125 resultados para Drogas Toxicologia - Teses


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No Brasil, o s casos de AIDS entre homens que fazem sexo com homens (HSH) predominaram durante um longo perodo. A partir da dcada de 90, observa-se um declnio nesta categoria com o aumento de casos entre heterossexuais. Na regio Nordeste, entretanto, os casos de AIDS entre HSH representam, ainda, cerca de 50% do total dos casos registrados em anos recentes. Nosso objetivo foi estudar o comportamento sexual e o padro de consumo de drogas e lcool entre HSH no Cear, enfatizando as tendncias recentes e suas relaes com prticas sexuais de risco para DTS/AIDS. Foram realizados quatro estudos seccionais em 1995, 1998, 2002 e 2005 no Cear, nordeste do Brasil. A populao do estudo foi composta por homens que fazem sexo com homens (HSH), com 14 anos ou mais , que referiram prtica sexual anal ou oral com homens nos ltimos 12 meses. A seleo dos participantes utilizou tcnicas do tipo Snow Ball (1995, 1998, 2002); Time Space Sampling (2002) e Respondent Driven Sampling (2005). O primeiro artigo enfoca as tendncias do comportamento sexual em Fortaleza ao longo destes quatro perodos e o segundo os preditores do consumo de lcool e drogas nos municpios de Fortaleza (n=401), Sobral (n=100) e a regio do Cariri (n=100) em 2002. Anlise se basearam nas comparaes entre propores, utilizando o teste do de Pearson e intervalos de 95% de confiana (IC95%) e anlise de regresso logstica multivariada para avaliao dos fatores associados ao consumo de lcool e drogas, utilizando-se como medida de associao a razo de chances (odds ratio OR) e seus respectivos intervalos de 95% de confiana. Resultados Prticas sexuais: Elevado percentual da populao estudada referiu prticas sexuais de risco em 1995 (49,9%), decrescendo significativamente em 1998 (32,6%), tornando a crescer em 2002 (54,6%) e apresentando os menores percentuais em 2005 (31,4%). Este padro no apresentou grandes variaes por idade, mas em relao escolaridade observou-se que os indivduos com escolaridade mais elevada aumentaram as prticas de risco entre 1998 (28,6%) e 2002 (46,5%) decrescendo no ltimo perodo (21,0%) enquanto aqueles com baixa ou mdia escolaridade s mostraram uma queda significativa no comportamento de risco entre 2002 (82,1% - baixa; 67,7% - mdia) e 2005 (29,1% - baixa; 34,3 mdia). A prtica sexual anal com preservativo cresceu no decorrer dos anos variando de 43,3% a 53,7% entre a primeira e a ltima onda ( de tendncia p<0.001). A relao anal sem preservativo foi uma prtica com alto percentual na maioria dos anos. De 2002 a 2005, houve uma diminuio significativa (de alto percentual na maioria dos anos. De 2002 a 2005, houve uma diminuio significativa (de 57,7% para 26,3%) das relaes fixas monogmicas. Consumo de lcool e drogas: No estudo, 63% dos HSH participantes foram classificados como bebedores que se embriagam. Observou-se que o consumo crescente de lcool leva a um aumento do uso concomitante de outras drogas, sejam lcitas ou ilcitas. Foram variveis preditoras de beber se embriagando: ter de 21 a 30 anos (OR: 1,5; IC 95%: 1,1-2,9); ter mais que 30 anos (OR: 1,6: IC95%: 1,2-2,3); ser solteiro/separado/divorciado (OR:3,0%; IC95%: 1,7-5,3); ser da raa negra (OR: 2,0 IC95%: 1,7-2,01); ser da raa parda (OR: 1,8 IC95%: 1,3-2,6); receber dinheiro por sexo (OR:2,0 IC95%: 1,8-2,9). As prticas sexuais dos SHS em Fortaleza apresentaram variaes significativas ao longo doa anos estudados, semelhantemente a outros estudos internacionais. Vrios fatores poderiam ser responsveis por explicar o comportamento da curva observada em Fortaleza, seja no mbito local, nacional ou internacional. Entre os fatores que podem explicar alteraes observadas estariam: 1) reduo nos recursos destinados preveno da AIDS no pas devido a retirada de alguns organismos de cooperao internacional que se voltaram para outros pases, como na frica Leste Europeu, levando o Brasil a priorizar segmentos populacionais com maior vulnerabilidade; 2) grande impacto na preveno das DST /AIDS na comunidade de homo/bissexuais masculinos, especialmente nos anos de 1998 a 2002; 3) o avano no tratamento, surgimento de novas drogas, melhora da qualidade de vida e aumento da sobrevida, contribuindo para a construo da falsa ideia de segurana na populao. Neste estudo a escolaridade mostrou-se um fator importante associado ao envolvimento em prticas sexuais no seguras. Os indivduos com mais baixa escolaridade, no perodo de 1995 a 2002, se envolveram em maior risco, aparentando no terem sido atingidos pelas campanhas que possam ter ocorrido, principalmente no perodo de 1995 a 1998. A maior escolaridade apresenta-se como fator de proteo em todo o perodo estudado, provavelmente pelo maior acesso informao. Finalmente, pode-se observar no ano de 2002 um elevado percentual de homens que consomem cinco ou mais doses em um dia tpico e associam outras drogas ao consumo do lcool. Tal comportamento, dentro da populao HSH, embora no seja caracterizado como dependncia qumica, alterado de maneira significativa pelo efeito etlico, levando outras prticas de risco. Tambm se observou em nosso estudo que o consumo crescente de lcool leva a um aumento do uso de outras drogas, atuando para a adoo de comportamentos de risco. Existem evidncias que suportam relao entre uso de outras drogas e a prtica sexual de risco. Os indivduos que referiram receber dinheiro em troca de sexo foram mais frequentemente classificados como bebedores que se embriagam. Os achados deste estudo mostram a importncia da realizao de uma vigilncia comportamental contnua em relao ao HIV favorecendo o entendimento da dinmica da epidemia junto das DST/AIDS nesta populao vulnervel, assim como a importncia que o lcool assume como problema de sade pblica neta populao especfica e a necessidade de se direcionar medidas voltadas para a sua preveno.

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O objetivo deste trabalho estudar de maneira comparada o impacto da poltica internacional de drogas no Brasil e na Colmbia, analisando a maneira como estes pases tm adotado as diretrizes internacionais estabelecidas, adaptando-as de maneira distorcida a sua prpria realidade. De igual maneira se analisa como dita poltica internacional, contrariando seus objetivos, tem estimulado o desenvolvimento de um mercado ilegal de drogas ilcitas na regio, com o qual tem aumentado a violncia e os problemas causados pela dependncia a estas substncias. Para alcanar os objetivos propostos, antes, faze-se, de maneira especfica, uma breve anlise da evoluo da poltica internacional sobre drogas e, em termos gerais, da poltica criminal, para o qual se distingue os discursos que a compem e o contexto social em que estes se reproduzem; em outras palavras, distinguindo a ideologia da realidade que aquela modifica. Portanto, resulta imprescindvel comear qualquer estudo de poltica criminal sem passar por sua fonte que o Estado. Nesse sentido, a tese central deste estudo que de maneira similar como acontece com o Estado, a poltica criminal de drogas se constitui numa ideologia que cria a realidade que a sustenta, ocultando as relaes de poder que h por detrs da poltica internacional de drogas; em outras palavras, a poltica internacional de drogas adotada pelo Brasil e pela Colmbia produz os males que ela pretende combater. Por ltimo, este trabalho pretende mostrar que o debate sobre as drogas ilcitas v alm duma simples questo da cincia criminal ou o direito penal. Um debate, que parta da realidade da poltica criminal de drogas e de sua ideologia, leva a romper com o pensamento tradicional sustentado no saber-poder que a sustenta, e que h permitido sua acolhida no contexto tanto brasileiro como colombiano, apesar de tratar-se de realidades diferentes em quanto ao trfico e o consumo das drogas ilcitas.

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Introduo: o uso de drogas vasoativas para restaurar a presso arterial em pacientes com choque sptico frequentemente utilizada em medicina intensiva. No entanto, os agentes vasopressores podem acentuar a hipoperfuso esplncnica durante o choque sptico facilitando a translocao bacteriana e endotoxemia. Neste estudo foram comparados os efeitos de diferentes drogas vasoativas na microcirculao intestinal e nos parmetros de oxigenao tecidual independentemente de reposio volmica, num modelo experimental de choque sptico. Mtodos: Ratos Wistar Kyoto anestesiados com pentobarbital foram submetidos a choque endotoxmico atravs da administrao de 2mg/Kg IV de lipopolissacardeo da Escherichia Coli. A presso arterial mdia foi restaurada atravs da administrao de diversas drogas vasoativa, incluindo adrenalina, noradrenalina, fenilefrina, dopamina, dobutamina e uma combinao de noradrenalina com dobutamina. A densidade capilar funcional (DCF) da camada muscular do intestino delgado foi avaliada atravs de microscopia intravital. Gasometria e concentrao de lactato da veia mesentrica superior tambm foram analisadas. Resultados: A DCF diminui aproximadamente 25% a 60% aps a administrao intravenosa de adrenalina, noradrenalina e fenilefrina. A administrao de dopamina, dobutamina e da associao de noradrenalina com dobutamina no reduziu significativamente a DCF intestinal. A concentrao de lactato da veia mesentrica aumentou aps a administrao de fenilefrina e mostrou uma tendncia de aumentar aps o uso de adrenalina e noradrenalina enquanto no se observou aumento de lactato aps o uso de dopamina, dobutamina e da associao entre noradrenalina e dobutamina. Concluses: O estudo confirma a presena de uma dissociao entre alteraes hemodinmicas sistmicas e alteraes microcirculatrias num modelo experimental de choque sptico. Os resultados indicam que o uso de dopamina, dobutamina e da associao entre noradrenalina e dobutamina apresentam um efeito de proteo na microcirculao da camada muscular intestinal de ratos submetidos a choque endotoxmico.

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Este trabalho problematiza um tipo especfico de racionalidade que emergiu nos fins do sculo XIX e avanou no sculo XX, implicando na constituio de uma poltica mundial destinada regulamentao de determinadas substncias psicoativas. Tais prticas foram possveis em virtude de uma produo discursiva cujos enunciados mdico-sanitrios reivindicavam a interveno dos Estados Nacionais em assegurar a sade coletiva. No caso do uso de psicoativos, tais discursos fizeram emergir uma srie de tratados internacionais, leis nacionais, normas e regulaes que modificaram o comrcio e os hbitos de consumo de tais substncias, criminalizando qualquer uso que no estivesse de acordo com a legislao vigente. O recorte que esta dissertao procura fazer tem por foco analisar como esse processo se deu no Brasil, mais especificamente a partir da criao da Comisso Nacional de Fiscalizao de Entorpecentes CNFE, organizao esta de carter governamental, que aps sua criao passou a centralizar as polticas sociais sobre drogas no pas. A CNFE foi constituda por meio do Decreto-Lei n 780em 28 de abril de 1936, vinculada ao Ministrio das Relaes Exteriores em conjunto com o Departamento Nacional de Sade, atravs do Servio de Fiscalizao do Exerccio Profissional. Neste caso, utilizando a documentao encontrada no Arquivo Histrico do Itamaraty, na Biblioteca de Sade Pblica da Fundao Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisa e Documentao da Fundao Getlio Vargas, dentre outras. Procurei delimitar esta pesquisa nos primeiros dez anos de atuao da Comisso, isto , entre 1936 e 1946, para tanto, utilizo como instrumento de anlise terico-metodolgico duas noes que serviram s reflexes do pensador francs Michel Foucault; biopoltica e governamentalidade. Desta forma, procuro acionar tais noes para localizar as estratgias de poder que culminaram na governamentalizao do Estado voltadas para a gesto da vida das populaes, tendo como pano de fundo os interditos das polticas sociais sobre drogas.

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Este trabalho pretende abordar a questo do uso de drogas por psictico como um impasse a ser enfrentado em trs dimenses: a poltica, a terica e a clnica. Para tal fim, faz-se uma discusso a respeito da poltica de internao compulsria como resposta ao problema, em oposio orientao psicanaltica baseada pela escuta do sujeito. Trabalhou-se, por um lado os discursos moralistas que atravessam nossa sociedade e por outro a formulao lacaniana quanto ao desejo do psicanalista. Faz parte dessa dimenso o dilogo entre a psicanlise e uma vertente da psiquiatria que acaba por fomentar aquelas prticas de excluso. Para tanto, foi necessrio uma breve retomada histrica a respeito de como a psiquiatria no Brasil foi, aos poucos, deixando de lado o rigor clnico de seus precursores para orientar-se pela psiquiatria classificatria dos transtornos. Trabalhou-se tambm o conceito de estrutura em psicanlise apontado para a diferena clnica e terica desse discurso em relao quele. Teoricamente, a questo do uso de droga relacionado psicose aponta para a necessidade de se pensar a relao sujeito-objeto, quando o que est em jogo uma condio estrutural que foraclui o Nome do Pai como significante mpar na constituio subjetiva. Foi preciso trabalhar o conceito de objeto desde o seu aparecimento em Freud at a formulao lacaniana de objeto a. Clinicamente, a histria do jovem Ruan exemplifica algumas das dificuldades, angstias e desafios que o psicanalista vai se deparar quando aventurar-se na escuta de um sujeito psictico para quem a droga elemento do delrio pelo qual busca organizar-se subjetivamente

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Esta dissertao discute o entendimento dos assistentes sociais que atuam nos centros de referncia especializados de assistncia social de trs coordenadorias de desenvolvimento social do municpio do Rio de Janeiro sobre o tema das drogas, com o objetivo de analisar se as aes profissionais so dirigidas a uma perspectiva crtica, desconsiderando valores conservadores na sua interveno, e se, durante seu trabalho profissional, buscam contribuir criticamente para a garantia dos direitos dos usurios. Para tal, realizamos entrevista com os assistentes sociais inseridos nesses centros, e atravs das respostas apresentadas, analisamos como o tema das drogas abordado pelos profissionais de servio social. A contribuio para a garantia de direitos requer do profissional de Servio Social a possibilidade de realizar mediaes entre as polticas e a contextualidade do usurio, considerando, tambm, as possibilidades e limites no percurso histrico que atravessa o uso das drogas. Cabe inclusive situar a compreenso das drogas e sua relao com o desenvolvimento do capital, em que a estratgia proibicionista responde aos interesses de um determinado bloco do poder. Dessa forma esse estudo resgata a construo histrica da profisso de Servio Social no Brasil, destacando os processos que marcaram uma possibilidade de ruptura com o conservantismo profissional e, por conseguinte, suscitavam uma perspectiva profissional mais crtica e densa teoricamente. Apresenta uma anlise do desenvolvimento capitalista, destacando as tendncias e estratgias atuais para o enfrentamento da questo social, sob o contexto neoliberal. E por fim, acrescido da pesquisa emprica realizadanos CREAS o estudo buscou identificar se os profissionais de servio social conseguem fortalecer o projeto tico-poltico da profisso, ou se as marcas deixadas pela herana conservadora, que gestaram a profisso so resgatadas e utilizadas no trabalho profissional.

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A doena de Chagas uma doena tropical infecciosa e negligenciada responsvel por um grande nmero de pessoas infectadas e em risco de infeco, principalmente nas regies pobres da Amrica Latina. No momento, apenas duas drogas, Benzonidazol e Nifurtimox, esto disponveis para o tratamento da doena de Chagas, mas so ineficazes por apresentarem baixa taxa de cura. O Megazol um importante representante da classe dos nitroimidazis e uma alternativa promissora devido ao seu potencial tripanocida com um perfil superior de ao quando comparado ao tratamento disponvel. No entanto, o Megazol no utilizado clinicamente uma vez que possui atividade mutagnica e carcinognica relatada. O Instituto de Tecnologia em Frmacos (Farmanguinhos) desenvolveu trs anlogos do Megazol: PTAL 05-02 (3-amino-5-(1-metil-5-nitro-1H-imidazol-2-il)-1H-1,2,4-triazol), PAMT 09 (2-amino-N-(1-metil-4-nitro-1H-imidazol-5-il)-5-(trifluorometil)-1H-1,2,4-triazol) e PTAL 04-09 (1-(1-metil-4-nitro-1H-imidazol-5-il)-1H-pirazol). O objetivo deste trabalho apresentar novas molculas anlogas do Megazol com atividade tripanocida, desenvolvidas a partir de estratgias racionais de desenvolvimento de substncias bioativas ao manter o perfil farmacodinmico do Megazol enquanto tenta diminuir ou remover o efeito genotxico. Testes genotxicos na avaliao segura de novas substncias bioativas foram utilizados, de acordo com as diretrizes da OECD. O teste da Salmonella/microssoma foi utilizado na avaliao mutagnica e citotxica, utilizando linhagens de Salmonella enterica sorovar Typhimurium, deficientes e supercompetentes na sntese de enzimas nitroredutase e acetiltransferase. O anlogo PAMT 09 no foi mutagnico em nenhuma concentrao e linhagem utilizada. Os anlogos PTAL 05-02 e PTAL 04-09 foram mutagnicos, na ausncia de S9 mix, para a linhagem TA98/1,8-DNP6. Na avaliao de citotoxicidade, os trs anlogos foram citotxicos, independente de metabolizao exgena S9 mix. O teste do microncleo, utilizando clulas de macrfago de rato, foi realizado para a avaliao genotxica dos anlogos do Megazol. Os trs anlogos foram capazes de induzir a formao de microncleos e apresentaram efeito citotxico.

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No final do sculo XX, observamos a restruturao produtiva do capital sob a concepo neoliberal. As transformaes econmicas impactariam a estrutura do Estado, o modo de controle social, bem como a funo do crcere na sociedade. A hipertrofia do Estado penal ganha novos agravantes com a poltica de guerra s drogas, declarada pelos EUA na dcada de 1970. A combinao destes ingredientes impactaram a forma de vigiar e punir a classe trabalhadora no Brasil, com o aumento da represso e criminalizao da pobreza. As heranas histricas de desigualdade social e racial agravam o controle sobre as classes perigosas. A violncia urbana torna-se uma verdadeira questo social com a crescente militarizao da poltica de segurana pblica do Rio de Janeiro, em particular. Todas estas questes nos levam a pesquisar a histria da consolidao do atual modelo de controle social e criminalizao da pobreza no Brasil recente no contexto de guerra s drogas.

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Os efeitos txicos do metil-mercrio (MeHg) em seres humanos vm sendo amplamente discutidos, a partir de episdios de contaminao devida a ingesto frequente de peixe contaminado, em Minamata, no Japo, ou ao consumo de po preparado com cereais tratados com fungicidas a base de metil-mercrio, no Iraque, indicando que o metil mercrio pode afetar o sistema nervoso central. A populao ribeirinha na regio do Pantanal, Brasil, dependente do peixe, como principal fonte de alimentos e protenas. Naquela regio, o resultado de dcadas de minerao de ouro, em pequena escala, foi a contaminao de muitos sistemas aquticos com mercrio. Consequentemente, muitas espcies de peixes possuem nveis de MeHg relativamente altos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o nvel de exposio ao MeHg entre a populao ribeirinha do Pantanal. No primeiro artigo, apresentam-se os resultados da validao do mtodo recordatrio de 24 horas auto-referido, utilizando-se, como padro-ouro, o mtodo da pesagem, tendo-se verificado que h aproximadamente um erro de 30% ao estimar a quantidade de peixe consumido por aquela populao. Um erro deste pode ser importante em se tratando do consumo de peixes carnvoros, os quais apresentam altos teores de mercrio. No segundo artigo, ao analisar a associao entre o status neurocognitivo e a concentrao de mercrio no cabelo da populao acima, os resultados indicaram que adultos expostos ao metil-mercrio, atravs do consumo de peixe, podem ter dficits importantes nas medidas do desempenho neurocomportamental, sem alteraes detectveis no humor ou afetividade. Os efeitos mais importantes do mercrio, entre os indivduos analisados, foram detectados nos testes de velocidade e destreza da coordenao motora fina, na inibio da resposta na busca visual, e em tarefas de ateno. No terceiro artigo, considerando-se as associaes observadas na concentrao de mercrio no cabelo com alguns desfechos dos testes neuro-psicolgicos aplicados, calculou-se a dose-marcadora (BMD) e o limite inferior do intervalo de confiana do BMD (BMDL). Os resultados da dose marcadora e da dose de referncia provisria so concordantes com os resultados estimados pelas agncias de sade internacionais.

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Esta dissertao prope investigar o fenmeno das toxicomanias como conseqncia do declnio da imago paterna na cultura atual. O estudo foi iniciado pelo cotejamento do tema na teoria de Sigmund Freud e pela interpretao de que a toxicomania uma resposta satisfao sexual recalcada. A pesquisa explorou ainda esse tema no ensino escrito e falado de Jacques Lacan. O uso abusivo de drogas promove um gozo auto-ertico que busca liberar o toxicmano de ter que lidar com os impasses da castrao. Por tal motivo foi explorada a queda da operatividade do significante Nome-do-Pai na atualidade. Se o significante autentica o sujeito do inconsciente e opera como regulador de gozo, a ascenso do objeto a ao znite social provoca efeitos decisivos sobre o sujeito: a inconsistncia do Outro, a predominncia do discurso da cincia e do capitalista, e a proliferao dos novos sintomas. Nesse sentido, a segunda clnica de Lacan, a chamada clnica borromeana, foi utilizada para interpretar os modos de gozo na contemporaneidade. O atendimento de um paciente psictico que faz uso de drogas mostrou a importncia de trabalhar o diagnstico diferencial para orientar a direo do tratamento.

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O consumo de etanol durante a gestao um grave problema de sade pblica. Durante o desenvolvimento, o sistema nervoso especialmente susceptvel aos efeitos txicos do etanol e a exposio ao etanol durante este perodo pode gerar um amplo espectro de distrbios neurocomportamentais, sendo o mais frequente, a hiperatividade. Recentemente, estudos tm sugerido que distrbios na plasticidade neuronal podem estar relacionados com a hiperatividade. Os inibidores de PDE so drogas que agem impedindo a degradao de segundos mensageiros celulares como AMPc e GMPc, mantendo a ativao de protenas quinases e de fatores de transcrio como o CREB, levando a expresso de genes relacionados plasticidade. Neste trabalho, avaliamos atravs do teste de campo aberto se a administrao de Vinpocetina ou Rolipram (inibidores de PDE) seria capaz de amenizar ou reverter a hiperatividade de camundongos Suos expostos ao etanol no perodo correspondente ao terceiro trimestre de gestao humana. Para tanto, foram realizadas duas etapas: na primeira etapa, durante o perodo neonatal, os animais receberam injees intraperitoneais de etanol (5g/Kg em soluo salina a 25%, no 2, 4, 6 e 8 dias de vida ps-natal - PN2 a PN8) ou de salina, e 4 horas antes do teste comportamental no campo aberto (10 min), em PN30, receberam Vinpocetina (10mg/Kg ou 20mg/Kg diludas em DMSO ip) ou somente DMSO ip. Na segunda etapa, os animais foram expostos ao etanol ou salina no perodo neonatal nas mesmas condies da primeira etapa e no dia do teste comportamental receberam Rolipram (0,5mg/Kg diludas em DMSO ip ou somente DMSO ip). Posteriormente aos testes, foram coletados o crtex cerebral frontal e o hipocampo dos animais para avaliao dos nveis de AMPc. Os resultados comportamentais indicam que somente o tratamento com Vinpocetina (20mg/Kg) reverteu a hiperatividade de camundongos expostos ao etanol, resultado que no foi observado com o tratamento com Rolipram. Desta forma, a dosagem dos nveis de AMPc foi realizada apenas nos animais que receberam injeo de Vinpocetina (20mg/Kg). A exposio neonatal ao etanol reduziu significativamente os nveis de AMPc no crtex e no hipocampo. O tratamento com Vinpocetina gerou um aumento nos nveis de AMPc no crtex e restaurou estes nveis no hipocampo. Nossos resultados sugerem que a reverso da hiperatividade pelo tratamento com Vinpocetina pode estar associada ao aumento da plasticidade neural induzida por esta droga.

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A utilizao de testes de biocompatibilidade de materiais odontolgicos necessria para avaliar a segurana dos mesmos. Listerine um enxaguatrio comercial usado para a preveno e tratamento da gengivite. O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos citotxico e genotxico do Listerine em culturas de Escherichia coli e plasmdios. Na avaliao da citotoxicidade, culturas de E. coli AB1157 e BW9091 foram incubadas com Listerine (10, 50 e 100%) e o crescimento acompanhado pela densidade ptica (DO) em 600nm por 7 horas(h). Para avaliar a sobrevivncia, culturas de E. coli AB1157, em fase exponencial, foram centrifugadas, ressuspensas em soluo salina (NaCl 0,9%) e incubadas (1h, 37C) com Listerine (10, 50, 100%, 1h, 37 C). Alquotas foram semeadas em placas de Petri contendo meio nutritivo nos tempos 0, 30 e 60 minutos e armazenadas em estufa bacteriolgica (18h, 37 C). As unidades formadoras de colnias contadas e as fraes de sobrevivncia (FS) calculadas. Como controles, culturas tratadas salina ou etanol (21,6%). Para genotoxicidade, plasmdios pBSK foram incubados com Listerine (10, 50 e 100%) e com etanol (2,16%, 10,8% e 21,6%), associados ou no ao SnCl2(200g/mL, 30 minutos, temperatura ambiente), realizada eletroforese em gel de agarose (0,8%, 8V/cm), observados por transiluminao UV e obtido o percentual da forma superespiralada (%SE). Os resultados indicam que o enxaguatrio Listerine foi capaz de inibir o crescimento bacteriano de culturas de E. coli na maior concentrao utilizada. O enxaguatrio, na maior concentrao, diminuiu a sobrevivncia das culturas bacterianas testadas. Listerine no modificou o perfil eletrofortico do plasmdios, indicando ausncia de efeito genotxico e tambm foi capaz de proteger os plamdios da ao do SnCl2. Alm disso, o etanol, na mesma concentrao presente no Listerine, no alterou o perfil eletrofortico dos plasmdios, sendo capaz de proteg-lo da ao do SnCl2. Os resultados indicaram que o Listerine apresentou efeito citotxico em culturas de E. coli e ausncia de potencial genotxico em plamdios, sendo capaz de proteg-los, bem como o etanol, dos efeitos genotxicos do SnCl2.

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No decorrer das ltimas dcadas a pesquisa relacionada contaminao de organismos marinhos por compostos organoclorados (OCs) se intensificou aliada utilizao de algumas espcies como sentinelas da qualidade ambiental quanto aos poluentes orgnicos. Dentre essas espcies, podem-se destacar os cetceos, animais que entre outras caractersticas possuem grande longevidade, alta porcentagem lipdica em seus tecidos e so predadores de topo de cadeia trfica, tendendo assim a acumular altos nveis de OCs em seus tecidos. O presente estudo teve por objetivo determinar as concentraes de OCs de origem industrial e agrcola (PCBs, HCB e DDTs) em tecido heptico de oito diferentes espcies de cetceos delfindeos pertencentes a trs distintas reas ocenicas do Estado do Rio de Janeiro, so elas a regio costeira, a plataforma continental e a regio ocenica. A determinao foi realizada em cromatgrafo a gs (GC - Agilent 6890) conectado a um espectrmetro de massa (MS - Agilent 5973). Os valores de DDTs (1263617272 ng.g -1 lip.) e PCBs (7648877288 ng.g -1 lip.) aqui encontrados esto entre os mais altos j reportados para o txon. Em todas as reas observou-se uma predominncia do &#931;PCB, seguida do &#931;DDT e HCB, em nveis que refletem o carter fortemente industrial da regio analisada. Entre os PCBs, a maior contribuio advm dos hexabifenis, seguida dos hepta e pentabifenis, sendo os congneres 153, 138 e 180 os principais em todas as reas. A razo p,pDDE/&#931;Dp,pDDT foi alta em todas as regies (0,9), refletindo um input antigo do poluente na rea. Foram realizadas correlaes entre as concentraes de OCs e os parmetros biolgicos das espcies, como idade, sexo e comprimento total. A transferncia placentria de OCs foi analisada em dois pares de fmea-feto de Sotalia guianensis, mostrando uma maior transferncia dos compostos com menor log Kow. Como esperado, foi encontrada uma diferena significativa no perfil de contaminao entre as espcies das diferentes regies, relacionada proximidade da fonte, caractersticas espcie-especficas e ao arranjo trfico das espcies.

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Este trabalho visa compreender os elementos materiais e simblicos que atravessam a trajetria de vida e fundamentam o interesse de jovens mulheres residentes na localidade da Candelria no Complexo da Mangueira no Rio de Janeiro em manter uma relao amorosa com traficantes de drogas. Objetiva - se com o estudo em questo: investigar a trajetria de vida das jovens que tm envolvimento amoroso com jovens rapazes que optaram por trabalhar no trfico de drogas, buscando conhecer os motivos que as levam a estes relacionamentos; aprofundar o conhecimento sobre a realidade familiar, comunitria e social das jovens, enquanto fatores importantes para se compreender a opo de relacionamento amoroso com os rapazes do trfico; Investigar se a partir do incio das prticas e relaes amorosas com jovens do trfico so produzidos pontos de inflexo significativos nas trajetrias de vida das jovens estudadas, bem como o sentido e a direo desta inflexo (maior ou menor vulnerabilidade social). A anlise e compreenso dos dados foram construdas a partir dos pressupostos tericos e metodolgicos da Produo dos Sentidos dentro do paradigma construcionista que situa o estudo a partir da anlise das prticas discursivas. Os resultados obtidos revelam que os relacionamentos se formalizam pela presena do traficante e minimamente mais duas mulheres: a Fiel + A Outra e tantas outras qualificadas como O Lanchinho da Madrugada. As motivaes para a efetivao dos citados relacionamentos passam por vrias determinaes: seduo, fama, status, aquisio de bens materiais entre outros elementos marcam os mesmos. Estas passam a experimentar novas formas de sociabilidade: a fora policial, territrios ocupados por outras faces criminosas so elementos que contribuem para maior grau de vulnerabilidade social.

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Nas comunidades, a transmisso se d via oral. No samba no diferente. Desde a fundao das escolas de samba, crianas e adolescentes participam ativamente, junto com as suas famlias, das atividades dessas escolas, inclusive do desfile carnavalesco. Essas crianas e adolescentes tm, h dcadas, espaos prprios nas escolas de samba: a ala das crianas e mais recentemente escolinhas de mestre-sala e porta-bandeira, e participao em baterias mirins, trazendo perspectiva de profissionalizao e de renovao nas prprias escolas e por fim, a criao, a partir de 1980, das escolas de samba mirins, que atualmente abrem o carnaval do Rio de Janeiro. Hoje h 16 escolas, agregadas em uma associao especfica, majoritariamente derivadas das escolas mes, que trazem nos desfiles mais de vinte e cinco mil crianas e adolescentes na sexta-feira que antecede o Carnaval. As Escolas de Samba Mirins tentam inserir-se nas polticas sociais para a juventude, principalmente a pobre, para a promoo da cidadania e a revitalizao do sentido de comunidade. Fundadas nas reas mais antigas do Rio de Janeiro, principalmente a rea de planejamento trs os subrbios onde se concentram, estas escolas de samba mirins mantm estreito lao com sua vizinhana, estimulando a sociabilidade, as relaes intergeracionais e a construo da confiana, fundamental para o surgimento da eficcia coletiva e do desenvolvimento do capital social nestes espaos. Alm disso, suprem a ausncia de reas de lazer e equipamentos culturais destes espaos, fortalecendo os laos com os vizinhos e amigos e evitando, de alguma maneira, que o trfico de drogas violento fragmente ainda mais a vida social e cultural da regio. Nesse sentido, as escolas de samba mirins contribuem para a valorizao da cultura carioca e se constituem enquanto proposta para promoo da sade e preveno da violncia, principalmente a gerada pelo trfico de drogas e a represso policial contra este trfico com um carter desagregador nas vizinhanas onde essas escolas se organizaram originalmente.