287 resultados para Arte e globalização Teses
Resumo:
O presente trabalho tem por objetivo traar breves notas sobre algumas movimentaes de drag queens e outras artistas da travestilidade que tiveram lugar na cidade do Rio de Janeiro, nos anos de 2009 e 2010. Atravs de um trabalho de observao participante, foram selecionados alguns locais e espetculos que poderiam ser representativos desta categoria artstica, no se pretendendo um levantamento extenso sobre quem so e onde esto tais artistas. Nomeio como artistas da travestilidade aqueles corpos que tm o ato de travestir-se como central em sua construo artstico-cultural, principalmente construindo corporalidades baseadas em um gnero diferente daquele identificado socialmente no nascimento, como drag queens, atores transformistas, travestis e transexuais artistas. Apoiando-me em pressupostos dos mtodos cartogrfico e etnogrfico assumi, nesta dissertao, o posicionamento de um pesquisador-espectador, objetivando o contato com aquilo que drag queens e outras artistas da travestilidade desejam tornar pblico, ou seja, seus shows e espetculos. Acompanhei diversas apresentaes deste tipo em teatros, boates, bares e clubes de bairro, bem como em outros locais nos quais se fizeram presentes, como na Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro e em alguns blocos do carnaval carioca. Tendo ainda como campo de dilogo alguns postulados da Esquizoanlise vertente terica fundamentada principalmente nas contribuies de Gilles Deleuze e Flix Guattari , pretendi situar e afirmar as drag queens e a arte da travestilidade dentro dos estudos de gnero e sexualidade, principalmente aqueles mais diretamente relacionados s manifestaes de uma subcultura camp e cultura gay e/ou homossexual.
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O fenmeno da globalização teve o condo de aproximar os diversos povos, cada um com seus interesses e culturas prprios. A existncia de um consenso internacional na definio de princpios a serem seguidos quando das relaes externas no consegue impedir, contudo, o surgimento de possveis conflitos e divergncias, tendo em vista a pluralidade cultural das diversas naes mundiais, fato que induziu a sociedade internacional a desenvolver meios que pudessem dirimir pacificamente as controvrsias, porventura, surgidas entre elas. A adoo dos meios para soluo pacfica dos conflitos internacionais encontra-se incentivada pela Constituio da Repblica Federativa do Brasil (art. 4., incisos VI e VII) e sua utilizao no importa qualquer renncia ao exerccio da soberania, nem tampouco imunidade de jurisdio. Para que se tenha uma eficcia maior da submisso dos conflitos surgidos no mbito externo aos meios admitidos para resolv-los, importante que os pases envolvidos no litgio possuam orientao interna no sentido de privilegiar o Direito Internacional frente sua legislao infraconstitucional domstica. A eventual primazia do direito interno pode resultar na inocuidade da adoo dos meios pacficos de soluo de controvrsias internacionais, uma vez que as autoridades dos pases litigantes podero se esquivar do cumprimento do acordo ou deciso alegando uma possvel contrariedade com os ditames legais domsticos. Nesse contexto, a seara tributria tem despertado constantes divergncias internacionais. As diferentes interpretaes conferidas pelas diversas naes, dentre elas o Brasil, quando da aplicao dos tratados por elas firmados e que tenham vertente fiscal, em especial aqueles que visam evitar a dupla imposio fiscal da renda, ou garantir o livre trnsito de bens, pessoas e servios, acaba trazendo grande insegurana queles investidores que possuem operaes conectadas a dois ou mais sistemas tributrios diferentes. Assim, ganham cada vez mais corpo, os debates em torno da extenso dos mecanismos pacficos para resoluo de divergncias, tambm ao mbito de aplicao de todo e qualquer tratado que verse sobre a matria tributria. Tal fato propicia a busca de uma possvel uniformizao dos mtodos hermenuticos aplicveis queles fatos geradores tributveis que se encontrem vinculados a dois ou mais entes soberanos. nesse contexto que se apresenta o presente estudo, o qual aborda a possibilidade de a Repblica Federativa do Brasil submeter ao procedimento arbitral aquelas controvrsias de cunho tributrio que eventualmente decorram da interpretao divergente das convenes internacionais das quais seja parte e que tratem de matria fiscal.
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A pesquisa surgiu a partir de investigaes e experincias prprias com a escuta, a produo de sonoridades, a criao de ambientes e a realizao de derivas intersensoriais. A articulao se d segundo uma perspectiva transdisciplinar e em relao a alguns trabalhos artsticos e textuais especialmente significativos. A construo do sensorial e das subjetividades e suas possibilidades de transformao e emancipao, atravs de uma arte vinculada vida, so questes centrais. Os conceitos de fabulao, linhas, cartografias e desterritorializaes desenvolvidos por Deleuze, a ecosofia de Flix Guattari e a noo de corpos vibrteis em Suely Rolnik so fundamentais, assim como as observaes de Lygia Clark e Hlio Oiticica a respeito de suas prprias experincias. Estudos histricos e culturais dos sentidos, como os de Constance Classen e David Howes, alm de observaes de tericos distintos como Karl Marx, Walter Benjamin, Michel Serres e Jacques Rancire auxiliam a traar um panorama inicial do constructo sensorial no Ocidente moderno e contemporneo. Questes relativas a som, silncio e rudo levaram utilizao de conceitos como escuta e ressonncia em um sentido ampliado, que no se restringe a fenmenos sonoros ou fsicos. A articulao entre escuta, intersensorialidade, imaginao e memria contribuiu para o desenvolvimento inicial do conceito de terceiro som aqui presente. A percepo do texto como ativador de sensaes e devaneios, as relaes entre conceito e concreto e o relato no-realista de acontecimentos levaram s fices experimentadas. O ato da deriva relaciona-se ao desregramento de todos sentidos e implica a vivncia de margens, desvios e extremos, fronteiras em dissoluo, disporas nos interstcios. Poticas e polticas da alteridade, da diferena e do estranhamento fazem-se presentes em experincias de um ambiente-vivo, paisagem-corpo-outro. Tais questes atravessam meus trabalhos, que so realizados de diferentes maneiras, em cartografias e rituais que podem incluir sons, textos, desenhos, objetos, fotografia, vdeos, vestimentas, aes, situaes, etc. A abordagem das questes presentes se d atravs de algumas passagens por escritores como Rimbaud, Borges e Italo Calvino; tericos de diferentes reas, como Guy Brett, Douglas Kahn, De Certeau, Michel Onfray, James J.Gibson e Donna Haraway; e trabalhos e textos de diversos artistas fundamentais, como Marcel Duchamp, John Cage, Allan Kaprow, George Maciunas e o Fluxus, Yoko Ono, Laurie Anderson, Gordon-Matta-Clark, Robert Smithson, Bill Viola, Cildo Meireles e Lygia Pape, entre outros
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Este trabalho se prope a analisar diferentes ocorrncias do fenmeno da metafico presentes nas obras da escritora Adriana Lisboa e estabelecer conexes existentes entre o fenmeno e o drama da conscincia humana, constatando que os impasses derivados da busca de uma identidade expe a arte a uma representao irnica da realidade. Nesse sentido, analisamos as obras Sinfonia em branco, romance publicado em 2001, Um beijo de colombina, de 2003 e Rakushisha de 2007, visando a interpretao e o estudo do processo de construo dos romances, sobretudo, na sua relao entre fico, realidade, identidade, dvida e silncio. A partir destas perspectivas, verificamos que todas as obras guardam em si uma multiplicidade de olhares e vozes a retratar, nas pequenas coisas do cotidiano, um universo de poesia a refletir tanto a escrita quanto a nossa condio humana
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Este trabalho se prope a analisar diferentes ocorrncias do fenmeno da metafico presentes nas obras da escritora Adriana Lisboa e estabelecer conexes existentes entre o fenmeno e o drama da conscincia humana, constatando que os impasses derivados da busca de uma identidade expe a arte a uma representao irnica da realidade. Nesse sentido, analisamos as obras Sinfonia em branco, romance publicado em 2001, Um beijo de colombina, de 2003 e Rakushisha de 2007, visando a interpretao e o estudo do processo de construo dos romances, sobretudo, na sua relao entre fico, realidade, identidade, dvida e silncio. A partir destas perspectivas, verificamos que todas as obras guardam em si uma multiplicidade de olhares e vozes a retratar, nas pequenas coisas do cotidiano, um universo de poesia a refletir tanto a escrita quanto a nossa condio humana
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FOTO-ASSEMBLAGE consiste em nomenclatura sugestionada para definir os trabalhos que tenho produzido a partir da juno de fotografias digitais. As elaboraes e fundamentaes desses trabalhos representam tambm o cerne das pesquisas que resultaram na presente dissertao. Em princpio, o termo foto-assemblage haveria de referir-se a questes tcnicas ou formais dessa prtica. Contudo, ao desenvolver as pesquisas alguns procedimentos acabaram por determinar certas nuances que revelaram aspectos comuns tambm em seus e contedos. Como resultado de construes artsticas juntando fotografias desde 2009, cheguei s composies sintticas aqui apresentadas, construdas a partir de duas fotografias. Aventei o nome foto-assemblage por observar nas imagens resultantes ressalvas que as distinguiriam de certas convenes atribudas ideia de fotografia. Ao mesmo tempo, as referidas imagens proporiam um possvel desdobramento ao entendimento de assemblage enquanto tcnica artstica. Ainda que no seja uma regra, fotografias revelam imagens de momentos. Em sua relao com a compreenso humana de tempo ou espao, fotografias quase sempre contm instncias mnimas. Fotografias, contudo, podem ser tambm compreendidas como uma contrao de um percurso de tempo. Toda imagem fotogrfica pode ser assimilada como resultante de determinados acontecimentos anteriores e mesmo tida como elemento gerador de conseqncias futuras. Seguindo esse entendimento, o que proponho com a foto-assemblage que essa lide com segmentos de tempo ou de espao contidos numa mesma imagem. Essas fotografias originrias ganhariam uma nova atribuio, sendo retiradas de seu contexto original, serviriam de balizas do percurso de tempo ou espao suprimido e subjetivado entre elas. Poeticamente, eventos ocorridos entre as fotografias originrias estariam contidos nas imagens produzidas. O termo assemblage foi incorporado s artes a partir de 1953, por Jean Dubuffet, para descrever trabalhos que seriam algo mais do que simples colagem. A ideia de assemblage se baseia no princpio de que todo e qualquer material ou objeto colhido de nosso mundo cotidiano pode ser incorporado a uma obra de arte, criando um novo conjunto, sem que perca seu sentido original. Esse objeto arrancado de seu uso habitual e inserido num novo contexto, tecendo laos de relao com os demais elementos, construindo narrativas num novo ambiente, o da obra. Na ideia da foto-assemblage, entretanto, sugerido uso das imagens fotogrficas originrias no como objetos que estariam em um mundo cotidiano, mas sim como imagem na concepo do que seria uma entidade mental. Adoto como que uma viso mgica onde as imagens originrias e bsicas estariam numa outra dimenso, num plano bidimensional, no manipulvel por ns habitantes da tridimensionalidade. Nesse ambiente imaginrio ou no, as fotografias so assentadas consolidando a foto-assemblage. Quando a foto-assemblage se concretiza, se corporifica numa mdia, sendo impressa para uma contemplao, ai ento, passaria a integrar nosso mundo tridimensional. O resultado poderia ser admitido como um hbrido, uma terceira coisa, a partir de duas que j no se dissociam mais no ensejo de uma compreenso esttica. Ao final da dissertao, apresento experincias prticas que resultaram em quatro sries de imagens em foto-assemblage. Cada srie enfatiza aspectos peculiares do que denomino paisagem expandida, representando percursos de tempo, espao ou trajetos entre o mundo concreto e mundos do inconsciente.
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A presente tese de doutorado prope-se a investigar o ldico como um ingrediente das situaes de trabalho. Tem-se como referncia terica os materiais oriundos da Ergologia e das abordagens clinicas sobre trabalho: Psicodinmica do Trabalho e Clinica da Atividade. Os autores pesquisados concordam que independentemente de poca histrica, cultura e classe social, jogar e brincar fazem parte da vida da criana, onde real e imaginrio se confundem. O jogo constitui uma funo to fundamental para a humanidade quanto a razo e a fabricao de objetos. A cultura possui um carter essencialmente ldico; no jogo e pelo jogo que a civilizao surge e se desenvolve. O brincar uma atividade humana universal, prpria da sade, fundamento de todo o viver criativo, assim como da arte e da cultura. O prprio homem medieval muito sensvel ao ldico e convive a cada instante com o riso e com a brincadeira. O foco desta pesquisa foi uma aproximao realidade do trabalho de alguns integrantes de um Programa Adolescente Trabalhador, com idade entre 14 e 18 anos. O campo emprico foi a Gerncia Regional de Logstica do Banco do Brasil, situada no bairro do Andara, no municpio do Rio de Janeiro. Sete adolescentes participaram da Comunidade Ampliada de Pesquisa. O trabalho de campo foi norteado pela preocupao em evitar a supremacia do saber cientfico em relao a saberes advindos da prtica. Este trabalho de pesquisa no se props a pesquisar a realidade de trabalho dos menores, mas investigar os movimentos discursivos produzidos nos Encontros desta Comunidade de Pesquisa. Conforme a abordagem da Clnica da Atividade chama-se ateno para vrios impedimentos da emergncia da dimenso ldica em funo dos constrangimentos da organizao do trabalho. Por fim, questiona-se que modos de gesto olham para a realidade e o real do trabalho e da atividade, aceitando o ldico como foco analtico, incorporando essa reserva de alternativa, investigando toda uma riqueza a potencialmente presente e desconhecida.
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Este trabalho busca investigar as condies de produo dos saberes psicolgicos contidos nas teses de doutoramento da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro no sculo XIX. Tal meta visa, a partir de conceitos diversos, obter os princpios norteadores das obras dos futuros doutores, tomando como ponto de partida o seu contexto scio-cultural. Dois conceitos, no entanto, sero privilegiados: os de paixo e afeto. Estes so conceitos que surgem em diversas teses, principalmente naquelas da primeira metade do sulo XIX perodo da maior parte das teses selecionadas nesta ocasio. Uma das principais questes levantadas diz respeito maneira como os autores das teses elaboram seus trabalhos: utilizam-se das mais diversas referncias para que possam corroborar aquilo que propem em seus trabalhos. Assim, freqentemente recorrem a textos de autores consagrados mesmo que, por vezes, no haja concordncia entre os autores escolhidos. Os contedos utilizados so dspares, mas, como so aparentemente concordantes com o que os mdicos produzem, so apropriados por estes. Esta apropriao vem a ser discutida a partir do trabalho de Michel de Certeau. Tambm vemos alguns elementos das teses sofrerem transformaes, num trabalho de bricolagem, tal como prope Claude Lvi-Strauss. inegvel que a apropriao e a bricolagem vo alm do que se verifica nas obras de Certeau e Lvi-Strauss: estes se referem cultura popular quando tratam daqueles temas, mas ao fazer uma incurso pelos escritos das teses, pode-se perceber que os mesmos fenmenos so caractersticos tambm de materiais que esto alm do que geralmente se chama de cultura popular, haja vista que teses de medicina no poderiam ser interpretadas como tal. Sendo o perodo pesquisado uma poca em que a psicologia ainda no se constituiu como cincia, os trabalhos mdicos tornam-se instrumentos privilegiados de difuso de saberes psicolgicos. Fazem parte de um material que impulsiona a produo de conhecimento sobre o homem em seus aspectos individuais, culturais, sociais, psicolgicos, indo alm das discusses fisiolgicas e orgnicas. Embora estas estejam presentes, formam um conjunto com o qual os autores das teses buscam verificar as vicissitudes humanas. Para realizar este estudo foi necessria uma pesquisa documental, onde as teses servem como fontes primrias para a execuo do trabalho. Atravs da anlise dos temas e termos constantes das teses, pretende-se constituir um mapa sobre o qual torna-se possvel articular as idias veiculadas nas teses com o contexto scio-cultural em que so produzidos os materiais dos escritos dos mdicos
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Novas tecnologias, entendidas como parte integrante dos ambientes miditicos contemporneos, ajudam a conformar novos modelos perceptivos. O surgimento e a proliferao de tecnologias de sntese e de modelagem de sons por meios eletrnicos recria a relao entre o espao presente no filme e as referncias significantes que possumos desse espao. Os sons destacam-se dos objetos empricos, alargando o campo de significaes e de afetaes sensoriais. Ao criar novas relaes entre o corpo do espectador e uma indita paisagem sonora eletrnica, novas tecnologias de som, como parte de um processo mais amplo das mdias, demandam um maior envolvimento da plateia. Dispositivos de imerso, efeitos especiais, uma nova distribuio espacial do ambiente sonoro, maior fidelidade e potncia, reproduzem o encantamento fsico despertado pelos primeiros cinemas. Para analisar o surgimento de novas audibilidades, novas formas de investigar o mundo a partir dessas tecnologias e dessa atual paisagem sonora, este trabalho procura uma abordagem trplice. Inicialmente, procuramos fazer uma descrio de cunho fenomenolgico da experincia cinematogrfica. Em seguida, utilizamos propostas da Teoria das Materialidades para falar das afetaes fsicas induzidas pelo espao sonoro eletrnico. Por ltimo, utilizamos a perspectiva das cincias cognitivas que nos diz que corpo, crebro e ambiente neste caso um ambiente extremamente tecnolgico fazem parte de um mesmo processo dinmico
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Desde a criao do cinema, em 1895, a cidade vem sendo retratada de forma surpreendente para quem a vivencia em seu cotidiano. A arte do cinema amplia o sentido de realidade e provoca um impacto sobre o universo psicolgico e social do homem. O cinema brasileiro acompanha, atravs de sua vasta produo, o percurso da cidade no tocante ao desenvolvimento esttico, social, cultural, poltico e econmico, apresentando a forma atravs da qual o homem se relaciona com essas variveis. O historiador Michel de Certeau desenvolve em sua obra o tema da inventividade do cotidiano, no que se refere prtica do espao. Os conceitos de espao (um lugar praticado), e de lugar (um espao geomtrico), permitem aprofundar o estudo do papel do homem no cotidiano da cidade. este o eixo terico da presente pesquisa, que pretende estudar o imaginrio da cidade no cinema brasileiro a partir de trs questes principais: a formao do imaginrio urbano, a criao da forma da cidade no cinema (locaes, cenrios e fisionomias) e o estado de solido e isolamento vivido pelo homem nas grandes cidades. Para tal, foram escolhidas para anlise as seguintes produes brasileiras: Dias de Nietzsche em Turim (2001) de Julio Bressane, O Prncipe (2002) de Ugo Giorgetti e O Outro Lado da Rua (2004) de Marcos Bernstein. A cidade representada nesses filmes nos d a oportunidade de exercitar o olhar e refletir sobre o cotidiano da vida urbana e seus reflexos no universo psicolgico do homem contemporneo
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Este trabalho tem por objetivo compreender, no contexto histrico atual da sociedade ocidental, as diversas representaes sobre a morte, o morrer, a perda e o luto nas suas dimenses pessoais e sociais. A anlise parte do cenrio hipermoderno onde a morte e o sofrimento so interditados. Os recursos tecnolgicos, na atualidade, vm contribuindo para o afastamento da morte, com descobertas que possibilitam o prolongamento da vida e com promessas de realizao do desejo utpico do homem de tornar-se imortal. Como conseqncia imediata destes elementos encontrados no imaginrio social contemporneo, morrer torna-se uma transgresso e a morte distancia-se da condio humana. Ao mesmo tempo, o iderio de felicidade plena silencia as expresses de sofrimento, que se tornam indesejadas. Para a anlise das conseqncias deste contexto para o homem hipermoderno, este estudo fundamenta-se em relatos, depoimentos registrados no site Depois da perda... e expresses de perda encontradas na arte, na literatura e na msica, feitas por aqueles que vivenciam ou tenham vivenciado luto pela morte de um ente querido.
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Linhas Imprevistas no Horizonte uma reflexo sobre experincias de desestabilizao de um limite imaginado da paisagem, sugerido pela linha do horizonte. Este trao do pensamento materializado atravs de vdeos ou objetos em operaes poticas que investigam novos olhares sobre a paisagem. So registros de gestos que se situam entre a desconstruo e a permanncia dessa demarcao fictcia. Os trabalhos partem da linha enquanto elemento essencial do desenho para investigar as tenses produzidas ao redesenhar as fronteiras desestabilizadas. Aproximaes, deslocamentos, superposio de imagens, espelhamentos e alterao de escalas so alguns dos recursos explorados para questionar o visvel e resignificar a paisagem natural. Da mesma forma que cartografias e objetos antigos agregam novos significados s linhas que compem paisagens poticas. Assim os trabalhos oscilam entre o desejo de imerso no espao para fazer fugir os limites e a necessidade de distanciar-se para ver sem perder o foco. Conceitos surgem de conexes entre a arte e a biologia e buscam repensar vivncias associadas sensao de desterritorializao. O que move o processo artstico a reinveno constante das identidades humanas e territoriais, associada noo de paisagem como uma experincia do corpo no espao
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A partir de abril de 1500 a armada de Pedro lvares Cabral d incio ao contato e ao registro atravs das pginas da carta de seu escrivo, Pero Vaz de Caminha de um novo mundo e uma nova humanidade: os ndios que habitavam o territrio que atualmente conhecemos por Brasil. No desenrolar dos quinhentos, estes diferentes povos e culturas foram decodificados e reinterpretados de diversas maneiras em cartas, livros e demais documentos manuscritos. No campo das artes visuais portuguesas, no foi diferente. Esse outro assume um papel coadjuvante quase sempre inserido em duas temticas principais, a arte religiosa e as grandes navegaes mas nem por isso menos interessante: o gosto pelo extico, caracterstica marcante durante o perodo das expanses ultramarinas, no s em Portugal, mas em outras regies europeias, aliado ao etnocentrismo e a influncia do Cristianismo, acabou por caracterizar os ndios do Brasil, mutatis mutandis, como novos homens selvagens. Para uns, so como bestas, mais perto do inferno; para outros, so cristos em potencial, mais prximos do cu
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Nos ltimos anos, busca-se atravs da articulao entre os conceitos de hipermodernidade, neoliberalismo, globalização, mdia, sociedade de consumo, transgresso, tentar compreender a complexidade da sociedade contempornea. Neste contexto, os jovens crescem marcados pelas contradies e paradoxos gerados pela sociedade capitalista, em meio aos valores da sociedade de consumo, da circulao de um mundo globalizado e a crescente desigualdade social em alguns pases como o Brasil. Este trabalho surge a partir da minha vivncia com crianas e adolescentes de famlias atendidas no Conselho Tutelar do Municpio do Rio de Janeiro e, posteriormente, como assessora de direo de um Centro de Referncia Especial de Assistncia Social, localizado na regio metropolitana do Rio de Janeiro, em rea empobrecida. Percebe-se a transformao do conceito de consumo de bens para satisfao das necessidades em promessa de felicidade atravs da satisfao dos desejos, sendo estes ltimos constantemente sugestionados aos sujeitos pela mdia. Percebe-se que a juventude est atravessada pelo sistema capitalista e sofre grandes presses para se integrar em uma sociedade de consumo. Como conseqncias desta tentativa de integrao, muitas vezes o jovem levado transgresso da lei, criando formas alternativas de acesso a esses desejados bens que o levam, e a suas famlias, tutela do Estado, que percebe o fenmeno de forma isolada e individualizada, tendo dificuldades de propor sadas que de fato enfrentem os valores e as perverses do sistema.
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Atravs de narrativas sobre as prticas cotidianas de quatro professoras (trs brasileiras e uma francesa), acompanhadas de narrativas desenvolvidas entorno de um conjunto de imagens de alunos, esta pesquisa busca pensar como professores e alunos produzem os currculos nos seus cotidianos escolares. Atravs dos diferentes usos dos materiais disponveis, dos questionamentos, das histrias de vida e das inmeras experincias que constituem as subjetividades, os praticantes das escolas tecem, em redes, os seus conhecimentos e suas significaes para a vida. Problematizando esta temtica, com a professora de artes, Cristiane Costa, busco desenvolver uma discusso metodolgica sobre os estudos dos cotidianos, me propondo compreender algumas possibilidades das tticas cotidianas de aprenderensinar. Com uma professora de matemtica, Luciana Getirana, acompanhada da narrativa de uma aluna, Maria Nunes, analiso as relaes entre conhecimentos cientficos e conhecimentos cotidianos. Em seguida, com a professora de lngua portuguesa, Cristiane Souza, discuto as demandas de professores por uma frmula, uma receita de bolo, que contenha algumas solues para os problemas da educao. Com a professora de histria e geografia, Laure Cambos, busco pensar o professor no atravessamento de fronteiras entre culturas e conhecimentos. Neste sentido, elegi duas prticas de mediao cultural presentes no cotidiano desta professora: a primeira o uso de imagens como prtica de aprenderensinar, e a segunda consiste nas atividades de sadas da escola (aulas caminhadas). Por ltimo, reno fotografias de alunos para desenvolver duas temticas que entrelaam os captulos anteriores: o dentrofora das escolas e as experimentaes do mundo. A partir de narrativas sobre estas imagens, procuro pensar os cotidianos dos alunos nas prticas de aprenderensinar. Compreender estes currculos em redes possibilita problematizar as noes que no reconhecem a fragilidade das fronteiras, por perceberem os cotidianos atravs de relaes dicotmicas. Estas fronteiras so habitadas pelos professores, produtores de possibilidades de mediaes entre diferentes culturas e conhecimentos. Como prticas de atravessamento de fronteiras, as prticas de aprenderensinar buscam alternativas para a dicotomia que separa o dentro e o fora da escola, os conhecimentos cotidianos e os conhecimentos cientficos, bem como os currculos prescritos e os currculos vividos. A pesquisa tem apoio terico em autores como Nilda Alves, Michel de Certeau, Henri Lefebvre, Boaventura Santos, Nstor Canclini entre outros.