1 resultado para ATAR

em Biblioteca Digital de Teses e Dissertações Eletrônicas da UERJ


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A partir da prática clínica com pacientes psicóticos, nós investigamos as formulações da psicanálise sobre o corpo nessa estrutura. Questionamos que ordem de impasses é própria à psicose na constituição e sustentação corporais. Inquirimos sobre os arranjos possíveis que possam conferir ao corpo do psicótico alguma amarração. Inicialmente, apresentamos alguns discursos sobre o corpo, apontando a subversão operada pela psicanálise no tratamento do tema a partir da experiência freudiana com a clínica da histeria. Em seguida, abordamos a constituição do corpo em psicanálise, com ênfase na determinação significante para que a imagem do corpo possa se constituir, velando o real da fragmentação pulsional. Passando pela teorização do estádio do espelho, dos esquemas óticos e da topologia dos nós, destacamos que a constituição do corpo é tributária de uma operação de perda de gozo, a partir da qual os registros do Real, do Simbólico e do Imaginário podem se atar. Apresentamos, então, elementos da abordagem realizada pela psicanálise em torno da questão da psicose, situando-a como uma posição específica quanto à linguagem e ao gozo. Em seguida, ressaltamos indicações sobre o corpo na psicose nas obras de Freud e Lacan, com a tese freudiana da retração da libido na paranoia e na esquizofrenia, com ênfase para a releitura lacaniana a respeito. Tomando então como eixo a indicação de Lacan de que, na psicose, não ocorre a extração do objeto a, retomamos algumas descrições da psiquiatria clássica, notadamente a hipocondria, a Síndrome de Cotard, a mania e o falso reconhecimento para, por uma leitura analítica, localizar pontos acerca dos impasses na relação dos psicóticos com o corpo. Por fim, recorremos aos conceitos de estabilização, suplência e sinthoma no ensino lacaniano para fundamentar a possibilidade de diferentes arranjos frente a esses impasses, como testemunham Schreber, Joyce e J. C..