1 resultado para 1. Plasma Physics
em Biblioteca Digital de Teses e Dissertações Eletrônicas da UERJ
Resumo:
A sÃndrome dos ovários policÃsticos é uma desordem frequente e complexa, com grande variabilidade fenotÃpica, predominando os sinais de disfunção ovariana. Alterações metabólicas, inflamatórias e vasculares vinculadas à resistência à insulina são muito prevalentes nessa desordem podendo manifestar-se precocemente. O objetivo principal deste estudo foi investigar a presença de alterações microvasculares em mulheres jovens e não obesas portadoras da sÃndrome dos ovários policÃsticos, através de videocapilaroscopia periungueal e dosagem dos nÃveis séricos de endotelina-1. O objetivo secundário foi verificar a existência de associações entre os achados vasculares, nÃveis séricos de androgênios, parâmetros clÃnicos, bioquÃmicos, metabólicos e inflamatórios relacionados ao risco cardiovascular. Em estudo observacional, transverso e controlado avaliamos 12 mulheres com diagnóstico de sÃndrome dos ovários policÃsticos, segundo os critérios estabelecidos pelo consenso de Rotterdam e nove voluntárias saudáveis. A idade (22,82,3 X 24,62,7), o Ãndice de massa corporal (22,53,4 X 23,73,1) e a circunferência da cintura (7510,1 X 77,38,1) foram semelhantes nos dois grupos. As portadoras da sÃndrome apresentavam hiperandrogenismo clÃnico. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos quando analisados os nÃveis séricos de estradiol, testosterona total, androstenediona ou o Ãndice de testosterona livre, entretanto a SHBG mostrou-se significativamente mais baixa no grupo de estudo (p=0,011). A glicemia de jejum, insulina, HOMA-IR e o perfil lipÃdico foram normais e sem diferença entre os grupos. A amostra com sÃndrome dos ovários policÃsticos não apresentava intolerância à glicose ou Diabetes Mellitus pelo teste oral de tolerância à glicose. Os nÃveis séricos dos marcadores inflamatórios (leucócitos, ácido úrico, adiponectina, leptina e proteÃna c reativa) e do marcador de função endotelial avaliado também foram similares nos dois grupos. A velocidade de deslocamento das hemácias no basal e após oclusão foram significativamente menores nas pacientes de estudo (p=0,02), mas o tempo para atingir a VDHmax e os parâmetros relativos à morfologia e densidade capilar foram semelhantes. Não observamos correlação entre a velocidade de deslocamento das hemácias e nÃveis plasmáticos de endotelina-1, androgênios ou parâmetros de resistência insulÃnica. A velocidade de deslocamento das hemácias associou-se positivamente aos nÃveis plasmáticos de estradiol (r= 0,45, p<0,05) e negativamente aos de colesterol total e LDL colesterol (r= -0,52, p<0,05; r=-0,47, p<0,05, respectivamente). Em conclusão nossos resultados fornecem evidência adicional de dano precoce à função microvascular em mulheres portadoras de sÃndrome dos ovários policÃsticos. Através da capilaroscopia periungueal dinâmica, demonstramos que mulheres jovens com moderado hiperandrogenismo, sem obesidade, RI, hipertensão ou dislipidemia, já apresentam disfunção microvascular nutritiva, caracterizada por redução na velocidade de fluxo das hemácias no basal e após oclusão. Estes achados micro-circulatórios não foram acompanhados de elevações nos nÃveis plasmáticos de endotelina-1.