254 resultados para Obesidade Prevenção - Teses
Resumo:
A tuberculose (TB) uma doena infecto-contagiosa causada pelo complexo Mycobacteruim tuberculosis. A melhor forma de prevenção se baseia na deteco e na cura dos casos. Um diagnstico acurado de TB seria essencial para a identificao e tratamento dos pacientes. O diagnstico laboratorial recomendado baseia-se na baciloscopia e na cultura de material clnico. Novos mtodos, os quais empregam tcnica gentica baseada na amplificao e deteco do DNA bacteriano ou do RNA, visam melhorar a velocidade, sensibilidade e especificidade da deteco da bactria. O principal teste desse grupo o mtodo da reao da cadeia da polimerase (PCR). Entretanto, h discordncia na literatura quanto as dados de validade da PCR aplicada ao diagnstico de tuberculose. O presente estudo realizou uma meta-anlise sobre o teste da PCR no diagnstico de TB. O mtodo estatstico usado estimou efeitos do teste entre os estudos primrios. A sensibilidade e a especificidade foram calculadas de acordo com as suas definies: Sensibilidade = TPR, taxa de verdadeiros positivos e Especificidade = 1 FPR, onde FPR = taxa de falsos positivos. Calculamos os logit de TPR e FPR a soma e suas diferenas e fizemos uma back transformao aos eixos de TPR vs. FPR com posterior construo da curva SROC (Moses & Shapiro, 1993). A curva SROC representa uma estimativa da medida de acurcia do teste ndice a qual ajustada pelo ponto de corte tanto quanto pela interdependncia dos valores de sensibilidade e especificidade obtidos de cada estudo. Foram localizados 1375 artigos atravs de busca base de dados do Medline no perodo de 1988 a 2000. Considerando os critrios de elegibilidade, foram aceitos 111 artigos. A caracterizao dos estudos, a validade e a sua aplicabilidade foram apreciadas. A medida combinada de todos os estudos foi de 0,86 para a sensibilidade e 0,95 para a especificidade usando-se o mtodo de efeitos aleatrios. A PCR in-house apresentou melhor performance do que a Amplicor. O AMTD obteve os maiores valores de acurcia possivelmente devido o rRNA apresentar mltiplas cpias por clula. Diante das evidncias, a PCR se constitui num teste complementar para tuberculose devendo ter critrios prprios para a sua utilizao. No entanto, este teste no contempla os atributos requeridos para a substituio da baciloscopia na rotina diagnstica.
Resumo:
O Brasil um dos maiores consumidores per capita de acar e estudos tm mostrado um papel especfico do consumo excessivo de acar no ganho de peso. Com o aumento do ganho de peso observado em vrios pases, e tambm no Brasil, importante testar quais mensagens, estratgias e propostas de interveno seriam eficazes na prevenção dessa epidemia. Os dados reportados so referentes a um ensaio randomizado por conglomerado, controlado, conduzido em 20 escolas municipais na cidade metropolitana de Niteri no Estado de Rio de Janeiro, de maro a dezembro de 2007, que testou a eficcia de orientaes para merendeiras objetivando reduzir a disponibilidade de acar e de alimentos fontes de acar na alimentao escolar e no consumo delas. A interveno consistiu em um programa de educao nutricional nas escolas usando mensagens, atividades e material educativo que encorajassem a reduo da adio de acar na alimentao escolar pelas merendeiras e no consumo delas. A reduo da disponibilidade per capita de acar pelas escolas foi analisada atravs de planilhas com dados da utilizao dos itens do estoque. O consumo individual das merendeiras foi avaliado atravs de questionrio de freqncia de consumo alimentar. As medidas antropomtricas e bioqumicas foram realizadas de acordo com tcnicas padronizadas. As escolas de interveno apresentaram maior reduo da disponibilidade per capita de acar quando comparadas s escolas controle (-6,0 kg vs. 3,4 kg), mas sem diferena estatisticamente significante. Houve reduo no consumo de doces e bebidas aucaradas nas merendeiras dos dois grupos, mas o consumo de acar no apresentou diferenas estatisticamente significativas entre eles. Houve reduo do consumo de energia total nos dois grupos, mas sem diferena entre eles, e sem modificao dos percentuais de adequao dos macronutrientes em relao ao consumo de energia. Ao final do estudo somente as merendeiras do grupo de interveno conseguiram manter a perda de peso, porm sem diferena estatisticamente significante. A estratgia de reduo da disponibilidade e do consumo de acar por merendeiras de escolas pblicas no atingiu o principal objetivo de reduo de adio de acar. Uma anlise secundria dos dados avaliou a associao entre a auto-percepo da sade e da qualidade da alimentao com o excesso de peso e concentrao elevada de colesterol srico das merendeiras na linha de base. As perguntas de auto-percepo foram coletadas por entrevista. Dentre as que consideraram a sua alimentao como saudvel, 40% apresentavam colesterol elevado e 61% apresentavam excesso de peso vs. 68% e 74%, respectivamente, para as que consideraram a sua alimentao como no-saudvel. Dentre as que consideraram a sua sade como boa, 41% apresentavam colesterol elevado e 59% apresentavam excesso de peso vs. 71% e 81%, respectivamente, para as que consideraram a sua sade como ruim. A maioria das mulheres que relatou ter alimentao saudvel apresentou maior frequncia de consumo de frutas, verduras e legumes, feijo, leite e derivados e menor freqncia de consumo de refrigerante. Conclui-se que perguntas nicas e simples como as utilizadas para a auto-avaliao da sade podem tambm ter importncia na avaliao da alimentao.
Resumo:
A responsabilidade civil do advogado um tema que merece destaque sob a perspectiva civil constitucional. A abrangncia dessa relao jurdica pelo Cdigo de Defesa do Consumidor e a natureza negocial multiforme da relao estabelecida entre o advogado e o cliente, cuja normativa deve ser estabecida tendo em vista o caso concreto, so pontos de destaque desse trabalho, assim como a aplicabilidade do consentimento informado. Nessa toada, pretende-se conferir o enfoque funcional a partir da releitura das classificaes tradicionais da responsabilidade civil em contratual, extracontratual, subjetiva, objetiva e entre as obrigaes de meio e resultado para em seguida, analisarmos das hipteses mais frequentes de responsabilizao, quais sejam: a perda de uma chance, o abuso do direito processual e a reverso de liminares revertidas ao final do processo. Por fim, dentre as tendncias de prevenção e precauo de danos da responsabilidade civil, revela-se a formalizao de seguros de responsabilidade profissional para advogados.
Resumo:
Este estudo objetivou analisar e comparar a incorporao psicossocial do HIV/AIDS entre adolescentes soropositivos considerando os diferentes meios de transmisso: vertical e sexual. Trata-se de um estudo de natureza descritiva, com abordagem qualitativa, fundamentado na teoria das representaes sociais, na perspectiva da Psicologia Social. Foram estudados 30 adolescentes soropositivos atendidos em um Hospital Universitrio do Rio de Janeiro. Foi utilizada como tcnica de coleta de dados entrevistas semi-estruturadas e dois instrumentos de coleta: um questionrio de caracterizao dos sujeitos e um roteiro temtico que guiou as entrevistas. As entrevistas foram gravadas e os contedos transcritos e analisados conforme a tcnica de anlise de contedo temtica. O resultado evidenciou que o significado do HIV/AIDS para os sujeitos, numa anlise geral, marcado predominantemente por sentimentos negativos como medo e sofrimento. Imagens comuns aos dois grupos foram da morte e destruio, assim como o preconceito foi um importante contedo representacional. Ao comparar os dois grupos percebe-se que os elementos mais presentes na representao de adolescentes contaminados por relao sexual so sofrimento e o medo, com uma dimenso imagtica associada morte. O uso do preservativo tambm outro contedo representacional marcante nos discursos deste grupo. A sexualidade est incorporada na representao relacionada s dificuldades com a mesma ps descoberta do vrus. J os adolescentes contaminados por transmisso vertical tiveram como elementos mais presentes a aceitao e conformao da doena. O tratamento torna-se um importante contedo da representao para este grupo, relacionando-o ao cuidado sade e a imunodeficincia. Conclui-se, ento, que a escolha do estudo das representaes sociais e das tcnicas de anlise utilizadas foram pertinentes, pois permitiram identificar os principais elementos constituintes da representao social do HIV/AIDS, comparando as diferenas representacionais nos dois grupos de adolescentes estudados. Estes resultados serviro para reflexo crtica de profissionais de sade , tanto na contribuio para repensar estratgias de educao em sade para prevenção de DST/AIDS, quanto no posicionamento diante de adolescentes soropositivos.
Resumo:
A Periodontite e a Sndrome Metablica (SM) podem estar associadas com inflamaes sistmicas e resistncia insulnica, e assim as duas condies poderiam estar interrelacionadas. O objetivo deste estudo foi investigar a condio periodontal de pacientes no diabticos com a SM, e avaliar sua relao com os valores dos componentes metablicos da SM. Foram selecionados 165 pacientes no diabticos com SM, 135 dentados (31 homens e 104 mulheres) entre 30 e 82 anos e 30 edentados. Sessenta e quatro pacientes no diabticos e sem SM foram divididos em dois grupos: grupo saudvel periodontalmente e grupo com Periodontite Severa. A avaliao da SM foi baseada nos critrios definidos pela Federao Internacional de Diabetes em 2005. Excluindo os edentados do grupo de pacientes com SM, 14,8% pacientes eram saudveis periodontalmente, 40,7% com Periodontite moderada e 44,4% com Periodontite Severa. Entre os marcadores sistmicos do grupo com SM, somente o IMC do grupo com Periodontite no severa foi significativamente maior quando comparado ao grupo com Periodontite Severa e ao grupo desdentado. A extenso e severidade da doena periodontal nos pacientes com Periodontite Severa com ou sem SM eram semelhantes. Pacientes com Periodontite Severa e SM tinham valores mdios de glicemia, circunferncia da cintura, presso arterial sistlica e IMC significativamente maiores do que os observados nos pacientes com Periodontite Severa sem SM. No grupo sem SM os pacientes com Periodontite Severa apresentaram valores de HDL e circunferncia da cintura significativamente diferentes dos pacientes saudveis periodontalmente. Concluindo,a Periodontite Severa em pacientes com a SM e sem o Diabetes apresenta um padro semelhante a indivduos sem a SM. Pacientes com Periodontite Severa sem diagnstico de SM devem ser investigados para SM.
Resumo:
O cncer de colo do tero persiste como um importante problema de sade em todo o mundo, em particular nos pases em desenvolvimento. Duas vacinas contra o papilomavirus humano (HPV) encontram-se atualmente disponveis e aprovadas para uso em meninas adolescentes, antes do incio da vida sexual: uma bivalente, contra os sorotipos 16 e 18 e outra quadrivalente, contra os sorotipos 6, 11, 16 e 18. Estes imunobiolgicos tm por objetivo induzir uma imunidade contra o papilomavrus e, desta forma, atuar na prevenção primria do cncer do colo de tero. As avaliaes econmicas podem ser um elemento que auxiliem nos processos de tomada de deciso sobre a incorporao da vacina em programas de imunizao nacionais. Estas avaliaes foram o objeto central deste trabalho, que teve como objetivo sintetizar as evidncias procedentes de uma reviso sistemtica da literatura de estudos de avaliao econmica da utilizao da vacina contra o HPV em meninas adolescentes e pr-adolescentes. Foi realizada uma busca na literatura nas bases MEDLINE (via Pubmed), LILACS (via Bireme) e National Health Service Economic Evaluation Database (NHS EED) ate junho de 2010. Dois avaliadores, de forma independente, selecionaram estudos de avaliao econmica completa, que tivessem como foco a imunizao para HPV em mulheres com as vacinas comercialmente disponveis direcionada populao adolescente. Aps a busca, 188 ttulos foram identificados; destes, 39 estudos preencheram os critrios de elegibilidade e foram includos na reviso. Por tratar-se de uma reviso de avaliaes econmicas, no foi realizada uma medida de sntese dos valores de relao incremental entre custos e efetividade. Os 39 artigos includos envolveram 51 avaliaes econmicas em 26 pases. Predominaram estudos de custo-utilidade (51%). Do ponto de vista da perspectiva da anlise, predominou o dos sistemas de sade (76,4%). A maioria dos trabalhos (94,9%) elegeu meninas, com idade entre 9 e 12 anos, como sua populao alvo e desenvolveu simulaes considerando imunidade para toda a vida (84,6%). Os modelos utilizados nos estudos foram do tipo Markov em 25 anlises, de transmisso dinmica em 11 e hbridos em 3. As anlises de sensibilidade revelaram um conjunto de elementos de incerteza, uma parte significativa dos quais relacionados a aspectos vacinais: custos da vacina, durao da imunidade, necessidade de doses de reforo, eficcia vacinal e cobertura do programa. Estes elementos configuram uma rea de especial ateno para futuros modelos que venham a ser desenvolvidos no Brasil para anlises econmicas da vacinao contra o HPV.
Resumo:
Trata-se de uma pesquisa qualitativa cujo objeto a percepo da enfermeira sobre a prtica do aleitamento materno no contexto da feminilizao da Aids. Tem por objetivos: analisar a percepo das enfermeiras de maternidade sobre a prtica do aleitamento materno e a feminilizao da Aids e discutir a prtica da enfermeira em relao ao aleitamento materno a partir da feminilizao da Aids. Os sujeitos do estudo foram nove enfermeiras de trs maternidades municipais do Rio de Janeiro que possuem ttulo de Hospitais Amigo da Criana. A coleta de dados foi realizada atravs de entrevistas semi-estruturadas. A tcnica de anlise do contedo foi baseada em Bardin. Emergiram trs categorias: a) A percepo da enfermeira sobre sua prtica quanto ao aleitamento materno; b) As percepes da enfermeira sobre a feminilizao da Aids; c) A prtica da enfermeira em relao ao aleitamento materno a partir da feminilizao da Aids. Constatamos que a enfermeira percebe sua prtica em relao ao aleitamento materno sob influncia das Polticas Pblicas voltadas para a promoo e proteo do mesmo, como a Iniciativa Hospital Amigo da Criana e o Alojamento Conjunto. Em relao Aids, o advento da feminilizao surpreende as enfermeiras que reagem com indignao, tristeza, medo e angstia. Estes sentimentos justificam-se, pois, para elas, pensar soropositividade em mulheres significa priv-las de exercer sua sade reprodutiva e sexual plenamente, ou seja, os papis esperados socialmente de uma mulher, como ser me e amamentar. A condio social e sexual da mulher (gnero) tambm emergiu dos depoimentos como determinantes para soropositividade. Ao perceberem sua prtica s mulheres soropositivas nas maternidades, as enfermeiras apontam dificuldades geradas pela dicotomia (incentivo ao aleitamento materno e inibio da lactao) tanto para elas profissionais quanto para as mulheres que no podem amamentar. O processo de feminilizao e os investimentos e recursos voltados para este acarretaram mudanas na prtica da enfermeira, que refere mais segurana pessoal aps disponibilizao de teste rpido para HIV e cursos de capacitao para os profissionais. Alm da prtica voltada para as questes tcnicas, apontam uma nova abordagem s mulheres soropositivas, como o objetivo de no exp-las s outras purperas nas enfermarias de alojamento conjunto. Desta maneira, constatamos que as mudanas ocorridas nas prticas das enfermeiras esto relacionadas com o estabelecimento de polticas pblicas voltadas para a amamentao e o HIV/Aids. Os valores pessoais ainda interferem na prtica das enfermeiras, e a Aids ainda vista como uma doena possuidora de estigmas tanto sociais quanto culturais. Reforamos a necessidade de estratgias que possam diminuir a divergncia das Polticas de Incentivo ao Aleitamento Materno e as de Prevenção Transmisso Vertical, a fim de qualificar a prtica de enfermagem s mulheres soropositivas.
Resumo:
O Centro Cirrgico um servio especializado com estrutura fsica e organizacional complexa, normas e rotinas rigorosas, intensa atividade tcnica, aparato tecnolgico que requer profissionais treinados. A pesquisa teve como objeto de estudo os fatores de riscos ocupacionais e os problemas de sade decorrentes do trabalho, identificados pelos profissionais de enfermagem de um Centro Cirrgico de um Hospital Universitrio da cidade do Rio de Janeiro. Os objetivos foram: analisar os fatores de riscos ocupacionais que possibilitam o aparecimento de problemas de sade nos profissionais de enfermagem do Centro Cirrgico segundo esses trabalhadores; descrever as caractersticas sociodemogrficas dos profissionais lotados no Centro Cirrgico; levantar os fatores de risco do ambiente cirrgico identificados pelos trabalhadores de enfermagem do Centro Cirrgico de um Hospital Universitrio; e, discutir a relao entre os riscos do ambiente de trabalho e os problemas de sade autoreferidos por trabalhadores de enfermagem do Centro Cirrgico. A metodologia usada foi uma pesquisa no-experimental, de natureza descritiva, com abordagem quantitativa, desenvolvida em um centro cirrgico de um hospital universitrio federal da cidade do Rio de Janeiro. A populao escolhida foi composta de trabalhadores da equipe de enfermagem, lotados no mnimo h seis meses neste servio e que aceitassem participar da pesquisa. O questionrio de coleta de dados utilizado foi adaptado por Mauro dos Guias e Avaliao de riscos em indstrias de Boix e Vogel. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comit de tica em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitrio em estudo, atravs Parecer Consubstanciado no. 287/10, protocolo no. 217/09. Os dados foram analisados atravs do Programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), verso 13.0. Os riscos biolgicos foram os mais apontados pelos trabalhadores de enfermagem, seguidos dos riscos qumicos, ergonmicos e de acidentes ou mecnicos. As doenas provocadas pelo trabalho mais referidas foram o estresse, a lombalgia, as varizes, a fadiga muscular e os problemas de articulao. As doenas agravadas pelo trabalho mais citadas foram as varizes, a lombalgia, os problemas de articulao, o estresse, as leses de coluna vertebral, os problemas digestivos e os transtornos do sono. Conclui-se que o Servio estudado possui riscos inerentes s atividades desenvolvidas que caracterizam os problemas relacionados pelos trabalhadores, e que so passveis de controle atravs da intensificao de um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais voltado para o Centro Cirrgico. A partir da NR 17 e a 32, pode-se consultar as diretrizes para prevenção dos riscos encontrados. Uma estratgia de reposio digna de pessoal de enfermagem imprescindvel, assim como estudo e implantao de um Programa de Prevenção de Riscos laborais aos trabalhadores do Centro Cirrgico, e utilizao do questionrio aos demais membros da equipe multiprofissional.
Resumo:
A exposio materna durante o perodo gestacional a uma dieta restrita em protenas (LP) prejudica o desenvolvimento do pncreas endcrino em sua prole e aumenta a susceptibilidade hipertenso, diabetes e obesidade na vida adulta. H evidncias de que esse fenmeno pode persistir em geraes subsequentes. Objetivou-se avaliar o efeito da restrio proteica sobre o metabolismo da glicose e morfometria pancretica na prole F3 de camundongos ao nascimento e ao desmame. Para tanto, fmeas virgens de camundongos Suos (F0) foram acasaladas e receberam dieta normo-proteica (19% de protena - NP) ou uma dieta isocalrica restrita em protenas (5% de protena - LP) durante toda a gravidez. Durante a lactao e o restante do experimento, todos os grupos receberam a dieta NP. Os filhotes machos foram nomeados F1 (NP1 e LP1). As fmeas F1 e F2 foram acasaladas para produzir F2 e F3 (NP2, LP2, NP3 e LP3), respectivamente. Semanalmente, os filhotes foram pesados e calculada a taxa de crescimento alomtrico (log [massa corporal] = log a + log b [idade]). Os animais foram sacrificados nos dias 1 e 21 de idade, a glicemia foi determinada e o pncreas retirado, pesado e analisado por estereologia e imunofluorescncia; a insulina foi mensurada aos 21 dias. Como resultados, os filhotes restritos na primeira gerao (LP1) foram menores ao nascer, mas apresentaram um crescimento acelerado nos primeiros sete dias de vida, mostrando catch-up com os controles; a prole LP2 demonstrou a maior massa corporal ao nascimento e tiveram uma taxa de crescimento mais lenta durante a lactao; no houve diferena na massa corporal e na taxa de crescimento na gerao F3. A massa de pncreas foi diminuda em LP1-LP3 ao nascimento, contudo foi aumentada em LP2 ao desmame. A densidade de volume e o dimetro das ilhotas foram menores em todos os grupos restritos no dia 1 e 21, somente LP1 teve o menor nmero de ilhotas. Ao nascer, a massa de clulas beta foi menor em LP1-LP3 e permaneceu baixa durante a lactao. No dia 1 e 21, os filhotes foram normoglicmicos, entretanto foram hipoinsulinmicos ao desmame. Portanto, a restrio de protenas em camundongos durante a gestao produz alteraes morfolgicas nas ilhotas pancreticas, sugerindo que a homeostase da glicose foi mantida por um aumento da sensibilidade insulina durante os primeiros estgios de vida na prole ao longo de trs geraes consecutivas.
Segurana na deglutio de pacientes disfgicos ps acidente vascular cerebral: contribuies do enfermeiro
Resumo:
Trata da temtica do paciente portador de acidente vascular cerebral, especificamente das aes do enfermeiro para a prevenção das complicaes decorrentes da disfagia aps um acidente vascular cerebral no atendimento domiciliar. Objetivou-se propor aes de enfermagem que garantam uma deglutio segura em pacientes com disfagia ps-AVC a partir dos dados obtidos junto a pacientes usurios do SAD. Pesquisa desenvolvida no servio de atendimento domiciliar de um hospital pblico do Rio de Janeiro com 30 sujeitos. Aplicou-se um instrumento, que descreveu dados scio-laboriais, presena de disfagia e a consistncia dos alimentos ingeridos pelos pacientes. Resultados: dezessete pacientes desenvolveram a disfagia, caracterizando-se como idosos, 76,47% foram do sexo feminino, a mdia de idade foi de 73,6 ( 9,55). A maioria com ensino fundamental completo (76,48%) e aposentados (70,59%). Todos so hipertensos e a metade diabticos (58,82%). Com relao ao tipo de AVC, todos tiveram AVC isqumico, sendo 58,82% um episdio e 41,18% dois episdios. A prevalncia da disfagia de 57%. No h associao entre a idade e a disfagia e sua presena no dependeu da frequncia de episdios de AVC. Pacientes com dois fatores de risco, hipertenso e diabetes apresentam maior prevalncia de disfagia para lquidos do que para alimentos slidos ou ambos. O enfermeiro deve realizar orientaes em relao ao ambiente, posicionamento do paciente, aos materiais e utenslios a serem usados na alimentao, quantidade, temperatura e consistncia do alimento. Informaes como cabeceira elevada, colher de sobremesa para administrao de dietas com volume de 3 a 5 ml, alm do uso de espessantes para gerar uma consistncia segura na deglutio, so fundamentais para garantir o mnimo de complicaes. importante tambm que a famlia participe de todo o processo de recuperao do paciente. Consideraes finais: aps o AVC, a disfagia merece ateno por gerar complicaes como a aspirao e a pneumonia, o que serve para nortear o planejamento e orientaes de enfermagem direcionadas a limitar o efeito dessa sequela, assim como a possibilidade de realizao de pesquisas que tratem de conhecer o que os enfermeiros podem fazer no domiclio dos pacientes disfgicos de forma a melhorar o desempenho nas atividades dirias de vida.
Resumo:
Anticoagulantes orais so amplamente indicados para prevenção de eventos tromboemblicos. No entanto, nem sempre os pacientes atingem a faixa teraputica recomendada. Os objetivos desse estudo foram avaliar a associao entre periodontite e nveis de anticoagulao (fase 1) e o efeito do tratamento periodontal nos nveis de anticoagulao (fase 2) em pacientes que faziam uso do anticoagulante oral varfarina. O exame clnico incluiu ndice CPO-D, ndice de placa, sangramento sondagem, profundidade de bolsa e nvel de insero clnica. Coeficiente normalizado internacional (INR), nveis de albumina, protena C-reativa (PCR) e fibrinognio foram avaliados no dia zero e at 180 dias aps tratamento periodontal. Na fase 1 do estudo foram examinados 62 pacientes (42 mulheres e 20 homens, com idade mdia de 50,8 9,2 anos). Observamos uma correlao negativa entre extenso e severidade da doena periodontal e ndice de placa com valores de INR. No houve associao entre diagnstico periodontal e nveis de anticoagulao. Dentre os pacientes fora do alvo teraputico, 87% apresentavam diagnstico de periodontite, enquanto no grupo na faixa teraputica apenas 56%. Participaram da fase 2 do estudo 26 pacientes com periodontite severa (15 mulheres e 11 homens, com idade mdia de 51,3 9,2 anos). O tratamento periodontal resultou em melhora significativa de todos os parmetros periodontais e dos nveis de anticoagulao 30, 60 90 e 180 dias aps concluso da terapia periodontal. No houve alterao significativa na dose semanal da varfarina. Foi observada reduo significativa entre nveis sricos de albumina dos dia 90 e 180 aps a terapia periodontal, quando comparado aos valores do dia 0 (p < 0,05). De acordo com o alvo teraputico estabelecido, observamos que no dia 0 doze pacientes (46,15%) estavam fora dessa faixa. Esse percentual foi reduzido significativamente aps tratamento periodontal, sendo 26,1% e 29,2% nos dias 60 e 90, respectivamente. Embora tenha ocorrido melhora nos nveis de anticoagulao, no houve alterao significativa nos nveis de PCR e fibrinognio. Sendo assim, pacientes com periodontite severa podem apresentar dificuldade para atingir a faixa teraputica e o tratamento periodontal pode resultar em benefcios na busca da anticoagulao plena. Novos estudos so necessrios para avaliar se formas menos severas de doena periodontal tambm podem interferir com a varfarina.
Resumo:
O presente estudo teve como objetivo descrever o contedo das representaes sociais acerca da Aids para os usurios soropositivos em acompanhamento ambulatorial da rede pblica de sade e analisar a interface das representaes sociais da Aids com o cotidiano dos indivduos que vivem com o HIV, especialmente no que concerne sua organizao e ao processo de adeso ao tratamento. Trata-se de um estudo exploratrio-descritivo, pautado na abordagem qualitativa e orientado pela Teoria das Representaes Sociais. Os sujeitos consistiram em 30 usurios em acompanhamento ambulatorial de um Hospital Pblico Municipal localizado na cidade do Rio de Janeiro referenciado para clientes soropositivos ao HIV/Aids. Os dados foram coletados por meio de entrevista e analisados atravs da anlise de contedo. Como resultados, emergiram 6 categorias, quais sejam: Elementos de memria da Ancoragem da Aids na sociedade e o seu processo de transformao, onde foi explicitada a ancoragem da Aids no outro, na frica, no macaco, no homossexual e uma nova ancoragem apresentada consiste na cronicidade do diabetes, deixando a sndrome de ser sinnimo de morte; Transmisso e Prevenção da Aids segundo as pessoas que convivem com a sndrome, na qual os sujeitos apresentaram quase todas as formas cientificamente comprovadas quanto aos meios de transmisso do vrus HIV; O cotidiano dos indivduos soropositivos permeado pelo processo de vulnerabilidade ao HIV, no mbito do qual entende-se que o reconhecimento do risco individual frente epidemia ir influenciar, sobretudo, as prticas e os comportamentos das pessoas; Discriminao e ocultamento no conviver com o HIV, onde se apresenta como estratgias de sobrevivncia social o ocultamento do estado de soropositividade ao HIV. Assim, podem continuar a vida como pessoas consideradas normais, sem serem acusadas e discriminadas, sejam no mbito familiar, social ou no trabalho; alm disso, os sujeitos do estudo declararam que eram preconceituosos antes do diagnstico; o processo de adeso ao tratamento na cotidianidade de indivduos soropositivos, observando-se, nesta categoria, que um dos grandes motivadores da adeso ao tratamento consiste no fato dos usurios acreditarem no resultado positivo da teraputica; o enfrentamento cotidiano experinciado pelos sujeitos que convivem com o HIV, onde a forma como os sujeitos organizam o seu cotidiano para enfrentar e conviver com o HIV reflete diretamente em suas atitudes e em suas prticas, tanto no processo da adeso, como nas relaes sociais (o outro) e, principalmente, na relao individual (o eu). Conclui-se que a representao social da Aids apresenta-se multifacetada e dependente do contexto histrico e social no qual o indivduo est inserido, seus valores, cultura, nvel de informao e conhecimento.
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A utilizao de testes de biocompatibilidade de materiais odontolgicos necessria para avaliar a segurana dos mesmos. Listerine um enxaguatrio comercial usado para a prevenção e tratamento da gengivite. O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos citotxico e genotxico do Listerine em culturas de Escherichia coli e plasmdios. Na avaliao da citotoxicidade, culturas de E. coli AB1157 e BW9091 foram incubadas com Listerine (10, 50 e 100%) e o crescimento acompanhado pela densidade ptica (DO) em 600nm por 7 horas(h). Para avaliar a sobrevivncia, culturas de E. coli AB1157, em fase exponencial, foram centrifugadas, ressuspensas em soluo salina (NaCl 0,9%) e incubadas (1h, 37C) com Listerine (10, 50, 100%, 1h, 37 C). Alquotas foram semeadas em placas de Petri contendo meio nutritivo nos tempos 0, 30 e 60 minutos e armazenadas em estufa bacteriolgica (18h, 37 C). As unidades formadoras de colnias contadas e as fraes de sobrevivncia (FS) calculadas. Como controles, culturas tratadas salina ou etanol (21,6%). Para genotoxicidade, plasmdios pBSK foram incubados com Listerine (10, 50 e 100%) e com etanol (2,16%, 10,8% e 21,6%), associados ou no ao SnCl2(200g/mL, 30 minutos, temperatura ambiente), realizada eletroforese em gel de agarose (0,8%, 8V/cm), observados por transiluminao UV e obtido o percentual da forma superespiralada (%SE). Os resultados indicam que o enxaguatrio Listerine foi capaz de inibir o crescimento bacteriano de culturas de E. coli na maior concentrao utilizada. O enxaguatrio, na maior concentrao, diminuiu a sobrevivncia das culturas bacterianas testadas. Listerine no modificou o perfil eletrofortico do plasmdios, indicando ausncia de efeito genotxico e tambm foi capaz de proteger os plamdios da ao do SnCl2. Alm disso, o etanol, na mesma concentrao presente no Listerine, no alterou o perfil eletrofortico dos plasmdios, sendo capaz de proteg-lo da ao do SnCl2. Os resultados indicaram que o Listerine apresentou efeito citotxico em culturas de E. coli e ausncia de potencial genotxico em plamdios, sendo capaz de proteg-los, bem como o etanol, dos efeitos genotxicos do SnCl2.
Resumo:
A droga na atualidade considerada uma ameaa para a humanidade. Nos pases em desenvolvimento, o lcool o principal fator de risco, dentre as demais substncias psicoativas. Existem poucos estudos sobre a prevalncia do uso de drogas nos locais de trabalho no Brasil, e sobre os meios de enfrentamento das instituies empregadoras frente ao consumo de drogas por seus trabalhadores e as condies que levam a tal uso. O estudo foi estruturado em duas etapas: 1) reviso bibliogrfica de instrumentos auto-aplicveis sobre drogas entre trabalhadores e 2) elaborao e aplicao de um questionrio auto-aplicvel sobre o consumo de drogas entre trabalhadores. Foi traado os seguintes objetivos: 1 etapa - Levantar os estudos publicados, que apresentam como objeto o uso de lcool e drogas por trabalhadores, entre os anos de 1998 e 2008; Identificar e analisar os instrumentos auto-aplicveis, que mensuram a prevalncia e o padro de consumo de drogas em trabalhadores, utilizados pelos estudos; e Subsidiar o desenvolvimento de um questionrio auto-aplicvel sobre o padro de consumo de lcool e drogas entre trabalhadores; 2 etapa - Desenvolver um questionrio auto-aplicvel que permite identificar a prevalncia e padro de consumo de lcool e drogas entre profissionais de sade, assim como, as formas de enfrentamento por parte do trabalhador e das instituies empregadoras; Realizar anlise descritiva do questionrio desenvolvido e de seus principais resultados; e Avaliar a compreenso das perguntas do questionrio desenvolvido, a partir das sugestes e respostas marcadas pelos sujeitos do estudo. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva e exploratria realizada com 111 alunos de ps-graduao latu sensu de uma Faculdade Pblica de Enfermagem situada na Cidade do Rio de Janeiro. Atravs da reviso bibliogrfica verificamos que existem poucos instrumentos auto-aplicveis sobre o padro de consumo de lcool e drogas entre trabalhadores. Foi construdo um questionrio visando identificar informaes scio-demogrficas, a histria profissional, informaes sobre o consumo de lcool e outras drogas, informaes sobre o estresse laboral, e informaes sobre as formas de enfrentamento por parte do trabalhador e das instituies empregadoras sobre o consumo de drogas. Pela anlise do questionrio aplicado, observou-se que algumas questes foram de difcil compreenso e precisam ser reformuladas, a fim de melhorar a compreenso dos respondentes, j que um questionrio auto-aplicvel deve ser auto-explicativo. As escalas AUDIT e Job Stress Scale se mostraram importantes para identificar problemas relacionados ao lcool e o estresse laboral. O lcool foi a droga mais utilizada pelos profissionais de sade, seguido pelas substncias psicoativas. Portanto, deve-se dar um enfoque sobressalente para a questo do fenmeno das drogas no ambiente de trabalho, promovendo programas de prevenção e de qualidade de vida ao trabalhador. Ressalta-se, tambm, a importncia de abordar as questes sobre drogas nas graduaes da rea da sade, promovendo o conhecimento do futuro profissional quanto aos riscos e danos decorrentes do uso e abuso de drogas.
Resumo:
Tratou-se de um estudo descritivo exploratrio com abordagem quantitativa acerca da vulnerabilidade de mulheres com mais de 60 anos em relao ao HIV/AIDS, cujo problema foi descobrir qual o processo de vulnerabilidade auto referido por mulheres de 60 anos e mais em relao ao HIV/AIDS a partir de suas atitudes sexuais.Os objetivos foram: Descrever o processo de vulnerabilidade auto referido por mulheres com 60 anos e mais em relao ao HIV/AIDS a partir de suas atitudes sexuais. Identificar atitudes sexuais entre mulheres com mais de 60 anos e mais. Descrever o conhecimento sobre HIV/AIDS das mulheres com mais de 60 anos.Descrever o processo de vulnerabilidade auto referido por mulheres com mais de 60 anos em relao ao HIV/AIDS.O estudo foi realizado com mulheres com mais de 60 anos freqentadoras das atividades do Projeto Longegividade da Secretria Especial de Envelhecimento Saudvel e Qualidade de vida do Rio de Janeiro. O local escolhido foram espaos pblicos aonde se realizavam as atividades do Projeto. A coleta de dados aconteceu no perodo dos meses de setembro e outubro de 2009. Em atendimento ao preconizado pela resoluo 196/96, todos os sujeitos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. O estudo foi submetido apreciao do Comit de tica da Prefeitura do Rio de Janeiro a fim obter a autorizao para a divulgao do nome da Instituio aonde foi realizada a pesquisa, sob o parecer de nmero 84 A-2009. Participaram do estudo 256 mulheres. O questionrio foi criado partir de quatro dimenses estabelecidas. Dimenso scio econmico e demogrfica, processo de vulnerabilidade auto referido, conhecimento sobre HIV/AIDS e prticas sexuais. Os dados coletados foram organizados em bancos de dados, criados pelo pesquisador atravs de um sistema Gerenciador de Banco de Dados Microsoft Excel verso 2003. Foram utilizadas medidas estatsticas descritivas como freqncia absoluta e a freqncia relativa para atender aos objetivos do estudo. Concluiu-se que em nossa amostra as mulheres idosas se colocam em situao de risco, quando ao possuir vida sexual ativa no usam preservativos. Compem um grupo bem informado acerca dos mtodos de prevenção, porm a utilizao do preservativo esta relacionada, a muito mais do que informao e sim a um objeto de confiana nas relaes. Entendeu-se que a prevenção ao HIV/AIDS em mulheres com mais de 60 anos deveria incluir, alm de estratgias de repasse de repasse de informao, estratgia de fortalecimento individual, reforo na auto estima e estimulo a autonomia de uma forma geral.