278 resultados para Figueiredo, Rubens, 1958- Crítica e interpretação


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A proposta primeira da dissertao Contra a Luz: insnia, prosa de fico e Graciliano Ramos a de investigar desdobramentos narrativos do tema da insnia na prosa de fico da primeira metade do sculo XX. O primeiro captulo, de um lado, traa um panorama histrico-literrio da insnia da Idade Mdia ao sculo passado e, de outro lado, prope algumas consideraes de cunho psicanaltico sobre o tema. Pretende-se, assim, estabelecer alguns argumentos-chave que se desenvolvero ao longo dos captulos subseqentes, a saber: o de que a escurido e o vazio noturno so altamente propcios concentrao na reflexo em detrimento da ao e que, portanto, possibilitam uma excepcional explorao da subjetividade dos personagens em questo. O segundo captulo pensar tal situao no contexto da prosa de fico moderna, a partir de breves estudos das obras Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust; Livro do desassossego, de Fernando Pessoa (sob o heternimo Bernardo Soares); Funes, o memorioso, de Jorge Luis Borges; e Buriti, de Joo Guimares Rosa. Assim, sero expostas as maneiras pelas quais, nessas obras, as cenas de insnia mostram-se essenciais tanto proposio de uma reflexo sobre a prpria construo da narrativa, quanto permitem o aprofundamento psicolgico dos personagens e o experimentalismo formal. Estes dois eixos permearo a Parte II da dissertao, que ter por foco a obra de Graciliano Ramos. O terceiro captulo analisar a insnia do personagem Paulo Honrio, no romance S.Bernardo, em relao composio da narrativa feita por ele em suas noites em claro. O quarto captulo, dedicado ao romance Angstia, investigar a instalao de um clima angustiado e de experimentaes narrativas a partir das noites insones de Lus da Silva. Por fim, o quinto captulo, abordando os contos Insnia e O relgio do hospital, traar algumas concluses sobre a funo da insnia no estilo de Graciliano Ramos, e propor tambm algumas consideraes finais acerca de toda a dissertao

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A obra romanesca de Mia Couto o objeto da investigao desta tese, ponto de partida para tentar compreender a contribuio do autor na afirmao do romance africano e na reconstruo da identidade de seu pas, Moambique. Para tanto, o estudo discute a importncia da revelao de uma paisagem oculta ao leitor, de matriz cultural e complexo entendimento. O captulo que traz esta anlise mostra como a obra retrata as condies histricas e polticas de dominao, desigualdade, identificando aqui e l um tom levemente engajado na escrita miacoutiana, tanto quanto suas posies ideolgicas, suas denncias. Entre os temas mais destacados na obra est o animismo africano que d origem a uma srie de circunstncias sobrenaturais nos enredos, como uma lembrana constante: em frica, os espritos esto por toda a parte, mantendo intensa relao com os vivos. Em torno da questo, a tese discute o fato de parte da crítica classificar a obra por gneros como o Realismo Mgico, o Maravilhoso e o Fantstico. Tambm so investigadas as estratgias narrativas deste autor, suas opes regulares na composio de enredos, personagens, nomes de personagens e epgrafes. Com base nessas marcas e em outros traos comuns a todos os seus romances talvez presentes igualmente em seus contos descobre-se a adequao entre a criao de um sistema de pensamento dicotmico, que atravessa a obra, e estruturas frasais que revelam algo significativo: os romances de Mia Couto so propositivos, especialmente quando convidam o leitor ao movimento constante de questionamento de suas prprias certezas

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Este estudo tem como objetivo averiguar os efeitos de sentido produzidos por msicas de hip hop (movimento cultural cultivado nos guetos fluminenses), com base na anlise de sua expresso verbal (rap) e em uma considerao experimental de capas de disco. Objetiva-se tambm investigar, no material artstico de Marcelo D2 e MV Bill, relaes sociais engendradas por sujeitos da periferia, em espaos sociais antagnicos (centro e periferia). Para isso, exploramos uma Anlise do Discurso de base enunciativa, enfatizando o conceito de etos discursivo, alm de noes vinculadas problemtica da alteridade discursiva, a fim de que se analise o posicionamento de entes subjugados perante o descaso a que esto submetidos, e suas impresses sobre as imagens discursivas de marginalizadores. Buscamos apreender etos produzidos por sujeitos do rap, considerando a presena do Outro que fala nele/por ele (alteridade). Nossos procedimentos metodolgicos apontam o que levou a considerar o hip hop, alm da trajetria seguida na delimitao do corpus. Alm disso, expem-se os motivos que nos fizeram priorizar etos e alteridade discursiva. As anlises buscam avaliaes sobre a materialidade discursiva, que almejam extrair sentidos produzidos nos guetos. Como resultados, refletimos sobre aspectos inerentes ao contexto social fluminense, ao relacionamento entre sujeitos, lugares e prticas, para que se alarguem consideraes sobre essas afinidades, inclusive na escola. Desse modo, ambicionamos que se aprimorem os debates sobre prticas de afirmao social de classes e, atravs de novas discusses, se intensifiquem as iniciativas sociopolticas

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A tese estuda a obra potica de Adlia Prado sob o ponto de vista da Estilstica. Mostra que a metfora o recurso mais afeito a construir a lngua literria e, no caso da poetisa, model-la em portugus. O estudo atesta que a linguagem conotativa da poetisa alcana os trs nveis da lngua e promove o inesperado e o distante da expresso comum. Afirma a importncia da polifonia e da intertextualidade , alm da excelncia do discurso indireto livre na criao literria, no s da poetisa, mas de todo uso da lngua portuguesa como ferramenta de expresso potica, principalmente se a inteno do autor criar o discurso surrealista. A pesquisa mostra que h, na obra, um grande nmero de poemas em que predomina a linguagem religiosa catlica. Ocorre a expresso da alma feminina , marcada com orgulho pela poetisa. A autora cria prosodemas, inaugura neologismos ,aproveitando todos os processos de criao vocabular. Assim, a obra se notabiliza pelo aproveitamento da sonoridade das palavras, pela escolha lexical indita, por uma estrutura frasal apositiva, evocativa, sucinta e nominal, no escravizada s regras do registro culto como padro literrio. A tese reconhece que a autora lida eficientemente com as classes de palavras, com a construo nominal e com uma estruturao sinttica peculiar, em que sobressai a orao adjetiva com funo de sujeito, apesar de conter verbo: a orao adjetiva subjetivada. A essncia da pesquisa so os conjuntos metafricos, verdadeiros modelos universais, que permitem reconhecer a possvel existncia de uma lngua literria em portugus. No mesmo contexto, focaliza um grupo de poemas chamados de telegrficos, curtos e de teor filosfico. Tal qualidade metafrica mostra a importncia da poetisa Adlia Prado para a articulao da lngua literria em lngua portuguesa

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Tendo como incipt Junto dum seco, fero e estril monte, a Cano V de Lus de Cames, presente no corpus mnimo proposto pelo Professor Leodegrio de Azevedo Filho tema deste estudo que se prope a fazer uma anlise literria luz do Maneirismo, onde se buscam observar as principais caractersticas temticas presentes na mesma. Dessa forma, temas como o desconcerto do mundo, a fugacidade do tempo e da vida e, consequentemente, o pessimismo e a ausncia da amada sero relacionados poesia. H a preocupao de se atentar para a influncia tardo-gtica no Maneirismo e como isso se d nessa cano, o que faz com que se perceba no haver traos clssicos ou renascentistas na mesma. Faz-se necessrio ainda que se analisem as referncias geogrficas, as construes e os recursos estilsticos utilizados pelo poeta, uma vez que estes so significativos para uma boa compreenso da cano, bem como para um possvel questionamento acerca da obra de Cames ser considerada por alguns autores clssica

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A partir da suspeita de que o pensamento e sua expresso no se limitam a uma nica forma, o presente trabalho investiga de que modo podemos pensar, a partir de Fernando Pessoa, uma relao possvel entre filosofia e literatura. Quais os pressupostos que permitem considerar o fenmeno heteronmico pessoano como um expediente trgico que diz respeito ao prprio pensamento, ou ainda, como entrever, no projeto pessoano, o lugar de embate trgico, por excelncia entre aquilo que somos, enquanto sujeitos, e os processos que franqueiam escrita a constituio de uma subjetividade outra? Desdobrada em heternimos, a obra de Pessoa comportaria em si a justaposio de formas diversas de ver e compreender o mundo, mas o processo pelo qual este desdobramento se d poderia ser tomado como anterior s formas constitudas das personalidades particulares, apresentando-se como uma disposio anti-dialtica do pensamento. Privilegiando como ponto de partida os escritos do heternimo louco e filsofo de Fernando Pessoa, Antnio Mora, nosso intuito analisar de que modo sua crítica tradio metafsica ocidental, em ressonncia com a filosofia francesa contempornea de inspirao nietzschiana, pode se constituir como um intercessor capaz de dar a ver uma potncia impessoal atuando entre a filosofia e a literatura, representada pelo verso de Alberto Caeiro: a natureza partes sem um todo"

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Considerado pela maioria da crítica como uma literatura ptrida (cf. ULBACH, 1868) ou torpe (cf. VERSSIMO, 1894), acusado de confundir ingenuamente cincia e literatura, bem como de cientizar a linguagem literria, e em particular no Brasil, alm disso, questionado por plgio ou importao de uma moda estrangeira, o naturalismo foi relegado s margens da historiografia literria. Assumindo como ponto de partida esse panorama crtico, a tese prope uma reavaliao crítica e historiogrfica da esttica naturalista, comeando por descrever e analisar sua origem no decurso da histria, a partir do advento do realismo moderno nas obras de Stendhal e de Balzac (cf. AUERBACH, 2004). Enfoca a lenta afirmao dos termos realismo e naturalismo, bem como a importncia da contribuio de diferentes romancistas franceses no processo de consolidao da esttica realista e de seu prolongamento no naturalismo. Discute-se tambm o projeto esttico proposto por Zola, assim como se desconstroem mitos corroborados pela historiografia literria a respeito da teoria e do movimento naturalistas. Por fim, correlacionando a esttica naturalista com o ideal republicano, aborda-se a aclimatao dos princpios naturalistas no Brasil, na obra daquele que foi seu principal representante, Alusio Azevedo. A partir de uma abordagem comparativa entre o naturalismo na Frana e no Brasil, busca-se, em sntese, contribuir para o processo de reviso crítica e historiogrfica de um perodo literrio muito produtivo nos dois pases, no obstante a tendncia para sua desvalorizao em geral observada nas manifestaes da crítica novecentista

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A presente dissertao tem como objetivo refletir sobre a imagem do artista na obra de Silviano Santiago, mais precisamente sobre a figura do narrador-escritor da novela Uma histria de famlia (1992), em abordagem comparativa com outros artistas, cuja produo e aparecimento na mdia problematizaram as primeiras dcadas do HIV/AIDS, tais como Cazuza e o artista visual Leonilson, que posavam midiaticamente como perigosos. Pretende-se apontar, na obra de Silviano Santiago, uma performance do artista (soropositivamente) perigoso, na qual a relao entre enfermidade, dor, prazer e labor literrio verificvel. Outros artistas so estudados, tais como o escritor Jean-Claude Bernardet, a artista visual Teresa Margolles e o performer Ron Athey, assim como os j citados Cazuza e Leonilson. Partindo da tese de Doutorado e da dissertao de Mestrado de Marcelo Secron Bessa, este trabalho procura avanar com algumas questes que, para tanto, recorrem ao conceito de performatividade, em Judith Butler, noo do corpo como um Outro radical, de Henri-Pierre Jeudy, e anlise da relao entre AIDS e a discursividade empreendida por Susan Sontag. Os textos crticos de Silviano Santiago tambm fundamentam o presente estudo, mais precisamente na anlise daqueles da relao entre dor e prazer na criao literria e da noo de uma homossexualidade astuciosa em resposta s discursividades heteronormativas

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Muito j se disse sobre Clarice Lispector, muito h, no entanto, a se dizer ainda. Com este nosso trabalho, ousamos trilhar um caminho que nos parece duplamente pouco explorado: por um lado, nos debruamos sobre as pausas, as lacunas, as suspenses do dizer que se materializam em cortes no fio discursivo da literatura clariceana; mais especificamente nas interrupes que comparecem por meio de travesses, parnteses e a estendemos para a interrogao em A Hora da Estrela. Por outro lado, trazemos, para este nosso objetivo, uma abordagem discursiva, isto , temos como suporte terico-metodolgico a Anlise de Discurso cujos autores basilares so Pcheux e Orlandi. Esta autora, ao deslocar o estudo da pontuao do campo da gramtica para o domnio do discurso, considera a pontuao como o lugar em que o sujeito trabalha seus pontos de subjetivao, o modo como interpreta (Orlandi, 2005). A pontuao, vista discursivamente, abre fendas do no-dizer no dizer, trabalhando sua (in)completude. Os travesses, os parnteses e a interrogao, em Clarice, rompem repetida e sucessivamente a linearidade da lngua expondo seus vazios, seus meandros, seus impasses. Analisaremos o funcionamento discursivo desses trs sinais de pontuao no dizer do narrador de A Hora da Estrela, assim como investigaremos as posies-sujeito do narrador que se delineiam em cada funcionamento desses sinais: posio-sujeito de narrador onipotente/onisciente, posio-sujeito de narrador impotente e posio-sujeito de narrador vacilante. Para nosso trabalho, apoiamo-nos tambm nas reflexes tericas acerca da heterogeneidade da lngua, propostas por Authier-Revuz e trazemos o conceito de enunciao vacilante formulado por Paulillo. Podemos dizer que, nas incisas desta novela clariceana, jogam posies-sujeito que se polemizam, que se equivocam. Essas posies refletem uma narrativa que ora descreve a possibilidade de narrar, de descrever o outro, ora confessa a impossibilidade de capturar esse outro pela palavra: narrador vacilante, narrativa vacilante

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A partir da leitura do livro Mnimos, Mltiplos e Comuns de Joo Gilberto Noll, este trabalho busca empreender um estudo sobre as relaes entre a escrita do artista e tempo na figura dos instantes ficcionais, observando a questo do microrrelato e da exigncia fragmentria (cf.P. Lacoue-Labarthe e Jean-Luc Nancy), na perspectiva do inacabado/unidade, o que projeta uma hiptese de conjunto constelar para a escrita de Joo Gilberto Noll. Inicialmente realiza-se uma reflexo de alguns temas importantes na fortuna crítica sobre o escritor, com a inteno de saber como estes reverberam na sua escrita para, em seguida, tratar do fragmento e suas perspectivas estticas de inacabamento e de totalidade, com relao ao tempo e como dessas questes surge a metfora crítica do instante ficcional. As leituras críticas usadas como operadores nortearam-se a partir das noes de fragmento (romntico), e de Acontecimento, relacionadas ao par conceitual Cronos/Ain deleuziano

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A presente tese tem como intuito investigar as relaes entre as narrativas de Machado de Assis e de Woody Allen, autores de pocas e culturas bastante distintas. No entanto, atravs da anlise do papel da ironia na obra de ambos tornou-se possvel aproximar Memrias pstumas de Brs Cubas, romance de 1881 de Machado, e Stardust Memories, filme lanado em 1980 pelo diretor Woody Allen. A investigao divide-se em trs etapas. No primeiro captulo, analisa-se a aproximao entre os dois autores atravs de uma mesma viso sobre a fico presente tanto na obra de Machado quanto na de Allen. Esta viso encontra-se fundamentada atravs de uma tradio literria burlesca que rompe com o primado realista na narrativa ficcional. No segundo captulo, procura-se demonstrar como a perspectiva no realista escapa a uma regra moralizante na fico, para valorizar uma postura tica, isto , para se definir o ethos da narrativa. A ironia, assim, ser a morada da fico de ambos os autores, que problematizam o mundo incluindo nele a prpria narrativa. E no terceiro e ltimo captulo, analisa-se a relao ficcional nas duas obras com a memria. A memria, elemento constituinte da identidade humana, revela-se uma linguagem prpria e opressora aos narradores memorialistas, impondo-lhes a inexorabilidade do tempo. Dessa forma, suas fices seriam uma luta incessante do homem contra o seu caminhar para a morte

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O objetivo da presente pesquisa o de discutir a reescrita da histria da Irlanda, mais especificamente aspectos relacionados construo da identidade nacional e de marcas da tradio, a partir da leitura do romance Tipperary, de Frank Delaney. Publicada em 2007, essa obra aborda de forma singular as querelas sobre identidade nacional, nacionalismo, passado, memria, e seus personagens principais e a trama esto significativamente ligados ao contexto poltico-social da histria da Irlanda. Nessa reconstruo da histria, o passado revisitado atravs de diferentes pontos de vista. Nossa ateno estar voltada para a seleo de elementos/momentos da histria do pas que ganham foco na narrativa, e as possveis repercusses deste processo. Alm disso, nos concentraremos na questo das tnues fronteiras entre histria e fico, ou seja, as fronteiras pouco delimitadas entre o discurso histrico e o discurso ficcional. Na escrita da histria em Tipperary, Delaney aborda questes relativas a mitos, lendas e tradies como importantes fatores de identidade nacional em uma Irlanda que emerge como uma nao independente. No romance em questo, podemos observar como histria e memria se unem na jornada do protagonista, em sua empreitada de narrar a histria de sua vida e de seu pas

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Esta dissertao tem como objetivo analisar e discutir os romances-ensaios O Dia da Coruja e A Cada um o Seu, de Leonardo Sciascia, em perspectiva comparada com as narrativas policiais A Forma da gua e O Ladro de Merendas, de Andrea Camilleri, no que diz respeito aos traos estilsticos, histricos e temticos das obras em foco. Na pesquisa, refletiu-se sobre a utilizao da estrutura do romance policial como estratgia de composio empregada pelos dois autores sicilianos, a fim de criticarem a realidade sociopoltica italiana dos ltimos 50 anos. Ao final, apontam-se diferenas e identidades existentes entre os citados ttulos e se conclui que, L.Sciascia, em tom amargo e incisivo, deu matria de seus romances um perfil tanto de narrativa ficcional quanto de ensaio poltico-filosfico, com o objetivo de denunciar, em seus pseudo-gialli, no apenas crimes, mas, principalmente, a falta de tica no seio da justia de seu pas. J A.Camilleri eternizou seu perfil de escritor giallista, criando a figura do inspetor Salvo Montalbano e ao lanar mo do recurso do riso srio. Tal artifcio no invalidou, ao contrrio, sublinhou ironicamente a denncia a toda forma de criminalidade, de corrupo e de abuso do poder, na fictcia Vigata, espao imaginrio representativo da Sicilia e da Itlia

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O objetivo desta dissertao propor uma viso afirmativa dos narradores-protagonistas dos romances do escritor Joo Gilberto Noll, oferecendo um contraponto crítica que, ao inserir esses narradores-protagonistas na tendncia niilista contempornea de apagamento diante do outro e do mundo, os classifica como fracos. A partir da anlise dos romances Hotel Atlntico (1986), Harmada (1993), A cu aberto (1996), Berkeley em Bellagio (2002), Lorde (2004) e Acenos e afagos (2008), caracterizaremos o sujeito nolliano como um sujeito forte, que chamaremos aqui de sujeito dionisaco. Este sujeito prescinde de uma identidade fixa e bem delimitada e, portanto, dispensa quaisquer tipos de espelhos da conscincia, da identificao, da idealizao. Em vez de atribuir-se a si mesmo uma subjetividade ou um rosto, este sujeito se reconhece na sua existncia mais primordial: o seu corpo indomvel, que, diferente do corpo/imagem da lgica do esteticismo generalizado, refora o carter mltiplo e instvel do sujeito, lembrando que ele regido no pela sua vontade prpria, mas sim pela dinmica da vontade de potncia. Apesar de remeter sempre ao corpo, a literatura de Noll se revela um convite, tanto aos seus narradores-personagens quanto ao leitor, para uma experincia metafsica

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Este trabalho apresenta uma leitura das manifestaes do inslito ficcional, a partir de mitos e do maravilhoso moambicano, em Vinte e zinco, de Mia Couto. Essas manifestaes podem ser vistas como pertencentes ao Realismo Maravilhoso, Mgico ou Animista, uma vez que podem ser observadas atravs da representao literria de mitos que perpassam o continente africano como um todo, permitindo, assim, repensar a origem de lendas, crenas, folclore, religiosidade e tradies nacionais. Dessa forma, os eventos inslitos presentes em Vinte e zinco so utilizados por Mia Couto com a inteno, explicitada em seus artigos de opinio, de resgatar e recuperar aspectos dispersos da mosaica e hbrida identidade moambicana, contribuindo para sua construo na contemporaneidade, ultrapassadas as guerras de descolonizao -frente a Portugal - e civil -entre os prprios moambicanos