2 resultados para atheism

em Universidade Metodista de São Paulo


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Reconhecendo, a partir da constatação empírica, a multiplicidade de escolhas de crenças no Mundo e em particular na periferia urbana paulistana, reconhecemos, também, a emergência criativa de novas possibilidades de crer e não crer. Tal amplitude não apenas aponta para o crer (segundo as ofertas de um sem número de religiões) e o não crer (ateu e agnóstico), mas para uma escolha que poderia vir a ser silenciada e esquecida, neste binômio arcaico e obsoleto, quando alguém se dá à liberdade crer sem ter religião. Reconhecer interessadamente os sem-religião nas periferias urbanas paulistanas é dar-se conta das violências a que estes indivíduos estão submetidos: violência econômica, violência da cidadania (vulnerabilidade) e proveniente da armas (grupos x Estado). Tanto quanto a violência do esquecimento e silenciamento. A concomitância espaço-temporal dos sem-religião nas periferias, levou-nos buscar referências em teorias de secularização e de laicidade, e, a partir destas, traçar uma história do poder violento, cuja pretensão é a inelutabilidade, enquanto suas fissuras são abertas em espaços de resistências. A história da legitimação do poder que se quer único, soberano, de caráter universal, enquanto fragmenta a sociedade em indivíduos atomizados, fragilizando vínculos horizontais, e a dos surgimentos de resistências não violentas questionadoras da totalidade trágica, ao reconhecer a liberdade de ser com autonomia, enquanto se volta para a produção de partilha de bens comuns. Propomos reconhecer a igual liberdade de ser (expressa na crença da filiação divina) e de partilhar o bem comum em reconhecimentos mútuos (expressa pela ação social), uma expressão de resistência não violenta ao poder que requer a igual abdicação da liberdade pela via da fragmentação individualizante e submissão inquestionável à ordem totalizante. Os sem-religião nas periferias urbanas, nossos contemporâneos, partilhariam uma tal resistência, ao longo da história, com as melissas gregas, os profetas messiânicos hebreus, os hereges cristãos e os ateus modernos, cuja pretensão não é o poder, mas a partilha igual da liberdade e dos bens comuns. Estes laicos, de fato, seriam agentes de resistências de reconhecimento mútuos, em espaços de multiplicidade crescente, ao poder violento real na história.

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A obra literária de José Saramago, ao desconstruir a ideia de Deus, pode demonstrar um Deus não-institucionalizado, com características mais autênticas, profundas e produtoras de sentido. A hipótese desta pesquisa está em torno da possibilidade de apontar, na obra do escritor português, aspectos de uma riqueza teológica não encontrada tão facilmente em obras teológicas de caráter dogmático ou sistemático, cujo propósito seja explicitamente revelar Deus. Desta forma, o escritor seria um profeta, no sentido de ser aquele que vai contra o pensamento predominante na sociedade. Portanto, a literatura de Saramago pode ser reconhecida como uma voz profética no mundo contemporâneo. O objetivo da pesquisa é estabelecer relação entre teologia e literatura na obra de José Saramago, especificamente nos romances O Evangelho Segundo Jesus Cristo e Caim, com o intuito de demonstrar, tendo como referência a teologia da cultura de Paul Tillich, que as obras de Saramago, ao afirmarem seu ateísmo, contribuem para afirmar uma fé autêntica e reflexiva.