60 resultados para Inglaterra Usos e costumes Séc. XX
Resumo:
Este estudo foi realizado em uma turma do 2 ano do ensino fundamental, em uma escola pblica do municpio de Duque de Caxias. O trabalho buscou pistas e indcios dos possveis efeitos e implicaes da Provinha Brasil no cotidiano escolar, procurando compreender como elas so ressignificadas pelos sujeitos ordinrios, praticantes do cotidiano escolar. Buscou, tambm, identificar prticas diferenciadas no espaotempo dos processos de ensinaraprender da sala de aula, alm de discutir outras prticas de avaliao utilizadas na alfabetizao e suas contribuies para a aprendizagem dos/as alunos/as. No campo terico-metodolgico, Morin (2012); Ginzburg (1989); Certeau (2012);Alves (2001) e Esteban (2001, 2006,2009) proporcionaram as ncoras para investir no desafio da pesquisa do cotidiano.Foram utilizadas a observao participante, as conversas/entrevistas, anlise de documentos e fotografias. O acesso s informaes forneceu material necessrio para tecer os (des) afios da pesquisa. Como indcio reativo e, tambm, de resistncia, tanto a escola como a professora da turma 201, demonstraram indiferena, quanto ao uso da Provinha Brasil como diagnstico e ajuda no planejamento pedaggico, o que implica desusos. Nas conversas, foi perceptvel o quanto as polticas de avaliao afetam diretamente a subjetividade dos/as professores/as, que se mostraram ressentidos diante da desconsiderao de seus saberes, de sua profissionalidade e da perda de sua autonomia. As prticas investigadas na turma 201,transbordaram as barreiras da avaliao e revelaram a complexidade e multiplicidade dos fios que tecem o cotidiano escolar. Quanto aos processos avaliativos desenvolvidos pela docente na turma e que tambm foram objetos de anlise nesse trabalho, podemos considerar que, tanto as avaliaes diagnsticas, como os relatrios descritivos, demonstraram serem insuficientes para servirem como auxiliadores do processo de ensino e aprendizagem, visto que a avaliao no sentido em que realizada fica dissociada do processo de ensino e aprendizagem. E, na contramo da lgica que valoriza e procura empurrar os sujeitos para a competio individual, foram encontradas aes coletivas e compartilhadas dos/as alunos/as, que astuciosamente se aproveitam de cada brecha, que a rotina escolar lhes oferecem, inventando outras formas de aprenderensinar, num processo de auto-organizao, a fim de conquistar a to sonhada alfabetizao.
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A presente dissertao tem como objetivo analisar de que forma a educao oferecida a mulheres do final do século XVIII e incio do século XIX pode ter contribudo para a composio de personagens femininas nos romances Razo e sensibilidade (1811) e Orgulho e preconceito (1813), da escritora britnica Jane Austen (1775 1817). O presente trabalho apresenta o pensamento de importantes nomes da literatura, da crtica e teoria literrias, como tambm da histria, como suporte no mapeamento no apenas do que era discutido a respeito do momento e do lugar em que Jane Austen e os romances aqui em tela se inserem, mas principalmente acerca da educao feminina
Resumo:
A proposta dessa pesquisa apontar possibilidades de escrita da histria do municpio de Queimados, na Baixada Fluminense, a partir das memrias das lideranas que defenderam sua emancipao poltica, durante a dcada de 1980. Essas memrias, coletadas por meio de narrativas orais, se constituem no documento chave para essa anlise, dado o carter recente da emancipao desse municpio. A partir do estudo da transcrio dessas narrativas, coloca-se em discusso o processo de construo das memrias das lideranas da emancipao. No decurso desse processo, evidenciam-se as estratgias adotadas no sentido de afirmar a legitimidade da narrativa e reivindicao do reconhecimento pelas aes realizadas no passado. Da mesma forma, identificam-se silncios, negaes e hiatos, como aspectos que perpassam os discursos dos oito lderes polticos da Associao dos Amigos para o Progresso de Queimados, a AAPQ, especialmente quando so convidados a abordar as questes poltico-partidrias subjacentes ao campo poltico local que se configurou no perodo. Nesse intrincado cenrio, evidencia-se o esforo pela construo das memrias da emancipao de Queimados, mais de duas dcadas decorridas desde a conquista de sua autonomia poltica. Tais constataes nos permitiu trilhar alguns caminhos que inserem essa pesquisa no mbito da Histria Pblica, possibilitando um retorno de nosso trabalho a essa comunidade, sem perder de vista a ancoragem nos referenciais tericos de Michael Pollak, de acordo com nossa prtica enquanto historiadores.
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A humanizao tem sido um termo frequentemente utilizado em relao s prticas de sade no SUS, tornado-se uma bandeira de luta levantada sempre que se pensa em polticas de sade. A polissemia do termo chama a ateno para a possibilidade de sua utilizao em diferentes contextos, direcionados a diferentes auditrios. Esse trabalho tem pode objetivo analisar os usos e sentidos da noo de humanizao nas propostas de aes voltadas sade da mulher. A histria das prticas e saberes construdos em torno da sade da mulher, com nfase no movimento feminista, no planejamento familiar e na constituio do Programa de Ateno Integral Sade da Mulher foi resgatada no sentido contextualizar a discusso proposta. Diversas propostas de aes de sade foram analisadas, assim como os projetos selecionados pelo Prmio David Capistrano da Poltica Nacional de Humanizao, visando a identificao de ncleos de sentidos no discurso oficial sobre humanizao, e a forma como esse discurso est sendo percebido pelos profissionais. Foram identificados e discutidos quatro ncleos de sentidos: humanizao enquanto atributo das relaes interpessoais; humanizao e reduo da mortalidade materna; humanizao e otimizao de recursos; e humanizao e processos de organizao de trabalho. Conclumos que a manuteno do processo de formulao e implantao de aes de forma verticalizada, fragmentada, sem que as modificao propostas sejam pactuadas com os profissionais que deveriam implant-las e os usurios que deveriam se beneficiar delas, acaba por promover a perpetuao do modelo assistencial vigente.
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O princpio do dano, assim como elaborado por John Stuart Mill em On Liberty, tido como elemento fundamental afirmao do liberalismo a partir do século XIX e seu desenvolvimento rumo ao século XX. Diante das nascentes democracias europias foi afirmado como um princpio absoluto de proteo liberdade individual contra a imposio da moralidade pela opinio pblica e pelo Estado. Mill partilhava o apreo de Tocqueville pela democracia sem deixar de temer a tirania das maiorias. Inicialmente, investiga-se o lugar do princpio do dano na filosofia poltica milliana e as fragilidades apontadas por seus crticos. Em um segundo momento, analisa-se sua influncia na defesa das liberdades civis na Inglaterra da dcada de 1950, especificamente com a edio do Relatrio Wolfenden que defendeu a descriminalizao de prticas homossexuais, bem como o debate que se lhe seguiu sobre os limites do Direito protagonizado por H.L.A. Hart. Na ltima parte, o objeto do estudo o princpio do dano agora inserido em uma doutrina liberal-perfeccionista, assim como formulada por Joseph Raz em A Moralidade da Liberdade. O objetivo final revelar a existncia de incoerncias internas no princpio do dano, tanto em sua verso original como nas que lhe sucederam, de modo a impedir a fixao de uma espao imune ao Direito e imposio da moralidade. No entanto, visto da perspectiva adequada, o fracasso na elaborao de tal princpio deve ser relativizado, eis que no seu devir o princpio do dano serviu reflexo acerca dos limites da coero legtima, bem como ao aprimoramento de conceitos relevantes filosofia poltica como moralismo legal, paternalismo e perfeccionismo jurdicos.
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Este trabalho se dedica ao estudo dos movimentos de libertao que atuaram na frica do Sul ao longo do século XX em oposio ao regime de segregao racial do apartheid. O objetivo central refletir sobre os processos de construo simblica pelos quais passaram esses movimentos, no intuito de compreend-los como produtores de suas prprias identidades coletivas. Destarte, prope-se que essa constituio identitria girou em torno de trs eixos principais. Primeiro, o multirracialismo, tendo origem na parceria entre diferentes organizaes polticas, provenientes de distintos grupos raciais, que buscaram construir uma solidariedade em comum a partir de sua experincia de luta em conjunto na dcada de 1950. Em segundo lugar h a volorizao da negritude enquanto identidade racial, elemento enfatizado pelos movimentos africanistas a partir da dcada de 1940. Por sua vez, a classe esteve presente desde a formao dos primeiros sindicatos negros na dcada de 1920, mas assumiu um tom mais poltico trinta anos depois, no momento de ascenso da luta por libertao. Afirma-se tambm que a dimenso interativa desses grupos enquanto subjetividades coletivas foi crucial para a delineao de suas identidades nessas bases, atravs de um complexo e relacional processo de intercmbio simblico entre si e o Estado.
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No contexto da expanso ultramarina portuguesa no Oriente, a regio do Madur, localizada ao sul da ndia, tambm vivenciou a experincia poltica e, principalmente, religiosa a partir da presena da Companhia de Jesus nesse espao. Em 1596, o jesuta portugus Gonalo Fernandes Trancoso tornou-se responsvel por cuidar da comunidade crist existente no Madur, ganhando como companheiro de misso, em 1606, o jesuta italiano Roberto de Nobili. A presente dissertao tem por objetivo central promover uma anlise acerca das atuaes missionrias dos jesutas Gonalo Fernandes Trancoso e Roberto de Nobili na misso do Madur, no incio do século XVII. Seus trabalhos missionrios podem ser compreendidos a partir do estudo de suas narrativas sobre os costumes e prticas bramnicas, sendo possvel identificar, para alm das diferentes estratgias de converso utilizadas por ambos inacianos, o modo como estes articularam seus conhecimentos sobre a sociedade indiana e o hindusmo com o desenvolvimento de um projeto de converso. Assim, destaca-se a falta homogeneidade no interior da Companhia de Jesus no que toca a prticas e mtodos missionrios.
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O cloridrato de metilfenidato um estimulante moderado do sistema nervoso central com propriedades semelhantes anfetamina, indicado principalmente para tratar o Transtorno do Dficit de Ateno e Hiperatividade (TDAH). Segundo relatrios da ONU, sua produo mundial cresceu em torno de 357% entre os anos de 1996 e 2012 enquanto que sua comercializao no Brasil, nesse mesmo perodo, passou de 9 Kg para 578 Kg, o que significou um aumento de aproximadamente 6.322%. A ampliao no consumo se justifica pela expanso da categoria diagnstica de TDAH, visto que, a desordem transitria que atingia um nmero menor de crianas foi transformada em um quadro psiquitrico incluindo um maior nmero de sinais e sintomas, persistindo durante a adolescncia e toda a vida adulta. Outro possvel motivo para o crescimento na comercializao do frmaco o uso para aprimoramento cognitivo, ou seja, a utilizao do metilfenidato por pessoas sem o citado diagnstico, mas com a finalidade de melhorar o desempenho nos estudos e no trabalho. Assim, buscando entender os usos e sentidos associados ao consumo do remdio, fizemos uma pesquisa de campo de cunho qualitativo e exploratrio. Foram realizadas dezesseis entrevistas semiestruturadas com usurios do medicamento. Participaram da investigao onze homens e cinco mulheres, entre 23 e 48 anos. A anlise de dados mostrou que todos os entrevistados, independentemente de terem ou no o diagnstico de TDAH, se reconheciam com dificuldades de ateno, que poderia ser constitucional ou passageiro. Mas, para a maioria dos entrevistados, a procura pelo remdio s ocorreu quando essa caracterstica virou um problema, atrapalhando a preparao para uma importante etapa na vida profissional, como uma prova para concurso pblico ou residncia. Tambm foi percebido que o relato dos amigos sobre os benefcios do remdio e a experincia pessoal do primeiro comprimido de metilfenidato foi fundamental para que a muitos usurios investigados buscassem a prescrio mdica. Ou seja, a maior parte dos entrevistados da pesquisa iniciou a ingesto quando seus amigos lhes contaram sobre os benefcios do remdio para superar os problemas na concentrao que atrapalhavam o alcance de uma importante meta profissional. Os participantes da pesquisa apontaram que o consumo do frmaco teria contribudo para melhorar o rendimento nos estudos, j que o estimulante teria aumentado a disposio, a concentrao, a memria e a eficincia do desempenho cognitivo. Porm, no foi possvel identificar o quanto os efeitos positivos podiam ser o resultado de uma sugesto psicolgica, questo levantada por alguns usurios. A anlise qualitativa dos dados tambm revelou que o uso do estimulante ora era vivido como um tratamento para TDAH, ora como aprimoramento cognitivo. Tal ambiguidade parece ser o reflexo de o discurso mdico ser o principal meio para justificar o uso do remdio, sem precisar questionar aspectos emocionais, sociais e/ou ticos para alcanar uma melhor performance cognitiva. Assim, entendemos que o presente estudo uma importante contribuio no campo da Sade Coletiva por ampliar o conhecimento sobre os usos e sentidos que os seus usurios depositam no estimulante.
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O cloridrato de metilfenidato um estimulante moderado do sistema nervoso central com propriedades semelhantes anfetamina, indicado principalmente para tratar o Transtorno do Dficit de Ateno e Hiperatividade (TDAH). Segundo relatrios da ONU, sua produo mundial cresceu em torno de 357% entre os anos de 1996 e 2012 enquanto que sua comercializao no Brasil, nesse mesmo perodo, passou de 9 Kg para 578 Kg, o que significou um aumento de aproximadamente 6.322%. A ampliao no consumo se justifica pela expanso da categoria diagnstica de TDAH, visto que, a desordem transitria que atingia um nmero menor de crianas foi transformada em um quadro psiquitrico incluindo um maior nmero de sinais e sintomas, persistindo durante a adolescncia e toda a vida adulta. Outro possvel motivo para o crescimento na comercializao do frmaco o uso para aprimoramento cognitivo, ou seja, a utilizao do metilfenidato por pessoas sem o citado diagnstico, mas com a finalidade de melhorar o desempenho nos estudos e no trabalho. Assim, buscando entender os usos e sentidos associados ao consumo do remdio, fizemos uma pesquisa de campo de cunho qualitativo e exploratrio. Foram realizadas dezesseis entrevistas semiestruturadas com usurios do medicamento. Participaram da investigao onze homens e cinco mulheres, entre 23 e 48 anos. A anlise de dados mostrou que todos os entrevistados, independentemente de terem ou no o diagnstico de TDAH, se reconheciam com dificuldades de ateno, que poderia ser constitucional ou passageiro. Mas, para a maioria dos entrevistados, a procura pelo remdio s ocorreu quando essa caracterstica virou um problema, atrapalhando a preparao para uma importante etapa na vida profissional, como uma prova para concurso pblico ou residncia. Tambm foi percebido que o relato dos amigos sobre os benefcios do remdio e a experincia pessoal do primeiro comprimido de metilfenidato foi fundamental para que a muitos usurios investigados buscassem a prescrio mdica. Ou seja, a maior parte dos entrevistados da pesquisa iniciou a ingesto quando seus amigos lhes contaram sobre os benefcios do remdio para superar os problemas na concentrao que atrapalhavam o alcance de uma importante meta profissional. Os participantes da pesquisa apontaram que o consumo do frmaco teria contribudo para melhorar o rendimento nos estudos, j que o estimulante teria aumentado a disposio, a concentrao, a memria e a eficincia do desempenho cognitivo. Porm, no foi possvel identificar o quanto os efeitos positivos podiam ser o resultado de uma sugesto psicolgica, questo levantada por alguns usurios. A anlise qualitativa dos dados tambm revelou que o uso do estimulante ora era vivido como um tratamento para TDAH, ora como aprimoramento cognitivo. Tal ambiguidade parece ser o reflexo de o discurso mdico ser o principal meio para justificar o uso do remdio, sem precisar questionar aspectos emocionais, sociais e/ou ticos para alcanar uma melhor performance cognitiva. Assim, entendemos que o presente estudo uma importante contribuio no campo da Sade Coletiva por ampliar o conhecimento sobre os usos e sentidos que os seus usurios depositam no estimulante.
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Considerando-se o papel representado pela literatura diante da formao de novas subjetividades, esta pesquisa investigou os discursos acerca do feminino presentes em trs romances de autoria feminina do século XIX Razo e sensibilidade, Orgulho e Preconceito e Mansfield Park da romancista Jane Austen, uma das escritoras mais aclamadas da Inglaterra. Utilizando-se os personagens femininos desses romances e como eles se posicionam diante das relaes afetivas e sociais, buscou-se estabelecer um paralelo entre a literatura e a histria das mulheres. Sendo considerada uma das responsveis pela consolidao do gnero romanesco ingls, Jane Austen insere em seus romances a questo da feminilidade como histrica e socialmente construda, alm de ser ela prpria tambm um exemplo da desconstruo dos papis femininos, j que escreveu num tempo no qual a vida literria no era um espao que as mulheres deveriam ocupar. No entanto, muitas vezes, tanto a discusso sobre as representaes das mulheres nas suas obras, como a prpria representatividade da autora para o campo de atuao das mulheres inglesas so negligenciados devido a uma leitura superficial de seus romances. Assim, este trabalho buscou dialogar com a histria das mulheres, enriquecendo este campo de estudo, trazendo novos dados e formas de pensar as relaes das mulheres na sociedade, atravs da literatura, alm de objetivar dar mais destaque romancista dentro deste campo de estudo. No foi inteno fazer uma anlise literria das obras, mas uma anlise dos discursos existentes por trs dos papis femininos nos romances escritos por Jane Austen, enquanto possvel espelho da viso social da feminilidade, levando-se em considerao o contexto scio histrico em que foram escritas
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Nesse trabalho apresentamos a funo e determinamos a natureza das convenes e hipteses para os fundamentos cientficos segundo a corrente convencionalista que surgiu na Frana na virada do século XIX para o XX, composta por Henri Poincar, Pierre Duhem e douard Le Roy. Alm disso, analisamos a relao que as convenes e hipteses podem estabelecer com teses metafsicas atravs dos critrios utilizados pelos cientistas para determinar a preferncia por certas teorias. Para isso, promovemos uma interpretao imanente das obras publicadas entre 1891 e 1905. Como resultado, revelamos que os autores, apesar de serem classificados como pertencentes a uma mesma corrente, no possuem apenas posies comuns, mas tambm divergncias. Poincar e Le Roy concordam que as convenes geomtricas so escolhidas de acordo com o critrio de convenincia. Contudo, eles discordam sobre o valor que a convenincia agrega ao conhecimento cientfico. Em relao aos fenmenos naturais, os trs autores concordam que a realidade no pode ser descrita univocamente por um mesmo conjunto de convenes e hipteses. Porm, Poincar e Duhem acreditam que h critrios que tornam umas teorias mais satisfatrias que outras. Analisamos os critrios experimentais, racionais e axiolgicos que justificam a satisfao dos cientistas com certas teorias e apontamos como estes critrios se relacionam com a metafsica. Conclumos que os convencionalistas, mesmo que cautelosamente e de modo implcito, buscaram se aproximar da metafsica com o intuito de justificar a prpria atividade cientfica.
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O presente estudo aborda a caracterizao quimioestratigrfica da Formao Irati (Permiano da Bacia doParan), bem como a avaliodo potencial gerador. Foi realizada coleta sistemtica de amostras de testemunho do poo SC-20-RS, para as quais foram realizadas anlisesdos teores de COT, S e RI,Pirlise Rock-Eval e de Biomarcadores. Com base nesses dados,nove intervalos quimioestratigrficos (designados de A-I a partir da base) foram definidos nos 57,7 metros de espessura.Com base nos dados de biomarcadores obtidos pela cromatografia liquida e gasosa foi possvel fazer um estudo mais detalhado da variao ambiental e input da matria orgnica, e identificar como foi o ambiente deposicionaldo intervalo de maior potencial gerador da Bacia do Paran. O Membro Assistncia, desta formao, caracterizado por ter sido depositado em ambiente restrito, possui o intervalo mais promissor (Intervalo E), que compreende uma seo de cerca de 5 metros de espessura, nota-se que h uma maior preservao da matria orgnica rica em hidrognio(Tipo II) e aumento do COT% quando, o ambiente torna-se menos restrito, e a salinidade do ambiente diminui o que tambm foi identificado atravs dos biomarcadores. A Formao Irati constitui a fonte de folhelhos betuminosos utilizados pela Petrobrs para a obteno industrial de leo, gs, enxofre e subprodutos derivados a partir do processo de industrializao dessas rochas. tambm uma das principais geradoras dos indcios de petrleo encontrados na Bacia do Paran. Assim, a obteno de dados que possam agregar conhecimentos sobre esta formao ser sempre de extrema importncia
Resumo:
Esta tese estuda o registro do lxico brasileiro em dicionrios de lngua portuguesa do século XIX, numa perspectiva lingustica e metalexicogrfica. Foram analisados todos os ttulos que integram o cnone da dicionarstica portuguesa, de carter geral e monolngue, no perodo em questo, quanto proposta lexicogrfica explcita e quanto microestrutura de uma seo da nominata (todos os brasileirismos iniciados pela letra c). A partir da anlise comparativa dos dicionrios, foi possvel estabelecer, em termos quantitativos e qualitativos, quais edies so relevantes para o registro de termos brasileiros no século XIX: quatro edies do dicionrio de Morais e a edio de Caldas Aulete. Embora amplamente utilizada, a marcao diatpica no alvo de discusso nas obras lexicogrficas estudadas. Depreende-se, pelo emprego da marca termo do Brasil, equivalente a brasileirismo, que se trata de um conceito geogrfico que, s vezes, coincide com o de origem. Trs dicionrios de vocbulos brasileiros publicados entre 1852 e 1889 foram identificados como fontes de consulta dos dicionrios gerais. Os itens lexicais brasileiros foram observados segundo parmetros lingusticos e lexicogrficos: etimologia, tipo de brasileirismo (lexical ou semntico), regionalismos brasileiros, campos semnticos e tipos de definio. Esses parmetros permitiram identificar continuidades e rupturas na tradio dicionarstica do século XIX e apontar para modos de observar a manuteno dessa tradio no século XX
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O presente trabalho tem como principal objetivo analisar o imaginrio social sobre a loucura a partir das produes literrias de autores brasileiros do final do século XIX e incio do século XX. O perodo escolhido para realizao desta pesquisa deve-se ao fato de ter sido cenrio do advento do alienismo no Brasil, com a criao do primeiro hospcio brasileiro e da primeira lei de assistncia aos alienados, o que revela um processo de transio da viso mstica e religiosa em relao loucura para uma viso cientfica. neste contexto que se destacam as obras de Machado de Assis, Olavo Bilac e Lima Barreto que foram selecionadas para anlise desta pesquisa e que tm em comum o tema da loucura e questes afins. Sob o aspecto metodolgico a pesquisa teve como base fundamental o referencial terico da sociologia compreensiva, proposta por Michel Maffesoli, particularmente na noo de imaginrio social, a partir de uma crtica ao modelo dominante da produo de conhecimento. Foram elaboradas seis grandes noes, concebidas a partir das obras literrias, so elas: cincia, alienao, institucionalizao, periculosidade, produo de identidade e medicalizao. Alm das discusses, vrios fragmentos exemplificam e possibilitam uma melhor discusso de cada uma destas noes. Concluiu-se, em consonncia com Antonio Candido, ser evidente a importncia da literatura, assim como de outras formas de arte e cultura, para compreender o imaginrio social de uma poca sobre os temas em questo, da mesma forma em que a prpria literatura contribui para produzi-los
Resumo:
O fenmeno da segunda residncia tem implicaes espaciais que interferem na produo e consumo do espao geogrfico. A segunda habitao, vista luz da prtica do lazer e do turismo, atividades cada vez mais praticadas na sociedade contempornea, implica em interesses, articulaes e conflitos no espao urbano litorneo. O objetivo do trabalho caracterizar a segunda residncia como indutora do processo de urbanizao, na contemporaneidade, no municpio de Itapema, no litoral norte de Santa Catarina. A segunda residncia se caracteriza como um alojamento turstico ou particular usado temporariamente com objetivo de lazer e uso do tempo livre. Assim percebe-se o carter da propriedade, da finalidade, da temporalidade e do vnculo referente ao domiclio e ao lugar como critrios para determinar uma segunda residncia. As particularidades do litoral de Santa Catarina atraram habitaes de segunda residncia para atividades de lazer e veraneio, desde a dcada de 1920. A cidade de Itapema seguiu esta tendncia de ocupao. A burguesia industrial de cidades do Vale do Itaja passou a manter sua residncia de veraneio, identificada como segunda residncia. Neste contexto, o questionamento central como o fenmeno da segunda residncia contribuiu para o processo de urbanizao e a produo do espao em Itapema? Segundo dados dos Censos Demogrficos do IBGE, no ano de 1991 havia 6.408 residncias de uso ocasional em Itapema. No ano 2000 este nmero saltou para 11.142 residncias. E finalmente em 2010 chegamos marca de 13.547 domiclios particulares usados como segunda residncia. Em vinte anos houve um aumento de 111 % no nmero de residncias particulares de uso ocasional no municpio de Itapema. Isto evidencia o carter de intensa urbanizao ligado a segunda residncia que tem como padro a verticalizao e o adensamento urbano nos bairros Centro e Meia Praia. A alterao da dinmica urbana no municpio de Itapema est diretamente relacionada urbanizao pela segunda residncia que, articulada e promovida pelos agentes imobilirios associados ao Estado, aumentou a oferta de empregos e servios na cidade. Isso levou a um aumento gradativo da populao residente nas ltimas dcadas (ano 2000: 25.869 hab.; ano 2010: 45.797 hab.). As temporadas de vero continuam alterando significativamente o ritmo da cidade. Contudo, a partir da dcada de 2000 a cidade concentra atividades de comrcio e servios ao longo de todo ano. Assim, h intensa presso sobre a infraestrutura urbana e a legislao que regula o crescimento da cidade