logo à superfície pelas manchas azues e verdes do carbonato, resultante da dessulfatação da pyrite (. .. ): o cobre nativo apparece em quase todos os trabalhos, umas vezes nos calcareos, outras no seio de uma massa d'argila vermelha (. .. )".

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A introdução da economia neolítica (agricultura e domesticação) no território português ficar-se-ia a dever, segundo J. Zilhão, à presença directa de pequenos grupos implantados na região do maciço calcário da Estremadura os quais, depois de algumas centenas de anos, mediante processo de interacção finalmente desencadeado com os grupos mesolíticos sediados na parte mais interior do estuário do Tejo, estão na origem da subsequente expansão da economia de produção neolítica pelo interior do território hoje português. A teoria do "enclave neolítico" do maciço calcário estremenho, decorrente da aceitação do modelo da "colonização pioneira" preconizado por J. Zilhão foi, depois, alargada pelo mesmo autor à região do Baixo Alentejo e do Algarve, mas a mesma poderia aplicar-se à região da Figueira da Foz onde, nos inícios do século XX, António dos Santos Rocha escavou as estações de Várzea do Lírio e de Junqueira.

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Neste trabalho os autores, embora reconhecendo não se se tratar de novas estações pré-históricas, não podem deixar de atribuir ao material recolhido uma importância bastante significativa, não só do ponto de vista tipológico, como da variedade de tipos de rocha, empregues na sua confecção. No aspecto tipológico, é de realçar as afinidades mirenses e asturienses de algumas peças recolhidas (picos, machados e pesos de rede), que apesar das suas reduzidas dimensões em relação aqueles encontrados no Baixo Alentejo e no Minho, não deixam de ser os representantes do «Languedocense» costeiro no centro do país mais precisamente na Foz do Tejo, ponto de encontro das indústrias paleolíticas e respectivas fácies do Norte e do Sul. O material agora estudado, embora não tenha sido recolhido em estações bem definidas, não perde de forma alguma o seu valor arqueológico, pois é originário (em especial aquele com afinidades «languedocences») das zonas marginais do Tejo, dado que a matéria prima utilizada está presente nos locais onde foi recolhida. Devemos ainda realçar as dimensões do material de calcário de aspecto acheulense e languedocense, sendo difícil atribuir-lhe uma datação correcta dada a fragilidade e fraca consistência desta rocha, e tendo ainda em conta o meio em que foi recolhido. No entanto se atender-mos à tipologia das peças e aos vários tipos de rochas utilizadas, podemos constatar que: I - Quartzito - Material acheulense e «languedocense». II - Basalto - Acheulense e «Ianguedocense». IlI - Calcário - «Ianguedocense» e peças de tradição acheulense. IV - Silex - Mustierense e Paleolítico superior.