5 resultados para Rousseau, Jean-Jacques, 1712-1778
em Universidade Metodista de São Paulo
Resumo:
A presente pesquisa analisou a posio e ao poltica nas Assembleias de Deus do Brasil nos perodos 1930-1945 e 1978-1988. Defendemos a tese de que desde 1930 h no interior do pentecostalismo brasileiro posies e intervenes no mundo da poltica. Tanto no perodo de 1930-1945 como o de 1978-1988 nossas anlises sero realizadas a partir das temporalidades discutidas por Giorgio Agamben: chronos, ain e kairos. No que diz respeito ao primeiro perodo 1930-1945, as pesquisas quase sempre vinculam o discurso escatolgico do pentecostalismo a processos de alienao e no envolvimento com a poltica partidria. Entretanto, acredita-se que as narrativas escatolgicas no foram causa de certo afastamento da esfera pblica brasileira, mas sim efeito de processos de excluso aos quais homens e mulheres de pertena pentecostal estiveram circunscritos. Doutrinas como a escatologia e a pneumatologia foram potencializadoras de processos que aqui denominamos de biopotncia. J no segundo perodo, de 1978-1988, a posio e a ao poltica que predominaram no pentecostalismo estiveram relacionadas com a biopoltica. Chamamos de captulo intermedrio ou de transio o perodo correspondente s datas 1946-1977. Nele descreveremos e analisaremos personalidades pentecostais de destaque no campo da poltica brasileira. Metodologicamente, fizemos nossa anlise a partir de artigos publicados no rgo oficial de comunicao da denominao religiosa em questo, o jornal Mensageiro da Paz. Esse peridico circula desde 1930. Alm dos artigos, destacamos tambm as autoras e os autores, todas elas e todos eles figuras de destaque no assembleianismo. Ao longo da pesquisa questionamos a ideia do apoliticismo pentecostal. Defendemos a tese de que desde 1930, que o incio de nossa pesquisa, h posio e ao poltica nas Assembleias de Deus. Como resultado disso, questionamos a ideia do apoliticismo pentecostal. Nossa hiptese de que no perodo 1930-1945 o pentecostalismo foi um polo de biopotncia. Se a biopoltica o poder sobre a vida, a biopotncia o poder da vida. Doutrinas como a escatologia e pneumatologia contriburam para que nos espaos marginais onde se reuniam os pentecostais fossem criados novos modelos de sociabilidade e de cooperao; eram tambm espaos de criao de outras narrativas e de crtica a modelos hegemnicos e excludentes. O pentecostalismo foi um movimento que promoveu a dignidade humana de sujeitos subalternos.
Resumo:
Reconhecendo, a partir da constatao emprica, a multiplicidade de escolhas de crenas no Mundo e em particular na periferia urbana paulistana, reconhecemos, tambm, a emergncia criativa de novas possibilidades de crer e no crer. Tal amplitude no apenas aponta para o crer (segundo as ofertas de um sem nmero de religies) e o no crer (ateu e agnstico), mas para uma escolha que poderia vir a ser silenciada e esquecida, neste binmio arcaico e obsoleto, quando algum se d liberdade crer sem ter religio. Reconhecer interessadamente os sem-religio nas periferias urbanas paulistanas dar-se conta das violncias a que estes indivduos esto submetidos: violncia econmica, violncia da cidadania (vulnerabilidade) e proveniente da armas (grupos x Estado). Tanto quanto a violncia do esquecimento e silenciamento. A concomitncia espao-temporal dos sem-religio nas periferias, levou-nos buscar referncias em teorias de secularizao e de laicidade, e, a partir destas, traar uma histria do poder violento, cuja pretenso a inelutabilidade, enquanto suas fissuras so abertas em espaos de resistncias. A histria da legitimao do poder que se quer nico, soberano, de carter universal, enquanto fragmenta a sociedade em indivduos atomizados, fragilizando vnculos horizontais, e a dos surgimentos de resistncias no violentas questionadoras da totalidade trgica, ao reconhecer a liberdade de ser com autonomia, enquanto se volta para a produo de partilha de bens comuns. Propomos reconhecer a igual liberdade de ser (expressa na crena da filiao divina) e de partilhar o bem comum em reconhecimentos mtuos (expressa pela ao social), uma expresso de resistncia no violenta ao poder que requer a igual abdicao da liberdade pela via da fragmentao individualizante e submisso inquestionvel ordem totalizante. Os sem-religio nas periferias urbanas, nossos contemporneos, partilhariam uma tal resistncia, ao longo da histria, com as melissas gregas, os profetas messinicos hebreus, os hereges cristos e os ateus modernos, cuja pretenso no o poder, mas a partilha igual da liberdade e dos bens comuns. Estes laicos, de fato, seriam agentes de resistncias de reconhecimento mtuos, em espaos de multiplicidade crescente, ao poder violento real na histria.
Resumo:
O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de refletir a relevncia do Ensino de Filosofia no contexto histrico brasileiro em consonncia conjectural paulistana. Apontamos atravs do Decreto nro. 6.283 de 25 de janeiro de 1934, o qual instituiu-se sendo a primeira Universidade brasileira (Universidade de So Paulo) nas palavras de Vita iniciativa pioneira no Brasil (1969, p.16). Inspirada no modelo universitrio tradicional da cultura filosfica francesa, a Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras adotou desde os seus contguos metodolgicos aos procedimentos intelectivos, favorecendo o desenvolvimento da interdisciplinaridade da formao cultural. Uma confluncia marcada por intensos envolvimentos ideolgicos estruturados do progresso moderno, infundindo competncias cientficas na faculdade profissional incorporada universidade, bem como formar professores para o ensino secundrio (SCHWARTZMAN, 2006, p.163). Sendo assim, a Faculdade de Filosofia seria o ncleo propulsor. Porm, o modelo centralizador de pensar o Ensino da Filosofia, a atribui uma superioridade tcnica intelectual e saber acumulado, pouco distingue da competncia escolar conquistada em outros pases, pelo potencial formativo dos professores filsofos Jean Maug (1955,1982) e Joo da Cruz Costa (1945, 1960, 1961,1967). Maugu aponta-nos quo a formao em Filosofia est diretamente atribuda ao docente e ao aluno, que a ela se dedica. Pela obra Ensino de Filosofia e Diretrizes, ele apresenta-nos tambm a concepo de docncia: o docente-intelectual, comprometido com a (re) construo dos significados epistemolgicos, legitimados por uma prtica pedaggica entre o j conhecido e ao conhecer, ou seja, entre o ensinado e ao ensinar. Nesse sentido, notvel que os argumentos do docente e do filsofo se imbricam, ao ponto de serem confundidos e potencializados durante a formao. Assim, Cruz Costa, tambm trabalha, quando assume a ctedra, porm ressalta que o processo formativo adquire sentido pela Histria das Ideias como construo do pensamento filosfico e, portanto, o ensino se faz quando se toma conscincia da concentricidade histrica, ideias que lhe concede significado conjugado s tcnicas de erudio, o que fez advertir aos seus alunos para as vicissitudes pelas quais passaram em nossa terra, as correntes filosficas estrangeiras, e, sobretudo, para a curiosa significao que elas tm apresentado no envolver de nossa histria (VITA, 1950, p.22). O conhecimento histrico o caminho norteador a ser percorrido, necessrio ao devir humano, isto , a conciliao entre o conhecimento terico e as condies histricas.
Resumo:
O tema desta dissertao a Avaliao Institucional da Educao Bsica. Para tal, faz-se a anlise do processo de avaliao, com nfase no instrumento utilizado pelas Escolas Adventistas de nvel bsico do estado de So Paulo, considerando que a educao adventista se tornou uma parte consistente dentro da estrutura da Igreja Adventista do Stimo Dia. Procurou-se, neste trabalho, como objetivo geral, compreender como se configura a prtica da avaliao institucional das escolas da Rede Adventista de Educao. O mtodo da investigao incluiu anlise bibliogrfica dos principais tericos da rea de polticas pblicas e do sistema privado bem como da avaliao institucional, seguido de exame documental do instrumento utilizado no processo de avaliao institucional. O estudo resgata a contextualizao histrica do desenvolvimento da escola privada, destacando aspectos relevantes de sua relao com o Estado. Tambm apresenta brevemente a histria da Igreja Adventista do Stimo Dia (IASD) nos Estados Unidos (EUA) e no Brasil, de modo a situar o surgimento do sistema educacional adventista, bem como a sua filosofia de ensino, buscando conhecer as origens desse grupo religioso que h mais de um sculo atua no cenrio educacional brasileiro. Em seguida, aborda aspectos da Avaliao Institucional. Finalmente, apresenta-se uma sntese do processo e uma descrio analtica do instrumento de avaliao institucional das escolas de nvel bsico da Educao Adventista. Na concluso do trabalho, no se encontraram indcios de que o conceito adventista de avaliao educacional seja diferente do das abordagens tradicionais. Entretanto, na concepo adventista de avaliao, existe mais fortemente a preocupao de se manter um processo de avaliao contnuo e sistemtico.
Resumo:
A expanso das redes sociais virtuais, o aperfeioamento das tcnicas de informao, a penetrabilidade do capitalismo de concorrncia e o fragmentado sujeito ps-moderno constituem, ao lado da sociedade de consumo, os pilares desta tese. Nossa hiptese central que as redes sociais da Internet ampliam os espaos de participao, compartilhamento, colaborao e manifestao das decepes do consumidor, mas no diminuem as descontinuidades, a incompreenso e o desrespeito oriundos das relaes e prticas de consumo, podendo, muitas vezes, aceleraremasconflitualidades. A abertura para o dilogo, o incitamento tomada de poder do sujeito e a multiplicao das trocas entre empresas e consumidores representam a oportunidade e o desafio de valorizarmos a concepo normativa da comunicao, admitindo as dificuldades da intercompreenso, a urgncia da coabitao e a realidade da incomunicao. Recorremos Anlise de Discurso de tradio francesa (AD) como campo terico-metodolgico para analisar o discurso do consumidor inscrito na plataforma Reclame AQUI e construir uma crtica comunicao corporativa contempornea; a partir dos conceitos de cenografia, ethos e esquematizao enunciativa, verificamos como a ideologia opera no interior das cenas daenunciao do consumo, constituindo uma ordem prpria ao discurso do reclamante decepcionado. Esta anlise ratificou as discusses tericas que levamos a cabo, servindo de suporte para a problematizao e o debate das sete cenografias que se evidenciaram no/pelo discurso do sujeito/consumidor: respeito/desrespeito, ameaa, promessa e frustrao, mau atendimento e problema no resolvido, negociao, clientes novos x antigos e consumidor enganado; a imbricao do nosso corpuse o arcabouo terico coloca na ribalta a necessidade de polticas de comunicao organizacional norteadas pelo senso prtico de outridade, transcendendo as relaes puramente mercadolgicas; ao mesmo tempo, lana luz sobre apremncia de mais solidariedade, compaixo, capacidade de escuta, compreenso e coabitao para as corporaes que funcionam em uma sociedade guiada pelo frenesi da tica da concorrncia e da consumolatria. Esta tese evidencia que a atuao dos consumidores e das empresas no mundo on-line representa mais que um elemento circunstancial de (in) tolerncia mtua; desenha um destino comum que pode ter como rumo a outridade solidria do prximo, aceitando a experincia da alteridade, o risco do fracasso e a esperana da confiana e do respeito que a comunicao pode conceber.