127 resultados para Histórias em quadrinhos Japão


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Esta dissertao surgiu a partir do desejo de contar a minha experincia como professora de Educao de Jovens e Adultos, como eu a vivi, o que aprendi e o que ainda quero descobrir. nesta medida que, atravs deste trabalho, pesquisei e ouvi os relatos dos professores, pensando em suas prticas cotidianas, suas subjetividades e suas relaes com os contedos escolares e com os saberes dos alunos, buscando identificar prticas emancipatrias em seus processos educativos cotidianos. As vozes dos alunos, tornam-se audveis tambm, atravs das narrativas de suas vivncias, que permitem, tambm, identificar atividades emancipatrias em meio aos seus processos de aprendizagem. Narrativas de alunos e narrativas de professores se entrelaam criando uma trama da memria cotidiana, sobre a qual Nilda Alves (2008) chama a ateno por ser uma narrativa no linear e sujeita a diversas interrupes e introdues de outras histórias paralelas. Dessa forma, busquei fazer um entrelaamento entre narrativas de professores e alunos, procurando tecer uma rede a partir da narrativa da vida e da literaturizao da cincia.

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O presente trabalho objetiva compreender como a temtica afrobrasileira era abordada nos cotidianos do Curso de Pedagogia, campus I, da Universidade Estadual da Paraba. A questo norteadora da pesquisa foi descobrir como professoras e estudantes negras se sentem e enfocam essa temtica nas suas redes de conhecimentos, prticas e relaes. Para tanto, foi preciso adentrar na histria do povo negro no Brasil a partir da luta dos movimentos sociais negros buscando entender as noes de raa, racismo, identidade e os limites da educao do/a negro/a ao longo da histria brasileira. Neste percurso se dialoga com diversos estudiosos/as como: Santos (2002), Viana (2007), Oliveira (2003, 2006, 2007, 2008), Fernandes (2007), Domingues (2009), Munanga (2002, 2006, 2009), Veiga (2007, 2008)), Pereira (2008, 2009), Gomes (2003, 2006, 2008), Morin (2000), Hall (2003), Moreira e Cmara (2008), dentre outros. Exemplificando a luta e a resistncia de mulheres negras so apresentadas as histórias de vida de quatro professoras e quatro estudantes negras, praticantes (CERTEAU, 2007), sujeitos da pesquisa, que expem o processo de tessitura de suas identidades. Suas narrativas evidenciam indcios de racismo e discriminao que marcaram suas trajetrias, desde o seio familiar, fortalecendo-se na escola, na academia e, para algumas, chegando at o ambiente de trabalho. Uma das professoras a pesquisadora que, medida que narra a histria de vida das praticantes, tece sua prpria histria, como mulheres costurando uma colcha de retalhos em que cada estampa retrata os momentos vividos. A metodologia de pesquisa nos/dos/com os cotidianos (ALVES, 2008) foi o caminho percorrido. Alm da observao dos cotidianos, foram realizadas conversas (LARROSA, 2003) sobre as histórias de vida (BOSI, 2003; PORTELLI, 1997) e tecidas as narrativas a partir dessas vivncias. Estas revelaram que tais mulheres, ao longo de suas histórias, viveram/vivem processos de afirmaonegao, visto que suas identidades no so fixas, mas negociaes e renegociaes (MUNANGA, 2010) que geram alegrias e conflitos. O entendimento do que Ser Negra experimentado por cada uma, sem um modelo padro para suas existncias. Elas foram se gerando nas relaes com o/a outro/a, em cada contexto familiar, escolar, acadmico e profissional. So senhoras de suas vidas e mesmo as mais jovens buscam fazer suas histórias com autonomia. So praticantes porque lutaram/lutam para conquistar um lugar na vida, utilizando astcias e tticas para fabricar (CERTEAU, 2007) meios de enfrentamento das adversidades. As tticas do silncio, do estudo e do trabalho revelaram que essas mulheres no ficaram invisveis nem se colocaram como vtimas no espao social. Assim, urge delinear a superao da viso da pessoa negra a partir dos traos fsicos e reconhecer as razes do povo brasileiro para compreender a histria da negritude. A partir da ancestralidade, sero identificadas as origens do povo negro, que podero trazer o passado de resistncia e luta por liberdade, dignidade, cidadania que produzem o orgulho de ser negra. Orgulho que recupera a autoestima e a capacidade de organizao e mobilizao para combater o racismo e as desigualdades raciais. Os cursos de formao docente precisam abordar essa temtica para capacitar os/as futuros/as professores/as nessa tarefa. Essa abordagem envolve o ensinaraprender, em que professores/as e estudantes assumem compromisso com uma educao crtica e inclusiva. A reflexo entre os/as docentes formadores/as nessa perspectiva plural e intercultural poderia ajudar na superao do eurocentrismo ainda presente nos contedos e nas mentalidades. Sob essa tica, tecer um processo de formao docente no Curso de Pedagogia, comprometido com uma educao inclusiva, considera um contnuo fazerdesfazer, na tessitura de um dilogo permanente entre a prticateoriaprtica, num movimento de pesquisainterveno. Isso implica a reflexo da trajetria pessoal e coletiva e a articulao da ao pedaggica com um projeto poltico de transformao da sociedade excludente em sociedade plural e solidria. Os no ditos necessitam de aprofundamento em trabalhos posteriores, pois os silenciamentos se referem ao passado prximo e as relaes interraciais na famlia, na academia e tambm nos ambientes de trabalho. Ser que no existe mais racismo? Ou este foi naturalizado dificultando sua identificao nos cotidianos? Os limites do processo de introjeo do racismo, que provocam a invisibilidade de algumas praticantes, so novos desafios para estudos futuros. Assim, percebo que colcha de retalhos tecida ao longo desta trajetria no justaposio como usualmente entendida. Para alm disto, significa a socializao das experincias vividas nos cotidianos das praticantes, a fim de inspirar atitudes de combate ao racismo que se ampliem para o contexto social.

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Partindo da perspectiva evolucionista da psicologia, que oferece uma compreenso filogentica dos comportamentos de cooperao e compartilhamento como decisivos para o processo adaptativo da espcie humana, e de um olhar ontogentico sobre o desenvolvimento moral, que aporta a dimenso cultural na qual esses comportamentos sociais so ainda hoje necessrios para a vida harmoniosa em sociedade, o sentido de propriedade se destaca como um tema pouco estudado, porm de grande relevncia, uma vez que a insero da criana na cultura adulta de negociao e de trocas sociais depender do desenvolvimento do sentido de propriedade. A depender do ambiente e da interveno de adultos com quem a criana convive, o desenvolvimento da noo de posse tender mais ou menos a comportamentos coletivistas. Com o objetivo de observar o impacto da escola sobre o desenvolvimento do sentido de propriedade em crianas entre cinco e oito anos de idade, foi desenvolvido um estudo correlacional que demonstrou haver diferenas estatisticamente significativas entre o desenvolvimento da noo de posse em crianas que frequentam uma escola de metodologia tradicional e crianas que assitem a uma escola de metodologia alternativa. Foram abordadas 78 crianas divididas em dois grupos. Um grupo de 38 crianas de uma escola tradicional e outro grupo de 40 crianas de uma escola alternativa. O procedimento consistiu na contao de quatro histórias, na quais os personagens se relacionam de diferentes maneiras e acabam por disputar um mesmo objeto. As crianas opinaram de quem elas achavam que era o objeto, quem elas achavam que merecia ficar com o objeto, e, ento, entregaram elas mesmas o objeto ao personagem escolhido. Existindo as opes de dar para ningum ou para ambos. De modo geral, o grupo de crianas da escola alternativa recorreu ao compartilhamento do objeto entre ambos os personagens em um maior nmero de situaes, quando comparadas s crianas da escola tradicional. O que revela ser o contexto da escola alternativa mais propcio aos comportamentos sociais de cooperao e compartilhamento, uma vez que eles fazem parte do cotidiano das crianas neste contexto escolar. Os resultados aqui desvendados corroboraram a hiptese inicial do estudo e encontraram respaldo na literatura. Espera-se, com isso, fortalecer o debate sobre os processos de escolarizao com argumentao a favor dos contextos escolares inovadores e enriquecer os conhecimentos empricos acerca do desenvolvimento do sentido de propriedade.

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O estudo desenvolvido nesta Tese de Doutorado trata da anlise crtica da esttica dos conceitos: forma, tectnica, funcionalidade, semitica e afetuosidade, no mbito da arquitetura, no programa de museus de arte contempornea e centros culturais. Os museus de arte contempornea e centros culturais, estudos de caso, selecionados para nossa Tese de Doutorado foram inaugurados na dcada de 1990. Como segue: Centro Cultural Jean-Marie Tijibaou (Nova Calednia, Frana), de Renzo Piano; Museu de Arte Contempornea de Naoshima (Japão), de Tadao Ando; Museu Guggenheim Bilbao (Espanha), de Frank O. Gehry; Museu de Arte Contempornea Fundao Serralves (Portugal), de lvaro Siza Vieira; Museu de Arte Contempornea de Niteri (Brasil), de Oscar Niemeyer; Fundaci Museu d'Art Contemporani de Barcelona (Espanha), de Richard Meier; Museu de Arte Contempornea Carr d'Art de Nimes (Frana), de Norman Foster; Museu de Arte Contempornea de Lyon (Frana), de Renzo Piano; Centro Cultural Consonni (Espanha), ausncia de um arquiteto autor do projeto. Tanto os estudos de caso como os arquitetos, autores dos projetos, so considerados de destaque no panorama da arquitetura internacional erudita contempornea. Os tericos que forneceram a fundamentao conceitual deste estudo multidisciplinar so, em primeiro lugar, o Professor Catedrtico Luiz Felipe Bata Neves Flores (Transdisciplinaridade) alm da Professora Catedrtica Maria Luisa Amigo Fernndez de Arroyabe (cio Esttico) e ainda, os tambm importantes, Manuel Cuenca Cabeza (cio Humanista), Charles Jencks e Gonalo Miguel Furtado Cardoso Lopes (Crtica de Arquitetura), Jess Pedro Lorente, Chris van Uffelen e Roberto Segre (Museus de Arte Contempornea).

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O presente trabalho tem como foco a questo da permanncia dos alunos adultos do ensino noturno. Este estudo busca analisar as razes da permanncia escolar entre os adultos, por meio do estudo de suas narrativas quanto s trajetrias de vida, expectativas escolares, razes de seu retorno escola e os sonhos que acalentam sobre o universo escolar. uma pesquisa, portanto, que se realiza com uma perspectiva qualitativa. Os alunos pesquisados participam da Escola Municipal Nsia Vilela Fernandes, escola da rede pblica de Duque de Caxias, municpio da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. A escola pesquisada oferece o ensino fundamental em 4 turnos (7h as 11h; 11h as 15h; 15h as 19h; 19h as 22h) onde a organizao das anos iniciais e do ensino noturno em ciclos. Os adultos, por conta da poltica educacional local, foram includos no ensino regular noturno como uma das estratgias de incluso no financiamento do FUNDEF (atualmente estratgia desnecessria com a criao do FUNDEB). Por que os alunos pesquisados permanecem na escola? Quais os significados da escola para estes alunos em suas Histórias de Vida? Quais relaes mantiveram com a escola enquanto crianas e jovens? Quais expectativas mantm em relao ao processo de escolarizao? Como rompem com os desafios familiares e profissionais para estarem na escola? Estas questes so trabalhadas com auxlio de conceitos como pobreza (SANTOS, Milton, 2008; SANTOS, Boaventura de Souza, 1995, 2007; TELLES, 2008), religiosidade (TEIXEIRA, 2006; MENEZES, 2006; NOVAES, 2006; LAHIRE, 2006/08; BOURDIEU, 1997/8/9, 2001;) e processo de socializao escolar (LAHIRE, 2006/08; DUBET, 2004/08; BOURDIEU 1997/8/9, 2001; FREIRE, 1979, 1981/8, 1991/3/4 e 2000)

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Mar me quer, do escritor moambicano Mia Couto, uma narrativa cuja edio que se tem disponvel para compra no mercado editorial 24,5cm de altura por 17,3cm de largura; capa dura, em fundo verde vibrante, com ilustrao colorida; oito ilustraes de Joo Nasi Pereira, ao longo de seus oito captulos; sessenta e oito pginas totais, contando, dentre elas, as pginas de ilustraes e as em branco inscreve-se, desde sua apresentao fsica, no entrelugar da literatura destinada ao pblico infantil ou juvenil. Ao seu formato dissimulador, acresce a manifestao, em variados momentos e em diferentes categorias da narrativa aes, personagens, espaos e tempos , do inslito ficcional trao desestabilizador da mimeses realista, comprometida com a realidade emprica, senso comum , realando um carter fantasista de ordenao metaemprica da realidade, no plano do discurso ficcional que permite situar a obra tanto no universo j prenunciado das literaturas infantil ou juvenil, quanto no seio das vertentes literrias do fantstico sentido lato. Um percurso pelos fios das histórias de Zeca Perptuo e Luarmina, personagens centrais da narrativa, conduz a um passeio pelos mares dessas literaturas em que irrompe o inslito, levando a que leiam as tenses emergentes de um mundo repleto de mitos, lendas e crenas, terra telrica de frica, Moambique

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O tema central da pesquisa foi pensar a famlia partindo do ponto de vista de crianas: como crianas, enquanto sujeitos sociais que so, esto compreendendo e experimentando o que famlia. A ideia de entrevistar crianas partiu da suposio de que estas esto vivenciando muitos modelos de famlias diferentes dos tradicionais e, possivelmente, sem o cunho de novidade, diferena ou estranheza. Acreditamos que escutar as crianas justamente alcanar um discurso que no ocupa um lugar de destaque, um lugar oficial, mas nem por isso menos importante. Levando em considerao a tenso entre entender criana como faixa etria e pensar atravs de um devir-criana que pode estar em qualquer um de ns, optamos por entrevistar 22 crianas de idade entre 6 e 11 anos, contabilizando 6 grupos. Inspirada na Cartografia, que compreende a pesquisa como ocorrendo num espao do meio, onde no h polos estveis sujeito-objeto, mas que a pesquisa se constri em conjunto. Essa perspectiva nos fez eleger como dispositivo o formato de entrevistas em grupo, onde era pedido que desenhassem sua prpria famlia ou uma famlia. Para as crianas entrevistadas, a vivncia pessoal parece ser o molde para a construo do sentimento de unio e pertinncia que se carrega ao longo da vida, cujos critrios variam de acordo com as histórias de cada um. A noo de processo de subjetivao presente no pensamento de Michel Foucault foi importante instrumento conceitual para compreender as ideias de famlias que emergiram dos depoimentos das crianas entrevistadas. Percebemos atravs das afirmaes dessas crianas que h um jogo onde elas experimentam possibilidades de sentido para conjugar aspectos que consideram importantes do que seja famlia: afeto, convivncia, relaes sanguneas, que se combinam no que denominamo s camadas de famlia. As crianas parecem gozar de certa liberdade para inventar e definir categorias, testando tambm critrios comuns cotidianos que ajudam a incluir e/ou excluir membros. Foi marcante uma extrema flexibilidade na escolha dos critrios, um momento devir-criana, aberto a novas possibilidades, ao singular que se criava na interao coletiva. Ao focalizarmos os critrios sugeridos pelas crianas, ficamos com a impresso de que elas nos oferecem um olhar mais rizomtico (Deleuze e Guattari) em direo s famlias. O trabalho incorpora uma anlise do percurso da pesquisa que descartou questes e priorizou outras, a partir da anlise de implicao da pesquisadora no processo desde que a pesquisa comeou a ser pensada at a interveno realizada.

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O tema das mulheres e sua relao com a guerra e a poltica comeou a ser investigado na Colmbia durante a ltima dcada. Com o objetivo de colaborar para a compreenso deste fenmeno mais especificamente, a participao de mulheres em grupos guerrilheiros , nesta dissertao se busca analisar a trajetria de vida de cinco mulheres que ingressaram no Exrcito de Liberao Nacional entre os anos de 1980 e 1990. As categorias centrais manejadas neste trabalho foram: trajetrias de vida, gnero e conflito armado, concepes desenvolvidas com base nos postulados tericos de Joan Scott e Pierre Bourdieu. Metodologicamente foram utilizadas ferramentas da histria oral na abordagem dos relatos de histórias de vida com o fim de traar pontes entre o sujeito, as condies sociais e a estrutura. Da mesma forma, realizou-se uma anlise do Exrcito de Liberao Nacional como um campo social a partir do qual se pode abordar as relaes entre homens e mulheres em temas como sexualidade, maternidade, relaes de casais e referentes identitrios. Enquanto se avanou em direo a uma aproximao histria dessas cinco mulheres dentro do grupo guerrilheiro, surgiram novas perguntas relacionadas com a trajetria poltica de cada uma delas no mbito da vida civil.

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O trabalho analisa, na obra Grande Serto: Veredas de Joo Guimares Rosa (1956), elementos discursivos indicadores de um modo de narrar que ficcionaliza, tanto na forma quanto no teor de sua mensagem, manifestaes do sagrado originrias da Antiguidade grega e da tradio judaico-crist. A partir da analogia entre a obra de Guimares Rosa e a Odisseia de Homero, tornam-se evidentes vestgios do pico e de modelos clssicos de narrativa que, revestidos do peculiar trabalho da linguagem rosiana, adensam a complexidade do romance. O paralelismo com as Sagradas Escrituras, mais difuso, projeta as aes num patamar dramtico, em que se decidem o destino das personagens e a solenidade do discurso memorvel. A fundamentao terica articula o pensamento de Erich Auerbach, Andr Jolles, Rudolf Otto e tambm de estudiosos que se dedicaram obra do autor mineiro, como Kathrin Rosenfield. Esse recorte mostrou a presena do sagrado em microclulas entretecidas ao emaranhado de histórias e causos que costuram a obra prima de Rosa. A cicatriz da Tatarana alude cicatriz de Ulisses, sinal revelador da identidade do heri grego e que, no caso do jaguno Riobaldo, desoculta um amor negado por meio da purgao do passado, elaborada numa conversa "unilateral com um suposto interlocutor. Em linguagem mtica e mgica, a figura nebulosa de Diadorim funciona como ndice de ambiguidade e, ao mesmo tempo, da revelao alcanada atravs da morte. A pesquisa, por seu turno, segue as veredas abertas pelo estudo de Tereza Virgnia Ribeiro Barbosa a respeito das mulheres vestidas de sol, metfora relacionada a Medeia, mas que se projeta na Virgem Maria e numa linhagem de figuras femininas da Amrica Latina ligadas ao sagrado. Verificamos, na perspectiva das transferncias culturais do tipo passado mstico-mistrico/posteridade fabular, que o discurso de Riobaldo atravessado por micronarrativas de longa tradio que sincretizam diferentes smbolos exotricos. O trabalho encerra sua investigao desvendando a dualidade do serto rosiano, onde impera o embate entre f e ceticismo, a dvida e a razo, o amor e o dio, o masculino e o feminino, que resulta no inacabado, na travessia, a vida como metfora, no campo das infinitas possibilidades do homem humano

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Essa dissertao, que se organiza a partir de trs eixos temticos - a memria, envelhecimento e samba -, foi realizada, sobretudo, a partir da observao do cotidiano de um grupo especfico: os idosos que fazem parte da ala da Velha Guarda das escolas de samba do Rio de Janeiro. O objetivo primordial verificar como esse grupo se constitui a partir de mltiplos trabalhos da memria como guardies das tradies do samba carioca. Para isso, dividimos o trabalho em quatro captulos, cada um deles enfocando um dos significantes da pesquisa. Assim, no primeiro apresentamos o objeto central, no caso, os dez idosos pertencentes Velha Guarda e que foram entrevistados, a partir dos pressupostos tericos da Histria Oral, e que vo construindo narrativas significativas do si e do outro em torno da de um territrio especfico, o mundo do samba. Nos captulos subsequentes a questo terica do envelhecimento e da memria construda de maneira entrelaada mais uma vez a partir de fragmentos narrativos dos idosos. Como metodologia privilegiada, alm das tcnicas de entrevista da Histria Oral, utilizamos os pressupostos da anlise etnogrfica. As histórias de vida so compostas ao lado da observao participante em diversas reunies realizadas pelos idosos, sobressaindo-se aquelas de carter festivo. As festas que organizam semanalmente, constituindo em lugares de prticas de sociabilidades particulares, so o ponto alto da aplicao da metodologia, feita atravs da observao participante e da construo de dirios de campo. Alm disso, tivemos a preocupao de registrar em imagens esses momentos, figurando elas no trabalho no como meras ilustraes, mas como uma narrativa peculiar desses momentos significantes dos idosos em sua relao com a memria e o samba.

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Minha tese teve como base a busca de imagens de mulheres negras, para tentar contar uma histria, aquela que aparece em lbuns e histórias para jovens e crianas. Essas imagens me indicam possibilidades para a aplicao da Lei n 10.639/3. Nesses espaostempos to plurais, repletos de cores, identidades e significados podemos trabalhar de uma maneira simples seguindo um currculo nico? A tese principal da minha pesquisa buscar entender a importncia dessas publicaes que crescem significativamente em nosso pas, nos ltimos anos, em prticas curriculares possveis. Esse aumento de produes de lbuns, conjugado a uma forte vertente editorial visando publicao de literatura que resgata a histria da frica, reforado por uma linha voltada para o pblico infanto-juvenil se relaciona expanso de aes de movimentos sociais, relacionados igualdade social de negros. Tudo isto reforou a necessidade de um comprometimento governamental, atravs de leis, decretos e reformas educacionais. Desse modo pesquisei, utilizando esse material, buscando compreender sua importncia para a discusso da questo da educao tnico-cultural e racial e na desconstruo social do preconceito e da discriminao racial direcionados populao negra. Nossa base terica se encontra em Stuart Hall, Franz Fanon, Kabenguele Munanga, Nilma Gomes, Raul Lody, Nilda Alves, Michel de Certeau, Boris Kossoy, Arlindo Machado, Armando Silva, entre outros tantos.

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Este trabalho problematiza a experincia migratria do estudante de ps-graduao participante de programas de intercmbio internacional, entendendo que este um trabalhador cognitivo que sofre a extrao de sua fora de trabalho segundo os mesmos padres sofridos pelos demais trabalhadores, regulado pela universidade que tem sido atravessada por uma lgica administrativa repleta de imperativos de normatizaes, padres de eficincia e modelos bem-sucedidos. A partir da articulao entre a Anlise Institucional, Filosofia da Diferena e Autonomia das Migraes, discute analisadores que atravessam a formao, como o efeito lattes, que incita o produtivismo; a tara contempornea que nos impele a um estado permanente de formao; o aumento de programas de intercmbio internacional, que tornam-se mais uma griffe em busca do status de excelncia, e o processo de xodo de crebros, caracterizado pela migrao de trabalhadores qualificados que no encontram, em suas cidades ou pases, oportunidades para canalizar sua qualificao. Estes processos so analisadores de uma poltica que incita o processo de circulao, e tambm a delimita e a esquadrinha, como pode ser percebido pelas experincias dos sete estudantes que compuseram as travessias em estudo, cujos vestgios deixados pelos fragmentos das histórias/ modos de funcionamento encarnaram os personagens conceituais, conforme Deleuze. As experincias de intercmbio internacional exprimem o mais alto grau da exigncia do atual modo de subjetivao acadmico por sua caracterstica de se dar como longa imerso e em pas estranho capaz de graves efeitos positivos e negativos em sua subjetivao, denotando que o paradoxo e o sofrimento so constitutivos da migrao e da formao.

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As narrativas Dois irmos e rfos do Eldorado, de Milton Hatoum, esto cercadas pelo ambiente dos rios, espao fluido, aquoso, profundo, que representa o limite entre a vida e a morte. O rio, cenrio mtico, simblico para o material ficcional das narrativas, metaforicamente tambm pode ser entendido como o lugar mais ntimo e profundo do ser, onde os personagens so levados a uma imerso, um voltar-se para si mesmo. Espao de transcendncia, permitida pelo mergulho na memria, que, assim como os rios, dinmica, instvel, fluida. Temos nos livros de Hatoum narradores em primeira pessoa que se dedicam a recompor os fios dos tempos atravs de relatos, num processo solitrio, por vias da memria. Eles fazem um mergulho no ntimo do homem e descobrem sua condio humana, frgil. Num trabalho de catarse e de autorreflexo, alimentado pela memria, eles se descobrem estranhos a si mesmos, uma vez que, ao reconstruir a prpria histria, o sujeito est calcado no momento presente. O eixo temporal da narrao , desse modo, presente-passado. Nesse sentido, h importncia em compreendermos que a memorizao exige estratgias. Os contos, os ritos, os mitos, as fbulas fazem parte desse conjunto de estratgias, que, atravs de imagens e smbolos, transmitem, de gerao em gerao, a realidade de um povo, em tempo e espao diferentes. verdade que os narradores de Dois irmos e rfos do Eldorado contam histórias particulares, mas eles o fazem se valendo dos elementos de que a memria individual e coletiva dispem, memrias estas permeadas pelo ambiente em que esto inseridos. Entendemos, portanto, que estudar a memria estudar a cultura e a histria vivida de cada sujeito e de seus grupos. Quando se entende que a memria de um indivduo tambm a de sua regio e dos grupos de que faz parte, considera-se o processo memorialstico como uma construo coletiva. Isso significa que a memria individual parte da memria coletiva. Desse modo, nos textos estudados, pelo vis da memria que se entrelaam espaos e tempos num lugar em que o rio se coloca entre os mundos narrados

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Esta tese trata da relao entre violncia, sofrimento, fotografia e memria, a partir do noticirio de violncia na cidade do Rio de Janeiro e da participao dos familiares de vtimas de casos noticiados em movimentos contra a violncia. Para compreender esse universo, descrevo e analiso os discursos textuais, visuais e emocionais dos familiares de vtimas e, tambm, dos fotojornalistas. As notcias de violncia, segundo Luc Boltanski, so uma forma de denncia e de converso dos casos individuais em causas coletivas. Essas so tomadas como um primeiro registro da violncia que se transforma em um lugar de memria desses acontecimentos na cidade. A partir de notcias e histórias narradas pelos entrevistados foram construdos pequenos quadros de memria que contam o processo vivido pelos familiares aps a violncia. Esse processo iniciado por uma violncia original se converte, ao longo do tempo, em lutas individuais e coletivas. O tempo torna-se um agente que trabalha nas relaes, nas emoes e na memria. Ele transforma os sentidos da experincia violenta e constri a identidade de familiar de vtima e as relaes entre eles, moldando comunidades emocionais. Essas comunidades apiam os familiares em seu restabelecimento emocional e social e na luta para conquistar o direito de justia. Diante da morte violenta, essas lutas agenciam o surgimento de novas violncias e a chegada de novos familiares de vtimas em meio s memrias individuais e coletivas.

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Os ungulados viventes (Cetartiodactyla e Perissodactyla), nas regies estudadas, so representados por 11 gneros e 24 espcies. O presente estudo prope reconhecer os padres de distribuio destas espcies, a partir da aplicao do mtodo pan-biogeogrfico de anlise de traos. Este mtodo auxilia no entendimento a priori dos padres congruentes de distribuio e numa compreenso de padres e processos de diferenciao geogrfica no tempo e no espao, reconstruindo a biogeografia de txons. Em relao a aspectos conservacionistas, o mtodo foi aplicado na identificao de reas prioritrias para conservao. A aplicao do mtodo consiste basicamente na marcao das localidades de ocorrncia dos diferentes txons em mapas, sendo estas localidades conectadas por intermdio de linhas seguindo um critrio de mnima distncia, resultando nos chamados traos individuais que foram plotados nos mapas de biomas da Amrica Central e do Sul do programa ArcView GIS 3.2. A superposio destes traos individuais define um trao generalizado, sugerindo uma histria comum, ou seja, a preexistncia de uma biota ancestral subsequentemente fragmentada por eventos vicariantes. A interseo de dois ou mais traos generalizados corresponde a um n biogeogrfico, que representa reas compostas e complexas, nas quais se agrupam distintas histórias biogeogrficas. Para a anlise pan-biogeogrfica foi utilizado o software ArcView GIS 3.2 e a extenso Trazos 2004. A partir da superposio dos 24 traos individuais, foram reconhecidos cinco traos generalizados (TGs): TG1, Mesoamericano/Choc, composto por Mazama pandora, M. temama e Tapirus bairdii; TG2, Andes do Norte (Mazama rufina, Pudu mephistophiles e Tapirus pinchaque); TG 3, Andes Centrais (Hippocamelus antisensis, Lama guanicoe, Mazama chunyi e Vicugna vicugna) ; TG4, Patagnia chilena (Hippocamelus bisulcus e Pudu puda).; TG5, Chaco/Centro oeste do Brasil (Blastocerus dichotomus, Catagonus wagneri e Ozotocerus bezoarticus); e um n biogeogrfico em Antioquia no noroeste da Colmbia. As espcies Mazama americana, M.bricenii, M.goazoubira, M.nana, Tapirus terrestris, Tayassu pecari e T. tajacu no participaram de nenhum dos traos generalizados. Os padres de distribuio formados a partir dos traos generalizados indicam que os ungulados viventes sofreram uma fragmentao e diferenciao no Pleistoceno, relacionadas a eventos histricos ocorridos na regio Neotropical, na Zona de Transio Sul-americana e na regio Andina, explicados pelos movimentos ocorridos nas Zonas de Falhas Tectnicas da Amrica Central e do Sul, por vulcanismo e pelas mudanas climticas. A formao do plat Altiplano-Puna revelou ser uma barreira geogrfica, tanto em tempos pretritos como em tempos atuais, para a maioria da biota sul-americana, com exceo dos cameldeos, que habitam estas reas da Argentina, do oeste da Bolvia e sudoeste do Peru. O n biogeogrfico confirmou a presena de componentes biticos de diferentes origens, constituindo uma rea com grande diversidade biolgica e endmica, sugerindo assim uma unidade de conservao no noroeste da Amrica do Sul.