8 resultados para Folard, Jean Charles de, 1669-1752.
em Biblioteca Digital de Teses e Dissertações Eletrônicas da UERJ
Resumo:
A presente tese de doutorado analisa, em perspectiva comparada, as convergncias e divergncias entre as dramaturgias do francs Jean Genet e do brasileiro Plnio Marcos, sob o prisma de trs tpicos inegavelmente presentes, nelas: a violncia, a revolta e a religiosidade. As questes de margem, borda, periferia, ex-centricidade, dissenso etc so abordadas neste trabalho para situar a ideia de outro como o referencial ontolgico que sustenta a obra teatral de ambos. As respectivas biografias dos autores em questo, direta ou indiretamente, tem relao com a aura de marginalidade artstica atribuda (e at assumida por eles prprios) a sua produo em geral (seus romances, poemas, ensaios e contos). Pode-se dizer que muito da persona que ambos assumiram correspondia s expectativas que os crculos intelectuais engajados tinham em adotar uma figura que viesse a encarnar o papel de autntico porta-voz do segmento marginalizado da sociedade na qual cada um deles se criou. Ambos gozam de certo status de vanguardistas no caso do metateatro de Genet, na sua atribuda vinculao ao Teatro do Absurdo, e, no caso do hipernaturalismo dramtico de Plnio, na sua atribuda (e mesmo confessa) descendncia da linhagem criativa de caracteres e motivos do teatro de Nelson Rodrigues. Outro aspecto comum dramaturgia de Genet e Plnio que abordamos a problematizao de dois espaos alegricos definidores por excelncia do ethos dos tipos humanos que o habitam: a priso e o prostbulo. Para tanto, ganham destaque, aqui, Alta vigilncia e O Balco, de Genet, e Barrela e O abajur lils, de Plnio. Nelas tambm se verifica a figurao de motivos de inspirao religiosa que, no autor francs, concorrem para uma espcie de sacralizao ritual do crime (o que ecoa o iderio de Antonin Artaud) e, no brasileiro, funcionam como um exerccio catrtico de compaixo sombra de uma cristandade de feio primitiva que se insinua no tratamento que d degradao dos prias sociais que compem seu universo dramtico. Por fim, analisamos comparativamente trs peas brasileiras (Pedro Mico, de Antonio Callado; Gimba, o presidente dos valentes, de Gianfrancesco Guarnieri; e Orao para um p de chinelo, de Plnio Marcos) tomando como ponto de partida uma situao dramtica comum a elas para traar, assim, as afinidades e distines de cada qual quanto abordagem da criminalidade. E, assim, tambm, poder apontar o tipo de projeto de teatro a que cada uma se vincula, trazendo tona questes caras ao momento histrico-cultural no qual foram compostas, como a figurao do negro e do favelado na sociedade brasileira
Resumo:
Esse estudo tem por objetivo principal analisar as reflexes do filsofo e psicanalista terico esloveno Slavoj iek acerca dos impactos subjetivos das transformaes normativas ocorridas no Ocidente nos ltimos cinqenta anos. O problema do chamado declnio do Simblico passou a ser amplamente discutido pela comunidade de psicanalistas lacanianos na qual se insere o filsofo a partir do final da dcada de 1990, o que constituiu uma inovao em um campo fortemente influenciado pela concepo estruturalista da subjetividade. Situando o autor como pioneiro na utilizao de ferramentas conceituais lacanianas para a anlise do social, o estudo divide-se em duas partes. Na primeira delas, exponho as bases tericas do pensamento de iek, contextualizando o seu itinerrio intelectual e poltico, e abordando as suas trs linhas fundamentais de investigao: a filosofia poltica, a discusso sobre o ato tico e a ontologia do sujeito. Assim, o primeiro captulo retraa o percurso que vai dos primeiros estudos sobre o funcionamento ideolgico nos regimes totalitrios abordagem pop filosfica da ideologia na atualidade. Em seguida, apresento a sua redescrio da noo de comunismo luz da tese dos novos antagonismos do capitalismo tardio. Por fim, trato da perspectiva universalista do filsofo a partir de sua leitura materialista do cristianismo, lanando mo sobretudo dos estudos de Alain Badiou sobre So Paulo. No segundo captulo, delineamos as coordenadas centrais da concepo de sujeito em iek, cuja originalidade reside na articulao das formulaes de Lacan e Hegel. As noes de grande Outro, objeto pequeno a, pulso de morte e negatividade so tomadas como os pilares nos quais se assenta a descrio do sujeito iekiano. Na segunda parte do estudo, examinamos as teses de iek a respeito das relaes entre subjetividade e cultura, com nfase nos novos impasses que da decorrem. As inibies que sucedem injuno de gozar sem entraves, a melancolizao do lao social, as metamorfoses da culpa, a vitimologia e a culpabilizao do Outro so os tpicos centrais que sobressaem desse recorte. Nessa parte do trabalho, as reflexes de iek so cotejadas com as anlises de autores de orientao lacaniana, considerados representativos desse tipo de discusso, como Jean-Pierre Lebrun, Charles Melman, Dany-Robert Dufour e Roland Chemama. Pretende-se com isso enriquecer a discusso, apontando as aproximaes e distncias que o pensamento de iek entretm com os referidos autores. O captulo final do trabalho consagrado ao exame crtico da dmarche iekiana acerca do declnio do Simblico. Dois tpicos de seu discurso so analisados, a saber: a) seu posicionamento ambivalente no que tange crtica do catastrofismo; b) seu esforo de expurgar da noo de ato tico na qual ele quer encontrar sadas para os embaraos engendrados pelo dito declnio do Simblico qualquer trao de pertencimento tradio moral judaico-crist, guardando dessa tradio apenas o exemplo do aspecto formal do ato. Para empreender tal exame, nos servimos, de um lado, do estudo crtico do socilogo francs Alain Ehrenberg sobre a declinologia noo por ele cunhada para se referir ao conjunto de estudos que enfatizam o atual risco da dissoluo dos laos sociais , e de outro lado, nos apoiamos na concepo de tica do filsofo neo-pragmatista Richard Rorty.
Resumo:
No mbito da discusso filosfica sobre a moral, possvel perceber, nas ltimas trs dcadas, um novo interesse pela denominada tica das virtudes. A tica das virtudes diz respeito a uma longa tradio de investigao moral que tem no conceito de virtudes, por oposio aos conceitos de leis, princpios, ou direitos, uma de suas ideias mais fundamentais. O objetivo desta dissertao de mestrado elucidar de que forma o pensamento poltico e moral de Jean-Jacques Rousseau, ainda no contexto do Iluminismo, preserva os argumentos centrais da tradio da tica das virtudes. Embora Alasdair MacIntyre tenha contribudo bastante para o ressurgimento do interesse filosfico pela tica das virtudes, mostro nesta dissertao que as crticas que ele dirige de maneira generalizada ao Iluminismo no se aplicam de modo inteiramente adequado posio que Rousseau efetivamente defende em seus escritos filosficos. A obra de Rousseau bastante vasta e, ao considerarmos alguns textos isoladamente, os argumentos que Rousseau apresenta parecem pouco sistemticos. No entanto, como mostro na presente dissertao, ao analisarmos a obra de Rousseau como todo, fica bastante claro o quo a filosofia moral de Rousseau permanece fundamentalmente uma investigao sobre virtudes.
Resumo:
A articulao entre as obras filosficas e literrias de Jean-Paul Sartre nos permite acompanhar o processo de elaborao da compreenso de subjetividade do autor. A partir do mtodo comparativo e do mtodo progressivo-regressivo, Jean-Paul Sartre desenvolve uma compreenso de subjetividade que tem por base a relao dialtica do homem com a histria, atravs da qual ocorre a constituio dos valores que orientam a ao humana. Buscando analisar de queforma a narrativa literria pode auxiliar o pesquisador a compreender este processohistrico, fao a leitura reflexiva dos romances que compem a trilogia Os caminhos da liberdade de Jean-Paul Sartre, tendo por foco as vivncias do personagemMathieu Delarue. Ao possibilitar que o pesquisador acompanhe o movimento deconstituio da temporalidade de um sujeito singular, a literatura contribui para que o campo da psicologia social seja capaz de criar caminhos de compreenso darealidade humana a partir da condio de abertura prpria ao jogo dialtico dohomem com a histria.
Resumo:
O estudo desenvolvido nesta Tese de Doutorado trata da anlise crtica da esttica dos conceitos: forma, tectnica, funcionalidade, semitica e afetuosidade, no mbito da arquitetura, no programa de museus de arte contempornea e centros culturais. Os museus de arte contempornea e centros culturais, estudos de caso, selecionados para nossa Tese de Doutorado foram inaugurados na dcada de 1990. Como segue: Centro Cultural Jean-Marie Tijibaou (Nova Calednia, Frana), de Renzo Piano; Museu de Arte Contempornea de Naoshima (Japo), de Tadao Ando; Museu Guggenheim Bilbao (Espanha), de Frank O. Gehry; Museu de Arte Contempornea Fundao Serralves (Portugal), de lvaro Siza Vieira; Museu de Arte Contempornea de Niteri (Brasil), de Oscar Niemeyer; Fundaci Museu d'Art Contemporani de Barcelona (Espanha), de Richard Meier; Museu de Arte Contempornea Carr d'Art de Nimes (Frana), de Norman Foster; Museu de Arte Contempornea de Lyon (Frana), de Renzo Piano; Centro Cultural Consonni (Espanha), ausncia de um arquiteto autor do projeto. Tanto os estudos de caso como os arquitetos, autores dos projetos, so considerados de destaque no panorama da arquitetura internacional erudita contempornea. Os tericos que forneceram a fundamentao conceitual deste estudo multidisciplinar so, em primeiro lugar, o Professor Catedrtico Luiz Felipe Bata Neves Flores (Transdisciplinaridade) alm da Professora Catedrtica Maria Luisa Amigo Fernndez de Arroyabe (cio Esttico) e ainda, os tambm importantes, Manuel Cuenca Cabeza (cio Humanista), Charles Jencks e Gonalo Miguel Furtado Cardoso Lopes (Crtica de Arquitetura), Jess Pedro Lorente, Chris van Uffelen e Roberto Segre (Museus de Arte Contempornea).
Resumo:
Esta pesquisa faz parte do eixo temtico Educao e Cidadania, em sua linha de pesquisa Produo Social do Conhecimento, do Mestrado em Educao da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. uma pesquisa bibliogrfica. Trata de um estudo sobre a educao na Modernidade. Analisa trs correntes do pensamento pedaggico dos sculos XVII e XVIII, que tiveram profunda repercusso em todos os sistemas educacionais do mundo ocidental, capaz de influenciar pedagogos e filsofos da educao na elaborao de propostas para a educao Moderna. Traz uma anlise do pensamento educacional dos religiosos catlicos jesutas, de John Locke e de Jean-Jacques Rousseau, apontando vises pedaggicas particulares, muitas vezes antagnicas. Esboa uma sntese dos principais ideais dessas correntes de pensamento, que, com certeza iluminaram a produo do conhecimento educacional da Modernidade e as concepes pedaggicas contemporneas. Em sntese, busca resgatar os ideais dessas trs correntes de pensamento pedaggico e a sua contribuio na elaborao do conhecimento educacional e na formao da cultura do mundo ocidental; entende ser a apropriao desse conhecimento uma das formas de se ajudar a pensar a questo da cidadania.
Resumo:
O objetivo da tese de doutorado consistir na defesa de uma alternativa para os dilemas polticos concernentes incomparabilidade no interior de uma comunidade especfica ou entre comunidades distintas, presente nas discusses em torno do pluralismo contemporneo. Esta via inspirada nos conceitos de bens constitutivos, avaliaes fortes e articulao, desenvolvidos pelo filsofo canadense Charles Taylor, e tambm uma tentativa de se pensar acerca de um projeto de crtica poltica que leve em considerao a motivao como elemento incontornvel para a filosofia prtica. A incomparabilidade, isto , impossibilidade de critrios no julgamento entre prticas especficas, mas com repercusses pblicas, levanta a questo de at que ponto possvel avaliar e deliberar racionalmente sobre modos de vida distintos e, s vezes, auto-excludentes. Tal problemtica pode ser vista fortemente no chamado debate liberal-comunitarista, na dcada de 1980, bem como em seus desdobramentos nas discusses acerca do multiculturalismo, na dcada seguinte. E ainda, mais recentemente, nos impasses em torno do papel da religio na esfera pblica. Mais do que pontos divergentes acerca da questo do julgamento, os que essas discusses tambm evidenciam um debate mais central acerca do lugar que pode ocupar a poltica diante de nossa situao bem como as categorias pelas quais compreendemos o fenmeno do pluralismo. Sob a alcunha de comunitarista, o pensamento de Taylor aparece como uma forma atrativa por no se submeter ao relativismo (a impossibilidade de critrio) e tampouco a um universalismo forte (baseado em critrios gerais e anteriores s prticas), ao desenvolver uma ontologia fundada em um conflito de bens constitutivos em disputa, sem desconsiderar o fenmeno do pluralismo. Com efeito, isto se d na medida em que diante de prticas divergentes e concorrentes h implcita ou explicitamente uma posio acerca de como e a partir de onde podemos nos posicionar criticamente frente ao pluralismo vigente, uma vez que movimentos, discursos e relaes so construdos em nome daquilo que se apresenta efetivamente como valioso ou digno de respeito e admirao. Neste sentido, qualquer tentativa de avaliao j diz respeito a nossa compreenso: de ns, do mundo e de nossa relao com o mundo. Um projeto crtico, levando em considerao nossas fontes que impulsionam a ao, requer um olhar detalhado que o pensamento de Taylor pode oferecer, especialmente a partir da relao entre os conceitos supracitados.
Resumo:
O presente trabalho tem por objetivo apresentar os conceitos de lei e soberania no Contrato Social de Rousseau sob uma perspectiva histrico-filosfica, retratando o surgimento do modelo filosfico-jurdico da legitimao do poder a o nascimento (ou renascimento, a depender de como se considere o perodo imperial romano) do conceito de soberania como completa liberdade em relao s leis existentes, ou sujeio apenas prpria razo. A partir desse fato histrico, como de outros relativos filosofia tardoescolstica de Escoto, com sua distinctio formalis ex natura rei que permitiu a emergncia de uma antropologia como a de Rousseau, que divide os seres humanos em camadas sobrepostas e o voluntarismo nominalista de Ockham, que permitiu a elaborao de um conceito como vontade geral. Procura-se demonstrar tambm como a concepo nominalista de um Deus absconditus tornou a justificao de um poder que pura vontade separada daqueles que ordena ininteligvel. Neste sentido, a crise de heteronomia em relao transcendncia que no pura heteronomia, mas participao na ordem criada acaba gerando uma crise da heteronomia em razo ao poder secular, dando origem autonomia soberana do povo pela vontade geral.