174 resultados para Enfermagem Pesquisa
Resumo:
O estudo tem como objeto as relaes estabelecidas pela mulher entre o processo de abortamento e as situaes de violncia vivenciadas durante a gestao. A violncia e o aborto caracterizam-se por serem temticas de grande complexidade, envolvendo questes interdisciplinares de gnero, sade, sade reprodutiva, religio, movimentos sociais, tica e direitos humanos. No aprofundamento do objeto de estudo, traamos os seguintes objetivos: identificar os tipos de situaes de violncia vivenciados, durante a gravidez, pela mulher em processo de abortamento; descrever a vivncia de violncia sob a tica da gestante em processo de abortamento e analisar as relaes estabelecidas pela gestante em processo de abortamento e a ocorrncia de situaes de violncia na gestao. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que teve como sujeitos 15 mulheres com o diagnstico de abortamento, internadas em maternidades pblicas da cidade de Niteri/Rio de Janeiro. A coleta de dados foi iniciada com a busca nos pronturios do diagnstico e, posteriormente, foram realizadas entrevistas com roteiro semi-estruturado, gravadas atendendo legislao vigente acerca das diretrizes de pesquisas com seres humanos. Na anlise dos dados utilizamos a tcnica de Anlise de Contedo de Bardin. Os resultados demonstraram a viso ampliada da mulher sobre a violncia, sendo de gnero e psicolgica as mais apontadas. O aborto foi indicado como uma das manifestaes de violncia contra a mulher, tanto nos processos espontneos como nos induzidos. Esse fenmeno, assim como o da violncia, permeado por determinantes sociais, ticas, morais e religiosas. Quando espontneo, pode ser visto como um fracasso da mulher diante de sua capacidade vital de ser me gerando culpa e derrota diante de companheiros e familiares, alm da possibilidade de ser vista como pecadora e/ou criminosa, em decorrncia do princpio social, religioso e legal do aborto como crime, acarretando o desgaste psicolgico. As relaes estabelecidas pelas mulheres acerca da violncia na gestao e o processo de abortamento versaram basicamente sobre os dilemas vivenciados nas gestaes indesejadas; sobre o cotidiano feminino nos espaos pblicos e privados, refletidos em conflitos; o excesso da dupla jornada de trabalho; e sobre a violncia institucional perpetuada pelos servios de sade, principalmente na busca por uma assistncia digna e humanizada nas unidades de emergncia.
Resumo:
Esta pesquisa fruto da dissertao de mestrado do Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ENF/UERJ). Teve como objetivo geral compreender os sentidos e as prticas de cuidado realizadas pelos enfermeiros nos Centros Municipais de Sade (CMS) em uma rea de Planejamento do municpio do Rio de Janeiro. A escolha pelo estudo dos sentidos e das prticas de cuidado ocorreu por entender-se que cada ser humano pensa, reflete e age de forma diferente, perante a realidade e a si prprio e, dessa forma, estabelecem relaes entre esses sentidos e suas experincias de vida. Assim, torna-se necessrio no somente estudar e conhecer as prticas de cuidados exercidas pelos enfermeiros da Ateno Primria em Sade, mas tambm reconhecer e apreender os sentidos de cuidado que este profissional possui. Os trabalhos relativos prtica do enfermeiro na Ateno primria em Sade discutem as atividades deste profissional, porm no as correlacionam ao cuidado de enfermagem. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, que privilegiou a utilizao da abordagem Hermenutica-Dialtica. A pesquisa desenvolveu-se no perodo de 2007 a 2009, sendo utilizada a entrevista semi estruturada como instrumento de coleta de dados. Foram entrevistados 14 enfermeiros que desenvolvem suas atividades em CMS. A anlise das entrevistas foi feita mediante a anlise de seu contedo. Desta anlise, foram identificadas trs categorias: Prtica do enfermeiro na Ateno Primria em Sade; Fatores que influenciam a prtica do enfermeiro e O cuidado do enfermeiro na Ateno Primria em Sade. Com a anlise dos dados, pde-se perceber a diversidade de prticas realizadas pelo enfermeiro neste campo de atuao, porm o cuidado de enfermagem no identificado diretamente como uma prtica em sade. Sobre os sentidos da prtica de cuidado, constatou-se que o enfermeiro a compreende como um conjunto de dimenses que englobam o fazer tcnico, organizacional e de uma boa prtica em sade. Por meio da produo dos sentidos referentes prtica de cuidado, percebe-se que, apesar do cuidado no ser descrito como uma prtica pelo enfermeiro, ele permeia o cotidiano de suas aes nos CMS. Assim, olhar para as prticas do enfermeiro na Ateno Primria em Sade ajudou a compreender como realizada a prtica de cuidado, seja para a organizao dos servios, para a oferta de um atendimento com base na identificao das necessidades de sade do indivduo e na orientao em sade.
Resumo:
O presente estudo tem objetivo investigar as prticas educativas desenvolvidas por enfermeiros, no interior da Equipe de Sade da Famlia. A profisso de Enfermeiro no Brasil foi marcada, desde a sua origem, por ser aquela incumbida das aes de educao em sade. No processo de trabalho das equipes de sade da famlia, esto includas aes educativas, que tanto devem interferir no processo sade- doena como ampliar o controle social em defesa da qualidade de vida. Assim, essas prticas esto presentes no cotidiano dos enfermeiros, sendo importante a reflexo a respeito das mesmas para a construo de uma prtica educativa mais consciente. Participaram do estudo 21 enfermeiros do Programa Sade da Famlia do municpio de Petrpolis- RJ. A pesquisa foi realizada pelo mtodo qualitativo. A entrevista semi-estruturada foi utilizada como tcnica de coleta de dados, que foram tratados pelo mtodo da anlise de contedo temtica. Foram obtidas cinco categorias empricas, que demonstraram que no cenrio estudado, predominam as prticas educativas em grupo. Nelas, h priorizao do trabalho em equipe, sendo que os profissionais mais atuantes so os enfermeiros e os mdicos. Em relao aos locais onde so realizados os grupos, poucos postos de sade dispem de uma sala especfica para a sua realizao, sendo ento utilizadas escolas, igrejas, clubes e associaes de moradores, que nem sempre so considerados adequados. A falta de infra- estrutura e de incentivo por parte dos gestores no impedem a realizao das prticas educativas, mas traduzem a falta de valorizao das mesmas. A complexidade do trabalho do enfermeiro no Programa de Sade da Famlia reconhecida como um dificultador para o trabalho educativo. A maioria dos entrevistados teve alguma aproximao, prtica ou terica, com a educao em sade durante sua formao acadmica. Embora haja predominncia do enfoque preventivo, so percebidas aproximaes a enfoques mais crticos. Os enfermeiros percebem que o trabalho educativo traz mudanas benficas s comunidades e aos indivduos assistidos. Tambm referem gostar desse trabalho, percebendo-o como integrante do trabalho do enfermeiro e do Programa Sade da Famlia. O estudo recomenda a formao e a capacitao dos enfermeiros a respeito das abordagens em educao em sade, assim como a priorizao da educao em sade por parte desses profissionais. Recomenda tambm a busca de um relacionamento transdisciplinar entre os membros das equipes. Sugere a realizao de pesquisas a respeito de tcnicas para a abordagem a grupos educativos, por profissionais de sade, especialmente por enfermeiros.
Resumo:
Para avaliar um sistema integrado de aquicultura foram realizadas anlises microbiolgicas da gua utilizada neste sistema e determinada a incidncia e resistncia antimicrobiana dos enteropatgenos no ecossistema relacionado. As amostras de gua testadas apresentaram 32,9% de taxas de coliformes fecais (≤1.600/100mL), de acordo com a OMS para piscicultura em guas residuais. Salmonella spp. foram detectadas em 14,5% das amostras. De um total de 33 cepas, 15,1% eram resistentes a um ou dois antimicrobianos testados e resistncia a mltiplas drogas no foi observada. Aeromonas spp. foram identificadas em 91,6% das amostras. De um total de 416 cepas, resistncia a uma classe de antimicrobianos foi observada em 66,3% e a multirresistncia s drogas em 37,7%. Na avaliao da virulncia dos isolados de Aeromonas hydrophila, 85,3% das cepas apresentaram Beta-hemlise nos trs diferentes tipos de eritrcitos empregados e 99,1% nos eritrcitos de coelho e cavalo, sendo possvel a caracterizao atravs da PCR do gene aerA e lip, em 100% das amostras. Os resultados obtidos apontam para a relevncia quanto s vantagens da implementao de um sistema integrado, disponibilizando alimentos com custo reduzido, porm este sistema necessita de um controle rgido e efetivo para que estes produtos no constituam veculos para a disseminao de doenas.
Resumo:
O objeto deste estudo consiste na violncia autoinfligida em mulheres por queimadura. As leses por queimadura so consideradas causas externas (acidentes e violncias) e tem contribudo para o aumento geral dos ndices de morbimortalidade acarretando perda de anos de vida produtiva. So resultantes de mltiplos fatores como condies socioeconmicas, violncias e desigualdade de gnero. Esta pesquisa teve como objetivos: analisar o perfil sociodemogrfico das mulheres que vivenciaram queimadura autoinfligida; descrever as circunstncias e o contexto social relacionados queimadura autoinfligida em mulheres; analisar os fatores motivadores da queimadura autoinfligida em mulheres; e, discutir a queimadura autoinfligida em mulheres na perspectiva de gnero. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa e exploratria. Os cenrios da pesquisa foram dois Centros de Tratamento de Queimados (Municipal e Federal) localizados no Estado do Rio de Janeiro. Os sujeitos do estudo foram 10 mulheres com histria de queimadura autoinfligida e que no tivessem histria de tentativa de suicdio anterior e diagnstico de sofrimento psquico, uma vez que estas situaes poderiam comprometer a anlise das vivncias de violncia. A coleta de dados foi realizada atravs de entrevista semi-estruturada, com roteiro previamente elaborado, no perodo de novembro de 2009 a maro de 2010. Os dados foram analisados atravs da tcnica de Anlise de Contedo de Bardin, tendo emergido duas categorias: a) A vida da depoente antes da queimadura: percepo da sua condio pessoal; relaes familiares envolvendo me, pai, avs, irmos e filhos; relaes sociais e relao com o companheiro; b) Queimadura autoinfligida em mulheres: uma questo de violncia de gnero: fatores motivadores da queimadura autoinfligida na perspectiva da mulher e queimadura autoinfligida como desfecho da vivncia de violncia conjugal. As participantes do estudo caracterizavam-se por ter uma vida, anterior ao evento da queimadura, marcada pela violncia na relao familiar e, principalmente, com o parceiro. A constante vivncia de violncia presente na relao com o parceiro, manifestadas por diferentes expresses (fsicas, sexuais e psicolgicas) resultou em intenso sofrimento que culminou na queimadura autoinfligida. Ficou evidenciado que a queimadura autoinfligida, no grupo estudado foi uma tentativa de interromper com a violncia de gnero vivenciada. A escolha pelo fogo foi justificada pelas mulheres como um elemento capaz de produzir maior letalidade e ser de fcil acesso no ambiente domstico. As mulheres afirmam que o evento da queimadura autoinfligida promoveu transformaes em suas vidas. Nos agravos sade da mulher, em especial na violncia autoinfligida por queimaduras, relevante considerar as questes de gnero como estratgia de ao e ampliao das prticas de cuidado.
Resumo:
Trata-se de um estudo fundamentado na Epidemiologia, do tipo quantitativo, no-experimental, transversal apoiado na estatstica descritiva e inferencial, baseado no seguinte problema de estudo: qual a associao entre problemas de sade e riscos ocupacionais a partir da percepo dos trabalhadores de enfermagem da maternidade de um hospital universitrio? Teve como objetivo estudar os problemas de sade dos trabalhadores de enfermagem e sua associao com o trabalho, a partir de suas percepes. Foi desenvolvido em uma maternidade de um hospital universitrio do estado do Rio de Janeiro, com uma amostra constituda por 60 trabalhadores de enfermagem, em 2009. Utilizou-se para coleta de dados um questionrio de Boix e Vogel (1997) adaptado por Mauro (2009). Os dados foram analisados atravs do Programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) verso 12.0. Todos os tipos de risco foram discretamente apontados pelos participantes como existentes no campo de estudo com destaque para os riscos de acidente e mecnicos, riscos ergonmicos e as situaes de conflito e violncia. Os resultados configuram um ambiente de trabalhado que necessita de adequaes de naturezas diversas, para evitar conseqncias negativas na sade dos trabalhadores, visando a minimizao, controle ou eliminao dos referidos riscos. Em relao aos problemas de sade evidenciados, os que se destacaram foram a depresso, o estresse, os problemas oculares, a hipertenso, as varizes, os problemas respiratrios e as lombalgias. Recomenda-se instituio promover a melhoria das condies de trabalho, maior ateno sade dos trabalhadores e a efetivao de programas de promoo da sade.
Resumo:
Trabalho centrado em pesquisa de campo de tipo etnogrfico realizada em trs escolas pblicas da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro. A dissertao resultado das inquietaes geradas diante do distanciamento entre o legitimado mundo das artes e a periferizada situao da escola pblica: uma instituio que tem tantas vezes corroborado com a lgica da distino. possvel (ao professor) trabalhar dentro da disciplina Artes sem ratificar essa lgica excludente? Exaltamos uma docncia atenta ao carter esttico expresso na dupla: Arte via Ensino e Ensino via Arte. Oferece-se um olhar sobre o panorama das condies cotidianas que configuram algumas das mais destacadas realidades do Ensino da Arte na Educao Bsica dinamizadas por suas macropolticas, suas prticas dirias e suas crenas. A metodologia sugerida associa os estudos do cotidiano reviso bibliogrfica centrada nos estudos culturais e em algumas das atuais correntes crticas da Arte e de seu Ensino que circulam a contrapelo das verdades hegemnicas desses dois universos. Um dos objetivos do trabalho que entende a vida cotidiana como manifestao esttica do cidado comum o de contribuir com a elucidao das tenses que fazem da Arte e, especificamente de seu ensino, um importante campo de embate entre iniciativas emancipatrias e aes reguladoras
Resumo:
O presente estudo tem como objeto as representaes mentais de mulheres produzidas pelas enfermeiras obsttricas na assistncia ao parto. Os objetivos foram: Discutir as representaes mentais das mulheres assistidas pelas enfermeiras sobre o parto e a prtica obsttrica; Discutir o habitus da enfermeira obsttrica percebido pela mulher e Analisar as relaes de poder simblico entre os agentes envolvidos no processo de parturio. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que utilizou a histria oral temtica e o teste de associao de palavras como tcnicas de coleta de dados. Para a anlise do material, utilizamos o mtodo da anlise de contedo de Bardin. A fim de dar sustentao terica ao estudo, adotamos os conceitos de: campo, capitais, habitus, poder simblico, trocas lingusticas, identidade e representaes mentais, desenvolvidos por Pierre Bourdieu. Os resultados encontrados foram agrupados em duas categorias: As representaes mentais das mulheres sobre o parto e a prtica obsttrica: as percepes construdas e desconstrudas com o processo de parturio e O habitus da enfermeira obsttrica percebido pelas mulheres durante o processo de parturio: o poder simblico destas agentes na construo de uma nova demanda social para o campo obsttrico. A primeira categoria apresentou as representaes construdas pela socializao e as transformaes das representaes mentais das mulheres consequente interao com a enfermeira no campo obsttrico. Neste sentido, as percepes das mulheres sobre o parto e a prtica obsttrica confirmaram a forte influncia do modelo tecnocrtico nos depoimentos. Alm disso, a prtica humanizada da enfermeira contribuiu para a construo de uma nova viso de mundo nas mulheres pesquisadas que provocou um confronto entre suas representaes mentais. A segunda categoria desvelou a identidade da enfermeira obsttrica percebida pelas mulheres atravs dos atributos profissionais e dos sinais distintivos que resultaram na associao de esteretipos a estas agentes. Ainda revelou que a manifestao do poder simblico da enfermeira obsttrica foi percebido de diversas formas: pelo efeito de mobilizao na mulher, em associao com as tecnologias de cuidado e atravs do fortalecimento da mulher para o parto. Conclumos que no contato com a mulher, a enfermeira exerceu um poder simblico por estar em melhores posies no campo obsttrico. Tal fato, para as mulheres, resultou em transformaes das suas representaes mentais em relao ao processo de parturio, o que contribuiu para a construo de uma nova demanda para o campo obsttrico. Por outro lado, a enfermeira obsttrica, ao ser reconhecida pelas usurias estudadas, fortaleceu a posio de sua prtica no campo.
As relaes interpessoais no cuidar do cliente em espao onco-hematolgico: uma contribuio do enfermeiro
Resumo:
Durante minha trajetria profissional experenciando o cuidar de clientes portadores de doena onco-hematolgica percebi a luta destes seres humanos pela vida e como a relao enfermeiro-cliente era vital para a realizao do cuidado. O enfermeiro interage grande parte do tempo com esta clientela a qual percorre uma trajetria de re-internaes e longos perodos de tratamento. Nesse sentido, entendendo que a relao interpessoal como uma condio importante para que o enfermeiro compreenda o outro em sua totalidade e preste um cuidado singular, delimitei como objeto de estudo as relaes interpessoais do enfermeiro na ao de cuidar do cliente internado para tratamento onco-hematolgico. Para tanto, o objetivo foi compreender o significado das relaes interpessoais na ao de cuidar do enfermeiro junto ao cliente internado para tratamento onco-hematlgico. Trata-se de estudo de natureza qualitativa, cujo referencial terico pautou-se nas concepes da fenomenologia sociolgica de Alfred Schutz. O cenrio de realizao do estudo foi a enfermaria de Hematologia de um Hospital Universitrio Federal do estado do Rio de Janeiro e os sujeitos foram todos os seis enfermeiros lotados nessa unidade. Antes da etapa de campo e em cumprimento aos princpios ticos da Resoluo 196/96 do CNS que trata da pesquisa com seres humanos, o projeto foi submetido ao Comit de tica dessa instituio cenrio do estudo, sendo aprovado com o Parecer n 092/11. A captao das falas deu-se por meio de entrevista com a utilizao das seguintes questes orientadoras: fale para mim sobre as aes que voc desenvolve junto ao cliente internado para tratamento onco-hematolgico; o que significam as relaes interpessoais na ao de cuidar do cliente internado para tratamento onco-hematolgico?; e o que voc faz para que esta relao acontea? A anlise compreensiva das falas possibilitou a apreenso das categorias: cuidar atravs de procedimentos tcnicos e cientficos, orientando para o enfrentamento da doena e atender o paciente na perspectiva de suas necessidades estabelecendo a relao interpessoal entre enfermeiro e o cliente. O enfermeiro descreve as aes desenvolvidas junto ao cliente em tratamento onco-hematolgico como um fazer tcnico, rico em procedimentos, que tem em vista apoiar o cliente para enfrentar o tratamento difcil de uma doena grave, a partir de suas necessidades, estabelecendo uma relao ntima, transparente e forte, ocorrendo de forma espontnea e natural. Para estabelecer esta relao os enfermeiros utilizam estratgias como: a empatia, a brincadeira, o carinho, a confiana e a disponibilidade para promover o cuidado de enfermagem. As relaes interpessoais se mostraram inerentes ao de cuidar desse enfermeiro, ator social da equipe de sade, o qual possui a disponibilidade para interagir com o cliente, transcendendo o aspecto tecnicista, fazendo parte de sua identidade profissional o constituinte relacional.
Resumo:
Este estudo aborda a temtica das relaes existentes entre a formao universitria e a imagem social de mulheres negras universitrias da rea da sade e suas possveis transformaes pessoais e sociais. Considerando que a formao universitria produz uma valorizao social e os seus desdobramentos influenciam nos papis sociais vividos por este grupo. Buscamos assim, descrever a imagem social de mulheres negras na perspectiva de mulheres negras universitrias e sua autoimagem social; e analisar a influencia da formao universitria na autoimagem social das mesmas. Metodologia: Pesquisa descritivo-exploratria com abordagem qualitativa, realizada com roteiro de entrevista semi estruturada com dez entrevistadas que se autodeclararam pretas ou pardas matriculadas em Programa de Ps-graduao (Mestrado) de uma universidade pblica estadual no municpio do Rio de Janeiro (Brasil). Os dados produzidos foram analisados e interpretados luz da anlise de contedo de Bardin. Deste processo emergiram trs categorias. A primeira categoria A imagem social da mulher negra na perspectiva de mulheres negras universitrias descreve a condio desigual da mulher negra na sociedade a partir da desvalorizao do gnero feminino e da raa (sexismo e o racismo) e o corpo da mulher negra como objeto de sensualidade. A segunda categoria - A formao universitria na vida de mulheres negras desdobrou-se em duas categorias intermedirias: Situaes positivas vivenciadas durante a formao (formao universitria como veculo para as transformaes sociais e pessoais a partir da ampliao do conhecimento cientfico e a melhora na insero social); Situaes negativas (desigualdades de classes, sentimentos de indeciso, frustrao frente escolha do curso e limitaes na aprendizagem e adaptao). A terceira categoria A autoimagem social de mulheres universitrias negras desenvolve a percepo das entrevistadas acerca da sua autoimagem a partir do processo de formao universitria, e desdobra-se em vises positivas e negativas sobre sua autoimagem. A viso positiva destaca o empoderamento diante da sua condio tnica caracterizado por atitudes perseverantes e demonstrao de competncia no cotidiano, favorecendo o fortalecimento de posies sociais; algumas inclusive no identificam vivenciar diferenas sociais pela etnia. A viso negativa foi descrita a partir dos sentimentos de baixa estima, insegurana no posicionamento nos espaos sociais e a dificuldade de falar sobre a sua autoimagem. Para as depoentes a autoimagem se traduz no no esteretipo, mas, nas conquistas sociais que elas alcanam decorrente da formao universitria. A formao universitria se torna condio fundamental para transpor os estigmas sociais que interferem na imagem social deste grupo populacional na sociedade.
Resumo:
O estudo emergiu da minha experincia profissional como enfermeira de um hospital especializado em oncologia, no qual me deparei com crianas internadas e consideradas fora de possibilidade de cura atual acompanhadas de um familiar. considerado fora de possibilidade de cura atual, o paciente para o qual foram esgotados todos os recursos atuais conhecidos para sua cura, a incorporao dessa concepo de cuidar, possibilitou o desenvolvimento do cuidado paliativo. Cuidados paliativos so os cuidados ativos totais de pacientes cuja doena no responde a um tratamento curativo. O objetivo do cuidado paliativo alcanar a melhor qualidade de vida para os pacientes e suas famlias. O objeto de estudo desta pesquisa foi ao de cuidado do enfermeiro criana hospitalizada portadora de doena oncolgica e fora de possibilidade de cura atual. Tendo como objetivo: analisar compreensivamente o cuidado do enfermeiro criana hospitalizada portadora de doena oncolgica fora de possibilidade de cura atual. Estudo de natureza qualitativa, desenvolvido com o apoio da fenomenologia sociolgica de Alfred Schutz por possibilitar a apreenso da ao desse cuidar, como uma conduta humana, num processo contnuo a partir de um projeto pr-concebido. Os sujeitos do estudo foram 12 enfermeiros que trabalham nas enfermarias de oncologia e hematologia do setor de internao peditrica de um hospital pblico federal especializado em oncologia, localizado no municpio do Rio de Janeiro. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comit de tica (n 43-11). A apreenso das falas deu-se por meio de entrevista fenomenolgica guiada pela seguinte questo orientadora: Quando voc cuida da criana em tratamento oncolgico fora de possibilidade de cura atual, O que voc tem em vista? A anlise compreensiva mostrou duas categorias concretas do vivido emergidas das falas dos sujeitos da pesquisa. So elas: conforto e minimizar a dor. O estudo possibilitou entender que ao cuidar da criana considerada fora de possibilidade de cura atual o enfermeiro desenvolve suas aes na perspectiva de confortar e minimizar a dor da criana. Neste contexto, tambm direciona o seu cuidar para o familiar ali presente, promovendo apoio e ajuda, estabelecendo uma relao de confiana construda em funo do longo perodo de hospitalizao que ocorre nas doenas oncolgicas. Nesse sentido, o enfermeiro se volta para o familiar como foco central de sua ao de cuidar, com o intuito de apoi-lo nesse momento especial de sofrimento pela doena de sua criana. A criana deixa de ser o centro das atenes de cuidar que passa, ento, a ser o familiar de cada criana.
Resumo:
Vulnerabilidade e empoderamento apresentam-se como elementos presentes na vida profissional e pessoal dos enfermeiros. Delimitou-se como objeto de estudo as representaes sociais elaboradas por enfermeiros que cuidam de pacientes com HIV/Aids acerca de sua vulnerabilidade no contexto do cuidar em enfermagem. O objetivo geral foi analisar as representaes sociais construdas por enfermeiros acerca de sua vulnerabilidade no contexto do cuidado que exercem. Trata-se de pesquisa qualitativa, descritiva e exploratria, orientada pelo referencial terico-metodolgico das Representaes Sociais em sua abordagem processual. Participaram do estudo trinta enfermeiros de um hospital pblico municipal do Rio de Janeiro. Como tcnicas de coleta de dados foram utilizados o questionrio sociodemogrfico e a entrevista semiestruturada em profundidade. Como tcnica de anlise de dados adotou-se a anlise de contedo temtico-categorial proposta por Bardin, sistematizada por Oliveira e operacionalizada pelo software QSR NVivo 9.0. Entre os sujeitos, h predomnio do gnero feminino, da faixa etria de 41 a 45 anos, da realizao de ps-graduao lato sensu e de tempo de atuao mnimo de 16 anos em HIV/Aids. Sete categorias emergiram na segmentao do material discursivo: 1) O acesso a informaes, a formao profissional e o desenvolvimento da naturalizao da aids atravs da experincia: elementos de vulnerabilidade e de empoderamento; 2) A instituio hospitalar e sua infraestrutura como polo de vulnerabilidade e de empoderamento nas construes simblicas de enfermeiros que cuidam de pacientes com HIV/Aids; 3) Entre o risco e a preveno: a vulnerabilidade e o empoderamento no contexto dos acidentes ocupacionais biolgicos e as prticas preventivas adotadas por enfermeiros frente ao HIV/Aids no cotidiano hospitalar; 4) Relaes interpessoais entre enfermeiro e paciente soropositivo para o HIV enquanto mediadoras da vulnerabilidade e do empoderamento de ambos; 5) As limitaes psquicas enfrentadas por enfermeiros no vivenciar do trabalho junto a portadores do HIV/Aids; 6) A busca pela espiritualidade e pela religiosidade como bases de apoio para a vida profissional contextualizada na aids; e 7) O HIV e a aids no contexto de diferentes modalidades de relacionamento: a presena do risco como elemento organizador da discursividade. Na vida profissional, as representaes sociais da vulnerabilidade so compostas pela fragilidade, pelo risco e pela dificuldade. O empoderamento, por sua vez, emerge sustentado por um tripformado pela proteo, suporte e satisfao como elementosdo bem-estar. Na vida pessoal, o risco possui centralidade nas representaes. J o empoderamento se mostra oriundo do bem-estar e da proteo. Conclui-se que a reconstruo sociocognitiva da vulnerabilidade e do empoderamento permitiu o acesso ao arsenal simblico do qual o grupo dispe para a superao do que o ameaa. Vulnerabilidade e empoderamento so, portanto, diversificados e mutveis em suas bases e produtos e, em movimentos de balano e contrabalano, corporificam a dade vulnerabilidade-empoderamento.
Resumo:
Pesquisa qualitativa que tem por objeto a relao entre me adolescente abrigada e seu filho. Objetiva descrever o significado do filho para a me adolescente abrigada; compreender os fatores que influenciam no estabelecimento da relao me adolescente abrigada e seu filho; e analisar a relao me-filho nos espaos do abrigamento partir dos cuidados realizados pela me adolescente abrigada. A pesquisa foi realizada em uma instituio de abrigamento no municpio do Rio de Janeiro, localizada no bairro de Vila Isabel. Os sujeitos foram seis mes adolescentes que se encontravam abrigadas em companhia de seus filhos. As entrevistas foram feitas atravs de um roteiro contendo questes de identificao das depoentes e perguntas abertas. A anlise dos resultados foi realizada com base em Bardin (anlise de contedo), emergindo duas categorias, a saber: 1) o significado do filho para a me adolescente; e 2) vivncias maternas no cuidado do filho no interior da unidade de abrigamento. Ademais, evidencia-se que as mes adolescentes percebem seus filhos em sua vida como um aumento da responsabilidade e como fator de amadurecimento. O filho atua como estimulador deste processo, na medida em que ao depender da me adolescente para sobreviver, acaba induzindo transformaes pessoais e sociais. Este novo ser representa para estas mes afeto, amor, carinho e sua prpria famlia. O sentimento de amor que sente pelo filho e a forma como desempenha a maternagem solidificam a relao deste binmio, impulsionando a busca por uma mudana social em sua vida e o desejo de no mais voltar s ruas. A maternagem desenvolvida pelas jovens mes ocorreu de forma suficientemente boa, conseguindo atender as necessidades bsicas de seu filho e estabelecendo a relao afetiva entre este binmio, mesmo mencionando a interferncia dos profissionais de abrigo com relao ao cuidado que desenvolvem ao seu filho. necessrio oferecer bases para que essa me adolescente sinta-se fortalecida nas atividades maternas e que estas possam tambm continuar a desenvolver o cuidado do filho de maneira que atendam as necessidades do beb, mantendo uma boa relao entre este binmio, para que o filho tenha um desenvolvimento emocional sadio e seja um adulto seguro para se lanar no mundo sem medos dos obstculos e limitaes provenientes de uma vida cheia de excluses.
Resumo:
Configura-se como objeto desta pesquisa: o propsito do enfermeiro ao desenvolver aes de precauo de contato junto ao acompanhante de criana internada em uma unidade peditrica. Objetivo: Apreender a contribuio do enfermeiro quando desenvolve aes de precauo de contato junto ao acompanhante de criana internada em uma unidade peditrica. Estudo qualitativo, cujo referencial metodolgico foi fenomenologia sociolgica de Alfred Schutz. O cenrio foi uma unidade de internao peditrica de um hospital escola de uma universidade pblica situada no municpio do Rio de Janeiro. Os sujeitos foram sete enfermeiros que desenvolvem ou j desenvolveram aes de cuidados voltadas para a precauo de contato junto ao acompanhante de crianas internadas. Para coleta de dados foi utilizada a entrevista fenomenolgica, tendo como questes orientadoras: Fale sobre as aes de precauo de contato que voc desenvolve junto ao acompanhante das crianas internadas em precauo de contato? O que voc tem em vista/ quais suas intenes ao desenvolver essas aes de precauo de contato junto ao acompanhante das crianas internadas na unidade peditrica? Esta pesquisa foi aprovada pelo Comit de tica da instituio, cenrio do estudo, com o nmero 15/11. A anlise dos dados se deu aps deixar de lado meus pressupostos e ouvir atentamente o que foi dito pelos sujeitos para apreender o tpico da intencionalidade dos enfermeiros. Neste sentido, emergiram 2 (duas) categorias analticas: Evitar infeces cruzadas entre crianas em precauo de contato com a participao dos acompanhantes e evitar infeco sem perder de vista a proteo psico-social da criana. A primeira categoria apontou que os enfermeiros desenvolvem aes de precauo de contato junto aos acompanhantes de crianas internadas com o objetivo de evitar infeces cruzadas. E a segunda, que os enfermeiros tambm desenvolvem aes de precauo de contato visando proteo social da criana, sem perder de vista aspectos importante de seu desenvolvimento infantil, como o brincar e as brincadeiras. Conclui-se que as aes do enfermeiro com vistas precauo de contato estiveram pautadas em dois aspectos: o biolgico e o psico-social da criana. No que tange aos aspectos biolgicos, as aes dos enfermeiros estiveram pautadas nas recomendaes contidas em protocolos assistenciais e nas rotinas do hospital. Com relao aos aspectos psico-sociais, as aes dos enfermeiros pautaram-se para alm das recomendaes contidas nesses protocolos e nessas rotinas. No processo de internao dessas crianas, os enfermeiros compreendem que apesar delas se encontrarem em precauo de contato, o brincar uma atividade essencial sua sade fsica, emocional e intelectual. Para tanto, utilizam-se de estratgias que favorecem o brincar e a brincadeira. Portanto, o estudo revelou o olhar consciente do enfermeiro acerca das medidas de precauo de contato junto ao acompanhante e a criana internada e apontou a necessidade de reformulao das polticas pblicas voltadas para a preveno de infeco hospitalar.
Resumo:
Pesquisa piloto de interveno com dados prospectivos, grupo nico de interveno, cujo desfecho a medida da dor de mulheres em trabalho de parto. Apresenta como objetivo discutir os efeitos da crioterapia no alvio da dor das parturientes. Como referencial terico este trabalho apresentou o descrito por Soares e Low, onde se encontra que os mecanismos de ao do gelo para alvio da dor propiciam o decrscimo da transmisso das fibras de dor, a diminuio da excitabilidade nas terminaes livres, a reduo no metabolismo tecidual aumentando o limiar das fibras de dor e a liberao de endorfinas. Baseou-se ainda nos princpios da desmedicalizao e do emprego de tecnologias no-invasivas de cuidado de enfermagem obsttrica conforme descritos por Vargens e Progianti. A pesquisa foi realizada no Centro Obsttrico do Hospital Municipal Maternidade Carmela Dutra, no Rio de Janeiro de abril a agosto de 2011. O gelo foi aplicado, utilizando-se para tal uma bolsa-cinta ajustvel regio traco-lombar de 36 gestantes. A bolsa/cinta descartvel, de tecido TNT, com abertura na parte superior para introduo de gelo picado envolto em plstico. As aplicaes se deram aos cinco centmetros de dilatao do colo uterino; e/ou aos sete centmetros de dilatao do colo uterino; e/ou aos nove centmetros de dilatao uterina, totalizando ao final das trs aplicaes um tempo de 60 minutos, que corresponde ao somatrio de 20 minutos para cada uma. O gelo foi produzido em frma exclusiva para o projeto, em freezer da unidade. Os dados referentes avaliao da dor foram coletados atravs de entrevista estruturada guiada por formulrio previamente elaborado. Os resultados evidenciaram que a crioterapia produziu extino ou alvio da dor quando aplicada na regio traco-lombar das parturientes aos cinco, sete ou nove centmetros de dilatao do colo uterino, dando-lhes maiores condies de vivenciar o seu trabalho de parto; produziu um relaxamento geral e local (na regio lombar) das parturientes; no interferiu na dinmica uterina e, no causou dano ao binmio me-filho. Concluiu-se que a crioterapia, na forma como descrita no presente estudo, pode ser considerada uma tecnologia no-invasiva de cuidado de enfermagem obsttrica para alivio da dor no trabalho de parto.