3 resultados para Caça de subsistência

em Repositório Aberto da Universidade Aberta de Portugal


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Estuda-se a associação de grandes mamíferos recolhida em unidades estratigráficas das "Salas 20 e 2" do Buraco da Moura de S. Romão (Seia) correspondentes a uma ocupação do Bronze Pleno. Devido à natureza predominantemente ácida dos terrenos de toda a região beirã, restos faunísticos como os agora estudados são excepcionais. Tal facto valoriza as conclusões obtidas do seu estudo, não apenas sobre as bases de subsistência e hábitos alimentares, mas também acerca da economia das populações que, no Bronze Pleno, ocuparam a Bacia do Alto Mondego. Comprovou-se uma importante actividadepastoril, documentada pela predominância, no espectro faunístico, dos bovinos e ovinos e onde a caça ocupava um lugar muito secundário. Tal situação reforça a proposta de atribuição da degradação do coberto florestal da área serrana como tendo origem antrópica, datando talvez desde o IV milénio a. C., ligando-se á necessidade da obtenção de terras de pastoreio.

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São apresentados os primeiros resultados das escavações arqueológicas no Cabeço da Velha (Vila Velha de Ródão, Beira Baixa). Detectou-se um único nível de ocupação, cuja fraca espessura parece corresponder a um estabelecimento de curta duração. As estruturas postas a descoberto ("empedrados de combustão", "cinzeiros" e "buracos de poste") são funcionalmente complementares e configuram uma unidade habitacional que se considerou integralmente escavada. Documentou-se uma zona de descanso (cabana-paravento), uma zona de actividade com estruturas de combustão e uma zona de acumulação de detritos. O espólio lítico forma um conjunto tipologicamente diversificado, mas em que cada grupo se encontra representado por escasso número de artefactos, sendo de destacar o predomínio dos relacionados com a caça (trapézio, triângulo, pontas de seta). A tipologia aponta para o Neolítico final. A cerâmica, tipo logicamente integrável no mesmo período, é dominada por formas simples, esféricas ou ovóides, sendo raros os exemplares pertencentes a formas consideradas especializadas (pratos, taças de bordo espessado, taças carenadas), o que parece reforçar a hipótese de nos encontrarmos em presença de um estabelecimento de curta duração e de vocação agrícola pouco acentuada. A decoração, incisa e plástica, ocorre numa frequência muito baixa.

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A presente dissertação tem como objeto de estudo a pesca do bacalhau feita por portugueses sob a bandeira de Portugal durante o período do Estado Novo (1933-1974). Investigou-se as razões para um investimento e um protecionismo tão forte à indústria da pesca do bacalhau. É indissociável do estudo da demanda portuguesa por este peixe, à época muito abundante no noroeste atlântico, as políticas autárcicas e de subsistência pilares da economia do Estado Novo, assim como a implantação e robustecimento da Instituição Corporativa. Subjacente a estas linhas de matriz económica mas paradigmáticas do novo regime, estava também a reconstrução da identidade portuguesa, a sacralização do trabalho e a heroicidade do pescador português do bacalhau. A existência da tentativa de revivificação da glória dos descobrimentos na pesca do bacalhau. A criação de um ambiente social, político e religioso que levaram à persecução destas políticas e consequentemente do engrandecimento da estrutura do Estado Novo, resultando até na sedimentação de apoio popular. O desenvolvimento da frota de pesca longínqua foi quase uma única janela de oportunidades para o conhecimento de novos mundos. A montante e a jusante da atividade piscatória também se desenvolveram indústrias e comércio internacional. A participação em organizações internacionais de regulação das pescas proporcionou contatos Institucionais com outras nações, não raro utilizados para quebrar isolamentos e propagandear o Estado Novo e as suas manifestações culturais e identitárias que suscitaram relacionamentos interculturais. Para além destes contatos mais formais, também se desenvolveram contatos informais, que se repercutiram na criação e manifestação de conhecimento mútuo e claro de condições para a gestação da interculturidade. Estes desenvolvimentos de relações informais, de contatos profissionais também geraram relações culturais que se manifestaram em projetos individuais de vida associados às migrações.