683 resultados para Leitores Reação crítica - Teses
Resumo:
Neste trabalho, analisamos o modo como o processo de seleo de pessoal se estabeleceu em meio s determinaes de sentido nesta que Martin Heidegger denominou a era da tcnica. Esse filsofo descreve a poca em que vivemos como uma era que se caracteriza essencialmente pela nfase no pensamento tcnico-calculante, em que todas as coisas so tomadas pelo carter da mensurao e calculabilidade. Nesse sentido, podemos afirmar que a era moderna detm como verdades algumas caractersticas, como: fundo de reserva, funcionalidade (serventia) e a produtividade sem limites. Esse modelo de pensamento tem um impacto direto na realizao do processo de seleo de pessoal pela Psicologia, haja vista ser esse o critrio bsico exigido para que o trabalhador seja aprovado. Ocorre que, ao tomar esse critrio como a nica e absoluta verdade da capacidade do trabalhador, outras capacidades e motivaes, quando muito, ficam relegadas a um segundo plano. O homem, tomado como um estoque de matria-prima, com funcionalidades especficas e pela determinao da produtividade incessante, passa a se comportar de modo autmato, tal como a mquina, cuja utilidade dura enquanto durar a necessidade de sua produo, sendo descartado quando outras necessidades se sobrepem quela. Atravs da anlise da trajetria da organizao do trabalho e sua interface com a Psicologia, procuramos esclarecer o domnio do carter tcnico instrumental que vem sustentando a Psicologia no modo de realizao da seleo de pessoal, baseando-nos em autores como Sampaio, Chiavenato, Pontes e Leme. Apresentamos, tambm, a contribuio de outros autores, como Sennett, Dejours e Schwartz, que tentaram, a seu modo, construir uma anlise crítica da relao homem-trabalho sob os parmetros predominantes na atualidade. Por fim, por meio a uma visada fenomenolgico-hermenutica, pudemos refletir sobre o processo de seleo em Psicologia e compreender como esta, ao ser constantemente interpelada pela era da tcnica, vem tomando os atributos dessa era como verdades absolutas e, assim, estabelecendo seu fazer em seleo de pessoal sob essas verdades. Ao orientar seu fazer por esse modo, a Psicologia, comprometida com o processo de seleo, compactua, sedimenta e fortalece essa forma de pensar em que o homem tomado como objeto de produo tal qual a mquina, consolidando uma relao homem-trabalho em bases preponderantemente deterministas e, como tal, aprisionadoras. A proposta aqui desenvolvida consiste em evidenciar a possibilidade de outra posio da Psicologia frente ao modo de estabelecimento do processo de seleo, de forma a resistir perspectiva de homem apenas como um fator produtivo.
Anticlericalismo em mutao: as trs verses de O Crime do Padre Amaro (1875-1876-1880), de Ea de Queirs
Resumo:
A pesquisa visa estudar as trs verses de O Crime do Padre Amaro (1875, 1876, 1880) pelo vis da religiosidade, do anticlericalismo, da poltica. Ao abrir a dissertao, apresentar-se- um quadro sucinto do momento histrico em que a obra foi escrita. A obra de Jos Maria Ea de Queirs costuma ser dividida em trs fases: o primeiro momento, dito romntico, das Prosas Brbaras (1866-1867) e da primeira verso de O Crime do Padre Amaro (1875); o segundo momento, quando, atrado pelas teorias do realismo/naturalismo, escreve a segunda e a terceira verses do Crime do Padre Amaro (1876 e 1880) e o Primo Baslio (1878); e o terceiro, desligado de normas especficas, de O Mandarim (1880), A Relquia (1887), Os Maias (1888), A ilustre casa de Ramires (Pstumo, 1900) e A cidade e as serras (Pstumo, 1901). A histria literria de O Crime do Padre Amaro inicia-se em 1875, e continua em duas outras edies, de 1876 e 1880. O objetivo do nosso estudo, ao revisitar as trs verses de O Crime do Padre Amaro, sobretudo analisar o processo de criao queirosiano na obra em tela, para, deste modo, identificar os pontos vitais que levaram o nosso autor a reescrev-la duas vezes. Nossa hiptese maior de discusso para o problema levantado tem a ver com as teorias do realismo-naturalismo e com o anticlericalismo de Ea
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O presente trabalho visa estabelecer uma reflexo sobre o conto e mais propriamente sobre a linguagem como aquilo que propicia e concede ao homem a sua essncia. Para isto, tem como proposta estabelecer uma leitura do livro Grande serto: veredas, de Guimares Rosa, luz de alguns versos de Fernando Pessoa, especialmente um verso do heternimo Ricardo Reis: somos contos contando contos, nada. Nesta esteira, o presente estudo procura estebelecer afinidades eletivas entre os textos pela via do tema proposto. Neste sentido, considera-se que Fernando Pessoa fez da sua vida uma grande obra literria, sendo ele prprio um conto a contar contos, sendo a experincia heteronmica a evidncia do poder de criao da lngua vivenciado pelo escritor. Considera-se tambm que a obra Grande serto: veredas de Guimares Rosa pode ser lida como um grande conto, tendo por base uma declarao feita pelo prprio autor em entrevista. Desta forma, o presente trabalho procura desenvolver o gesto de contar como a forma como o homem torna o mundo habitvel, abordvel, e tambm como a prova de sua prpria existncia, sendo o gesto de colocar as palavras a caminho a forma de realizar a travessia da vida atravs das palavras
Resumo:
O perodo de transio da dcada de 20 para a de 30 dentro do Modernismo brasileiro muito estudado por crticos. Por um lado, defende-se a ideia de que ambas as dcadas pertencem a um mesmo movimento, mas com perspectivas diferentes. Por outro, cogita-se que os dois momentos constituem movimentos literrios distintos. Para Joo Luiz Lafet, a gerao de 20 e a de 30 fazem parte de um mesmo movimento, contudo, h uma distino entre elas: a dcada de 20 caracterizou-se por uma nfase em um projeto esttico, em que predomina o trabalho com a lngua e a sua forma, e a gerao de 30, por uma proeminncia de um projeto ideolgico, que priorizou a discusso social. Lus Bueno defende a ideia de que a literatura produzida nos dois decnios se comportou de forma muito divergente e que as duas dcadas no so parte de um mesmo momento literrio, ainda que se reconhea o valor da gerao de 20 para a subsequente. Nesse trabalho, veremos como na obra de Graciliano Ramos esses dois projetos que Lafet prope so indissociveis, sobretudo pelo trabalho do autor com a metalinguagem, entendida como um processo presente em todos os atos da conscincia, como defende Harald Weinrich. Observar-se- em So Bernardo e Vidas secas como a reflexo metalingustica por meio dos narradores e personagens evidencia o trabalho com a lngua esttica e ideologicamente
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Na primeira fase da redemocratizao brasileira, havia amplo consenso em torno da questo social: ela deveria ser tratada pela imposio de restries ao capitalismo, a partir da ampliao do assalariamento protegido e do Estado Social. O problema de pesquisa da tese o declnio de tal projeto: teramos cada vez mais um contexto no qual a questo social formulada no como de dficit de protees das pessoas perante o capitalismo, mas como dficit de requisitos dos agentes para competirem adequadamente no mercado. A intuio fundamental da tese de que somente seria possvel explicar a substituio de uma narrativa pela outra, atravs da observao de novas formas de valorizao dos capitais, que teriam contribudo para erodir convenes cognitivas sobre as quais a crítica ao capitalismo costumava se apoiar. Nos captulos um e dois, busca-se caracterizar a amplitude e a radicalidade dos enunciados crticos que proliferavam durante a redemocratizao. A reviso daquele perodo denota que as reaes ao contexto ditatorial ensejaram um eixo crtico dual: o de renovao cultural (que nomeamos ativismo autonomista) e o eixo da reinveno do social, no qual a crítica ao passado era meramente corretiva, na medida em que mantinha o assalariamento protegido como centro. No final do segundo captulo, busca-se explicitar que a crítica social teria arrefecido quando prticas enfraquecedoras da regulao salarial passaram a ser justificadas a partir do mesmo lxico que havia sido utilizado para se desqualificar a Ditadura e a tradio populista. O captulo trs procura explicitar processos de deslocamento dos capitais que foram decisivos para o jogo ps-salarial Brasil: a dvida pblica, a explorao em rede (fazendo do setor automotivo um estudo de caso) e a inflao. O quarto captulo trata da proliferao de ocupaes no-salariadas como um produto do prprio contexto de averso s hierarquias e dependncias da redemocratizao, mas realando o efeito que a busca do auto-empresariamento viria trazer em termos de legitimar um capitalismo livre de regulaes coletivas. Em suma, a pesquisa aponta para o declnio da experincia de classe trabalhadora ampliada que vinha sendo gestada no perodo da redemocratizao, fenmeno que induziria o enfraquecimento da crítica social aos efeitos potencialmente degradantes da concorrncia laboral e da mercantilizao da vida social.
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A presente tese problematiza a ideia defendida por Walter Benjamin (1892-1940) da perda da aura dos objetos artsticos na modernidade tcnica, em sua reprodutibilidade, e defende que os cancionistas so neo-sereias modernas que carregam na performance vocal a gaia cincia nutrida pelo instinto caraba de nossa cultura brasileira. Para tanto, numa metodologia majoritariamente interpretativa de canes populares, aliada ao mtodo comparatista confrontando W. Benjamin, T. Adorno e Oswald de Andrade, entre outros pensadores , investiga: (1) a aplicao prtica do conceito de mitopotica na re-criao e permanncia do mito sirnico do mito como fonte de saber, a partir do arqutipo da sereia-me Iemanj e suas derivaes; (2) o conceito de metacano, da cano como produto da neo-sereia e como subjetivao da linguagem; e (3) a distino entre sujeito cancional e sujeito da cano, como artifcios artsticos neo-sirnicos assentados no Brasil
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No romance A defesa Lujin, de Vladimir Nabokov, publicado em russo em 1930, o texto procura levar o leitor a adotar processos mentais similares ao de um jogador de xadrez e de um esquizofrnico, caractersticas do personagem-ttulo do romance. Delineiam-se as expectativas e circunstncias de um ser de papel que se v jogando um xadrez em que tambm pea e traam-se paralelos com as expectativas e circunstncias do leitor perante esse texto literrio. O prefcio de Nabokov edio em ingls de 1964 tomado como indcio de um leitor e um autor implcitos que ele procura moldar. Para anlise dos elementos textuais e nveis de abstrao mental envolvidos, recorre-se esttica da recepo de Wolfgang Iser e a diversas ideias do psiquiatra e etnlogo Gregory Bateson, entre elas o conceito de duplo vnculo, com ateno s distines entre mapa/territrio e play/game. Um duplo duplo vnculo perpetrado na interao leitor-texto: 1) o leitor convidado a sentir empatia pela situao do personagem Lujin e a consider-lo lcido e louco ao mesmo tempo; e 2) o leitor colocado como uma instncia pseudo-transcendental incapaz de comunicao com a instncia inferior (Lujin), gerando uma angstia diretamente relacionvel ao seu envolvimento com a fico, replicando de certa forma a loucura de Lujin. A sinestesia do personagem Lujin identificada como um dos elementos do texto capaz de recriar a experincia de jogar xadrez at para quem no aprecia o jogo. Analisa-se a conexo entre a esquizofrenia ficcional do personagem Lujin e a viso batesoniana do alcoolismo
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A presente dissertao se prope revisitar algumas teorias escolhidas sobre a narrativa fantstica que, por sua vez, servem de referncia para o estudo e a reflexo dos textos produzidos sob o signo da estranheza, da subverso do real e da inquietao humana com o desconhecido. Para tanto, selecionamos alguns tericos que se aventuraram pelos caminhos do fantstico na busca de entender melhor e tentar definir este tipo de texto ficcional. So eles: Peter Penzoldt, Howard Lovecraft, Sigmundo Freud, Jean-Paul Sartre, Tzvedan Todorov e Filipe Furtado. O fantstico um exemplo de construo narrativa que relativiza o real e problematiza o debate em torno dos limites do maravilhoso e sua carga simblica, apresentando, paralelamente, a verossimilhana que a esttica realista aconselha. A narrativa fantstica nasce, ento, da fratura da razo que no consegue mais dar conta de uma viso de mundo que se afigura distorcida, problemtica e, muitas vezes, surreal
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Cobra Norato (1931), do autor gacho Raul Bopp (1898-1984), constitui uma das mais significativas obras do Modernismo brasileiro. Neste poema, dividido em 33 pequenos cantos, o personagem central um homem que, aps apossar-se da pele serpentria, empreende uma viagem em busca de sua amada, a filha da rainha Luzia, em poder de Cobra Grande, lendrio vilo. Sendo o protagonista um viajante, Cobra Norato faz da travessia uma noo extremamente produtiva. Observaremos no estudo proposto, em que medida a ideia do deslocamento corrobora para uma das principais metforas boppianas, manifestada na viso emptica que seu texto instaura. De razes folclricas, com ressonncias da literatura popular e inspirado num mito amaznico, Raul Bopp busca, pelo trabalho literrio, criar uma linguagem adequada ao mundo que tematiza. Aproveitamos o conceito de imagem concebido por Aby Warburg (2010) para analisar como esta potica reproduz em suas nuances, a lgica da sobrevivncia. Com Gaston Bachelard (1991) e Jean-Pierre Richard (1954) estudamos ainda as leituras que a presena da matria lamacenta, intensamente presente na terra do Sem-fim, espao de travessia do heri, pde suscitar parte do sentido de descida primitivista. Vale ressaltar que o poema em questo foi idealizado sob as inspiraes da corrente Antropofgica, desse modo, tambm pretendemos problematizar como os signos de tal projeto esttico-ideolgico so trabalhados no campo metafrico da poesia. Por isso destacamos, paulatinamente, a ateno dada ao desejo de unir duas pontas temporais a Idade de Ouro em que nos encontrvamos, segundo a viso mtica do paraso nos textos da formao da nacionalidade, e a Idade de Ouro a que chegaramos, depois da reviso crítica da corrente antropofgica , reafirmando o modelo de sociedade idealizado pela antropofagia (ANDRADE, 1928). Com auxlio de Lgia Morrone Averbuck (1985), Vera Lcia Oliveira (2002), Otho Moacyr Garcia (1962), M. Cavalcante Proena (1971), Lcia S (2012) entre outros, a pesquisa tambm pretende pr em questo algumas das principais interpretaes sobre Cobra Norato e fomentar o debate em torno dos dilemas e contradies de uma identidade cultural miscigenada, discusso tambm alcanada na malha simblica do poema
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A presente dissertao nasceu da necessidade particular de abrir espao para o texto literrio no ambiente escolar. A escola o espao natural no qual os alunos entram em contato com as linguagens escritas; , pois, o espao onde os estudantes devem conviver com diferentes textos de gneros variados. preciso, contudo, refletir sobre a forma como estes textos sero apresentados aos estudantes. A partir desse questionamento, algumas dvidas motivaram a presente pesquisa: como trabalhar a leitura e a escrita no Ensino Fundamental II?, como formar jovens leitores?, como despertar o gosto pelo texto literrio?, como trabalhar a produo do texto escrito com esses jovens? Pesquisar o trabalho com o texto literrio no segundo segmento, todavia, seria um tema amplo demais. Desse modo, foi realizado um recorte, definindo a srie e o gnero textual que seriam o foco da pesquisa. O 9 ano foi eleito por ser a ltima etapa do Ensino Fundamental. Nessa fase, teoricamente, os alunos j tiveram contato com diversos gneros textuais e j estudaram (e produziram) textos com diferentes modos de organizao do discurso: narrao, exposio, argumentao, injuno, descrio. A escolha do gnero conto se justifica por ser este um texto mais curto, possibilitando a leitura em sala com a turma. O corpus se compe de contos de dois grandes autores brasileiros: Machado de Assis e Lima Barreto. Um dos propsitos dessa escolha era mostrar que autores clssicos podem e devem ser lidos no Ensino Fundamental. O objetivo principal desta pesquisa apresentar atividades realizadas em sala de aula com o gnero selecionado, visando formao do leitor e ao desenvolvimento da produo escrita, ressaltando a importncia do texto literrio no contexto escolar. Defende-se, portanto, que o trabalho com os contos pode ser um estmulo para desenvolver o gosto e, se possvel, ao prazer da leitura, o enriquecimento vocabular e, por conseguinte, para o amadurecimento da escrita
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O misticismo na Idade Mdia pode ser entendido como uma prtica de espiritualidade que confirma a legitimidade da experincia ntima do ser humano com a divindade e desempenha uma funo importante neste perodo histrico: ser um modo para se alcanar a relao direta e individual com Deus, num momento em que a instituio religiosa buscava a uniformizao da f, extirpando muitas prticas heterodoxas (heresias). Todavia, a mstica se impe como uma evoluo natural da espiritualidade crist no medievo ocidental, que estava submergida na razo (teologia), possibilitando ao indivduo uma expresso mais livre e sensvel da f. O Boosco Deleitoso, classificado por estudiosos como uma obra mstica, expressa esta condio emotiva da f. O objetivo deste estudo, portanto, concentra-se em observar a mstica na referente obra portuguesa. Para isso, foi preciso sustentar este trabalho em dois alicerces: a histria e a psicanlise. No primeiro momento, far-se- um estudo da espiritualidade medieval e a evoluo da mstica neste ambiente sociopoltico; em seguida, ser traado pontos de identificao entre o Boosco Deleitoso e os autores e autoras da mstica medieval. No segundo momento, a partir de um estudo sobre a mstica sob o olhar da psicanlise, buscar-se- fazer uma abordagem literria dos discursos msticos tendo em considerao as contribuies tericas de Freud e Lacan sobre o assunto. O corpus desta pesquisa se encontra entre os captulos 118 e 153 do Boosco Deleitoso, parcela da obra que perceptivelmente foi influenciada pela mstica medieval
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A presente dissertao tem como objetivo analisar de que forma a educao oferecida a mulheres do final do sculo XVIII e incio do sculo XIX pode ter contribudo para a composio de personagens femininas nos romances Razo e sensibilidade (1811) e Orgulho e preconceito (1813), da escritora britnica Jane Austen (1775 1817). O presente trabalho apresenta o pensamento de importantes nomes da literatura, da crítica e teoria literrias, como tambm da histria, como suporte no mapeamento no apenas do que era discutido a respeito do momento e do lugar em que Jane Austen e os romances aqui em tela se inserem, mas principalmente acerca da educao feminina
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A deteco de clusters de doenas um desafio para a sade pblica e principalmente para elucidao da ocorrncia de surtos, visto que surtos epidemiolgicos so usualmente definidos como aglomerao de casos. As revises da literatura disponveis sobre a indicao de qual tcnica de anlise espacial (TAE) apropriada para essa tarega se limitam a indicar a escolha das tcnicas considerando os tipos de dados, o tipo de cluster e a medida da doena. So raras as diretrizes que sugerem o uso de TAE em investigaes de surtos . um estudo metodolgico exploratrio, com avaliao de mtodos em duas etapas: (i) uma reviso narrativa do objeto da pesquisa e (ii) descrio e reviso crítica da aplicao das tcnicas selecionadas na reviso narrativa. As tcnicas consideradas de maior importncia para investigao de surtos forma revisadas e descritas, incluindo tcnicas dos tipos global, loca e focal. treze tcnicas foram submetidas reviso crítica e 14 perguntas relevantes para investigao de surtos foram apreciadas. A anlise da capacidade de responta das tcnicas selecionadas baseou-se nas caractersticas das tcnicas e natureza das perguntas da investigao de surtos, buscando-se a equivalncia da responta dada pelas tcnicas de anlise espacial em relao responta que se pretende alcanar na pergunta da investigao. As tcnicas forma classificadas quanto a quantidade de informao que elas fornecem para que a perunca seja respondida, indicando assim, a sua capacidade de responder , ou de responsividade. concluiu-se que as TAE podem contribuir para a investigao de surtos, uma vez que so capazes de responder algumas das perguntas de uma investigao. Todas as catorze perguntas estudadas forma respondidas em algum nvel pelas treze tcnicas revisadas. Tcnicas espao-temporais e puramente espaciais locais respondem ao maior nmero de perguntas. J as espao-temporais apresentam maior nvel de responsividade s perguntas. As tcnicas com menor nmero de perguntas respondidas forma as puramente espaciais focais.
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O Simbolismo surge na Frana em meio a um turbilho de transformaes advindas da modernidade. Estas transformaes levaram os indivduos a repensarem os pressupostos racionalistas e cientificistas. Desta maneira, o esprito da decadncia, que est na base do movimento simbolista, se instaura em 1857, quando Charles Baudelaire lana sua obra As flores do mal, desenvolvendo uma poesia voltada para a inovao do estilo e para uma temtica nova. Para isso, aborda assuntos tabus naquela sociedade, fala da monotonia dos tempos modernos, da solido existencial e inclui coisas consideradas srdidas e repugnantes em seus versos. O movimento, ento, se desenvolve pelo mundo seguindo os pressupostos decadentistas inaugurados por Baudelaire e chega a Portugal e ao Brasil. Nestes pases, veremos que a esttica do Simbolismo no ter o mesmo prestgio que na Frana, porque se desenvolver em oposio ao esprito nacionalista, patritico e positivista, praticado pelo Realismo na prosa e o Parnasianismo na poesia. Assim, o movimento simbolista no ter um lugar de destaque dentro do campo literrio nesses dois pases, permanecendo margem dos cnones hegemnicos. Observaremos como o gnero gtico de lvares de Azevedo e A Gerao do Trovador, anteriores ao Simbolismo no Brasil e Portugal, respectivamente, se constituem como precursores desse movimento esttico. Analisamos ainda o lugar, a potica e a crítica de Nestor Vtor no campo literrio brasileiro e o lugar e a potica de Camilo Pessanha no campo literrio portugus, buscando, com base nas conceituaes tericas de Pierre Bourdieu e Dominique Maingueneau sobre a gnese do campo literrio e o discurso literrio, os diferentes posicionamentos dos agentes, suas cenas de enunciao e seus espaos, responder ao porqu do desprestgio do movimento simbolista no Brasil e em Portugal
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Na trilogia crtico-religiosa de Jos Saramago, constituda pelos romances Memorial do Convento, O Evangelho Segundo Jesus Cristo e Caim, torna-se possvel perceber a presena recorrente do pensamento utpico, que, nas trs obras em questo, no se revela como percepo idealstica de uma realidade imutvel, mas, tendo em vista a perspectiva filosfica de Ernst Bloch, revela-se como conscincia aguda tanto do processo histrico quanto da prxis libertria. Na dinmica constitutiva dessa conscincia, pode-se delinear o encontro interativo dos tempos: um passado reconstitudo criticamente pela tica contempornea, um presente permeado por intensa militncia ideolgica e, principalmente, a conscincia de um futuro aberto como possibilidade concreta, o que viabiliza, naqueles romances, aspiraes humanas por transformaes radicais da ordem vigente. Esse encontro dos tempos, do ponto de vista esttico-literrio, substancializa-se na trilogia por intermdio essencialmente do recurso pardico: a revisitao crítica dos cones e temas provenientes do universo judaico-cristo. Seja nas imagens desiderativas que retoma, seja no quadro conceitual que ironiza, seja, ainda, na constituio hbrida do romance, que esfacela o teor totalizante da narrativa tradicional, Jos Saramago parece extrair dos arqutipos religiosos uma intensidade subversiva que, na tessitura ficcional que elabora, atinge e questiona a construo metafsica erigida por sculos de judasmo e cristianismo. Nos trs romances do escritor lusitano, esse processo de releitura do passado aponta no somente para a impossibilidade, no contexto contemporneo, de experincia com a cosmoviso totalizante da religio ocidental como tambm para a reconstituio existencial do mundo moderno, uma vez que, a partir de sonhos frustrados daquele passado, se tornaria possvel materializar anseios utpicos latentes, represados na memria coletiva. Assim, o pensamento utpico, na trilogia saramaguiana, converte-se em nvoa do tempo: no espao mltiplo e complexo do romance, desnuda-se a dialtica entre passado, presente e futuro, que, na sua dinamicidade constitutiva, abriga e gesta o novum, o ainda no