5 resultados para Me ryon, Charles, 1821-1868.
em Biblioteca Digital de Teses e Dissertações Eletrônicas da UERJ
Resumo:
A transmigrao da Corte portuguesa para a Amrica no ano de 1808 implicou na transferncia de boa parte do aparato administrativo existente em Lisboa, de modo a permitir que o prncipe regente, D. Joo, pudesse governar o Imprio, a partir do Rio de Janeiro. Esta tese de doutorado analisa um dos rgos ento estabelecidos: a Secretaria de Estado dos Negcios do Brasil. Partindo-se do princpio de que a dominao se estabelece pela administrao, pretendeu-se, pelo estudo dessa instituio, atentar para determinados aspectos que envolveram a instalao dos rgos de poder no continente americano. Nesse sentido, duas questes nortearam a estruturao e o desenvolvimento dos captulos deste trabalho. Em um nvel mais recortado, atentou-se para um exame sobre as principais caratersticas da estrutura administrativa dessa instituio, percebendo quem eram os seus oficiais, os cargos ocupados e os seus respectivos ordenados, de modo a compreender as especificidades, o perfil do seu corpo burocrtico; bem como a importncia desse grupo de funcionrios na configurao de um estilo administrativo na nova Corte. No tocante a um mbito mais amplo, inseriu-se a Secretaria de Estado dos Negcios do Brasil no quadro que a relaciona a outros rgos de poder ento existentes. A partir deste aspecto, tentou-se apreender o eixo da poltica do prncipe regente para o Brasil. O exame dos tpicos de ao poltico-administrativa dessa instituio permitiu demonstrar o sentido da administrao joanina, durante os quatro primeiros anos de permanncia no Rio de Janeiro.
Resumo:
O Simbolismo surge na Frana em meio a um turbilho de transformaes advindas da modernidade. Estas transformaes levaram os indivduos a repensarem os pressupostos racionalistas e cientificistas. Desta maneira, o esprito da decadncia, que est na base do movimento simbolista, se instaura em 1857, quando Charles Baudelaire lana sua obra As flores do mal, desenvolvendo uma poesia voltada para a inovao do estilo e para uma temtica nova. Para isso, aborda assuntos tabus naquela sociedade, fala da monotonia dos tempos modernos, da solido existencial e inclui coisas consideradas srdidas e repugnantes em seus versos. O movimento, ento, se desenvolve pelo mundo seguindo os pressupostos decadentistas inaugurados por Baudelaire e chega a Portugal e ao Brasil. Nestes pases, veremos que a esttica do Simbolismo no ter o mesmo prestgio que na Frana, porque se desenvolver em oposio ao esprito nacionalista, patritico e positivista, praticado pelo Realismo na prosa e o Parnasianismo na poesia. Assim, o movimento simbolista no ter um lugar de destaque dentro do campo literrio nesses dois pases, permanecendo margem dos cnones hegemnicos. Observaremos como o gnero gtico de lvares de Azevedo e A Gerao do Trovador, anteriores ao Simbolismo no Brasil e Portugal, respectivamente, se constituem como precursores desse movimento esttico. Analisamos ainda o lugar, a potica e a crtica de Nestor Vtor no campo literrio brasileiro e o lugar e a potica de Camilo Pessanha no campo literrio portugus, buscando, com base nas conceituaes tericas de Pierre Bourdieu e Dominique Maingueneau sobre a gnese do campo literrio e o discurso literrio, os diferentes posicionamentos dos agentes, suas cenas de enunciao e seus espaos, responder ao porqu do desprestgio do movimento simbolista no Brasil e em Portugal
Resumo:
Instituio fundamental monarquia lusitana, a Casa Real portuguesa abrangia, em seu espao, centenas de criados, homens e mulheres das mais diversas origens. Com a transferncia da Corte para o Rio de Janeiro, em 1808, o prncipe regente d. Joo reestruturou o seu universo domstico, estabelecendo aqui, e semelhana de Portugal, todos os departamentos imperativos correta execuo das tarefas cotidianas da sua Casa: cavalaria, cozinha, servio de copa, cmara, aquisio de gneros alimentcios, etc. Esta tese tem como objeto a conformao da Casa Real portuguesa no Rio de Janeiro, entre os anos de 1808 e 1821. Sero analisados aqui a estrutura organizacional da Casa Real; os conflitos suscitados entre os recm-emigrados agentes do espao domstico rgio e os sditos fluminenses; os mecanismos de remunerao peculiares ao universo domstico joanino; as formas de acesso Casa Real; e, finalmente, a estrutura financeira da Casa Real portuguesa. Num quadro mais amplo, procurou-se relacionar a Casa do Rei aos outros poderes institudos na cidade, agora Corte, do Rio de Janeiro, de forma a demonstrar que o espao domstico da monarquia era, tambm, uma instituio relevante na montagem da administrao joanina na Amrica e, conseqentemente, na transformao de um espao historicamente colonial em centro do imprio portugus.
Resumo:
O presente estudo examina o momento fundador da imprensa no Brasil em 1808 e a rotina de funcionamento da Impresso Rgia, no Rio de Janeiro, entre 1808 e 1821. Qual era sua estrutura administrativa, sua ordem de despesas, a natureza das ocupaes funcionais, enfim, qual era a lgica de funcionamento da casa impressora oficial da Corte no incio do Oitocentos? Qual o lugar ocupado pelos impressos naquele contexto?Para melhor compreender a estrutura, a rotina administrativa e de funcionamento da Impresso Rgia no Rio de Janeiro, mas, principalmente, os usos e funes da rgia tipografia no momento de seu estabelecimento por iniciativa do prncipe regente d. Joo, foi analisada tambm parte de sua produo, qual seja, os ttulos dedicados s Cincias e s Artes. A partir desses livros, localizados no acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e na Biblioteca Guita e Jos Mindlin, em So Paulo, foram estudadas as caractersticas biobibliogrficas de seus autores e a relao dos mesmos com o poder oficial.Foi possvel identificar que os autores dos ttulos examinados eram herdeiros da tradio ilustrada portuguesa. Partilhando de uma mesma cultura poltica, possuam laos estreitos com membros da Corte, prestando obedincia ao prncipe, sendo alguns autores, inclusive, integrantes da junta diretora da Impresso Rgia.Assim, alm da rotina e funcionamento da casa impressora da Corte, no Rio de Janeiro de d. Joo, o presente trabalho examina tomando como fonte de anlise sua produo editorial no campo das Cincias e das Artes a formao da cultura cientfica do perodo Joanino e a rede de sociabilidades existente no Rio de Janeiro, entre 1808 e 1821.
Resumo:
O objetivo da tese de doutorado consistir na defesa de uma alternativa para os dilemas polticos concernentes incomparabilidade no interior de uma comunidade especfica ou entre comunidades distintas, presente nas discusses em torno do pluralismo contemporneo. Esta via inspirada nos conceitos de bens constitutivos, avaliaes fortes e articulao, desenvolvidos pelo filsofo canadense Charles Taylor, e tambm uma tentativa de se pensar acerca de um projeto de crtica poltica que leve em considerao a motivao como elemento incontornvel para a filosofia prtica. A incomparabilidade, isto , impossibilidade de critrios no julgamento entre prticas especficas, mas com repercusses pblicas, levanta a questo de at que ponto possvel avaliar e deliberar racionalmente sobre modos de vida distintos e, s vezes, auto-excludentes. Tal problemtica pode ser vista fortemente no chamado debate liberal-comunitarista, na dcada de 1980, bem como em seus desdobramentos nas discusses acerca do multiculturalismo, na dcada seguinte. E ainda, mais recentemente, nos impasses em torno do papel da religio na esfera pblica. Mais do que pontos divergentes acerca da questo do julgamento, os que essas discusses tambm evidenciam um debate mais central acerca do lugar que pode ocupar a poltica diante de nossa situao bem como as categorias pelas quais compreendemos o fenmeno do pluralismo. Sob a alcunha de comunitarista, o pensamento de Taylor aparece como uma forma atrativa por no se submeter ao relativismo (a impossibilidade de critrio) e tampouco a um universalismo forte (baseado em critrios gerais e anteriores s prticas), ao desenvolver uma ontologia fundada em um conflito de bens constitutivos em disputa, sem desconsiderar o fenmeno do pluralismo. Com efeito, isto se d na medida em que diante de prticas divergentes e concorrentes h implcita ou explicitamente uma posio acerca de como e a partir de onde podemos nos posicionar criticamente frente ao pluralismo vigente, uma vez que movimentos, discursos e relaes so construdos em nome daquilo que se apresenta efetivamente como valioso ou digno de respeito e admirao. Neste sentido, qualquer tentativa de avaliao j diz respeito a nossa compreenso: de ns, do mundo e de nossa relao com o mundo. Um projeto crtico, levando em considerao nossas fontes que impulsionam a ao, requer um olhar detalhado que o pensamento de Taylor pode oferecer, especialmente a partir da relao entre os conceitos supracitados.