2 resultados para narração

em Universidade Metodista de São Paulo


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O Apocalipse de João é uma obra instigante. Sua linguagem cheia de violência, com monstros aterrorizantes, pessoas clamando por justiça, anúncios de mortes e desespero, em um quadro de espetáculos celestes, fascina os que gostam de ficção e alimenta a esperança dos que esperam um dia entrar na Nova Jerusalém, onde não haverá mar nem morte, quando as lágrimas serão enxugadas. Contudo, o livro do Apocalipse será lido como uma narração da realidade. Nesse sentido, o texto não é visto como reflexo de qualquer opressão, mas construção discursiva a respeito do sistema que, para o visionário, é a negação da ordem. Neste trabalho, a partir dos conceitos de texto e memória cultural, à luz das pesquisas de I. Lótman, da escola russa de semiótica da cultura e das pesquisas dos Assmann, observar-se-á como as memórias de seres celestes caídos e aprisionados da tradição enoquita estão presentes na literatura judaico-cristã e servem para a construção narrativa do cenário de terror escatológico na quinta e sexta trombetas de Ap 9,1-21. Assim sendo, a tese defende o terror como instrumento de persuasão, o qual serviu, na estratégia do visionário, para descrever o seu contexto como realidade caótica. Por meio de estratégias narrativas, o narrador deseja que sua visão seja levada a sério e que seus interlocutores aceitem a sua interpretação da realidade, deixando a associação com a vida e sistema romanos, pois se assim procederem serão comparados aos selados e receberão as mesmas recompensas. Dessa maneira, sua descrição com linguagem escatológica joga com o futuro e com o presente; prevê o caos, mas o vive em nível narrativo. Por isso o livro do Apocalipse, com um dualismo extremamente radical, não dá espaços para dúvidas. A tese defende, portanto, que essa obra pode ser lida como instrumento retórico de terror e medo que leva seus leitores implícitos a não flertarem com Roma, a não aceitarem seus discursos ou os que com ela se associam.

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Esta pesquisa trata da revista Ciência Hoje das Crianças, editada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), e coloca em questão as especificidades da linguagem utilizada pela revista para a divulgação científica. A amostra utilizada é composta pelas edições publicadas no ano de 2008. O objetivo da pesquisa é identificar os recursos utilizados pela revista para adequação da linguagem científica para a linguagem coloquial, acessível ao público leigo. A metodologia utilizada para desenvolvimento da pesquisa tem viés qualitativo e adota os recursos da pesquisa bibliográfica, documental, entrevistas e análise de discurso da Escola Francesa. Constata-se que a revista busca contemplar com seus artigos todas as áreas do conhecimento, o que garante ao leitor a possibilidade de ampliar a visão sobre o mundo científico. Para construção da mensagem em linguagem acessível, identifica-se que a revista recorre à utilização de desenhos, fotos, cores, tipografia, metáforas, analogias e estrutura textual organizada, principalmente, em forma de narração.(AU)