287 resultados para Arte e globalização Teses
Resumo:
No contexto de avano da globalização, o Investimento Estrangeiro Direto (IED) mostra-se como um dos principais veculos para a insero internacional dos pases. Como os objetivos das empresas transnacionais e dos Estados hospedeiros no so os mesmos, h a necessidade de adoo de polticas que levem convergncia. No plano legal, observou-se nas ltimas dcadas a consolidao do regime internacional dos investimentos, com o crescimento exponencial do nmero de tratados de investimento e de arbitragens investidor-Estado fundadas nos mesmos. Mas h insatisfaes de parte a parte com o sistema. Por um lado, os pases tentam limitar o ativismo dos rbitros mediante a reviso de seus tratados. Por outro, tanto os investidores como os Estados comeam a perceber que no h vencedores reais na arbitragem, dadas as suas diversas deficincias. Nomeadamente: custos elevados, longa durao, incoerncia nas decises e desgaste para as relaes investidor-Estado no longo prazo. Nesse diapaso, surgem propostas de alternativas. Pensadores do sistema, valendo-se do Planejamento de Sistemas de Disputas, tm desenvolvido Polticas de Preveno de Controvrsias. Tais polticas fundamentam-se nas dinmicas de busca de solues baseadas em interesses contrapostas s baseadas na fora e nos direitos seguindo processos de administrao precoce de conflitos. Diversos pases, em diferentes nveis de desenvolvimento, tm tido xito na implementao dessas polticas. A difuso das melhores prticas, movimento apoiado por organizaes internacionais, oferece oportunidades para a melhora da governana, atravs da promoo de maior coerncia e coordenao nas aes do Estado, da transparncia e do imprio da lei. O tema de interesse para o Brasil, pas que, diferentemente dos demais, nunca ratificou um nico tratado de investimento. Isso porque j surgem vozes na indstria clamando por uma mudana de posio, diante da emergncia do pas tambm como um exportador de capital. Caso tal inflexo se confirme, o Brasil tem a oportunidade de tomar partido das melhores experincias internacionais, usando tais tratados como instrumentos na sua estratgia de desenvolvimento.
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O objetivo desta dissertao propor uma viso afirmativa dos narradores-protagonistas dos romances do escritor Joo Gilberto Noll, oferecendo um contraponto crtica que, ao inserir esses narradores-protagonistas na tendncia niilista contempornea de apagamento diante do outro e do mundo, os classifica como fracos. A partir da anlise dos romances Hotel Atlntico (1986), Harmada (1993), A cu aberto (1996), Berkeley em Bellagio (2002), Lorde (2004) e Acenos e afagos (2008), caracterizaremos o sujeito nolliano como um sujeito forte, que chamaremos aqui de sujeito dionisaco. Este sujeito prescinde de uma identidade fixa e bem delimitada e, portanto, dispensa quaisquer tipos de espelhos da conscincia, da identificao, da idealizao. Em vez de atribuir-se a si mesmo uma subjetividade ou um rosto, este sujeito se reconhece na sua existncia mais primordial: o seu corpo indomvel, que, diferente do corpo/imagem da lgica do esteticismo generalizado, refora o carter mltiplo e instvel do sujeito, lembrando que ele regido no pela sua vontade prpria, mas sim pela dinmica da vontade de potncia. Apesar de remeter sempre ao corpo, a literatura de Noll se revela um convite, tanto aos seus narradores-personagens quanto ao leitor, para uma experincia metafsica
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Esta pesquisa teve por objetivo abrir uma discusso sobre o papel do esporte contemporneo junto ao processo de alienao humana em tempos de domnio do capitalismo monopolista e do fortalecimento da ideologia dominante. Para tal, no primeiro captulo, analisou-se as principais transformaes vividas historicamente pelo capitalismo com a inteno de identificar o impacto do capitalismo monopolista sobre o novo ordenamento da humanidade. No segundo captulo, demonstrou-se como o esporte contemporneo constituiu-se como uma instituio burguesa, socialmente determinada e integrada ao conjunto de normas, ideias e estratgias inerentes ao modo de produo capitalista, participando do processo de mascaramento da questo social. Destaca-se neste captulo o uso de fontes documentais que demonstraram como o esporte contemporneo tem ocupado lugar estratgico tanto junto produo da ideologia dominante, quanto junto ao controle da queda da taxa de lucro. Identificou-se que sob tais condies o esporte contemporneo compe os processos compensatrios frente queda tendencial da taxa de lucro e, ao mesmo tempo, integra-se ao processo de alienao humana, tendo por maior expresso a sua materializao sob a forma dos megaeventos esportivos. Neste ponto, a pesquisa concentra-se na anlise dos megaeventos esportivos no Brasil e na criao das polticas do esporte, desde o primeiro governo Lula da Silva at os dias atuais. Identificou-se que os projetos de desenvolvimento do esporte no pas, no perodo em tela, tm participado do processo de gerenciamento da crise do capital e do refluxo das lutas dos trabalhadores. O ltimo captulo abordou as particularidades que envolvem a ideologia ps-moderna, tendo por objetivo identificar as relaes desta com fenmeno esportivo. Constatou-se que, em tempos de domnio do capitalismo monopolista e de suas polticas neoliberais, as contradies que aguam o processo de alienao sob o qual encontra-se a classe trabalhadora de todo o mundo, coloca a humanidade em um novo patamar de alienao, ainda mais brutal e desumanizador. Nesta conjuntura, o esporte contemporneo destaca-se por ser funcional tanto ao mercado globalizado, quanto ao projeto imperialista, impondo-se como instrumento da conteno de conflitos em nome da tolerncia e da paz no mundo. A presente pesquisa pde concluir que as condies impostas pela fase monopolista do capitalismo ocultam a natureza dialtica do esporte transforma-o num instrumento eficiente ao projeto dominante de incremento da alienao humana. O esporte, sob a forma assumida na contemporaneidade, no contribui para o avano da conscincia da classe trabalhadora, pois vem colaborando para adiamento do projeto de emancipao da humanidade. Projeto este que s ser produzido pela organizao consciente da classe trabalhadora em busca da superao do modo de produo capitalista.
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O objetivo desta dissertao de Mestrado consiste fazer uma leitura da pera Carmen, de Georges Bizet, com a tica do conceito de trgico de Nietzsche. Privilegiamos o conceito abordado nas obras da maturidade, a partir da publicao de Assim falou Zaratustra, quando a viso trgica contextualizada na fisiologia da arte, a filosofia feita com o corpo, o texto da realidade lido pela tica da vontade de poder e o amor fati a mais elevada concepo de amor. Aps a apresentao destes conceitos, foi necessrio investigarmos o contexto da amizade de Nietzsche e Richard Wagner para entendermos no s as afinidades pessoais, como tambm o projeto mtuo de renovao da arte alem atravs do resgate do esprito trgico, que considerava a unio entre filosofia e arte musical. O comprometimento de Wagner com os ideais ascetas, sua converso ao dogma cristo, a composio de sua ltima pera, Parsifal, e o no cumprimento dos ideais reformadores da arte aps a inaugurao do Teatro de Bayreuth, tudo isso decepcionou Nietzsche, levando-o a romper definitivamente esta amizade a partir de 1876. Seus escritos da maturidade so crticas severas ao wagnerianismo, e nesta fase que o filsofo descobre Carmen, elogiando-a em cartas e tambm em O Caso Wagner, um panfleto de 1888, um de seus ltimos escritos, onde rene diversas crticas contra o compositor alemo. Estes elogios exaltam a postura de afirmao da vida e tambm o fatalismo presentes na obra de Bizet, o que a coloca diametralmente oposta s composies romnticas wagnerianas. Tais adjetivaes nos motivaram a pesquisar a possibilidade de Carmen ser considerada uma legtima expresso do trgico na Europa finisecular.
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Este trabalho apresenta uma anlise sobre as singularidades das polticas urbanas atuais e os reflexos dos novos modelos de planejamento urbano na manuteno e reproduo dos espaos de segregao da elite e da classe mdia alta na cidade de Niteri - RJ. Para isso, discutiremos a produo do espao urbano em tempos de globalização, sobretudo no que tange ao advento de polticas pblicas pautadas no modelo de empreendedorismo urbano e no consequente aprofundamento da fragmentao socioespacial. Demonstramos assim, o estabelecimento de uma multiplicidade de plos de iniciativa e deciso nas cidades, envolvendo atores pblicos, semi-pblicos, no-governamentais e privados. Atravs do estudo de caso de Camboinhas no municpio de Niteri RJ e da associao que realiza a gesto deste espao, a Sociedade Pr-Preservao Urbanstica e Ecolgica de Camboinhas SOPRECAM, buscamos compreender a formao de um territrio, e a territorializao dos agentes envolvidos como estratgia que reflete a nova dinmica de produo do espao urbano e dos enclaves territoriais denominados espaos de auto-segregao. A premissa apresentada que, em tempos de globalização, com o advento da governana urbana, a cidade torna-se uma arena onde novos e diferentes atores exercem diferentes e divergentes apropriaes/domnios, acentuando os conflitos/tenses no espao urbano. Nesta perspectiva, os conceitos de territrio e territorialidade so fundamentais para compreenso das estratgias de apropriao dos espaos da cidade e defesa dos interesses privados desses novos atores, refletindo e ampliando a dualizao/fragmentao urbana.
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A presente dissertao tem como objetivo principal problematizar a questo da Literatura Marginal / Perifrica e apresent-la no mbito da Literatura e das Culturas. Para a construo do trabalho, foram utilizados tericos que trabalham e reveem conceitos de cultura, no cristalizados, tais como, Cultura Popular, Cultura de Elite e Cultura de Massa, tendo em vista uma concepo de mercado e de socializao da arte. Ao mesmo tempo, a fim de inserir este novo movimento literrio no mbito das artes e das instituies, foram feitas entrevistas e utilizadas obras literrias de trs autores (Ferrz, Alessandro Buzo e Allan da Rosa) e de uma autora (Elizandra Souza) que atuam na cena literria marginal / perifrica. Para sua concretizao, o estudo toma como referncia as indagaes e as recepes diante das culturas e da indstria cultural, ao traar um panorama de como este movimento vem atuando na Literatura Brasileira Contempornea
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A problemtica da autoria tem ganhado uma nova roupagem na contemporaneidade. No se pode mais reconhecer o poder e a influncia que o autor outrora exercia sobre suas produes artsticas, pois a sua identidade como tal se confunde com a da "pessoa real". Essa questo da identidade autoral ser discutida e problematizada atravs da figura do duplo. O tema do duplo, to caro histria da literatura ser ento empregado como elemento desconstrutor da figura do autor. Esse deixar de ser aquele que carrega consigo uma srie de expectativas e juzos de valor com relao ao conjunto de suas produes, dando lugar ao um outro - o duplo -, estranho ao leitor. Assim, cabe a questo do que restar quando a marca do autor for esvaziada, quantas sero as vozes que abriro caminho ao discurso narrativo e o que ir caracterizar a figura do autor contemporneo. So estas as questes que impulsionaram a redao da presente dissertao. Neste trabalho ser analisada a questo da autoria e da identidade a partir da figura do duplo em dois romances contemporneos, a saber: Budapeste de Chico Buarque de Hollanda e Vom Dorf de Antje Rvic Strubel. A escolha de um romance brasileiro e de outro alemo visa explicitar que a problemtica da autoria uma questo atual e que encontra expresso em diferentes contextos literrios, como o alemo e o brasileiro. A questo complexa e encontra desdobramentos nas novas formas de comunicao e tem relao direta com o processo de globalização. Iremos fazer um recorte transversal abordando a histria do desenvolvimento do duplo na literatura, suas origens, os romances nos quais se manifestam suas diferentes expresses. Em seguida adentraremos o terreno movedio da problemtica da identidade sempre tendo como foco a viso diacrnica da questo e em por fim apresentaremos a constituio histrica da figura do autor e suas implicaes para a crtica literria. Num outro momento verificaremos como esses elementos so expressos nos romances em questo
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da natureza do ser humano encantar-se, ao menos em determinada fase da vida, pela narrativa de um conto de fadas, deixando-se levar pela fantasia da Literatura, acreditando que nas pginas de um livro tudo possvel. Essa crena na fantasia, no entanto, pode no lhes acompanhar a vida toda, uma vez que a passagem da infncia para a adolescncia e a fase adulta, bem como as exigncias do mundo moderno, cerceiam essa capacidade de fantasiar, ao mesmo tempo inata e necessria ao homem. A escola, ento, teria o papel fundamental de preserv-la, perpetuando nos alunos o gosto pela fantasia, to essencial ao seu desenvolvimento cognitivo e psicolgico, alm da percepo esttica; afinal, Literatura arte. Nem sempre isso o que ocorre, e o ambiente escolar torna-se um espao de reproduo de conhecimentos, com o ensino focado na norma gramatical, na historiografia literria, sendo o texto relegado ao simples papel de pretexto para anlises dissociadas do que realmente importa: o texto e os recursos que o compem. No caso da Literatura, arte da palavra, parte-se do pressuposto de que um dos recursos essenciais para sua concepo sejam as metforas, instaurando a fantasia. Chega-se, ento, a um ponto crucial desse trabalho: as metforas so componentes essenciais da fantasia, mas ambas so relegadas pela escola, que no se pauta por um ensino produtivo. Ao invs de compreenderem o potencial metafrico, aos alunos cabe a simplria tarefa de reconhec-las e classific-las. Essas constataes despertaram o desejo de entender melhor a relao existente entre fantasia, metfora e literatura infantil, gerando alguns questionamentos: afinal, o que fantasia? o mesmo que fantstico? A fantasia caracteriza, apenas, a Literatura infantil? Essas indagaes propiciaram reflexes acerca da importncia do texto literrio na sala de aula e no trabalho feito com ele. Assim, lanando teoria um olhar docente, empreende-se uma anlise do livro A casa da madrinha, de Lygia Bojunga, verificando a fantasia presente na obra perfeita fuso entre o real e imaginrio e como ela se instaura: pelas metforas
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A presente pesquisa trata da formao da teoria da pintura durante o perodo das Seis Dinastias, que ocupa o perodo que vai do ano 229 ao ano 589 da era presente. So discutidos quatro tericos principais: Gu Kaizhi, Zong Bing, Wang Wei e Xie He. Alm disto, apresentamos uma traduo diretamente do chins para os textos de cada um dos autores analisados. No decorrer de nossa anlise tentaremos demonstrar os elos de continuidade existentes entre os diversos tericos, baseando-nos nas evidncias textuais. Alm disto, enfatizaremos o fato de ser este o perodo em que se forma a teoria da pintura chinesa. O perodo inicial da histria dessa teoria o tema desta pesquisa
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Essa dissertao uma proposta de releitura do conjunto de murais no interior da Capela de Chapingo, Mxico. Tal releitura de crtica artstica relaciona-se apropriao de uma metodologia derivada da prpria noo de capela, metodologia essa que compactua com o ambiente artstico em questo e com a fenomenologia do contemplador desse conjunto. O objetivo dessa proposta apresentar as nuances envolvidas no conceito-chave, por parte da historiografia artstico-religiosa, de suporte-capela, isto , a capela no apenas como ambiente religioso, mas como ocasio artstica
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Pele como tinta: o corpo entre gesto e vinco discute o gesto como meio sem finalidade, dentro da ideia de processo artstico, diante da relao envolvendo a prtica artstica do vdeo e da interveno com experincias desenvolvidas durante o mestrado na linha de Processos Artsticos Contemporneos, em trabalhos como Auto-retrato, Tarja, Peles institucionais e Onde fica o Galpo? Dentre os gestos trabalhados est o gesto desterritorializante, no qual a instituio de ensino convocada como espao onde suas fronteiras so tratadas como forma de se pensar o fazer artstico, assim como o conceito de instituio. Alm desse, outro trabalho proposto o que relaciona o vdeo e o frame em texturas temporais dinmicas. O gesto de tinta registrado em vdeo condicionado a uma volta da pintura fixa da tela. Em Peles a estrutura do vinco requisitada para compor os afetos e as construes que norteiam a escrita do e no corpo
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Horizontes possveis em derivas cariocas uma pesquisa em que prticas como desenho, foto e vdeo se entrelaam com a memria da cidade do Rio de Janeiro. Os registros de situaes na cidade so tratados como intervalos em percursos dirios. Uma cena agencia um quadro imaginativo que se adensa com as relaes acionadas por lembranas. Tais relaes compreendem referncias a romances literrios, a poesias, a histrias de vida e msicas
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A dissertao analisa as possibilidades e apresenta os pressupostos para harmonizao do Direito Penal Econmico na frica Austral. Nela trabalha-se com a hiptese de que o referido processo inexorvel no mbito da integrao regional. Para o efeito, so abordadas questes criminologicas, exigncias poltico-criminais bem como dogmticas que permitam propor a referida harmonizao legislativas, na perspectiva do direito a constituir. destacada a pertinncia de se empreenderem reformas nas legislaes penais dos Estados-membros, com vista a atender aos ilcitos econmicos, considerando que a acentuada disparidade legislativa um factor que, de certa forma, pode cercear as aces que tm sido realizadas no mbito da preveno e combate a criminalidade econmica na regio. Disserta-se sobre as peculiaridades do delinquente e especificidades da delinquncia econmica ao nvel da SADC e, seguidamente, se descreve a forma de concretizao da almejada harmonizao, tendo como base dois estudos realizados sobre a matria e igual nmero de modelos, os quais priorizam dois eixos, designadamente: o eixo dos delitos e o das penas; sendo que no primeiro descata-se a necessidade de uniformizar no s as condutas delituosas a tipificar, mas, sobretudo a tcnica para sua tipificao. Como segundo eixo, aborda-se a pertinncia de se aproximar as medidas de reao penal as sanes penais. Por fim, em sede da concluso reala-se a existncia de fundamentos e requisitos dogmticos, poltico-criminais e criminolgicos que permitem realizar a harmonizao do Direito penal econmico na SADC, como medida necessria para a preveno e represo da criminalidade econmica transnacional, intrnsecamente ligada aos processos da globalização e de integrao regional em curso.
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Na dcada de 20, Mrio de Andrade e Srgio Buarque de Holanda, fizeram parte do Movimento Modernista Brasileiro que tinha como objetivo modificar um sistema de valores culturais e estticos e inaugurou uma nova poca na histria do pensamento artstico, literrio e social brasileiro. Ao buscar uma originalidade literria inspirada em assuntos nacionais e no respeito as nossas tradies, o Modernismo abriu um amplo debate entre os escritores daquela gerao sobre como uma nacionalidade deveria ser expressa para que o pas tivesse uma literatura prpria e universal e uma cultura considerada autntica. A ideia de buscar uma autenticidade cultural brasileira na arte foi compartilhada pelos escritores modernistas, mas como essa busca seria feita foi vista de diferentes formas pelos autores do movimento, como Srgio Buarque de Holanda e Mrio de Andrade, que assumiram posies contrrias sobre como uma identidade nacional deveria ser construda. O objetivo do trabalho ser examinar o dilogo travado pelos dois autores, onde eles definem suas posies diante da modernidade e seus impasses, no Brasil e na literatura brasileira. Sero analisadas tambm as divergncias que existiam nos ideais dos autores, j que trilharam caminhos distintos dentro do movimento modernista e se posicionaram de forma diferente diante da questo da construo nacional e da busca de uma cultura nacional.
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A presente dissertao pretende ser uma pequena contribuio para o campo, ainda pouco explorado, dos estudos das artes sacras afro-descendentes brasileiras. Aqui, intento me aprofundar no mundo delicado e complexo no qual se inserem as esculturas religiosas dos Exus e das Pombajiras da Umbanda. Todo o percurso desenvolvido pelas imagens que figuram esses entes est envolto em uma contraparte imaterial, ligada de maneira indissocivel mtica religiosa e ao afeto. Gerada usualmente em conluio com o onrico e o invisvel, as imagens de Exus e Pombajiras ganham formas graas a um processo criativo coletivo e, presentes no mundo material, passam a cumprir funo sagrada primordial nos espaos do terreiro e do lar. A demonizao, dado visual to identificvel nas representaes escultricas desses entes, esconde um contedo simblico que vai alm da associao simplista entre Exu e o diabo. Esses personagens do culto de Umbanda e suas figuraes imagticas se ligam a uma srie de fatores culturais e legados mtico-religiosos, contemporneos e arcaicos, que, submersos em sua simbologia religiosa, podem ser entrevistos pelos cones de suas representaes