133 resultados para Estética Aspectos psicológicos
Resumo:
Entre as diversas manifestaes esportivas, o futebol o que apresenta maior popularidade no Brasil, sendo conhecido e reconhecido como o Esporte das Multides. O futebol um terreno frtil para estudos e reflexes, pois seus simbolismos permitem articulaes com outras dimenses da vida social. Entre os atores sociais envolvidos no futebol, destacam-se os torcedores, essenciais para a existncia do espetculo esportivo. So os torcedores que vivenciam e partilham emoes, que percebem e internalizam toda natureza simblica do futebol, revelando ento sua prpria natureza. Para os torcedores h um lugar sagrado: os estdios de futebol, verdadeiros santurios de culto a bola, que remetem o espetculo esportivo a um rito mitificador. Os estdios de futebol esto presentes no imaginrio como a casa dos homens. Entretanto cresce cotidianamente o nmero de mulheres que comparecem regularmente a esses templos do futebol. Empregando o mtodo bola de neve foram selecionadas sete mulheres frequentadoras de estdios de futebol que responderam a uma entrevista semi-estruturada. Com uma abordagem qualitativa, utilizou-se a anlise do discurso com o intuito de compreender e analisar a produo imaginria dessas mulheres. Foram encontradas as marcas estdio (com sentido imprevisibilidade, espao de confraternizao, espao masculino e espao democrtico), gente (com sentido de grupo), homem (com sentido de preconceito e domnio), mulher (com sentido de conquista de espao, torcedora, companheira e insegurana) e time (com sentido de paixo e zoeira). A interpretao dos dados remete a figura de Dionsio, pelos aspectos do xtase, do entusiasmo, do prazer, da liberdade, da autonomia, por no se deixar dominar e pela quebra de tabus
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Este trabalho tem por objetivo compreender, no contexto histrico atual da sociedade ocidental, as diversas representaes sobre a morte, o morrer, a perda e o luto nas suas dimenses pessoais e sociais. A anlise parte do cenrio hipermoderno onde a morte e o sofrimento so interditados. Os recursos tecnolgicos, na atualidade, vm contribuindo para o afastamento da morte, com descobertas que possibilitam o prolongamento da vida e com promessas de realizao do desejo utpico do homem de tornar-se imortal. Como conseqncia imediata destes elementos encontrados no imaginrio social contemporneo, morrer torna-se uma transgresso e a morte distancia-se da condio humana. Ao mesmo tempo, o iderio de felicidade plena silencia as expresses de sofrimento, que se tornam indesejadas. Para a anlise das conseqncias deste contexto para o homem hipermoderno, este estudo fundamenta-se em relatos, depoimentos registrados no site Depois da perda... e expresses de perda encontradas na arte, na literatura e na msica, feitas por aqueles que vivenciam ou tenham vivenciado luto pela morte de um ente querido.
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Esta tese se prope a explorar as possibilidades de lidar com o trabalho enquanto atividade, compreendendo-o, a partir da perspectiva ergolgica (SCHWARTZ, 2000), portando um paradoxo ou um tipo de dialtica entre o Registro 1 das normas antecedentes que marcam fortemente a antecipao desse trabalho; e o Registro 2 das dimenses singulares do encontro de encontros, que se produz em todo trabalhar. A partir da permanente dialtica entre esses dois registros, a perspectiva ergolgica vai buscar mtodos que sejam capazes de dar visibilidade dimenso gestionria que atravessa todo trabalhar, para que os protagonistas da atividade possam se apropriar de sua atividade, individual e coletivamente, ampliando seus nveis de autonomia frente ao trabalho e vida. O termo ergo(trans)formao afirma uma prtica de pesquisa-interveno que se prope transformadora da realidade, apostando numa interveno micropoltica no seio da experincia social, conforme Rocha e Aguiar (2003). Este modo de compreenso de pesquisa e de afirmao da produo coletiva do conhecimento pauta-se numa abordagem construtivista onde conhecer no representar uma realidade pr-existente, mas um processo de inveno de si e do mundo (KASTRUP, 1999), em um acoplamento direto com a matria. Enfrentamos o seguinte problema: o trabalho pode ser pensado como inveno de si e do mundo, entrando em curto-circuitagem com as formas de produzir em conformidade com organizao formal do trabalho, afirmando o primado do agir prprio do trabalhador como atividade, frente ao acontecimental do trabalho? Para dar conta deste problema, propomos desenvolver uma cartografia, enquanto mtodo de anlise da atividade de trabalho, que possibilite acompanhar a curto-circuitagem entre as formas de produzir em conformidade com organizao do trabalho e o agir prprio do trabalhador. So apresentadas duas experimentaes de ergo(trans)formao desenvolvidas em dois territrios distintos dos mundos do trabalho: o desenvolvimento de uma Oficina de Vendas e a formao de educadores internos, em empresa financeira pblica e a possibilidade de formao educacional e profissional de jovens com transtorno mental grave em uma rede de restaurantes que se desdobra na cartografia do trabalho coletivo e do coletivo de trabalho, tendo um jovem portador de sndrome de Down como protagonista da atividade. As escolhas metodolgicas se fizeram em duas perspectivas distintas e complementares: (1) o mtodo cartogrfico elaborado a partir de Deleuze e Guattari (1995), Guattari e Rolnik (1986), assim como Passos, Kastrup e Escssia (2009); e (2) o que prope Schwartz (1999), o Dispositivo Dinmico de Trs Polos (DD3P), incorporando a reformulao conceitual proposta por Athayde e Brito (2003) denominada Comunidade Ampliada de Pesquisa. Como concluso, refletimos se possvel pensar a atividade inventiva de trabalho, a partir das experimentaes de ergo(trans)formao que apresentamos, considerando suas condies e efeitos e, mesmo, se podemos nome-las assim, levando-se em conta as diferenas de atividades envolvidas. Estas experimentaes nos impuseram pensar o trabalho (enquanto atividade) em sua indissociabilidade com a formao humana e com a produo de subjetividade
Resumo:
O trabalho aborda pesquisa realizada com famlias recasadas formadas aps uma separao conjugal. Esta investigao teve como objetivo principal levantar as dificuldades e vivncias apresentadas por pais e mes recasados, aps divrcio, na conduo desta nova organizao familiar. Pretende-se tambm colaborar com o despertar sobre o referido tema, auxiliando para que novos estudos sejam desenvolvidos e aprofundados. O procedimento metodolgico envolveu inicialmente o levantamento e estudo de material bibliogrfico sobre a temtica, alm de busca em sites, comunidades do Orkut, romances, filmes e seriados televisivos que abordassem o assunto. Na anlise terica foram enfocadas as transformaes pelas quais a famlia contempornea tem passado, com o intuito de se perceber em que contexto ocorre o surgimento da famlia recasada proveniente de um divrcio. Segundo os autores estudados, a experincia do rompimento conjugal suscita diversas implicaes que iro refletir na constituio do recasamento. A principal dificuldade enfrentada pelo ex-casal reside na indiferenciao, que por vezes persiste, de aspectos referentes conjugalidade e parentalidade. Os autores destacam a importncia da manuteno de um vnculo prximo entre pais e filhos aps o divrcio, apontando a guarda compartilhada como a modalidade de guarda que propicia a preservao do lao parental, a despeito da separao no mbito conjugal. No estudo da famlia recasada, encontraram-se divergncias quanto denominao para esta formao familiar. Tambm foram observadas especificidades da famlia com padrasto/madrasta em relao aos aspectos urbansticos, econmicos e, principalmente, jurdicos. No trabalho de campo, optou-se pela pesquisa qualitativa. Foram realizadas entrevistas individuais semi-estruturadas com cinco pais e cinco mes recasados aps separao conjugal, integrantes de famlias diferentes, residentes no Estado do Rio de Janeiro, de classe mdia e que coabitavam com seu atual companheiro. Os dados obtidos foram tratados por meio da anlise de contedo. Percebeu-se com os pais e mes recasados dificuldades na mediao entre os filhos e o novo cnjuge, quando relataram que se sentiam como pra-choque e aparando arestas. A fim de lidar com a nova configurao familiar, alguns optavam por desencontros propositais, isto , usufruir a companhia de seus filhos em momentos separados daqueles desfrutados com o atual companheiro. Tambm foi evidente a influncia do modelo de famlia nuclear quando definiam quem fazia parte de sua famlia. Foram observadas as especificidades do casal recasado no que tange as comemoraes da unio, lua-de-mel, momentos de lazer, mudana de residncia e deciso de ter ou no filhos do atual relacionamento. Concluiu-se que so inmeras as implicaes e aspectos que devem ser considerados nas famlias recasadas, sendo que a aceitao dos novos membros, ou seja, do padrasto e/ou da madrasta, demanda esforo de todos os envolvidos. Cada famlia descobre seu modo de estruturao, cabendo ao profissional de Psicologia estar atento s particularidades desta formao familiar e auxili-la neste caminho singular
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O esporte, compreendido a partir do paradigma mdico-esportivo, deixa de ser analisado como simples exerccio para tornar-se o principal sustentculo de um estilo de vida, um estado de esprito que associa vitalidade a desafio, promovendo um tipo de sujeito com formao autnoma e responsabilidade individual, em plena sintonia com o iderio neoliberal. Esses usos do esporte constituem uma obra complexa, que exige vrios dispositivos. A tarefa, ento, passa a ser investigar os pontos de sustentao dessa tecnologia em seus desdobramentos cotidianos, a partir da observao e escuta da rotina dos praticantes. O esporte seria, nessa perspectiva, um lugar privilegiado para a compreenso da sociedade, revelando-nos a intimidade de suas relaes de saber/poder, bem como o plano da produo de tais relaes. Esse levantamento, cumpre frisar, no implicaria propor novos modelos, pois julgamos que pensar em modelos ou programas predeterminados redunda, necessariamente, em recair em efeitos reprodutores e reativos. Analisar tecnologias , ao contrrio, diagnosticar limites, supondo-os contingncias histricas passveis de desconstruo e de eventual reinveno pelos sujeitos envolvidos nos processos em pauta.
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Neste trabalho, procuramos conhecer as memrias da patrimonializao da viola de cocho nas cidades de Cuiab -Mato Grosso, e Corumb -Mato Grosso do Sul. Para a realizao desse estudo usamos como referncia terica os estudos de memria social sobretudo as discusses desenvolvidos por Bartlett (1932), Halbwachs (1990), Bosi (1994), Portelli (1997) e S (2005). Tomando como referncia essa abordagem terica e buscando um entendimento psicossocial das memrias da preservao e patrimonializao do modo de fazer a viola de cocho, buscamos desenvolver a pesquisa por meio de anlise documental, observaes de campo e entrevistas in loco com mestres pessoas idosas representantes desse saber-, jovens aprendizes e pessoas envolvidas com a patrimonializao desse modo de saber fazer. Revelar as memrias dos entrevistados foi revelar as histrias pessoais e tambm as memrias coletivas em uma interface com a histria narrada do modo de saber fazer a viola de cocho e o conjunto de prticas sociais ela associadas. Cada entrevistado, ao recordar o momento vivido com esse saber, fez uma reinterpretao pessoal e coletiva e inscreveu suas lembranas na histria desse saber ao mesmo tempo em que tambm traduziu o contexto e a histria desse saber em suas memrias de vida. Atravs das narrativas de mestres, aprendizes e pessoas ligadas a patrimonializao desse saber foi possvel conhecer os sentidos e significados atribudos em diferentes contextos, bem como, as experincias vivenciadas e traduzidas pelos grupos em suas prticas coletivas. Ao tecermos comparaes entre as narrativas de mestres e aprendizes foi possvel relacionar algumas modificaes que as tradies e todo o conjunto de conhecimentos associados ao modo de saber fazer a viola de cocho sofreu e relacionar alguns efeitos sociais dessas mudanas nas formas de ser, de se organizar e de viver destes grupos.
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A Freguesia de Jacarepagu, do Rio de Janeiro, nos ltimos cinco anos recebeu mais de 80 lanamentos. Juntamente com a Barra da Tijuca, vem sendo um dos principais alvos do mercado imobilirio carioca, correspondendo a 95% das construes da cidade. Tornou-se bairro na dcada de 1980. Nas ltimas dcadas, tem sido foco de expanso urbana. Foi escolhida como espao privilegiado para a anlise das construes e prticas discursivas do mercado imobilirio. O objetivo foi entender o processo de comercializao e lanamento das habitaes. Anncios e materiais de propaganda de 52 empreendimentos permitiram identificar 21 grupos de discursos, ancorados em enunciados e imagens do verde, de famlias felizes e inmeros itens de lazer que se constituram em objetos de anlise. Novos conceitos e produtos habitacionais so postos no mercado com o uso de inmeras tticas e estratgias, embasadas no imaginrio carioca do verde local e no iderio da casa prpria. O marketing dos discursos utilizado como produtor de sentido sobre o consumidor, sujeito urbano hipermoderno, desejoso de segurana, maior qualidade de vida, sustentabilidade, novos luxos e facilidades a sua disposio. O discurso sedutor voltado para uma sociedade de consumo, onde inovaes mercadolgicas, crescentes facilidades financeiras e de crdito fomentam e retroalimentam o desejo e o sonho da casa prpria. O crescente nmero de unidades lanadas estimula a concorrncia, assume o posto de investimento lucrativo e fomenta a lgica de uma economia neoliberal. Paradoxalmente, destri a casa-okos planetria. A nova habitao ganha itens ecoeficientes, certificaes ecolgicas e itens de entretenimento, servios e lazer que extrapolam as necessidades bsicas de abrigo e proteo para atingir o encantamento e o novo status do pblico alvo: o consumidor da classe mdia. Surgem novos conceitos de moradia, spas, clubes e boutiques. O mundo urbano transportado para dentro dos muros. O espao da habitao ganha inmeros atributos de distino e consumo. Desta forma, o produto habitao assume definitivamente a categoria de bem de consumo.
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Esta tese busca explorar as possibilidades contidas do corpo na gesto da atividade de trabalho de motoristas de ambulncias. Trata-se de uma concepo de corpo, no oponente a alma, que se notabiliza pelo pensamento, pela inteligncia, pelo sistema nervoso, pela histria: um corpo-si. O dilogo mantido com a perspectiva ergolgica, aqui convocada, opera-se a partir da concepo de vida, sade-doena em George Canguilhem, da contribuio ergonmica, dos referenciais da linguagem e trabalho e da etnografia. Para configurao do campo emprico, adotaram-se mtodos e tcnicas apropriados de pesquisa em situao concreta de trabalho, denominadas visitas, instrumentalizadas com tcnicas de entrevistas dialgicas e observaes da atividade, alm de uma pesquisa bibliogrfica e anlise global do trabalho. A pesquisa contou com a participao de motoristas de UTI mvel de uma empresa de transportes de ambulncias da cidade do Rio de Janeiro. A anlise das situaes de trabalho foi inspirada na ergonomia da atividade e nas contribuies da perspectiva dialgica. Dentre os resultados obtidos destacamos: problemas de comunicao na relao de trabalho entre motoristas e a Central de Atendimento (Call Center), estado de m conservao e de desconforto das ambulncias, riscos de doenas no contato com o usurio, insuficincia salarial e atraso no pagamento, indeterminao de pausas durante a jornada, contraintes temporais decorrentes da pilotagem em casos de urgncia e emergncia, ameaas de multas por excesso de velocidade, alm de obstculos emanados do trnsito: engarrafamentos, barulhos, semforos, etc. Enfim, um conjunto de variabilidades e infidelidades do meio de trabalho, que permite aos motoristas produzirem novos usos de si, porque mobilizam a integralidade do corpo para chegar a modos operatrios que deem conta dessas situaes de trabalho, considerando, sobretudo, a gesto da dinmica entre as exigncias de produtividade e qualidade com sade, segurana e fiabilidade.
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A ideia de que drogas e esportes caminhem em sentidos opostos parece ser senso comum na sociedade brasileira: o esporte se associa sade, cidadania e liberdade; a droga degradao, violncia e ao vcio. A relao entre o esporte e a droga se resume, nesse sentido, em uma postura maniquesta que parece advir da observao em separado destes dois fenmenos e no da prpria relao entre os mesmos. Apesar da existncia de uma extensa bibliografia referente s temticas da droga e do esporte, foi observada, conforme o levantamento da literatura pertinente, uma carncia de pesquisas que abordem o uso do esporte como meio de preveno e diminuio do consumo de drogas. O objetivo deste estudo foi analisar os fundamentos do discurso em prol do esporte enquanto instrumento capaz de combater e prevenir o uso de drogas. Para tanto, foram analisados os seguintes documentos: Poltica Nacional do Esporte; Poltica Nacional Sobre Drogas; Carta Brasileira de Preveno Integrada da rea da Sade na Perspectiva da Educao Fsica. A metodologia utilizada foi a da Anlise do Discurso preconizada por Orlandi (2001). A interpretao dos dados se realizou segundo os fundamentos do campo interdisciplinar do Imaginrio Social. Os resultados da pesquisa mostraram que a relao entre o esporte e a droga materializa um conflito de foras entre as atitudes prometeica e dionisaca. De modo que o esporte, representando um instrumento de afirmao dos valores prometeicos, se ope droga, associada dissociao destes valores por meio da manifestao dionisaca.
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O objetivo deste trabalho entender como o jogo narrativo de aventura para videogame consegue atrair e manter a ateno do jogador, imergindo-o no mundo ficcional, em face dos inmeros estmulos existentes a sua volta. sugerida uma definio para o jogo narrativo de aventura e a imerso e, posteriormente, estabelece-se uma relao entre elementos presentes nos jogos e as estruturas que atraem a ateno do indivduo. Para isso, consultou-se material produzido pelas duas principais linhas de estudos de jogos: Narratologia e Ludologia. O contedo terico foi comparado e exemplificado atravs da prtica de diversos jogos, principalmente do console Sony Playstation 3. O prprio conceito de jogo narrativo, a prtica dos jogos e a relao percebida entre seus elementos e as ferramentas para criar e manter a ateno revelaram que o videogame, atravs dos jogos narrativos de aventura, representa um potente meio para criar e manter o estado de imerso sobre o jogador.
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De acordo com a Organizao Mundial da Sade, o perodo da adolescncia aquele compreendido entre os 10 e os 19 anos de idade, a populao de adolescentes crescente e um em cada cinco indivduos encontra-se nessa faixa etria. Anualmente, 60 em cada mil jovens se tornam mes, o que faz da gravidez na adolescncia tema de interesse por parte de pesquisadores de todo o mundo. No municpio do Rio de Janeiro, observou-se o acompanhamento da tendncia nacional de aumento de gravidez precoce, com maior variao positiva encontrada na faixa etria de 10 a 14 anos. O objetivo no Artigo I: Determinar a prevalncia de transtornos mentais comuns (TMC) em uma populao de adolescentes grvidas e avaliar sua associao com caractersticas da gravidez e fatores socioeconmicos, demogrficos e de rede social de apoio. Artigo II: Determinar a prevalncia de desejo de engravidar em uma populao de gestantes adolescente, verificar possveis associaes com fatores socioeconmicos, demogrficos e de rede social de apoio e avaliar o papel da idade como modificador de efeito dessas associaes. Foram utilizados nos Artigos I e II o mtodo de estudo seccional de base ambulatorial realizado com 232 adolescentes grvidas, em qualquer trimestre gestacional, regularmente atendidas nos servios de pr-natal de dois hospitais pblicos especializados do municpio do Rio de Janeiro, de maio a outubro de 2007. Foi utilizado questionrio autopreenchvel para a avaliao das caractersticas da gravidez, rede social de apoio, idade, renda, escolaridade, abandono escolar, situao conjugal, raa/cor e trabalho. As anlises dos TMC foram conduzidas atravs do GHQ-12. Os resultados no Artigo I foram, a prevalncia de TMC foi de 45,3%. O modelo final ajustado mostrou associao com TMC para as seguintes variveis: renda familiar menor que trs salrios mnimos (RP = 2,32; IC 95% 1,15 - 4,67), no ter apoio familiar (RP = 2,18; IC 95% 1,69-2,81), no ter amigas para conversar (RP = 1,48; IC 95% 1,13-1,92) e no ter religio (RP = 1,72; IC 95% 1,25 - 2,36). No Artigo II, foram a prevalncia de desejo de engravidar entre as gestantes adolescentes foi de 46,2%. No modelo final ajustado, as variveis que apresentaram razes de prevalncia (RP) estatisticamente significantes para associao com desejo de engravidar foram: ser casada ou viver em unio estvel (RP = 1,80; IC 95% 1,27-2,56), no ter amigas ou amigos com quem conversar (RP = 1,48; IC 95% 1,15-1,90). Adolescentes entre 12 e 16 anos e cursando o primeiro grau desejavam menos a gravidez (RP = 0,57; IC 95% 0,38- 0,88). Artigo I: Os resultados encontrados mostram que, frente forte associao entre TMC e gravidez em adolescentes, temos a necessidade de implementao de polticas pblicas que busquem minimizar os danos decorrentes das gestaes em adolescentes, atravs da promoo de programas que incentivem a participao familiar no processo de aceitao da gravidez, bem como propiciando espaos para discusso, onde essas jovens possam ser ouvidas e orientadas. Artigo II: Os resultados deste estudo comprovam que a gravidez na adolescncia no necessariamente indesejada. Assim, fatores como viver em unio estvel e no ter amigas(os) para conversar aumentam o desejo de engravidar. Por outro lado, ter entre 12 e 16 anos e ainda estar no primeiro grau diminui este desejo. Tais achados podem ajudar os profissionais de sade que lidam com essa faixa etria a identificar possveis situaes de risco para a gravidez e assim direcionar sua orientao de forma precisa e adequada.
Resumo:
Ao visualizar uma figura de nariz vermelho, sapatos grandes e roupas coloridas, muitos podem acreditar que esto diante de um palhao. Entretanto, o referido personagem no se caracteriza pela indumentria, mas sim por assumir-se ridculo e criar a partir disso. Ele no quer se curar de seus defeitos, pelo contrrio, quer utiliz-los para produzir riso. Utilizando a psicanlise como instrumento de interpretao, possvel compreender que o palhao se define por um modo de relao especfico com a falta, radicalmente diferente da forma neurtica e sintomtica. Por meio do chiste e do humor, ele acolhe o real inquirindo a realidade e demonstrando com o nonsense que todo sentido parcial. O chiste elucida a estrutura do inconsciente a qual o palhao sabe ser incurvel. O humor possui a capacidade de rejeitar as reivindicaes da realidade e efetivar o princpio de prazer, com a grande vantagem de no ultrapassar os limites da sade mental. Assim, ele transforma as ocasies traumticas em oportunidades para a obteno de prazer, uma vez que no humor o ego se recusa a sofrer rejeitando as reivindicaes da realidade.
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Esta dissertao prope-se a discutir a existncia de mulheres estruturalmente perversas a partir da teoria psicanaltica, sobretudo atravs das contribuies indispensveis de Freud e Lacan. Inicialmente, ao estudar a perverso, h a dificuldade de isol-la como uma estrutura especfica distinguindo-a da psicose e da neurose a partir do ponto de vista fenomenolgico devido manifestao polimorfa-perversa da sexualidade humana. No entanto, uma das questes discutidas ao tratar este tema to nebuloso se h mulher na estrutura perversa, ou se as posies perversas seriam apenas restritas ao homem. Logo, para esta pesquisa, fez-se necessrio, alm de abordar as questes referentes mulher, entender o percurso freudiano no estudo da perverso, desde os seus primeiros usos at a sua formao conceitual. Para isso, preciso compreender os diversos usos do vocbulo Verleugnung em Freud e o estudo de Lacan que, por sua vez, consolida o termo como um mecanismo perverso. Examinando acerca do fetichismo e dos pares de opostos freudianos que as questes decorrentes da aproximao entre mulher e perverso se perfizeram. Finalmente, mostrou-se essencial abordar a discusso quanto clnica da perverso e ilustrar a teoria tratada atravs de casos da literatura e de exemplos oriundos da arte.
Resumo:
Investiga-se, nesta tese, o corpo, a partir da trilogia freudiana: inibio, sintoma e angstia. De forma particular, interessam pesquisa o corpo ideal, propagado pela cultura, e seus efeitos. Para tanto, desenvolvemos os elementos tericos de Freud e Lacan, a partir dos quais se dividiu a tese em trs partes. Na primeira parte, considerou-se o conceito de inibio ao lado do da imagem, privilegiando-se o corpo, seu carter de imagem e a anorexia. O estudo se baseou na teoria freudiana do narcisismo, incluindo-se seus derivados, as noes de Eu ideal, Ideal do Eu e o Estdio do Espelho lacaniano. Na inteno de ilustrar a busca imperativa por um corpo ideal, apresentou-se um caso clnico. Demarquei a segunda parte desta tese elucidando o sintoma no corpo. Para verificar sua incidncia, revisitou-se a Histria, desde Hipcrates at o incio da psicanlise, quando a histeria aparece na clnica; ressaltando-se alguns casos clnicos da clnica freudiana. Verifiquei que o corpo tem ressonncia com alguns conceitos essenciais da psicanlise, tal como a pulso e o inconsciente, alm de ilustrarem sua relao com o narcisismo, o sintoma e a angstia. Na terceira parte, privilegiei o estudo da angstia relacionada ao corpo em Freud e Lacan, e o referencial usado para essa etapa foi a clnica da fobia. Procurou-se, ainda, exemplificar as diversas figuras do corpo tal como modificado na atualidade. Como resultado desta pesquisa, verificou-se que ser dono do prprio corpo no significa ficar reduzido a ele, mas apropriar-se de sua imagem. Embora o corpo fale atravs de seus sintomas, ele pode tambm ganhar nova moldura, atravs dos significantes constitudos pela linguagem. Foi possvel constatar, como as diferentes dimenses do corpo ligada aos trs registros propostos por Lacan: imaginrio, simblico e real, percebendo-se, por fim, o lugar que o corpo ganha na topologia borromeana, na ltima etapa do ensino de Lacan.
Resumo:
A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar as representaes sociais da hierarquia construdas pelos militares da FAB, considerando suas segmentaes em termos dos crculos de oficiais e graduados, dos respectivos processos de formao, dos sexos de seus componentes e dos estgios, se formados ou em formao, em que se encontram. A fundamentao terica discorre sobre a hierarquia, princpio geral das instituies militares, previsto por lei e regulador do comportamento militar, conforme prev o Estatuto dos Militares (BRASIL, 1980); a respeito do poder, na perspectiva de Max Weber (1999) que trata a obedincia, a partir da autoridade de uma pessoa sobre outras, e de acordo com Amitai Etzioni (1974), que entende o poder como a capacidade que uma pessoa tem de induzir outra a seguir suas orientaes. Apresenta ainda a Teoria das Representaes Sociais, proposta por Serge Moscovici (1961), para quem as representaes sociais servem de instrumento de leitura da realidade, e a partir da abordagem estrutural, proposta por Jean-Claude Abric (1976), segundo a qual a representao social composta pelo sistema central, constitudo pelo ncleo central, e pelo sistema perifrico, formado por elementos perifricos. A amostra foi composta por 600 militares, oriundos das escolas de formao de oficiais e de graduados, do mbito do Comando da Aeronutica (COMAER): Academia da Fora Area (AFA), cuja finalidade a formao dos Oficiais da Ativa dos quadros de Aviao, de Intendncia e de Infantaria, a Escola de Especialistas da Aeronutica (EEAR), responsvel pela formao e pelo aperfeioamento dos graduados e o Centro de Instruo Especializada da Aeronutica (CIEAR), responsvel pela capacitao de oficiais e graduados em reas afins sua especializao. A coleta de dados foi realizada por meio da tcnica de evocao livre ao termo indutor hierarquia, da aplicao do questionrio de caracterizao e do questionrio geral, composto por questes abertas e fechadas. As evocaes foram processadas pelo software EVOC, desenvolvido por Pierre Vergs (2005), as questes fechadas receberam o processamento com o auxlio do software SPSS e as questes abertas sofreram uma categorizao para o refinamento das anlises. Os resultados encontrados nas comparaes do contedo temtico e da estrutura das representaes sociais entre os diferentes segmentos permitem afirmar que os temas respeito e disciplina so os provveis elementos centrais da hierarquia para o conjunto dos 600 militares pesquisados e caracterizam a base comum e consensual compartilhada na caserna. A hierarquia, norteada por um conjunto de regras que regula e assegura a disciplina e o respeito, direciona o comportamento dos militares, durante a formao e no decorrer da carreira. Da anlise, conclui-se que os diferentes segmentos de militares da FAB possuem a mesma representao social de hierarquia.