219 resultados para Sujeito (Filosofia) na literatura Séc. XVII
Resumo:
Esta tese aborda a clnica psicanaltica da psicose atravs de uma articulao entre psicose e escrita, privilegiando a relao entre o empuxo escrita e a valorizao da letra como caracterstica da posio do sujeito na linguagem. Consideramos, inicialmente, que a interseo entre inconsciente e pulso, presente na obra freudiana e no ensino lacaniano, constitui um ponto de trabalho conceitual importante para a discusso de nosso tema. Em seguida, tomando a postulao do inconsciente a cu aberto na psicose, buscamos destacar que Freud e Lacan estabelecem uma dimenso de criao na psicose correlativa a no inscrio da funo paterna. Entre as estratgias de estabilizao da psicose, enfatizamos o recurso da escrita como uma das implicaes fundamentais desse ensinamento. Examinamos, ainda, as relaes entre loucura e literatura e os fenmenos de linguagem comuns na psicose como referncias importantes para a discusso das relaes entre psicose e escrita a partir do conceito lacaniano de letra. Finalmente, apresentamos nossa experincia em uma oficina de escrita no campo da sade mental, defendendo sua importncia como dispositivo clnico de acolhimento da peculiaridade estrutural da psicose.
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Apoiados nos ensinamentos de Sigmund Freud e de Jacques Lacan, partimos de um pressuposto: as obras concebidas por Clarice Lispector no intervalo de tempo entre 1964 e 1973 colocam em evidncia a operao que inscreve o ser falante no campo da linguagem. Talvez por isso, nesse contexto, seja possvel perceber a consolidao de uma mudana em seu estilo, considerando que, de acordo com uma determinada vertente da crtica literria, existem pelo menos dois ciclos estilsticos ao analisarmos o conjunto da obra da escritora. Esses dois ciclos so determinados quando se opera uma toro na voz narrativa, que se desloca da terceira para a primeira pessoa. Essa toro tem como marco o livro A Paixo Segundo G.H. e se consolida em 1973, com o livro gua Viva. Supomos que a mudana no estilo de Clarice Lispector corresponde toro que engaja o ser falante nas vicissitudes do corpo, em sua origem. Assim, por povoar o mundo dos afetos que a repercusso de determinadas leituras nos leva seguinte constatao: haveria escritos cuja temporalidade remonta suspenso da fantasia, motivo pelo qual se prestam a transmitir o real da experincia de uma primeira inscrio, por via do encontro entre leitor e texto. Tratar-se-iam de escritos cuja temporalidade remete ao instante em que a morte se inscreve nas malhas corporais, resultantes do que escapa ao simblico, o real. Na intimidade do pulsional, tais prticas testemunham o momento em que a lngua materna (Lalangue) faz marca no corpo, desembocando no tempo da inscrio do trao unrio; o que permite ao sujeito falar, fazendo frente, por via de uma nomeao, falta de um significante no campo do Outro, . No decorrer do presente trabalho, vimos que Lacan, ao entrelaar saber inconsciente e poesia, assim o fez na tentativa de transmitir a fugacidade de um instante no qual o inconsciente aflora. Ao se colocar no lugar de agente da poesia, Lacan levado a especificar a verdade como sendo potica, situando a poesia como fundamentalmente ligada ao seu estilo e transmissibilidade da psicanlise. Com Clarice Lispector, algo se transmite. E foi com ela que retomamos importantes textos de Jacques Lacan sobre o tema da escrita, dentre os quais, a lio sobre Lituraterra e o seminrio Le sinthome. Acompanhamos o seu percurso a respeito do trao unrio, desde o seminrio da identificao, deixando-nos interrogar sobre a potncia de uma imagem que est para alm do que representvel. Por isso, ao final de nosso trabalho, enfatizamos o estatuto de uma escrita que se produz por via de um ato que conjuga o trao unrio ao objeto a em sua vertente olhar.
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A recriao da comdia paliata de Plauto na literatura dramtica portuguesa: um estudo comparativo entre os Anfitries, de Cames e de Antnio Jos da Silva, um trabalho que tem como objetivo estabelecer um termo de comparao entre as estruturas dramatrgicas da Comdia Paliata de Plauto em suas verses portuguesas, de Lus de Cames e de Antnio Jos da Silva, discutindo as alteraes que sofreu a comicidade dessas peas teatrais em seu caminho histrico, da Antiguidade a Era Moderna, buscando avaliar o seu grau de permanncia e de mudana ao longo do tempo. Plauto, em seu processo de criao da comicidade de palavra, de situao e de carter, tem seu Amphytruo, como obra paradigmtica da comdia latina ao criar situaes e tipos que se perpetuaram na comdia e a tornaram uma referncia para as comdias que vieram a seguir. A obra plautina sobrevive porque h uma, histrica e permanente, reelaborao que protege seus modelos de criao de humor
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Em Cal, livro do escritor portugus Jos Lus Peixoto, a morte mostra-se sob diversas perspectivas. Esta dissertao objetiva, primeiramente, reconhecer as singularidades dessas perspectivas, bem como o movimento de identificao entre elas. Considerando que o livro no apenas desvela possibilidades de morte, mas, principalmente, as intersees entre as noes de morte e de vida, buscaremos responder s seguintes questes: possvel saber se, de fato, estamos vivos? A morte definitiva? Morte e vida so condies excludentes? A temtica da memria e dos afetos, inseparvel das reflexes acerca da finitude e das noes de presena e ausncia, perpassar, inevitavelmente, toda a progresso deste trabalho. Para pensarmos esses temas, assim como seus temas transversais, tomamos como referncia conceitos de tericos da literatura, da filosofia e da psicanlise, como G. Deleuze, J. Derrida, M. Blanchot, F. Nietzsche, S. Freud, B. Spinoza, G. Bataille. O dilogo com e entre pensadores de contextos distintos contribui para dar a esta dissertao seu aspecto fragmentrio, na qual as reflexes surgem e resurgem em progresso labirntica, de limites deslocveis
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Verificamos, na fico brasileira infanto-juvenil contempornea, uma srie de aspectos envolvendo personagens, narradores, cenrios que favorecem uma abordagem crtica baseada na presena do duplo. Podemos observar a presena do duplo na obra de Lygia Bojunga, objeto desta dissertao, que tem por finalidade principal identificar e analisar algumas das manifestaes do duplo em nove de suas vinte e duas obras: A bolsa amarela (1976), Tchau (1984), Ns Trs (1987), Livro: um encontro com Lygia Bojunga (1988), Fazendo Ana Paz (1991), Seis vezes Lucas (1995), O abrao (1995), Dos vinte 1 (2007), Querida (2009). Como base terica, utilizamos textos de Otto Rank, Nicole Bravo, Berenice Sica Lamas, entre outros. Num segundo momento, identificamos as manifestaes do duplo nas narativas de Lygia Bojunga. O duplo aparece na fico da autora como representao das incompatibilidades do ser humano, que levam fragmentao do eu. O encontro do eu e o outro, nem sempre amistoso, nos traz questes que servem de base para a pesquisa do duplo na obra de Lygia Bojunga. Por fim, o trabalho metaficcional presente na obra desta autora tambm foi analisado como forma de manifestao do duplo
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Lima Barreto aborda o intelectual do seu tempo a partir do seu ideal de arte social, e dentro deste ideal de arte o intelectual aquele que mantm articulao com o saber, e faz disto um benefcio para a coletividade (OAKLEY, 2011). Portanto, este trabalho aborda as figuraes da intelectualidade no Brasil utilizando a idealizao de arte e intelectual de Lima Barreto em nossas anlises sobre a figura do intelectual. Inevitavelmente ao tratar da temtica do intelectual no poderamos deixar de abordar a prpria figura de Lima Barreto como intelectual em seu tempo. Assim sendo, busca-se compreender Lima Barreto como intelectual preterido por seus contemporneos, bem como no engajado em lutas de classes sociais, distante de qualquer categoria de intelectual orgnico de Gramsci. Com isto infere-se que Lima Barreto no fazia parte da elite intelectual da Belle poque, e nem era porta-voz do subrbio. Ele foi um escritor e intelectual militante somente de uma causa: a arte como ferramenta para comunho entre os homens. Escolhemos o gnero crnica por ela ser algo dirio, escrita de observador e gnero onde Lima pode explorar a sua escrita irnica e sarcstica sobre diversos temas, em especial o intelectual (S, 2005). Portanto, as crnicas de Lima Barreto podem nos oferecer uma melhor representao dessas figuraes do intelectual, seja na poltica, imprensa ou literatura. Lima Barreto vai construir seu ideal de arte e intelectual dentro da sociedade Belle poque, sociedade essa que abrigava um trabalho de elaborao da literatura em que a forma era mais importante do que o contedo e fomentava a poltica de modernizao do pas numa clara imitao dos modos e costumes europeus em nossa literatura. Ao contrrio disto, Lima Barreto defendia que o importante, para o intelectual, era o trato com o contedo, ser contemporneo, uma relao verdadeira com a inteligncia e que sua escrita estivesse a servio do bem comum. Evidente que a literatura idealizada por Lima Barreto era utpica, mas militante, e por isso que ele, Lima Barreto, um intelectual de resistncia
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A obra O vendedor de passados, do escritor angolano Jos Eduardo Agualusa, tem como enredo um homem que tem o estranho ofcio de comercializar passados. Os clientes normalmente costumam procur-lo por questes de ordem financeira e social, tendo os novos passados a funo de apresent-los melhor sociedade. A trama ganha novos contornos com a chegada de um estrangeiro que se coloca disposio do vendedor para que este lhe atribusse a identidade que considerasse a melhor. Questes referentes identidade e suas implicaes emergem. O processo, que a princpio parecia simples, torna-se cada vez mais obscuro. A memria atua como um dos fatores de maior interferncia no procedimento, atribuindo a ele maior complexidade. As experincias do indivduo tambm sofrem mutaes com o procedimento de compra. E por fim, a identidade do sujeito sofre modificaes com a obteno de um novo passado. Tais questes que surgem em decorrncia do peculiar comrcio de passados sero foco de estudo da presente dissertao
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A presente tese tem por finalidade refletir sobre princpios pedaggico-filosficos para o ensino da cincia na etapa intermediria da educao escolar. Considerando que tanto a prtica educativa quanto a prtica cientfica so prticas sociais mediadoras do processo de produo, e que, portanto, no se pode pens-las fora de um mtodo que as integre dialeticamente a partir de determinantes que esto dados no campo da economia poltica, procurou-se investigar aqui qual o estatuto hoje reservado cincia no quadro de valores introduzidos pela economia poltica neoliberal e os efeitos dessas mudanas sobre o que se prescreve para a formao cientfica no ensino mdio brasileiro a partir da ltima reforma educacional (LDBEN/1996). Tratou-se de sublinhar aqui as conexes que foram se firmando entre os processos de universalizao da forma-mercadoria e as mudanas introduzidas no regime de produo do conhecimento, que vai cada vez mais sendo moldado pelos objetivos e prescries do capital. Tendo por referncia o materialismo histrico-dialtico, o objeto desta tese foi delineado de modo a refletir o processo de constituio da produo da cincia em dois mbitos distintos: o da macro-poltica, presidido hegemonicamente pelas instituies ligadas ao capital, a partir da dcada de 1990, e o da relao epistemolgica que subjaz prtica cientfica contempornea, assinalando a co-relao entre estes processos e os seus nexos causais. Para dar contas destas relaes, procedeu-se a uma investigao histrica e filosfica que teve por objetivo mostrar como o conceito de natureza cunhado pelas mos dos primeiros cientistas no século XVII futura matriz da noo de cincias da natureza tal como ela tomada hoje no currculo , assentado numa distino fixa entre juzos de fato e juzos de valor, deve seu contedo a um processo que finalmente econmico e social. Por meio desta crtica pode-se estabelecer os vnculos entre a economia poltica, o vis institucional da cincia e o universo da epistemologia. Concluiu-se que h uma relao necessria entre o novo registro institucional de produo do conhecimento, garantido por um estatuto regulatrio afinado com as demandas do neoliberalismo, e o novo estatuto epistemolgico, assinalado por uma nfase nos pressupostos do realismo cientfico ingnuo. Esta relao se projeta sobre o ensino da cincia na forma de uma intensificao de seu teor tecnicista, e dentre as suas caractersticas destacamos duas: 1) o conceito de natureza, tomado no ensino das cincias como uma abstrao des-historicizada; 2) o mito da unicidade cientfica, isto , a crena de que s h uma cincia: a que formular, numa linguagem nica e inequvoca, a verdade do real. Para finalizar, fizemos aluso a dois programas educacionais que, a nosso ver, avanam rumo a novas formas de ensino na medida em que refletem a experincia de um grupo de educadores e alunos com os princpios da educao politcnica: o do Instituto de Educao Josu de Castro (IEJC/ITERRA) e o da Escola Politcnica de Sade Joaquim Venncio (EPSJV/Fiocruz).
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O presente trabalho faz uma anlise da obra de Artur Barrio a partir de uma aproximao da materialidade de sua obra. Aps um estudo preliminar de aspectos histricos e da fortuna crtica do artista, os Cadernos livros surgiram como um aprofundamento dessa questo, pois so um misto de rascunho, lugar de memria e obra de arte, configurando o cerne da obra de Barrio. Nesse contato, surge a escrita em simbiose com a prpria materialidade da obra, a ponto de no ser possvel discernir onde comea a obra e onde termina a escrita. Surgem traos de abjeo, de lembrana, de silncio, de risco. Uma escrita fragmentria que se alastra por todos os lados, fugindo aos Cadernos e tomando todos os espaos da ocupao implementada por Barrio: salas, museus, ruas, cidades. Ao deixar seus rastros, seus vestgios, essa escrita caminha para um grau zero, agregando contaminaes e se transformando num ato quase primitivo. Torna-se, assim, a fundao da materialidade e do trabalho de Artur Barrio
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A formao de sujeitos cooperativos uma demanda da sociedade contempornea, que o Colgio Pedro II assumiu como compromisso em seu Projeto Poltico-Pedaggico, ao afirmar o aluno que pretende formar: cidados crticos, orientados para a cooperao igualitria, tica, mais fraterna e solidria. O modo como se investe na formao do sujeito cooperativo, nas prticas cotidianas do Colgio Pedro II, o objeto deste estudo. O objetivo analisar a formao do cidado cooperativo, como um processo de produo de subjetividades, que tem incio nas lgicas que circulam em nossa sociedade. O objetivo especfico investigar o lugar que a formao do sujeito cooperativo ocupa nas prticas de docentes e gestores do Colgio Pedro II, e em que medida elas so direcionadas pelas polticas pblicas, como os Parmetros Curriculares Nacionais, e pelo Projeto Poltico Pedaggico, do Colgio. A pesquisa se concentrou no Pedrinho, na Unidade So Cristvo I, no perodo posterior elaborao e publicao do atual Projeto Poltico Pedaggico, embora no seja possvel descartar a histria do Colgio, na busca de elementos que expliquem a realidade atual. A construo do campo de investigao se deu a partir da anlise de documentos do Colgio, dos registros de oficinas de Jogos Cooperativos, reunies pedaggicas e administrativas, bem como entrevistas com docentes que representaram a Unidade So Cristvo I, na Congregao do CP II. Ao final, foi possvel perceber que so mltiplos os caminhos, entre o documento e o investimento na formao do sujeito cooperativo, entre outros motivos porque so muitos os sentidos dados ao termo cooperao. Alem disso, h pelo menos, dois movimentos. Um que busca a orientao da conduta, a governamentalidade, pela atualizao dos mecanismos disciplinares e de controle, utilizados desde a fundao do Imperial Colgio de Pedro II. Outro movimento busca produzir uma linha de fuga, uma alternativa, no Pedrinho, s relaes competitivas e individualistas produzidas pela lgica capitalista, em nossa sociedade, e estabelecidas h quase trs séculos no Colgio Pedro II. As polticas pblicas de currculo produziram prticas pedaggicas, discursivas e no discursivas, no cotidiano escolar, e algumas dessas prticas podem contribuir para a produo de subjetividades cooperativas, mesmo que este no seja o foco da ao docente. Mas, sem dvida, alguns docentes e gestores esto investindo na formao de cidados cooperativos, seja pensando em alunos e trabalhadores virtuosos ou apenas em pessoas mais felizes. Ainda h espao para a produo de singularidades, na microfsica do cotidiano.
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Esta tese apresenta um exame da lgica da negao ou ambiguidade essencial da conscincia, como ncleo metodolgico da filosofia de Gaston Bachelard. Seu ponto de partida a considerao da filosofia do no reformulao do pensamento estruturada sobre a necessidade epistemolgica de opor-se ao modo de conhecimento clssico como valorizao da negatividade, da crtica e da contradio, novos vetores de progresso dos saberes esttico e cientfico. O jogo de oposies assume nesta abordagem o papel de estmulo que impulsiona a expanso da conscincia, ao ressaltar a lgica das contradies que, em tal modo, revela simultaneamente como fundamento da investigao bachelardiana a necessidade de abertura e valorizao da imaginao criadora, em sua aptido ao vislumbre de novas estratgias do saber. O primeiro captulo aborda a atuao deste dinamismo de polaridades e ambivalncias como estratgia de demonstrao e crescimento do saber epistemolgico de Bachelard; o segundo, realiza um percurso anlogo no campo da potica, estudando imaginao e devaneio como fulcros de infinitas e fecundas contradies. O terceiro captulo explora as possibilidades desta lgica das oposies, que pe em relevo a complementaridade entre cincia e arte, e possibilita a compreenso da obra bachelardiana como unidade essencial.
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Esta tese de doutorado tem como objetivo central discutir a situao de pessoas que se encontram em trnsito, desterritorializadas, vivendo intensos deslocamentos e que, por meio de relatos literrios ou das novas narrativas digitais nas redes sociais, exteriorizaram um sentimento de duplicidade, denominado dupla conscincia. Nesse sentido, o contraponto a autobiografia do escritor chileno-americano Ariel Dorfman, escolhida como o referencial literrio e comparada s narrativas produzidas em blogs ou, mais especificamente, na interface do Facebook, uma rede social que estimula relacionamentos virtuais e trocas de informaes simultneas. Outros escritores biculturais, que explicitaram sua biculturalidade e, consequentemente, sua dupla conscincia, tambm foram contemplados no trabalho, tais como Todorov, Gloria Anzalda e Garcilaso de La Vega. Para tanto, alm de uma reviso bibliogrfica, contextualizando uma sociedade em movimento, cada vez mais desterritorializada, fluida, hipermoderna, que sofreu impactos em sua dinmica interna, foi realizada tambm uma observao participante em alguns perfis no Facebook e em determinados posts, comentrios que denotavam o sentimento de dupla conscincia e outras manifestaes sobre um estado de duplicidade interior. As narrativas propostas pelos escritores foram comparadas s novas narrativas produzidas em ambientes digitais. Se, antes, a literatura e a imprensa caracterizavam-se como meios de produo e propagao do discurso sobre dilemas culturais em razo de deslocamentos constantes, atualmente, as redes sociais somaram-se a esses meios e esto disposio do cidado comum, que pode ter sua cultura de origem, seus parentes e amigos aproximados no ciberespao
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O presente trabalho adota, como base terica, uma perspectiva desenvolvida a partir do exame de certas ideias presentes na obra ficcional de Enrique Vila-Matas apresentadas em seus romances Bartleby e companhia (a literatura do No, pulso negativa da literatura contempornea, desistncia e mutismo literrios, renncia escrita) e O mal de Montano (doena literria, doente de literatura, literatose) e na ensasta de Ricardo Piglia, em O ltimo leitor (ltimo leitor, o leitor viciado, que no consegue deixar de ler, leitor para o qual a leitura no apenas uma prtica, mas uma forma de vida; o leitor como personificao da literatura). A partir dessas noes, a presente Dissertao especula sobre as relaes entre a escrita de Machado de Assis, o universo de Franz Kafka e a obra de Murilo Rubio. Adotou-se como metodologia a leitura comparativa desses autores, com destaque para os contos de Murilo Rubio, e de alguns dos escritores lidos pelos trs ficcionistas
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O objetivo central deste estudo apresentar, no mbito da psicologia com bases na fenomenologia e na filosofia da existncia, uma prtica clnica frente indeciso com relao escolha da atividade profissional a seguir. Para situarmos o lugar no qual buscamos nossos fundamentos, iniciamos este trabalho apresentando as diferentes perspectivas em Orientao Vocacional. Para tanto, utilizamos como critrio de identificao de cada uma dessas modalidades as nfases em que cada uma delas sustenta seus fundamentos e consequentes prticas. So elas: o psiquismo, o social e a existncia, sendo essa ltima a nfase na qual situamos a nossa proposta. A fim de preparar as bases desta proposta, buscamos na fenomenologia hermenutica de Martin Heidegger as condies de possibilidade para outra modalidade de atuao frente indeciso profissional e dialogando com a literatura, que mostramos a viabilidade dessa prtica. Em Cartas a um jovem poeta, de Rainer Maria Rilke, e A repetio, de Sren Kierkegaard, apresentamos como esses dois escritores apontam para a crtica a uma orientao que dirige a escolha, para ento exemplificar como podemos acompanhar a escolha do outro sem proceder a uma orientao diretiva. Por fim, de posse dos fundamentos filosficos de Martin Heidegger e com as indicaes dos poetas Rilke e Kierkegaard, apresentaremos um modo de atuao clnica frente indeciso da escolha profissional, que denominamos de Anlise da Escolha Profissional.
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O trabalho envereda pelos modos e artifcios de construo da subjetividade nos gneros autobiogrficos e nos textos ficcionais, investigando como se d a escrita que versa sobre o eu. Dos textos abertamente autobiogrficos de Caio Fernando Abreu, como a correspondncia, passa-se s formas tnues como a crnica e o conto, nos quais se entrecruzam fico e subjetividade, experincia e inveno. Nesse sentido, estudamos como o sujeito torna-se o centro dos acontecimentos e passa a escrever sobre aquilo que lhe acomete o esprito, o corpo, os sentimentos e pensamentos, seja no registro pontual e objetivo dos acontecimentos ou no floreamento do vivido e do inventado. A inteno explorar, nos espaos biogrficos e literrios de Caio Fernando Abreu, o entrelaamento de vida e grafia, e as possibilidades de escritura de si mesmo em sua correspondncia, organizada por talo Moriconi, em Cartas (2002), na coletnea de crnicas Pequenas Epifanias (2006), e nos contos de Ovelhas negras (1995)