244 resultados para Antônio, João, 1937- Crítica e interpretação
em Biblioteca Digital de Teses e Dissertações Eletrônicas da UERJ
Resumo:
Esta dissertao percorre as linhas bsicas da narrativa de Joo Antônio, confrontando perspectivas críticas e ao mesmo tempo propondo a valorizao do ponto de vista do narrador malandro como elemento fundamental da esttica do autor. Busca analisar, tambm, no pano de fundo dos anos 60 e 70, noes ligadas a um novo realismo a partir do confronto com a questo da identidade nacional, muito presente no perodo em que produz o autor
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Este trabalho se prope a analisar duas obras do escritor portugus Antnio Lobo Antunes, tendo em vista algumas instncias narrativas, que, a nosso ver, sobressaem na obra do autor. As obras so Ontem no te vi em Babilnia, romance publicado em 2006, e O arquiplago da insnia, de 2008. Os dois romances compem o ciclo de produo mais recente do autor, no qual as experimentaes formais e estticas so mais intensas do que nos romances anteriores. Alm disso, as obras apresentam convergncias temticas j explicitadas por uma leitura atenta de seus ttulos. Ontem no te vi a representao de um tempo de espera, um tempo de frustrao; Babilnia Babel, smbolo maior da incomunicabilidade para o Ocidente. J arquiplago um conjunto de ilhas, reunio marcada pelo isolamento e pela incomunicabilidade; insnia , igualmente, uma espera frustrada por algo que no vem, no caso, o sono, que nos romances ser metfora para a morte. O trabalho privilegiar, portanto, a anlise do espao, a partir do smbolo da casa; do tempo, insone e de morte; e do texto, que se apresenta, essencialmente, por uma enxurrada discursiva. Assim, pretende-se entrar no universo antuniano e, como parece ser o desejo do autor, desvendar a ns mesmos e a nosso tempo
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Esta tese tem como objetivo analisar o folhado textual da crnica jornalstica de Antnio Maria e de Joaquim Ferreira dos Santos, investigando os operadores que agem na produo de sentido, sobretudo os aspectos enunciativos, como as vozes presentes na situao discursiva e os contextos em que se do tais relaes, e ainda atentar para a importncia da palavra que desperta a paixo pelo texto, que leva a uma reflexo crítica sobre o seu tempo e sua histria.Por meio da crnica desses dois autores, investigar a importncia deste gnero textual nos atuais veculos miditicos, reconhecendo neste gnero um importante papel de identidade cultural da sociedade brasileira. Perceber que, de certa forma, a funo catrtica da crnica jornalstica de Antnio Maria e de Joaquim Ferreira dos Santos pode levar o leitor a sua prpria identificao com o mundo que o cerca e com o espao em que est inserido papel, afinal, da leitura de um texto, mais ainda, de um texto com traos literrios. Sabendo, certamente, que a lngua, a palavra, a sustentao de todo esse processo
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Este trabalho prope uma discusso sobre a relao entre vida e poesia na obra do poeta Roberto Piva, cujas influncias provm em especial do movimento surrealista e da beat generation que, na obra do poeta, abrange a potica do caos urbano da cidade de So Paulo, as questes relacionadas ao erotismo e, na ltima etapa, a incurso na esfera sagrada da poesia que conferiu a Piva a designao de poeta-xam. Situam-se tambm o autor e a sua obra na literatura brasileira contempornea, ressaltando-se os aspectos autobiogrficos e o dilogo com a Periferia Rebelde
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Este trabalho tem como objetivo principal entender, a partir da anlise do romance As naus, de Antnio Lobo Antunes, as faces do sujeito ps-moderno e suas escolhas diante de uma sociedade lquida e fluida. Nesse romance, homens da contemporaneidade e mitos da histria encontram-se em um tempo comum e convivem naturalmente na cidade de Lisboa. Alguns personagens desse romance, publicado em 1988, servem de base para a reflexo de uma sociedade fragmentada e marcada pelo deslocamento constante dos sujeitos que a compem. A excentricidade grande marca do homem que se encontra perdido no tempo e espao retratado em As naus e essa marginalizao contribui para a constante busca e necessidade de reconstruo da identidade nacional. A partir de conceitos como riso e carnavalizao, possvel desconstruir fatos da histria portuguesa, entendidos como verdade absoluta durante sculos, e que, na contemporaneidade, no apresentam o sentido de outrora. Desta maneira, esta dissertao mostra o humor presente na obra de Antnio Lobo Antunes e desmistifica nomes, fatos e o imprio glorioso de Portugal; mostra ainda como na obra o passado utilizado para se desconstruir criticamente o presente, atravs da metafico historiogrfica. Em suma, o desembarque desprovido de glria em Lisboa dos antigos heris ilustres, cinco sculos depois de terem partido, o fato culminante dessa elaborada antiepopeia
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Esta dissertao pretende desenvolver um estudo sobre o humor nos contos do escritor angolano Joo Melo, a partir dos livros Filhos da Ptria (2001), O dia em que o Pato Donaldo comeu pela primeira vez a Margarida (2006) e O homem que no tira o palito da boca (2009). Fundamentada nas perspectivas freudiana e lacaniana a respeito dos paradoxos do humor, pretende-se, ainda, apontar o aspecto tragicmico de seus textos e o modo como a ironia, estratgia discursiva contundente em seus contos, mostra-se como a principal estratgia discursiva do humor. Intenta-se, ainda, apontar a relao entre a literatura de Joo Melo e o processo criativo da sublimao, identificando-a, assim, como obra de arte, por excelncia. Pelo discurso potico de Joo Melo, revive-se a histria angolana, produzindo novas metforas, incluindo novos significados e abrindo, assim, novos caminhos. A partir da mxima Seria trgico, se no fosse cmico, a Angola de Joo Melo seria traumtica, se no fosse desconstruda por sua literatura
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Paulicia Desvairada, de Mrio de Andrade e Parania, de Roberto Piva, carregam o aspecto revolucionrio de estreias (estreia modernista de Mrio) que chegam para derrubar o estabelecido. Ambos encontram um ambiente hostil e combatem o padro de suas respectivas pocas com versos calcados na concepo de confronto. Muito deste mpeto, por vezes, pode esconder outras caractersticas aparentemente menos relevantes e mais trabalhadas em obras posteriores. O conceito solidrio de Joo Luiz Lafet (1986) uma solidariedade tambm reforada por Giorgio Agamben (1993) e que estaria nas entranhas de um posicionamento claramente mais radical o caminho percorrido nesta dissertao, trazendo tona o eu solidrio para alm do pano de fundo em Paulicia Desvairada e Parania. A complexidade polissmica na poesia de Mrio de Andrade e o agressivo desregramento dos sentidos na potica de Roberto Piva unem-se na semelhana e na diferena, incitando e proporcionando esta pesquisa. Uma vez descortinada, a primeira pessoa solidria uma espcie de embrio a ser explorado revela-se maior, com uma fora que atravessa o tempo e convida o leitor a no se entregar ao comodismo
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O livro Contos de amor rasgados, de Marina Colasanti, foi publicado em 1986, dcada de consolidao das conquistas do movimento feminista (Pinto, 2003). O feminismo almejava uma mudana de mentalidade, mudana nas prticas sociais e nos discursos sobre a mulher (ibid.). Entretanto, a mulher nos contos representada de forma peculiar, frustrando as expectativas de uma imagem positiva esperada de uma literatura produzida por uma autora feminista. Este estudo prope a anlise dos contos de Marina Colasanti, destacando algumas questes acerca da representao dos atores sociais em textos-contos que pretendem veicular um discurso de liberao da mulher. Para tanto, dez contos representativos do todo foram selecionados para compor o corpus e utilizou-se o sistema sociossemntico para a representao dos atores sociais proposto por van Leeuwen (1997) e a Lingustica Sistmico Funcional de Halliday (2004) como ferramentas de anlise. Nosso enfoque o da Anlise Crítica do Discurso de Fairclough (1995), que tem dedicado seus estudos s mudanas sociais atravs dos discursos. Consideramos que o movimento feminista se inscreve em algumas mudanas. Nessa perspectiva, Bourdieu (2005) afirma que, apesar do movimento feminista, muito pouco mudou, prevalecendo, ainda, a dominao masculina e a violncia simblica. As categorias de van Leeuwen (op. cit.) da excluso e incluso dos atores sociais no discurso servem de instrumental para uma anlise mais detalhada das relaes homem-mulher, permitindo desvelar algumas questes feministas tematizadas nos contos, questes descritas por Pinto (op. cit.) e apontadas por Bourdieu (op. cit.). Os resultados da anlise dos contos demonstram que a mulher ora est totalmente excluda, ora representada como um pano de fundo (encobrimento), ora enfraquecida (apassivada) em favor de seu marido/amante. Assim, os conflitos gerados a partir das aes do homem sobre a mulher nos contos confirmam certas preocupaes do discurso feminista
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Esta tese trata da ficcionalizao das questes de identidades, lugares e imaginrios judaicos e brasileiros nos romances contos e novelas de temtica judaica escritos pelo gacho Moacyr Scliar. Na introduo, apresento os objetivos e pressupostos gerais do trabalho, bem como proponho uma diviso da obra em questo em duas fases. No primeiro captulo, analiso os romances A Guerra no Bom Fim (1972) e O Exrcito de um Homem S (1973), sob o ponto de vista da testagem de lugares judaicos clssicos enquanto fontes de inspirao para a resoluo dos dilemas que emergem na dispora brasileira e o incio de um processo de dotao de legitimidade ao viver judaico na dispora sul-americana. No segundo captulo, analiso o conto A Balada do Falso Messias (1976) e o romance Os Voluntrios (1979), sob o ponto de vista da tematizao do Messianismo, do Sionismo e do papel que Jerusalm exerce no imaginrio judaico moderno e de sua adequao ou no para alimentar o imaginrio judaico na contemporaneidade. No terceiro captulo, trato da ficcionalizao das construes identitrias das personagens judias da primeira fase da obra scliariana (1972 a 1980), sob o ponto de vista das noes de hibridismo, aculturao e assimilao. Neste captulo, analiso as personagens centrais dos romances A Guerra no Bom Fim, O Exrcito de um Homem S, Os Deuses de Raquel (1975), (O Ciclo das guas) (1975), Os Voluntrios e O Centauro no Jardim (1980). No quarto captulo, analiso o romance A Estranha Nao de Rafael Mendes (1983), tentando demonstrar que esta narrativa representa um divisor de guas na obra do autor, por tematizar as razes judaicas da cultura brasileira atravs dos marranos, cristos-novos e cripto-judeus que aqui aportaram com os portugueses em 1500. No quinto e ltimo captulo, analiso os romances da Segunda fase scliariana: Cenas da Vida Minscula (1991), A Majestade do Xingu (1997) e A Mulher que Escreveu a Bblia (1999). Neste captulo, tento demonstrar que nestas narrativas d-se o incio de uma tentativa de construo de um imaginrio judaico-brasileiro prprio, formado por uma fuso de motivos tipicamente brasileiros e outros especificamente judaicos, o que seria o corolrio do j mencionado processo de dotao de legitimidade e viabilidade da dispora judaico-brasileira frente concretude e a reificao do Israel moderno. Na concluso, teo algumas consideraes sobre o todo do trabalho e levanto algumas questes relativas construes de imaginrios coletivos nas disporas judaicas, mais especificamente na brasileira
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O objetivo da presente dissertao entender como ocorre a ficcionalizao da memria da guerra colonial portuguesa nos romances Os Cus de Judas e A Costa dos Murmrios e as estratgias usadas pelos autores para expressar essa memria em termos literrios. Essas narrativas ao constatarem o colapso da antiga utopia colonialista do discurso nacional portugus, propem uma reviso dos antigos valores nacionais e da retrica do regime salazarista, que afetou de forma profunda a vida dos autores. Em ambas as narrativas, a experincia da guerra reconstruda atravs do testemunho e da reavaliao das reminiscncias do passado das personagens, o que confere s obras um perfil confessional. Ao desmontar o tradicional relato histrico, relativizando verdades universalmente aceitas, a fico visa preencher as lacunas do discurso histrico oficial, entendido como uma escritura dos vencedores. O confronto entre a memria individual resgatada pelas personagens e a memria legitimada da nao tem uma funo redentora sobre o passado na medida em que interrompe a lgica dominante no momento presente. O estudo das referidas obras individualmente concludo com uma anlise sob o vis comparativo que visa estabelecer semelhanas e possveis discrepncias na forma de representao das memrias da guerra colonial
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Essa dissertao tem como objetivo a leitura comparativa dos contos de fadas da escritora inglesa Angela Carter, contidos no livro O quarto do Barba Azul, e os da talo-brasileira Marina Colasanti, presentes em livros como Uma ideia toda azul, Entre a rosa e a espada, Doze reis e a moa no labirinto do vento. Foram analisadas os modos pelo quais as duas autoras, atravs da reescrita dos contos de fadas, resistem a morte do narrador tradicional descrita por Walter Benjamin e criticam a sociedade patriarcal, revelando, naturalmente, uma postura feminista. Identificou-se, ainda, como estratgias poticas comuns escrita de ambas as autoras, aspectos intertextuais como a pardia, o palimpsesto e o pastiche
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O propsito desta dissertao estudar as representaes femininas nas letras luso-brasileiras do sculo XVII, sempre levando em conta os pressupostos tericos formulados pela crítica brasileira atual. Pretende-se examinar as prticas letradas seiscentistas pelo prisma dos critrios retrico-poticos vigentes na poca, em que se destacam a importncia dos elementos visuais. O estudo tem como base o contraponto das figuras de Eva e Maria, formando o grande paradigma da dualidade feminina nas letras coloniais; tal construo da imagem da mulher como tentadora e salvadora foi um longo processo desde as letras dos tempos antigos, se intensificando no perodo medieval at chegar no sculo XVII. Desse modo, focalizamos as poesias de Gregrio de Matos e alguns sermes do padre Antonio Vieira, dialogando com questes histricas, sociais e artsticas no momento de produo das obras para tentar reduzir os riscos de anacronismo, sempre presentes quando abordamos perodos to distanciados no tempo. Analisamos variadas configuraes femininas nas poesias lricas e satricas de Gregrio de Matos; j nos sermes de Vieira, percebemos que o contraponto entre as concepes mariana e eviana fica mais evidente. Mostramos como as figuras femininas examinadas se aproximavam de Eva ou de Maria, levando em conta o contexto scio-econmico das mesmas. Notamos que o modelo ideal de mulher encarnando na figura de Maria, difundido pela Igreja com o objetivo de alcanar todas as mulheres, no correspondia realidade das mesmas no sistema colonial e no se adequava as suas necessidades. Examinamos igualmente como tal construo feminina perfeita e submissa circulava nos manuais de boa conduta em que a famlia patriarcal se encaixava, atendendo s exigncias dos modelos propagados pela Igreja Catlica na poca. Apesar de todos os esforos da Igreja Catlica e do homem para domesticar a mulher, to temida e admirada pelos mesmos, muitas mulheres fugiram aos padres sociais e foram estigmatizadas, rotuladas, discriminadas, mas acima de tudo foram mulheres que ficaram registradas nas pginas da Inquisio, na histria e principalmente, nas letras luso-brasileiras do sculo XVII, escritas por homens, como o poeta Gregrio de Matos e o padre Antonio Vieira
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Este trabalho tem como objetivo analisar o funcionamento discursivo na obra de Elomar Figueira de Mello, observando a identidade sertaneja elomariana como uma construo discursiva, produzida por relaes interdiscursivas e por dizeres institucionalizados na memria discursiva. A discusso passa pelos conceitos de identidade, em Stuart Hall e Tomaz Tadeu da Silva e a resistncia em Michel Foucault e Durval Muniz de Albuquerque Junior, com quem abordamos a inveno do nordeste. Buscamos embasamento terico-metodolgico na Anlise do Discurso de linha francesa (AD) a partir do proposto por Dominique Maingueneau no que se refere anlise de textos literrios com enfoque discursivo. Institumos quatro instncias para anlise, todas baseadas no contraste entre o dito de um e o dito do outro. A primeira destas instncias o embate entre a descrio do lugar. As quatro personagens tm vises distintas do serto elomariano, que chamamos de bolha ou de Reino Encantado do Serto Elomariano; a segunda instncia de nossa anlise recorta os enunciados sobre a protagonista Dassanta. O que dizem dela e o que ela diz de si mesma; nossa terceira instncia trata do embate entre o bem e o mal contido no texto de Elomar; finalizando, fazemos um estudo sobre o Quinto Canto, que um desafio entre cantadores, apontando um hibridismo nas cenas genricas e o embate de Ethos e Simulacros
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A tese focaliza alguns dos principais poemas de Joo Cabral de Melo Neto desenvolvidos como crítica potica. O mote da investigao a construo de uma lrica crtico-discursiva, uma produo artstica que avalia a arte com os termos, os instrumentos da prpria arte. Esta perspectiva analtica deflagrada pelos primeiros romnticos (Schlegel e Novalis) e expande-se em duas direes: tanto o poema escrito a partir de uma reflexo sobre a arte ou a natureza (crtico em sua gnese), quanto a crítica, transmutada em poesia. A abordagem comparativa de estncias do poeta com obras picturais nelas referenciadas evidencia o constante dilogo do poeta com as poticas da visualidade e com as concepes estticas da modernidade, mormente com a potica de Joan Mir. Atravs da abordagem comparativa, materializam-se dois caminhos privilegiados de experimentao esttica: o percurso do potico ao plstico, em Joo Cabral; o caminho inverso, na obra do pintor catalo do plstico ao potico. Para ambos os artistas, os processos de explorao das linguagens artsticas ocasionam, como consequncia extrema, a dissoluo do plstico e do potico, rumo ao inefvel na pintura e na poesia. Para Mir, os signos plsticos so poticos, porque guardam em si um universo de possibilidades significativas que transcendem a ordem da prpria coisa em si. E o alcance das transformaes que a sua potica empreende afetar a poesia de modo anlogo: os signos poticos mostram-se plenamente poticos, ao transcenderem a forma e o sentido, no mbito da plasticidade da palavra. Se a palavra pode se tornar matria (passar da abstrao para a concreo), a matria pintada pode ser poesia. Integram a constelao terica desta investigao os principais filsofos que discutem o carter crtico da poesia, desde os filsofos do primeiro romantismo (Schlegel e Novalis), at aqueles cujo pensamento est relacionado modernidade ou ps-modernidade (Benjamin, Adorno, Lyotard, Blumenberg e Agamben)
Resumo:
A partir da leitura do livro Mnimos, Mltiplos e Comuns de Joo Gilberto Noll, este trabalho busca empreender um estudo sobre as relaes entre a escrita do artista e tempo na figura dos instantes ficcionais, observando a questo do microrrelato e da exigncia fragmentria (cf.P. Lacoue-Labarthe e Jean-Luc Nancy), na perspectiva do inacabado/unidade, o que projeta uma hiptese de conjunto constelar para a escrita de Joo Gilberto Noll. Inicialmente realiza-se uma reflexo de alguns temas importantes na fortuna crítica sobre o escritor, com a inteno de saber como estes reverberam na sua escrita para, em seguida, tratar do fragmento e suas perspectivas estticas de inacabamento e de totalidade, com relao ao tempo e como dessas questes surge a metfora crítica do instante ficcional. As leituras críticas usadas como operadores nortearam-se a partir das noes de fragmento (romntico), e de Acontecimento, relacionadas ao par conceitual Cronos/Ain deleuziano