66 resultados para Bacia do Rio Pitimbu. Crescimento urbano. Modelagem urbana. Autômato Celular. Sleuth
Resumo:
O presente trabalho aborda duas sub-bacias hidrogrficas do municpio do Rio de Janeiro atravs da apresentao de indicadores ambientais e da percepo de seus moradores. Destaca-se que a interao/utilizao dos recursos no meio urbano em um municpio de alta densidade demogrfica sofre reflexos principalmente do padro de ocupao do territrio. As duas sub-bacias aqui analisadas, do rio Morto e do rio Maracan, representam, respectivamente, bacias periurbanas e urbanas. Como indicadores ambientais so apresentados dados secundrios, majoritariamente de rgos pblicos, como IBGE e INEA. A percepo dos moradores representada pelas respostas a 210 questionrios aplicados nas reas das sub-bacias. Os principais resultados so apresentados ao longo do texto em mapas temticos. Tanto entre os indicadores, quanto em relao percepo, os servios de saneamento demonstraram ter papel fundamental nas condies dos rios. Pequenos trechos mais carentes de cobertura de esgoto nas sub-bacias resultam em deteriorao da qualidade da gua, embora a cobertura de coleta geral apresente altos percentuais. Um ponto de destaque entre os problemas levantados atravs dos questionrios a ocorrncia de enchentes. Dentre resultados positivos cita-se a cobertura de coleta de lixo, prxima a 100% nas sub-bacias. Uma matriz PEIR (presso-estado-impacto-resposta) condensou as informaes obtidas pelos indicadores e sinalizou os fatores associados. A matriz destacou para a sub-bacia do rio Morto o menor acesso ao abastecimento de gua e rede de esgoto, e para sub-bacia do rio Maracan a degradao da qualidade da gua, representada pelas baixas concentraes de oxignio. reas com mais alta densidade populacional representaram a principal presso exercida nas sub-bacias.
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Este trabalho analisa as perspectivas e limites das polticas pblicas voltadas coleta seletiva no que toca as cooperativas de catadores e sua eficcia socioeconmica, apontando oportunidades, dificuldades e possibilidades de mudanas. Analisamos especificamente a Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS), Lei n. 12.305/2010. Para tal, primeiramente, apresentamos o esquema terico utilizado para interpretar e discutir as polticas pblicas e o policy-making process a partir de trabalhos de autores da rea da Cincia Poltica. Posteriormente procede-se anlise dos contextos social, econmico, poltico e histrico em que foram criadas as principais polticas pblicas ambientais no perodo 1930-2010, procurando demonstrar a passagem na construo de polticas pblicas ambientais, identificando aspectos bsicos que evoluram em cada poca pesquisada. Em seguida, realizamos uma anlise sobre a PNRS e de polticas de coleta seletiva, particularmente no mbito do municpio do Rio de Janeiro, por meio de indicadores estatsticos obtidos junto aos rgos governamentais e de associaes privadas especializadas, alm de documentos normativos e programas pblicos. Aps, realizamos pesquisa de campo junto aos gestores de cooperativas a fim de investigar a percepo dos mesmos sobre as polticas pblicas, o cenrio, as positividades e negatividades da coleta seletiva, e a interpretamos a partir da Anlise do Contedo. Enfim, apresentamos uma interpretao, que aponta a PNRS como uma poltica pblica que traz instrumentos que no so percebidos em sua totalidade pelos atores envolvidos, o que implica na sua no pactuao e, por consequncia, na no utilizao plena das vantagens induzidas pela poltica. A pesquisa de campo junto aos gestores indica que os mesmos tm pouco conhecimento sobre o contedo da PNRS, mas sabem todo o processo tcnico da coleta seletiva e da gesto dos resduos. O cenrio envolto s cooperativas compreende aspectos que dificultam o trabalho das cooperativas, a exemplo: o baixo valor de venda dos materiais; a falta de logstica adequada; a insuficincia de materiais bsicos e infraestrutura produo; a concorrncia com atravessadores; a dificuldade em manter e em aumentar o nmero de cooperados. Entretanto, h aspectos positivos como: a cultura da partilha e solidariedade; a preocupao com os cooperados; a melhora efetiva da renda; o aumento do volume de materiais para a produo, mas principalmente a visibilidade das cooperativas de catadores no sistema poltico da gesto pblica. O estudo traz sugestes para novas pesquisas, como categorias analticas novas como processo de pactuao de polticas pblicas e desamparo estrutural, assim como indaga os impactos da tecnologia, a burocracia e a participao pblica e poltica das cooperativas no sistema poltico e no processo decisrio. Por fim, situamos que, ainda que saibam a tecnicidade do processo, as cooperativas apresentam conjuntura de desamparo estrutural, que compreende aspectos socioeconmicos e poltico-institucionais, alm de que esto em um ambiente que mais dificulta do que facilita o desenvolvimento de seu trabalho. A PNRS, por efeito, no pactuada plenamente por todos os atores e, logo, perde a capacidade de incluso social, por ter o distanciamento entre os gabinetes dos formuladores da poltica e os galpes da cooperativa.
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Vamos falar sobre uma favela chamada Favela do Ao. Localizada na periferiada cidade do Rio de Janeiro, chega academia a partir do meu contato com alguns moradores locais, cujas filhas participavam de um projeto executado pela Secretaria Municipal da Assistncia Social. Duas caractersticas chamam a ateno na realidade dessa comunidade: o grande quantitativo de moradores em situao de rua podem ser encontrados na zona sul da cidade, e um dispositivo poltico inaugurado pela Secretaria chamado Plo de Vigilncia da Excluso. Partimos da hiptese de que o Plo de Vigilncia da Excluso foi um dispositivo poltico pensado como uma forma de barrar os moradores da favela de circular pelas ruas da zona sul da cidade, j que, uma vez includos em projetos sociais da prefeitura e mapeados por estes tcnicos, o retorno para a rua pode significar a perda de projetos de transferncia de renda, como o bolsa famlia ou outros projetos sociais.Nessa dissertao, buscamos, com a interlocuo com o Servio Social, trazer a perspectiva histrica das polticas sociais institudas em nosso pas, onde pudemos perceber a manuteno de algumas prticas construdas dentro de parmetros sociais conservadores. Outras discusses tambm so contempladas nesse trabalho, onde convocamos a Sociologia, presentificada por Loc Wacqant, em sua anlise a respeito da segregao social e a guetificao e a Filosofia, na figura de Foucault, com suas ponderaes sobre os mecanismos de controle da sociedade. nesse esprito que convido e desejo a todos uma boa leitura.
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Em janeiro de 2011, o grande nmero de escorregamentos naturais e induzidos que afetaram a Regio Serrana do Estado do Rio de Janeiro, durante o Megadesastre, so processos destruidores de grande impacto, mas com tempo de recorrncia maior. Em particular a bacia do rio Vieira (noroeste de Terespolis), afetada pelo evento, apresentou magnitude espetacular do desastre registrado, com os materiais mobilizados em fluxos gravitacionais de massa atingindo quilmetros de distncias das suas escarpas principais, o que causou, horas depois, prejuzos significativos. A pesquisa da presente dissertao discutiu a caracterizao destes processos e dos ambientes deposicionais, a partir da anlise das feies sedimentolgicas e apreciao das caractersticas mecnicas, do vale do rio Vieira para estabelecer base de conhecimento da evoluo da paisagem local. O mtodo de trabalho utilizou o reconhecimento dos condicionantes geolgicos e a leitura do registro sedimentar. A corrida de massa do Vieira foi zoneada em diferentes estgios de comportamento baseado na classificao de fluxos gravitacionais de massa de Middleton e Hampton (1973). Esta classificao adequada para linha de pesquisa, pois os autores definem fluxos gravitacionais de sedimentos como um termo geral para fluxos de sedimentos ou misturas sedimentos/fluidos, que fluem sob a ao da gravidade. Os resultados obtidos caracterizam o fenmeno do ponto de vista geolgico, estratigrfico e geomorfolgico. Uma corrida de massa afetou o canal do rio Vieira desde a sua nascente, na cota 1750m, at o fim da sua plancie de inundao, na cota 900m; o movimento de massa com extenso de 7,5km, 30-100m de largura mxima e 4m de espessura mdia, causou diretamente 86 mortes e a destruio de casas e lavouras da zona rural do bairro Vieira, Terespolis-RJ. O fluxo gravitacional do Vieira aparentemente contou com diferentes condicionantes e envolveu diferentes fases, passando pelo debrisflow e pelo mudflow, provavelmente em diferentes pulsos, e no seu estgio final para o waterflow.
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No Estado do Rio de Janeiro, a atividade de transporte rodovirio de produtos perigosos foi responsvel por aproximadamente 40% dos atendimentos a emergncias realizados pela FEEMA (hoje INEA) nos ltimos anos. Dentre as diversas rotas de trfego desses produtos, destaca-se a rodovia Presidente Dutra que percorre as imediaes dos rios Paraba do Sul e Guandu, e seus principais afluentes. A exposio a riscos ambientais da ETA Guandu , portanto, bastante alta, pois compreende a Bacia do rio Paraba do Sul, a montante da transposio, bem como a Bacia do rio Guandu, a montante do ponto de captao da Cedae (rea de influncia da ETA Guandu). Este trabalho identifica riscos de acidentes ambientais associados ao transporte terrestre de produtos perigosos em parte da rea territorial de influncia da ETA Guandu, buscando fornecer subsdios para a elaborao de um plano de contingncia das Bacias dos rios Paraba do sul e Guandu. A ETA Guandu, que abastece cerca de 9 milhes de habitantes da RMRJ, capta guas do rio Guandu que, por sua vez, depende principalmente das guas transpostas do rio Paraba do Sul e do rio Pira, situados em outra bacia hidrogrfica. Alm de um mapeamento de pontos de alta e mdia gravidade das principais rodovias e ferrovias na rea de influncia da ETA Guandu, a principal contribuio deste estudo foi a identificao de vrios trechos de alto risco de acidentes ambientais ao longo da rodovia Presidente Dutra, em territrio fluminense, que podem efetivamente comprometer a qualidade das guas dos rios Paraba do Sul e Guandu.
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O municpio do Rio de Janeiro, desde sua fundao luta com o grave problema de abastecimento de gua. Com o passar do tempo todas as pequenas captaes no entorno da cidade foram exauridas tanto em termos de quantidade como em qualidade, afetadas pela poluio decorrente do lanamento de efluentes in natura. Soluo foi a busca por novas fontes de abastecimento em outros municpios. Atualmente 80% (oitenta por cento) do abastecimento da regio metropolitana do Rio de Janeiro, RMRJ, proveniente de uma nica fonte: o rio Guandu. Isto foi possvel devido transposio da bacia do rio Paraba do Sul para o rio Guandu ocorrida na dcada de 50. Esta fonte essencial de abastecimento, onde foi construda a maior Estao de Tratamento de gua do mundo - ETA Guandu - est beira da exausto. Somente uma pequena parcela de gua bruta foi captada e tratada nesta ltima dcada. Visando minimizar o grave problema que j se apresenta e enquanto investimentos em novas alternativas no forem alcanados, o consumo com responsabilidade e sustentabilidade passa a ser a tnica da discusso. Neste contexto, as reas de baixa renda do municpio com suas 801 favelas e mais de 1.500 loteamentos irregulares representando em 2010 aproximadamente 1/3 (um tero) da populao total, consumindo de 10% a 15% de toda a produo de gua tratada da regio metropolitana deve ser permanentemente estimulada a contribuir com esta reduo de consumo. Estudos apresentados nesta dissertao em trs metodologias distintas apontam para um consumo acima da mdia nacional deste mesmo perfil de populao. Os resultados obtidos indicam a necessidade real da reduo de consumo observando, entretanto que este um trabalho extremamente rduo e difcil uma vez que exige mudana de hbitos e a envolvimento de todos, desde a populao at a Companhia de Saneamento local.
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O crebro infantil humano submetido hipxia-isquemia (HI) apresenta perda de oligodendrcitos, hipomielinizao, astrogliose, alteraes no desenvolvimento cortical e no comportamento motor, incluindo a paralisia cerebral. O cerebelo desempenha um importante papel no controle motor e diversos danos vm sendo observados em humanos e animais que sofreram HI. A excitotoxicidade glutamatrgica frequentemente associada HI e junes celulares podem ser responsveis pela transferncia de molculas capazes de modular os danos decorrentes. Dados prvios de nosso grupo utilizando um modelo de HI pr-natal em ratos demonstraram danos permanentes na estrutura cerebelar, indicando que os efeitos deletrios da HI pr-natal podem ser mantidos at a vida adulta. O objetivo deste trabalho foi caracterizar os nveis de conexinas, receptores e transportadores de glutamato ao longo do desenvolvimento do cerebelo HI, e avaliar a configurao das junes celulares em culturas de astrcitos derivadas do cerebelo de ratos submetidos a esse modelo. Ratas no 18 dia de gestao, aps anestesia, tiveram as quatro artrias uterinas obstrudas por 45 minutos (Grupo HI). Animais controle tiveram os teros expostos sem sofrer a obstruo (Grupo SH). A gestao prosseguiu e apenas filhotes nascidos a termo foram utilizados. Os animais foram decapitados aos 2 (P2), 9 (P9), 16 (P16),23 (P23), 30 (P30), 45 (P45) e 90 (P90) dias ps-natal. Os cerebelos foram submetidos tcnica de Western blotting utilizando os anticorpos anti-NR2B, anti-GluR3, anti-EAAT1, anti-GFAP e anti-Cx43. Para a cultura de astrcitos foram utilizados cerebelos de animais P2. Aps terem atingido confluncia, as clulas foram fixadas e imunomarcadas com os anticorpos anti-Cx43, anti-GFAP, anti-nestina e anti-A2B5. Nossos resultados demonstram diferenas nos nveis de GluR3 durante o desenvolvimento do cerebelo SH e HI, havendo uma reduo significativa da expresso desta subunidade no grupo HI em P9. Por outro lado, no foram verificadas alteraes nos nveis de NR2B e de GFAP entre os grupos nas diferentes idades. Observou-se reduo significativa de Cx43 em animais HI em P2 bem como nos astrcitos HI em cultura, os quais tambm apresentaram alteraes morfolgicas e diferenas na expresso do marcador A2B5. A alterao referente a GluR3 no grupo HI pode ser causada pela reduo da arborizao das clulas de Purkinje e pela reduo no nmero de precursores de oligodendrcitos no cerebelo de animais HI em P9, j observadas em nosso laboratrio. A diminuio de Cx43 indica que a passagem de substncias por canais astrocitrios pode estar reduzida e contribuir para a expanso dos danos persistentes descritos em HI. Alteraes morfolgicas e na expresso de marcadores da diferenciao de astrcitos podem refletir os potenciais efeitos de HI sobre a maturao destas clulas a longo-prazo. Nossos resultados apontam que a HI sistmica pr-natal pode ser responsvel por alteraes que caracterizam a excitotoxicidade glutamatrgica. Ressaltamos tambm a importncia da comunicao entre astrcitos como estratgia neuroprotetora nesta leso.
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A presente pesquisa busca compreender o papel do Estado e do Capital Incorporador no processo de reestruturao urbana do bairro de Campo Grande, na cidade do Rio de Janeiro, atravs da produo de moradias. Para isto, parte das reflexes sobre a atuao destes dois agentes. O incorporador como responsvel pela construo e comercializao de habitaes, e o Estado apresentado como medidor de conflitos e provedor de polticas pblicas voltadas para a requalificao urbana e soluo da questo habitacional. Ambos, tambm agem no processo de valorizao, onde a produo da mercadoria solo urbano e a renda da terra so atributos herdados pela ao destes agentes. Neste sentido, a expanso do capital de incorporao com o auxilio do Estado, principalmente com o advento do Programa Minha Casa, Minha vida, estimulou o crescimento da atuao do mercado imobilirio no bairro. Como fatores atrativos estimulado pelos investidores esto a importante centralidade construda ao longo do tempo e o atual e futuro subcentro planejado, ou seja, os shoppings West Shopping e o ParkShopping Campo Grande. Contudo, este processo de expanso imobiliria em curso no bairro vem atraindo novos moradores e maior atuao do capital privado, como a construo de torres empresariais.
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O crescimento da populao e dos ncleos urbanos durante o sculo XX, sobretudo nos pases em desenvolvimento, contribuiu para o aumento das reas impermeveis das bacias hidrogrficas, com impactos importantes nos sistemas de drenagem urbana e na ocorrncia de enchentes associadas. As enchentes trazem prejuzos materiais, na sade e sociais. Recentemente, tm sido propostas prticas conservacionistas e medidas compensatrias, que buscam contribuir para o controle das enchentes urbanas, atravs do retardo do pico e amortecimento dos hidrogramas. Modelos matemticos hidrolgicos-hidrulicos permitem a simulao da adoo destas medidas de controle, demonstrando e otimizando sua localizao. Esta dissertao apresenta os resultados da aplicao do modelo hidrolgico Storm Water Management Model (SWMM) bacia hidrogrfica de estudo e representativa do rio Morto localizada em rea peri-urbana em Jacarepagu na cidade do Rio de Janeiro, com rea de 9,41 km. O processamento do modelo SWMM foi realizado com o apoio da interface Storm and Sanitary Analysis (SSA), integrada ao sistema AutoCAD Civil 3D. Alm da verificao da adequabilidade do modelo representao dos sistemas hidrolgico e hidrulico na bacia, foram desenvolvidos estudos para dois cenrios como medidas de controle de enchentes: cenrio 1, envolvendo implantao de um reservatrio de deteno e, cenrio 2, considerando a implantao de reservatrios de guas pluviais nos lotes. Os hidrogramas resultantes foram comparados ao hidrograma resultante da simulao nas condies atuais. Alm disso, foram avaliados os custos associados a cada um dos cenrios usando o sistema de oramento da Empresa Rio guas da PCRJ. Nas simulaes foram adotadas a base cartogrfica, e os dados climatolgicos e hidrolgicos previamente observados no contexto do projeto HIDROCIDADES, Rede de Pesquisa BRUM/FINEP, na qual este estudo se insere. Foram representados os processos de gerao e propagao do escoamento superficial e de base. Durante o processo de calibrao, realizou-se a anlise de sensibilidade dos parmetros, resultando como parmetros mais sensveis os relativos s reas impermeveis, especialmente o percentual de rea impermevel da bacia (Ai). A calibrao foi realizada atravs do ajuste manual de sete parmetros do escoamento superficial e cinco do escoamento de base para trs eventos. Foram obtidos coeficientes de determinao entre 0,52 e 0,64, e a diferena entre os volumes escoados e observados entre 0,60% e 4,96%. Para a validao do modelo foi adotado um evento pluviomtrico excepcional observado na cidade em abril de 2010, que poca causou enchentes e grandes transtornos na cidade. Neste caso, o coeficiente de determinao foi igual a 0,78 e a diferena entre volumes foi de 15%. As principais distores entre hidrogramas observados e simulados foram verificados para as vazes mximas. Em ambos os cenrios as enchentes foram controladas. A partir destes estudos, pde-se concluir que o melhor custo-benefcio foi o cenrio 2. Para este cenrio, foi observado maiores amortecimento e retardo da vazo de pico do hidrograma, igual a 21,51% da vazo simulada para as condies atuais da bacia. Os custos de implantao orados para os reservatrios de lote ficaram 52% a menos do que o do reservatrio de deteno.
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Esta tese analisar a distribuio das guas na cidade do Rio de Janeiro considerando os elementos sociais, jurdicos, polticos, e seus reflexos no direito urbano e ambiental. Nesse aspecto referenciar as medidas de regulao e de organizao da estrutura urbana, desde a formao da cidade at os dias atuais, assim como as consequncias da excluso e da ausncia das polticas urbanas equitativas. No incio, as ocupaes irregulares, se distantes do centro e dos bairros elitizados, no despertavam maiores demandas do poder pblico, porm com o aumento das periferias e as ocupaes prximas aos bairros formais, inmeras medidas adotadas optaram pela remoo, conteno e a destruio dos espaos sem apresentar uma soluo, agravando os problemas urbanos. Tais problemas, reconhecidamente sociais, passam a ser denominados urbanos e ambientais, gerando uma complexa criminalizao dos moradores das periferias. As intervenes nos espaos so legalizadas pelo instrumento jurdico, as residncias suburbanas so classificadas como ilegais e, por consequncia, os recursos que deveriam atender a todos na cidade so direcionados apenas para cidade legalizada, criando a celeuma da desigualdade. Assim, amontoados em barracos precrios, sem abastecimento de gua, energia, esgoto e coleta de lixo, as periferias multiplicam as diversas formas de violncia, uma vez que o direito no socorre esses moradores que, abandonados pela lei, vivem a escassez das guas e a especulao dos servios ilegais de abastecimento. A crise do abastecimento no causada pelas populaes mais empobrecidas, mas pelo mercado que se apropria da maior parte desses recursos, dentro do sistema de uma lgica capitalista, e exclui aqueles que no podem pagar pelo abastecimento regular. Nesse sentido, este trabalho entende que o direito, ainda que tenha se tornado regulatrio pode assumir um carter revolucionrio e transformador em que o direito das guas seja um direito da comunidade, por isso, um bem pblico no estatal, por fim objetiva esse trabalho estudar as leis das guas dentro do paradigma da solidariedade hdrica.
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O municpio de Petrpolis, palco de recorrente de problemas ambientais envolvendo movimentos de massa concentrados historicamente na sua rea mais urbanizada, os distritos Sede e Cascatinha, vive nas ltimas dcadas um crescimento populacional que se orienta basicamente para antigas reas rurais de Itaipava, Pedro do Rio e Posse. O objetivo geral da pesquisa investigar como este crescimento vem ocorrendo, analisando as caractersticas geolgico-geomorfolgicas dos novos espaos ocupados, os fatores predisponentes s novas condies de risco envolvendo os movimentos de massa e as inundaes. Assim, foi elaborado um panorama scio-evolutivo do processo de ocupao do solo em Petrpolis, considerando especialmente a dinmica demogrfica registrada nos distritos atravs dos censos demogrficos a partir da dcada de 1940. Utilizando o geoprocessamento como ferramenta e a classificao visual de segmentao de OrtofotosCarta IBGE na escala 1: 25.000, foram produzidos mapas de uso do solo para o municpio e distritos detalhando a rea ocupada. Com o fim de atender ao diagnstico das situaes de risco foi realizado o levantamento da situao atual da ocorrncia dos movimentos de massa e inundaes no municpio, comparando levantamentos anteriores e verificando a distribuio das ocorrncias e a populao atingida. Por fim, a avaliao da execuo da poltica de desenvolvimento e expanso urbana definida no Plano Diretor de Petrpolis e na Lei de Uso, Parcelamento e Ocupao do Solo, analisando o zoneamento e seus usos (rural, rururbano, urbano e zona de proteo especial) resultando no entendimento de como os aspectos normativos vem sendo tratados, naquilo que so respeitados e naquilo que no so cumpridos na dinmica da ocupao do espao, levantando as aes de preveno, ou no, dos problemas ambientais. Contudo, a definio dos objetivos do trabalho teve dois momentos. O primeiro com a anlise da expanso urbana construindo novas condies de risco e o segundo momento, lamentavelmente, aquele no qual as evidncias ganharam contorno de realidade com o ocorrido em dezembro de 2010 e em janeiro de 2011, principalmente quando inundaes bruscas associadas aos deslizamentos de terra nas encostas atingiram reas de Petrpolis e de outros municpios da regio Serrana do Estado do Rio de Janeiro, certamente, a maior tragdia ambiental ocorrida no Centro-Sul do pas at ento. Com mais de 900 mortos, centenas de desaparecidos e milhares de desabrigados e desalojados, os eventos suplantaram os objetivos do trabalho, colocando novas questes, ao mesmo tempo em que a realidade demonstrou a coerncia e pertinncia daqueles objetivos com os problemas apresentados. Assim, dentre os objetivos passou a constar tambm a verificao in loco das conseqncias de movimentos de massa e inundaes nas reas apontadas anteriormente, como foi o caso do vale do Rio Santo Antnio em Itaipava. O trabalho, assim, se pautou por indicar a necessidade ter-se maior ateno s novas reas de ocupao no municpio, considerando a natureza do territrio, contribuindo como um subsdio na preveno ao risco.
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Para a compreenso da cidade de Juiz de Fora na contemporaneidade, devemos lanar um olhar no seu passado, foi quando se estabeleceram as bases histricas que a tornaram uma cidade polarizada com grande importncia na Zona da Mata Mineira. Cidade de porte mdio, de fcil acesso atravs de rodovias e ferrovias, se localiza prximo s grandes metrpoles nacionais: Rio de Janeiro, So Paulo e Belo Horizonte. Juiz de Fora caracteriza-se por significativas alteraes que no s afetaram seu antigo espao urbano, mas tambm determinaram uma nova configurao, e tem sido foco de atrao de grandes empreendimentos da construo civil, de instituies de ensino superior, de eventos culturais e artsticos, de investimentos em geral, ocasionando um crescimento econmico em diversos setores, principalmente de servios e do imobilirio. Reunindo, fatos histricos e empricos, o presente trabalho pretende contribuir com a reflexo sobre o planejamento estratgico e sua aplicao em uma cidade mdia mineira que seguiu a tica catal. Baseou-se na premissa do processo de globalizao na qual as grandes cidades se encontram, isto , transformar a cidade em protagonistas nas relaes do mundo atual. Tendo como objetivo a anlise do planejamento urbano atual de Juiz de Fora, atravs das intervenes urbansticas, seu processo de crescimento e suas problemticas urbanas. Mas, tambm, identificar os elementos centrais na produo do espao: discutir o planejamento estratgico da cidade; suas aes; os servios essenciais dentro do espao urbano do municpio e como tudo isso afeta a populao local. Juiz de Fora vem repetindo o modelo e o discurso dominante das grandes cidades capitalistas, marcado pela lgica do mercado e pela apropriao diferencial da riqueza e consequentemente gerando um consumo diferenciado. O espao da cidade passa a ser vendido e torna-se foco da atuao de diferentes atores, com objetivos diversos. Apresentaremos dois exemplos concretos: o primeiro est situado na regio Leste da cidade uma das mais pobres que o Alto Trs Moinhos, caracterizando-se em um bairro de populao carente; o outro est situado na regio Central da cidade que o bairro Dom Bosco, caracteriza-se por ser um bairro carente que est localizado ao meio de grandes intervenes urbansticas da cidade. Diante desse contexto, suscitando o debate entre o discurso e a realidade que nos leva a uma reflexo para o delineamento do quadro da poltica urbana atual do municpio.
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Estudos ecolgicos em meio urbano servem de subsdios estratgias de conservao, propostas de manejo e/ou adequaes dos planejamentos urbanos. No presente estudo analisei a ecologia do jacar de papo amarelo em meio urbano no muncpio do Rio de Janeiro. O estudo foi realizado em um complexo de lagoas inseridos em meio a cidade do RJ. O complexo lagunar de Jacarepagu est situado entre os principais bairros que mais cresceram nos ltimos dez anos, tais como: Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e a regio de Jacarepagu. Estudei o crescimento corpreo do jacar de papo amarelo e o seu desenvolvimento at a idade da primeira reproduo. O processo de crescimento individual fundamental para todos os organismos, e seus respectivos estudos tm sido um assunto de preocupao ao manejo e conservao de espcies. Os dados para anlise da taxa de crescimento individual compreenderam de recapturas de diferentes animais aps intervalos conhecidos (data da recaptura - data da captura). Realizei um total de 20 recapturas de jacars dentre 352 capturas. A maioria dos estudos de crescimento de jacars foram realizadas em regies mais frias, de latitudes mais baixas, logo os efeitos climticos podem ser um fator importante no desenvolvimento desses animais. Aps determinar a idade dos jacars procurei analisar a distribuio de classes etrias utilizando a idade dos animais, e a razo sexual para entender a dinmica da populao atravs de sua estrutura etria e sexo. Foi feito uma distribuio por classes etrias e razo sexual dos indivduos da populao e a distribuio dos estgios de idade subsidiaram uma tabela de vida para C. latirostris em meio urbano. Foram capturados 68 (19,3%) jacars juvenis, 180 (51,1%) sub adultos, e 104 (29,6%) adultos. A razo sexual para os jacars capturados no Complexo Lagunar de Jacarepagu foi de 3,3:1 (macho:fmea), onde capturei 213 (78,7%) machos para 65 (21,3%) fmeas e 90 jacars juvenis onde no possvel identificar o sexo devido a idade. A taxa lquida de crescimento da populao apresentou um valor negativo, o que corrobora a hiptese alternativa que a populao estaria diminuindo. Conclui que a populao de jacars no complexo lagunar de Jacarepagu no est crescendo. Devido a interao com o meio urbano ser cada vez mais intensificada realizei uma pesquisa scio ambiental para entender qual a relao da populao humana em relao ao convvio com os jacars em seu dia a dia na cidade do Rio de Janeiro. Desta forma, foi realizado um estudo com o objetivo de identificar as percepes ambientais e concepes das pessoas em relao ao convvio com jacars nos bairros do Recreio dos Bandeirantes e Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Os dados coletados representaram conceituaes negativo-positivas que os entrevistados apresentaram sobre a relao com os jacars em reas urbanas no municpio do Rio de Janeiro. Por meio deste estudo, conclui-se que h uma carncia de elaborao de propostas de desenvolvimento, de estratgias de educao ambiental e melhor divulgao sobre noes ecolgicas para a preservao de jacars e seus ambientes, tanto para a populao como para os responsveis tcnicos dos programas scioambientais do municpio.
Resumo:
A Bacia Hidrogrfica Lagos So Joo, localizada no sudoeste do Estado do Rio de Janeiro, abrange 13 municpios que abrigam cerca de 520 mil habitantes. Na temporada de frias esse nmero sobe para mais de 1 milho de pessoas. A pastagem constitui o principal tipo de uso do solo, em seguida vem as reas urbanas e as salinas. A partir da dcada de 1960 essa regio passou a receber maior contingente populacional, tanto de veranistas quanto de moradores fixos, beneficiados pela implantao de novas vias de acesso, como a Ponte Rio-Niteroi e pela construo da represa de Juturnaba, que ampliou o abastecimento de gua dos municpios. Surge neste contexto a especulao imobiliria, que acelera a ocupao das terras prximas a Lagoa de Araruama. Rapidamente essas terras foram loteadas e o setor da construo civil foi ganhando fora. Entretanto, a regio no contou com adequado planejamento, e os investimentos em saneamento bsico e outras infraestruturas urbanas no acompanharam o ritmo da construo civil, que cada vez mais investia em casas, prdios e condomnios, que ampliaram consideravelmente a rea urbana e a ocupao da zona costeira. Sendo assim, ficou visvel o aumento da malha urbana e a ocupao de reas imprprias, como as margens dos corpos hdricos, os manguezais, dunas e restingas, alm da reduo da cobertura vegetal. Dessa forma, foi substancial a perda de qualidade ambiental na regio, sobretudo, com relao a gua da lagoa e dos rios, que passaram a receber maior volume de efluentes sem tratamento. O potencial turstico da regio tem sido explorado e provocado altos investimentos dos agentes de especulao imobiliria, entretanto alm de promover a ocupao em reas irregulares, leva a privatizao de espaos pblicos e incentiva o fenmeno da segunda residncia. A chegada de novos turistas iniciou o processo de desenvolvimento do turismo e, consequentemente, a reduo da produo salineira. Com isso, o espao local ganhou novos significados, inseridos pela lgica da urbanizao turstica. Foi essa nova lgica transformadora que, gradativamente, valorizou a paisagem local, ampliando e encarecendo o seu consumo. Alm de ampliar as transformaes espaciais, tendo em vista a expanso da malha urbana verificada nas imagens de satlites, atuais, que foram comparadas com fotografias areas de dcadas anteriores. Todas as transformaes ocorridas na regio apresentam alguma relao com o desencadeamento de novos problemas ambientais identificados nos seus ecossistemas, sobretudo a Lagoa de Araruama, ou a ampliao de problemas anteriormente existentes.
Resumo:
Ao longo das ltimas dcadas as cidades emergiram e se consolidaram no cenrio mundial como protagonistas de nosso tempo num processo que envolve a reestruturao produtiva do capitalismo e o paradigma da globalizao. As cidades passaram a ser cada vez mais o lcus da modernizao do capital, o espao necessrio de sua produo e reproduo. Para legitimar este papel das cidades como novos atores polticos, o empreendedorismo urbano foi elencado enquanto um novo modelo de gesto que tem se difundido por diversas cidades sob o argumento de que apenas uma gesto urbana baseada na eficincia, na flexibilidade e nas parcerias pblico-privadas seriam capazes de superar a crise urbana e recolocar de forma competitiva as cidades no circuito dos fluxos globais. Entre as cidades que adotaram esta forma de governana urbana est o Rio de Janeiro, que desde os anos 90 atravs da confeco de um planejamento estratgico, tem buscado sua insero no processo de modernizao capitalista. Para isso tem se utilizado da imagem de cidade olmpica, amistosa e receptiva para os negcios e para o turismo, mas acima de tudo, tem renovado seu espao urbano por meio de diversos projetos e intervenes pontuais, como o projeto Porto Maravilha, por exemplo. Tendo em vista esta realidade, este trabalho objetiva compreender o empreendedorismo urbano na cidade do Rio de Janeiro enquanto uma estratgia de ao que busca legitimar a parceria do setor pblico com o setor privado e concretizar um conjunto de polticas voltado para a renovao e valorizao urbana pontual e fragmentada. Em vista dos diferentes projetos urbanos que esto sendo desenvolvidos atualmente na cidade, especialmente devido realizao da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olmpicos em 2016, o projeto Porto Maravilha foi escolhido como exemplo concreto dessa nova governana urbana por estar baseado nos pressupostos do empresariamento urbano. Para alcanar o objetivo da dissertao, esto sendo utilizadas fontes primrias e secundrias, autores basilares para os conceitos aqui utilizados, publicaes recentes sobre a temtica e idas campo na Zona Porturia para acompanhamento do andamento do projeto. Os resultados da anlise contida nesta dissertao caminham para a confirmao de que o modelo de empreendedorismo urbano foi adotado pela coalizao gestora da cidade para legitimar a reestruturao capitalista do espao atravs de um projeto de cidade centrado na parceria pblico-privada e em polticas pblicas que favorecem determinados setores econmicos promovendo uma urbanizao fragmentada e seletiva, corroborado pelo exemplo do Porto Maravilha.