25 resultados para Estudantes universitários
em Biblioteca Digital de Teses e Dissertações Eletrônicas da UERJ
Resumo:
Este estudo teve como objetivo analisar, descrever e comparar as representaes sociais sobre o sistema de cotas para negros e alunos de escola pblica elaboradas por estudantes universitários da UERJ, considerando a possvel ocorrncia de posies contranormativas na expresso dessas representaes. Os estudantes participantes eram de cursos mais e menos competitivos, ingressantes e concluintes. A metodologia foi orientada pela abordagem estrutural da teoria das representaes sociais. Aplicou-se a tcnica das evocaes livres, tendo como termos indutores cotas para negros na universidade e cotas para alunos de escola pblica. Os sujeitos foram 240 estudantes, divididos igualmente por dois entrevistadores, um negro e outro branco. A partir das evocaes produzidas, os dados foram analisados por meio da construo de um quadro de quatro casas, com o auxlio do software Evoc 2003. Os resultados mostram que os estudantes tm uma atitude estruturada em torno da dimenso normativa da representao, abrangendo os aspectos desfavorveis ao sistema de cotas para negros, com os elementos racismo e preconceito como possvel ncleo central. Em relao s cotas para alunos de escola pblica, apresenta os elementos justo e qualidade ensino ruim, como possveis constituintes do ncleo central. A representao foi mais consensual nesse tipo de cota, apontando para a importncia da melhoria da qualidade do ensino pblico. Na avaliao dos diversos tipos de cotas, ocorreram diferenas nos posicionamentos diante dos aplicadores. Frente ao aplicador branco, trs tipos de cotas no foram rejeitadas, as cotas para indgenas, escola pblica e portadores de necessidades especiais (PNE). Entretanto, frente ao aplicador negro, observa-se que as cotas para indgenas e PNE se transformaram radicalmente. No caso das cotas para indgenas, esta atitude se justificaria pela impossibilidade de se recusar as cotas para negros e aceitar as outras modalidades de cotas com critrios raciais.
Resumo:
O presente trabalho analisou como os estudantes universitários avaliam o uso de psicofrmacos por pessoas que pretendem melhorar o rendimento cognitivo sem apresentar prejuzo nessa habilidade mental. Esse tipo de remdio s pode ser comercializado atravs de receita mdica especial. Dessa forma, o uso no-mdico desse tipo de droga, chamado tambm de aprimoramento neurocognitivo farmacolgico, ilegal. Com o crescimento no nmero de estudantes universitários americanos e canadenses que utilizam estimulantes para melhorar a performance acadmica, o tema tornou-se uma preocupao para a Sade Pblica nos respectivos pases. O aprimoramento neurocognitivo farmacolgico vem sendo muito discutido no campo da Neurotica. Nos debates dessa a prtica so avaliados os riscos e benefcios que essa prtica pode trazer para o indivduo e sociedade. No Brasil, esse assunto pouco discutido. Assim, a investigao sobre a compreenso e avaliao que estudantes universitários fazem sobre esse tema trouxe informaes que podem ampliar o conhecimento sobre tema no Brasil. A investigao foi realizada atravs de trs grupos focais com estudantes universitários. Os resultados indicaram que questes como presso social (exigncia de bons resultados), segurana do medicamento, risco de coero social, possibilidade de essa prtica aumentar a injustia social foram as principais preocupaes da populao entrevistada. Alguns aspectos foram compreendidos de maneira bastantes polarizada. No est claro para os participantes dos grupos focais, por exemplo, se esta ou no uma prtica desonesta e se a melhora no rendimento cognitivo pode ser entendida como sendo legtima da pessoa. Esses e outros dados mostram que a compreenso do tema aprimoramento neurocognitivo farmacolgico muito influenciada por dois aspectos. O primeiro aspecto se refere ao entendimento prvio que a pessoa tem sobre a relao entre crebro e comportamento e sobre a relao entre indivduo e grupo social. O segundo aspecto a influncia que os textos que informam sobre cincia exercem sobre os leitores. Nesse sentido, a aplicao dos grupos focais mostrou-se um importante meio para conhecer o entendimento dos estudantes universitários sobre o aprimoramento neurocognitivo farmacolgico e, dessa forma, contribuir para a discusso desse tema no Brasil.
Resumo:
A pesquisa detm sua ateno nos sentidos sociais e culturais dos meios de pagamento. Para tal, investiga dois domnios: o universo publicitrio construdo pelas empresas de tecnologias de pagamento (Visa e MasterCard) e outro prtico, vivido por jovens universitários. Correlacionar e comparar as estratgias discursivas de apresentao dos cartes de crdito e os usos prticos desta ferramenta financeira tornou-se o ponto central do estudo. Primeiro, so examinados os sentidos dos meios de pagamento (em especial o carto de crdito) atribudos pelos especialistas - profissionais de marketing, planejadores de comunicao, redatores e diretores de arte, responsveis pela promoo das ferramentas financeiras. Em seguida, concentra-se nos usos prticos dos jovens universitários, nos sentidos conferidos por estes aos cartes de crdito que usam. Comparar este dois domnios possibilita verificar a dificuldade de se falar sobre o dinheiro, o carto de dbito ou o carto de crdito. Os meios de pagamento devem ser entendidos no plural, suas definies e funes so distintas e variam conforme aqueles que os utilizam.
Resumo:
Tendo como foco de reflexo a produo de novas identidades em situao de deslocamento, o presente trabalho compara as trajetrias de estudantes cabo-verdianos em trnsito no Brasil (Rio de Janeiro) e em Portugal (Lisboa) em busca da elaborao de seus projetos de vida e formao superior. A partir da anlise de suas narrativas, aborda como esses estudantes constroem suas identidades, em contexto ps-colonial e transnacional, em contato com diversas pessoas e grupos sociais (estudantes brasileiros, portugueses e de outras nacionalidades) e como vivenciam as tenses raciais nos distintos contextos de destino. Deixar Cabo Verde para emigrar para outros pases vivido por muitos jovens cabo-verdianos no s como um destino e um sonho de vida melhor, de ter uma formao superior no exterior, mas tambm de conhecer outras pessoas e lugares dos quais eles tm notcias de sucessos atravs de outros estudantes e imigrantes. Longe de casa, da famlia e dos amigos, as narrativas ressaltam a importncia das escolhas na elaborao de seus projetos e das redes de relaes construdas nos pases de destino para minimizar a saudade, ajudar no acolhimento na universidade e integrao na sociedade. Assim, com base nas estratgias de adaptao, vivenciando processos de incluso e excluso em diversas situaes sociais, no Rio de Janeiro e em Lisboa, o trabalho discute o impacto do trnsito para a reconfigurao de identidades e pertencimentos dos estudantes.
Resumo:
O ambiente universitrio um espao estratgico para a promoo da alimentao saudvel e da segurana alimentar e nutricional, pois muitos hbitos alimentares adquiridos pelos estudantes se mantm na idade adulta. No Brasil, nos ltimos anos, esse ambiente passou a ser ainda mais estratgico, uma vez que incorporou medidas de ao afirmativa (sistema de cotas) e de permanncia dos estudantes. O objetivo desse estudo foi avaliar o impacto da implementao do Restaurante Universitrio (RU) na alimentao de estudantes de uma universidade pblica brasileira. Seus resultados esto apresentados na forma de dois artigos. O primeiro objetivou descrever as prticas alimentares de estudantes do campus Maracan da UERJ antes da implementao do RU e examin-las segundo sua forma de ingresso na universidade (cotistas e no cotistas). No segundo semestre de 2011, foi realizado um estudo seccional com o universo de estudantes ingressantes no primeiro semestre daquele ano. Utilizou-se questionrio autopreenchido e identificado que abarcou os hbitos de realizar desjejum e de substituir o almoo e/ou o jantar por lanche regularmente (≥ 5 dias/semana) e o consumo regular (≥ 5 dias/semana) de alimentos marcadores de alimentao saudvel e no saudvel. Participaram do estudo 1336 estudantes. Foram descritas e comparadas a distribuio da frequncia semanal dessas prticas e, tambm, a proporo de estudantes que realizaram essas prticas em pelo menos cinco dias na semana que antecedeu o estudo. Foram observadas propores expressivas de: no realizao do desjejum, substituio do jantar por lanche, baixo consumo de frutas, hortalias e feijo e consumo frequente de bebidas aucaradas, guloseimas e biscoitos e/ou salgadinhos de pacote. Entre cotistas, foi mais frequente o consumo de feijo, de biscoitos e/ou salgadinhos de pacote e de biscoitos doces e menos frequentes a substituio de jantar por lanche e o consumo de hortalias e de frutas. Cotistas e no cotistas apresentaram prticas alimentares com algumas semelhanas e desfavorveis para a sade. As diferenas observadas entre os dois grupos foram, em sua maioria, na direo de um quadro mais desfavorvel para os cotistas, exceto para o feijo. O segundo artigo objetivou avaliar o impacto da implementao do RU sobre as prticas alimentares dos estudantes segundo forma de ingresso na universidade. Para isso, entre os meses de dezembro de 2012 e maro de 2013, os estudantes responderam outra vez o questionrio autopreenchido no baseline complementado com questes sobre utilizao do RU (n= 1131). A variao das prticas alimentares foi examinada pela diferena entre propores obtidas antes e depois da implementao do RU e pela trajetria individual de cada estudante em relao s prticas estudadas. Foi observada associao entre maior assiduidade ao RU e maior frequncia de consumo regular de feijo, hortalias, hortalias cruas, hortalias cozidas e frutas e, tambm, menor frequncia de consumo regular de batata frita e/ou salgados fritos e de biscoitos e/ou salgadinhos de pacote. Quando comparados aos demais, os usurios assduos tiveram maior chance de trajetria positiva para realizao do almoo, do jantar e consumo de feijo, hortalias, hortalias cruas, frutas e guloseimas e menor chance de trajetria negativa para consumo de feijo, hortalias cruas, batata frita e/ou salgados fritos. Cotistas assduos ao RU apresentaram resultados favorveis para consumo de feijo, hortalias, hortalias cruas, biscoitos e/ou salgadinhos de pacote e batata frita e/ou salgados fritos e no cotistas assduos ao RU, para consumo de feijo, hortalias cruas, embutidos e guloseimas. A implementao do RU promoveu a melhoria na alimentao dos estudantes assduos ao RU.
Resumo:
A presente pesquisa pretendeu discutir a importncia de se oferecer ateno s inventivas redes relacionais discentes construdas no cotidiano da Universidade Federal de Viosa/MG (UFV); sendo essas redes entendidas como produtoras de diferentes currculos e conhecimentos no institucionalizados na universidade. Assim, a partir da anlise da construo de um grupo estudantil de diversidade sexual chamado Primavera nos Dentes, buscou-se cartografar diferentes modos de subjetivao da experincia discente que transversalizava aquele grupo e, por conseguinte, os enovelamentos polticos, sociais e desejantes com os quais o Primavera se cumpliciava. Tais cumplicidades se tornaram indicadoras da existncia de uma vida estudantil plural que estava urdida em universos de sentido que no se restringiam apenas ao estudo das sexualidades. Acompanhado, portanto, a partir de suas intersees e seus contgios com diferentes processos grupais, encontramos que as dinmicas do grupo Primavera nos Dentes construam ramificaes e conflitos que se estendiam ao Movimento Estudantil, a proposies poltico-partidrias, a orientaes religiosas, a movimentos sociais diversos (como o MST, a Marcha Mundial das Mulheres, o Movimentos dos Atingidos por Barragens) que postulavam diferentes propostas revolucionrias para a universidade e para sociedade em geral. Assim, ao acompanhar as dinmicas de um grupo pontual, invisvel e institucionalmente frgil como o Primavera nos Dentes, fomos apresentados a redes de relaes (geralmente ignoradas pela Administrao Superior da universidade) que fomentavam outros conhecimentos e que tambm interferiam nos modos como os estudantes nelas envolvidos praticavam no apenas a UFV, mas tambm suas prprias vidas fora da instituio.
Resumo:
A questo da orientao para o futuro tem ocupado um grande espao nas discusses sobre o desenvolvimento jovem, sendo abordada por uma diversidade de enfoques tericos. Prioritariamente, as teorias apontam fatores cognitivos e motivacionais como principais na relao entre os jovens e o tempo futuro. A presente dissertao de Mestrado teve por objetivo aproximar-se desse campo de investigao atravs da perspectiva Evolucionista da Psicologia, acrescentando variveis sociodemogrficas e contextuais pesquisa do tema. Tal propsito foi atingido por meio de trs artigos cientficos distintos elaborados ao longo do curso de Mestrado. O artigo inicial, apresentou uma reviso crtica da literatura sobre Metas de Realizao e Estimativas Futuras de jovens, propondo um modelo diferenciado para o estudo do tema atravs da Teoria Evolucionista das Estratgias de Histria de Vida. O segundo artigo, apresentou um estudo emprico sobre o mesmo tema, realizado com Jovens de diferentes contextos no Estado do Rio de Janeiro: moradores de favelas (Rocinha e Vigrio Geral) e estudantes universitários no moradores de favelas. Concluindo que em diferentes cenrios sociais, as perspectivas futuras apresentam-se de maneiras distintas e sensveis s variveis especficas do contexto. O terceiro artigo, dedicou-se a investigao das expectativas de vida destes mesmos jovens e encontrou resultados semelhantes. Para os jovens moradores de favelas, as expectativas de vida e as estimativas de tempo futuro se mostraram menores. O conjunto de trabalhos produzidos permitiu atingir o objetivo proposto e, com base na Psicologia Evolucionista, ressaltar a importncia de variveis extrnsecas para o estudo das metas e estimativas de futuro, assim como das expectativas de vida dos jovens. Espera-se que as informaes oferecidas pelo trabalho possam ampliar o panorama de estudos sobre o tema, assim como servir de referncia para profissionais ligados ao pblico jovem, em pr-vestibulares, projetos sociais e outras polticas pblicas desenvolvidas em favelas e outros contextos sociais.
Resumo:
Este trabalho relata as estratgias e atividades realizadas em disciplinas semipresenciais desenvolvidas durante os perodos letivos de 2008 a 2012 com alunos dos cursos de Administrao e de Cincias Contbeis, no ambiente virtual de aprendizagem Moodle. As disciplinas foram desenvolvidas segundo os princpios das abordagens colaborativas de aprendizagem com o objetivo de examinar as possibilidades de uso dos inslitos como estratgia de leitura e escrita. Buscou-se ainda apontar a aplicabilidade das estratgias didticas descritas como forma de aprimorar as competncias de leitura e escrita em alunos ingressantes no ensino superior e fornecer subsdios para a continuao da pesquisa. O trabalho mantm uma relao interdiscursiva com a obra Se um Viajante numa Noite de Inverno, de talo Calvino (1982), o que lhe possibilita no somente a titulao dos captulos, mas tambm a construo sutil de uma presena que os perpassa. Do autor, retira tambm seis propostas ( leveza, rapidez, exatido, visibilidade, multiplicidade e consistncia) capazes de aprimorar a qualidade da comunicao em ambientes informticos. Busca, ainda, na produo terica de Michael Serres, um conceito singular de comunicao, algo capaz de transcender a substancialidade e de compreender e estimular a construo da presencialidade por meio de trocas e relaes em ambientes virtuais de aprendizagem. Em vista disso, a pesquisa apoia-se na construo -reflexo- reconstruo de oficinas on-line que utilizam o inslito - concebido como algo surpreendente e propiciador de desestabilizao - na construo de estratgias propiciadoras de aprimoramento da leitura e da produo textual de estudantes universitários. Recorre tambm s pesquisas desenvolvidas por Mikhail Bakhtin, ngela Kleiman, Carla Coscarelli e Vilson Leffa, contribuies decisivas tanto na elaborao das oficinas on-line, quanto na reflexo que se tece ao longo da pesquisa. Por fim, busca apoio nos estudos sobre Estilos de Aprendizagem e na aplicao do Teste de Cloze para o aprimoramento das reflexes construdas
Resumo:
O objetivo deste estudo discutir a associao entre padro de consumo de lcool e dimenses de risco exposio ao HIV, desdobradas em conhecimento sobre HIV e prticas sexuais entre universitários. Trata-se de uma pesquisa transversal com abordagem quantitativa, realizada com 416 universitários de 14 cursos distintos. Os dados foram coletados atravs de dois instrumentos e tratados atravs de estatstica descritiva com o software SPSS 21.0. A pesquisa foi autorizada pelo Comit de tica em Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sob n 003.3.2012. A populao de estudo predominantemente do sexo masculino (59,6%), com faixa etria entre 19 a 22 anos (54,3%), de cor branca (57,5%), sem companheiros (69,2%) ou filhos (92,3%) e com maior percentual de catlicos (31,3%) e daqueles que no possuem religio (33,7%). Destaca-se, ainda, que so possuidores de computador ou eletrnicos portteis (98,8%) com fcil acesso internet (96,8%). Os principais achados apontam que a maioria faz uso de lcool (60%), com a proporo de 7 homens para cada 3 mulheres. Relacionado ao AUDIT, foi identificado predomnio das zonas I (abstinncia ou baixo risco-73,8%) e II (uso nocivo-20,4%). Sobre as relaes sexuais, a maioria afirmou ter experincia sexual (69,5%), com idade da primeira relao entre 16 e 18 anos (54%), no entanto, mais homens (54,3%) afirmaram manter relaes sexuais aps o consumo de lcool do que mulheres (45,7%). Apesar do conhecimento sobre HIV/aids e lcool ser considerado como fator protetor pela literatura vigente, constatou-se que no h associao deste conhecimento com a prtica sexual mais segura. Independente do padro de consumo de bebidas alcolicas, os universitários apresentam o mesmo tipo de prtica sexual, muitas vezes se expondo infeco ao HIV e outras doenas sexualmente transmissveis. Dentre os dados analisados, um dos motivos de exposio ao HIV/Aids so as relaes sexuais aps a ingesto de bebida alcolicas e o no uso de preservativos nestas situaes. O consumo exagerado de bebidas alcolicas est ligado ao sexo masculino e este grupo apresenta prticas sexuais de maior risco. Sugere-se que novos estudos possam analisar a relao de causa e efeito para verificar quais fatores podem influenciar de fato a exposio ao HIV de estudantes usurios de lcool. Estas informaes so relevantes para conhecermos a atual demanda desse grupo e focar nas reais necessidades que so imperiosas para a preveno dos futuros danos nocivos sade individual e coletiva. Torna-se necessrio compreender qual a demanda dos jovens em se expor a diversos riscos sade adotando prticas no seguras e, principalmente, o que de fato modula estas condutas.
Resumo:
As polticas pblicas de desenvolvimento e distribuio de renda levadas a efeito durante a primeira dcada do nosso sculo alteraram os patamares de renda da parcela mais pobre da populao brasileira, fenmeno que estaria dando origem quilo que se passou a chamar de nova classe mdia brasileira. A reduo das desigualdades sociais estaria atrelada, assim, a um processo de mobilidade social. Esse estudo se ocupa desse fenmeno. Para isso, apresenta, inicialmente, uma anlise das polticas sociais implementadas, a partir de 2003, nos mbitos econmico e educacional. A seguir, discute os conceitos de classe social e de mobilidade social, optando por considerar o fenmeno luz do conceito de capital cultural, de Pierre Bourdieu, com o qual se define o trao distintivo da educao superior como marca da classe mdia. Assim, props-se a investigar a emergncia desse trao em universitários oriundos de classes populares, que estariam em processo de mobilidade social. O trabalho de campo, que ouviu 35 estudantes de 16 diferentes cursos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em metodologia de carter qualitativo, permitiu verificar que os alunos entrevistados mantm seu perfil original de classe trabalhadora, embora sejam inequvocos os ganhos da realizao do curso superior, em termos de realizao prpria e de perspectivas de futuro, tanto para o estudante quanto para o seu grupo social, o que aponta para uma alterao do perfil da classe trabalhadora, e no para a emergncia de uma nova classe mdia.
Resumo:
Tratamento restaurador atraumtico tornou-se uma opo real para o tratamento da crie dentria em sade pblica no Brasil. O presente estudo teve como objetivo avaliar durabilidade, resistncia e eficcia de 70 restauraes em 31 alunos (entre 6 a 12 anos de idade na Escola Municipal Rotary, RJ - Brasil). Depois de CPO-D e ceo-exame de acordo com critrios da OMS, todos os alunos com selecionados receberam TRA com VITRO MOLAR - DFL, juntamente com instrues de sade bucal. Os critrios de excluso foram a presena de cavidades muito profundas e exposio pulpar, casos em que os alunos foram encaminhados para o Postos de Sade Municipal. In vitro avaliou-se a influncia do tempo de entrada em servio e do tipo de cobertura protetora utilizada na resistncia coesiva do Cimento de Ionmero de Vidro utilizado, por meio de ensaios de trao diametral. Confeccionou-se para o teste de trao diametral 6 espcimes para cada variante, 72 no total, com dimenses de 4 mm de dimetro por 8 mm de comprimento, divididos entre os grupos: grupo1 sem protetor (controle); grupo2 vaselina slida; grupo3 verniz para unhas. Realizou-se ensaios mecnicos em uma mquina universal de ensaios EMIC DL 500 MF, aps a confeco e estocagem individual dos espcimes em potes plsticos contendo 5 ml de gua deionizada, que formaram os subgrupos descritos a seguir: a - 20 minutos; b - 2 horas; c - 24 horas; d - 7 dias. Os dados obtidos foram tratados por ANOVA e por Student Newman-Keuls (p<0,05). Ao se avaliar a influncia dos diferentes protetores de superfcie no CIV utilizado no presente trabalho observou-se que, os protetores de superfcie tiveram influncia no comportamento do material (p=0,000), com o verniz para unhas mostrando um desempenho superior ao da vaselina slida. Quanto ao tempo, no foi possvel verificar ruptura do material no prazo de 20 minutos, pois os corpos de prova sofriam deformao elstica catastrfica no sendo adequado para a finalidade desejada. Os tempos de 24 horas e sete dias foram semelhantes entre si e diferentes do tempo de duas horas. As restauraes foram clinicamente avaliadas depois de 6, 12, e 24 meses aps sua alocao. No total 72 restauraes foram realizadas em 31 escolares. Depois de seis meses, 5 restauraes fraturaram e 3 perderam algum material. Aps 12 meses, oito restauraes foram perdidas e apenas 1 fraturou. Na avaliao aps 24 meses, mais 12 restauraes foram perdidas e 3 perderam material. No foram registradas leses cariosas secundarias aps esse perodo, mesmo quando as restauraes foram parcialmente perdidas. Clinicamente conclui-se que quando a tcnica do TRA bem indicada e aplicada corretamente pode haver uma reduo significativa no nmero de dentes perdidos por leses de crie nos indivduos que participaram do nosso estudo.
Resumo:
Este trabalho de dissertao tem como objetivo central a criao de um glossrio bilngue (portugus-ingls) de termos institucionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Sua construo de extrema importncia para a traduo dos materiais institucionais que apresentam a universidade e permite que ela se comunique com o mundo globalizado. Ressalta-se, ainda, o valor do trabalho para a construo da identidade universitria e de sua memria institucional, pois apresenta os termos correspondentes aos utilizados pela UERJ para denominar suas estruturas e cargos, compreendendo sua Administrao Central e Unidades Acadmicas e Administrativas, Para chegar ao glossrio, dividimos nosso trabalho em captulos. O primeiro trata do processo de globalizao e seu impacto na universidade: a internacionalizao. Utilizamos como exemplo do processo a internacionalizao da UERJ no esquecendo de analisar a importncia do uso da lngua inglesa como lngua franca e, consequentemente a relevncia da traduo nesse contexto. No segundo captulo, resumimos as teorias terminolgicas, enfatizando a Teoria Comunicativa da Terminologia, de Maria Tereza Cabr e as caractersticas do bom glossrio apontadas por Anna Julia Perrotti-Garcia, privilegiando o termo e seu contexto real de uso como ponto de partida. No terceiro captulo, revelamos a macroestrura e a microestrutura do glossrio, apresentado logo em seguida. O glossrio rene, ento, cerca de setenta termos em lngua portuguesa, com exemplos acompanhados dos termos em lngua inglesa, com seus exemplos de uso real. Nas consideraes finais, comentam-se os resultados da pesquisa, as adaptaes necessrias e a contribuio do trabalho para a universidade e para a traduo e a terminologia. um trabalho que pretende tratar da terminologia a servio da traduo de textos institucionais, produzindo uma ferramenta importante para tal tarefa
Resumo:
Unidades de conservao da natureza sofrem historicamente de problemas envolvendo, por exemplo, administrao pblica e legitimao popular, o que reflete quadros de ineficincia e conflitos locais em vrios nveis. Nesse contexto, a rea de Proteo Ambiental de Petrpolis (APA Petrpolis) abordada, com o objetivo de se prover um quadro analtico sobre a sustentabilidade regional e a percepo popular acerca da proposta de da APA Petrpolis, usando mtodos em percepo ambiental focada nos segmentos universitários. A tese se divide em trs momentos analticos: primeiramente, so apresentados os contextos histricos, sociais e polticos locais da paisagem, no mbito da criao da APA Petrpolis e das contradies acerca do funcionamento do modelo, sob um referencial terico que engloba polticas locais, manejo de unidades de conservao, conflitos ambientais e participao social. Em segundo lugar, analisou-se a percepo ambiental de 606 alunos universitários (por meio de questionrios) e sete professores e gestores das universidades participantes (por meio de entrevistas) na APA Petrpolis, buscando fenmenos e caractersticas especficas das subjetividades inerentes a tais grupos. Por fim, apresenta-se concepes teis para a organizao de alternativas tericas e prticas para uma educao ambiental emancipatria e transformadora voltada para a realidade dos segmentos universitários da APA Petrpolis. Os resultados envolvem a exposio de um complexo contexto histrico e poltico que traduz a parca funcionalidade deste modelo de conservao da paisagem. O planejamento territorial da cidade, o prprio contexto de criao da unidade e o cenrio poltico regional so aspectos que contribuem para a baixa funcionalidade da APA. Os questionrios evidenciam uma percepo superficial dos problemas ambientais de Petrpolis, assim como um baixo reconhecimento da APA. As entrevistas, de outra maneira, evidenciam dois fenmenos: a naturalizao das questes sociais e a invisibilizao das questes ambientais. As alternativas tericas e metodolgicas apresentadas para abordar as questes ambientais da APA Petrpolis para os universitários envolvem o conceito de alfabetizao ecolgica e a formao de sujeitos ecolgicos, como diretrizes para uma educao voltada para a sustentabilidade regional.
Resumo:
A tese trata da poltica de aes afirmativas para pessoas com limitaes oriundas de deficincia na educao superior problematizando os fatores que do sustentabilidade, aperfeioam ou dificultam o acesso, a acessibilidade e a permanncia de estudantes com tais caractersticas neste nvel educacional. Valendo-se de fontes bibliogrficas, documentais e orais caracteriza-se como pesquisa qualitativa do tipo exploratria. Seus objetivos so: apresentar elementos de referncia para a construo de protocolos que dem sustentabilidade a incluso deste grupo na educao superior; discutir as bases sobre as quais se assentam o direito reserva de vaga para este grupo social; investigar, aportada na acessibilidade, fatores facilitadores e dificultadores para o acesso e a permanncia de estudantes cotistas com deficincia ao longo do processo de formao. O cenrio de investigao a Universidade do Estado de Rio de Janeiro (UERJ), Campus Francisco Negro de Lima (Maracan) e os atores so estudantes com limitaes por deficincia ingressantes atravs da reserva de 5% das vagas (vestibulares 2004/2005). O percurso metodolgico compreendeu: entrevista de aproximao; construo de roteiro para entrevista composta de questes semi-estruturadas; oitiva destes estudantes atravs de entrevista e; anlise hermenutica (MINAYO, 1996, 1999, 2005) para interpretar as informaes e apreender as dimenses em que se elaboram os sentidos sobre as aes afirmativas na UERJ. Privilegiamos a narrativa (QUEIROZ, 2004) como prtica de linguagem que oportunizou abordar textos cientficos, documentos e depoimentos como resultado de processos resultantes de mltiplas determinaes e significados especficos expressos em linguagens. As concluses apontam para a relativa invisibilidade dos estudantes cotistas com deficincia no contexto da UERJ. Tal invisibilidade deve ser pensada como construo na qual participam a Instituio - que se encontra em uma espcie ‗zona de conforto quanto s necessidades formativas destes sujeitos e a prpria forma como eles se inserem na Universidade. Os estudantes tm escassa participao cultural, no integram redes de sociabilidade, no se reconhecem como parte de um coletivo (de estudantes cotistas com deficincia) e enfrentam problemas relacionados pedagogia acadmica, conforme a gravidade das limitaes e os estigmas decorrentes. No tocante a UERJ, verificou-se a convivncia de dois movimentos: um, que busca avanar no processo da permanncia e concluso do curso de tais estudantes e outro, que ignora tais necessidades podendo ser caracterizado como no-movimento. Esperamos contribuir para a construo de protocolos de sustentabilidade da incluso de estudantes deficientes e cooperar para o funcionamento inclusivo das IESPs em dimenses culturais, tcnicas, organizacionais e scio-pedaggicas
Resumo:
A presente pesquisa que ora se apresenta trata das representaes sociais da comunidade cabo-verdiana residente no Rio de Janeiro sobre diversos objetos que esto implicados no processo de construo de suas identidades, no entrecruzamento das culturas e identidades cabo-verdianas e brasileiras. Nesse sentido, realizou-se um estudo comparativo entre trs grupos de cabo-verdianos residentes no Rio de Janeiro. As entrevistas realizadas com 20 estudantes, 20 imigrantes e 10 brasileiros filhos de cabo-verdianos residentes no Brasil permitiram identificar contedos mais especficos, diversificados e detalhados das representaes formadas por eles acerca do Brasil e do povo brasileiro, bem como das suas prprias relaes com os pases de origem e de acolhimento, bem como com os seus respectivos povos, o que, em ltima anlise, consubstancia as identidades sociais prprias que tero reconstrudo durante a sua permanncia aqum do ou melhor, de parte do Oceano Atlntico. A teoria das Representaes Sociais, desenvolvida por Serge Moscovici (1961) se constituiu em uma valiosa sustentao terica para o presente estudo. Por meio da pesquisa comparativa das representaes sociais dos distintos grupos de cabo-verdianos no Rio de Janeiro acerca de variados aspectos dos seus contextos scio-culturais de origem e de acolhimento, foi possvel compreender o complexo processo de construo, reconstruo e atualizao das suas respectivas identidades. isso que se acredita ter aqui demonstrado no que se refere s trajetrias dos estudantes e imigrantes cabo-verdianos, bem como s histrias de vida dos filhos destes, no Brasil e, em especial, no Rio de Janeiro. nessa perspectiva que os cabo-verdianos no Rio de Janeiro tomados tanto como sujeitos quanto como objetos de representao, na presente pesquisa tm construdo um conhecimento ao mesmo tempo, prtico e reflexivo da sua insero nos contextos brasileiro e carioca, atravs do contato face a face com a sociedade receptora e, no caso de dois desses grupos (estudantes e imigrantes), a partir das representaes que j haviam elaborado no pas de origem, sob a influncia dos meios de comunicao de massa. Assim, com base na hibridizao cultural e identitria dos cabo-verdianos, procurou-se compreender de forma mais ampla e circunstanciada o processo de (re) construo das identidades dos estudantes, imigrantes e dos descendentes destes no Rio de Janeiro. Tais mudanas mostraram-se mais visveis nos convvios sociais em que os grupos cabo-verdianos participam em diferentes espaos sociais desta cidade, nas prprias residncias, nas sedes de associaes, as quais participam, no s cabo-verdianos, mas, tambm, alguns brasileiros e outros africanos. Nestes convvios, notam-se diferenas de relacionamento entre eles, estruturam-se em pequenos grupos, ocorrendo uma intensificao das aproximaes identitrias e representacionais. As mudanas que foram observadas superficialmente entre os estudantes so, por conseguinte, mais intensas entre os cabo-verdianos imigrantes, em virtude do maior tempo e freqncia cotidiana da comunicao e da troca de experincias com mais variados estratos da populao brasileira, o que se aproxima a uma autntica fuso cultural. No obstante, constatou-se que, nesse processo, a comunidade imigrante perdeu alguns elementos importantes da cultura cabo-verdiana, o principal dos quais foi a lngua crioula. A perda do crioulo representa uma descontinuidade na reproduo da identidade cabo-verdiana pelos imigrantes no Brasil. Nesse sentido, os brasileiros filhos de pais cabo-verdianos no tiveram acesso a esse poderoso instrumento de comunicao e de preservao da cultura cabo-verdiana. Esses cabo-verdianos imigrantes consideram-se bem sucedidos e avaliam positivamente a sua trajetria de vida enquanto imigrantes no Brasil. De igual modo, os estudantes se consideram realizados, devido oportunidade de estudar no Brasil, o que representa a concretizao de um desejo coletivo, uma vez que a instruo escolar amplamente valorizada no pas de origem.