9 resultados para Psychological interview
em Universidade Metodista de São Paulo
Resumo:
O presente estudo teve por objetivos: descrever o manejo técnico do atendimento psicológico, ilustrado pelo caso de uma paciente infértil de um ambulatório de reprodução humana assistida; descrever as vicissitudes no campo analítico nestes atendimentos; e sistematizar esse manejo técnico em intervenções ambulatoriais em que se privilegia a compreensão das relações transferenciais. O instrumento utilizado para a coleta de dados foram os próprios atendimentos, ou entrevistas psicológicas, baseadas no método clínico de abordagem psicanalítica. A análise e a discussão dos resultados se basearam na apresentação de um único caso, que ilustrou a técnica que se objetivou sistematizar e descrever. É apresentado o caso da Sra. S., uma mulher de 41 anos, com parceiro em união estável há cinco anos, que realizava tratamento de infertilidade no ambulatório de reprodução humana. A paciente foi atendida pela psicóloga no próprio ambulatório durante o período da segunda tentativa de gravidez. Foram realizados efetivamente três (3) atendimentos e, no período de dois meses, a paciente não compareceu a três (3) sessões. Foram criadas cinco (5) categorias de análise: 1) Escuta; 2) Configuração de Queixa Psicológica; 3) Manejo dos Conflitos; 4) Manejo da Transferência; e 5) Enquadre. Estas categorias representaram elementos do atendimento. A divisão do atendimento em categorias teve propósito didático, no entanto, a sistematização do manejo deu-se a partir do desenvolvimento destas categorias, mas não numa ordem pré-estabelecida. A Escuta refere-se à capacidade do psicoterapeuta compreender a relação estabelecida com o paciente, assim como os elementos metapsicológicos depositados no campo, a partir de seu quadro de referência teórico-metodológico. A Configuração de Queixa Psicológica refere-se à aproximação do sofrimento psíquico e dos conflitos que subjazem à queixa orgânica ou manifesta. O Manejo dos Conflitos representa o modo como são interpretados e devolvidos a um paciente os conteúdos trazidos para a sessão. Ressalta-se, no manejo dos conflitos, a eleição de um foco de trabalho em que se privilegia a situação atual da vida do paciente relacionada especificamente à sua queixa. O Manejo da Transferência refere-se à forma como os aspectos transferenciais são compreendidos e devolvidos ao paciente. A neurose e psicose de transferência são evitadas e o trabalho é preferencialmente desenvolvido a partir da interpretação de situações extra-transferenciais. Por fim, o Enquadre engloba todos os aspectos formais e dinâmicos que constituem o campo emocional sobre o qual se trabalha. Este tipo de atendimento pode ser situado entre a entrevista psicológica e o atendimento em psicoterapia breve com objetivos e tempo limitados, variando de acordo com a qualidade adaptativa do paciente e sua motivação para o atendimento psicológico. Concluímos que este modelo de atendimento ambulatorial engloba aspectos tanto diagnósticos quanto de intervenção e que o papel do psicólogo neste contexto é auxiliar o paciente atendido a compreender sua queixa em seus aspectos latentes e manifestos, além de propiciar um espaço de escuta em que os conteúdos trazidos podem ser pensados e compreendidos
Resumo:
O presente estudo teve por objetivos: descrever o manejo técnico do atendimento psicológico, ilustrado pelo caso de uma paciente infértil de um ambulatório de reprodução humana assistida; descrever as vicissitudes no campo analítico nestes atendimentos; e sistematizar esse manejo técnico em intervenções ambulatoriais em que se privilegia a compreensão das relações transferenciais. O instrumento utilizado para a coleta de dados foram os próprios atendimentos, ou entrevistas psicológicas, baseadas no método clínico de abordagem psicanalítica. A análise e a discussão dos resultados se basearam na apresentação de um único caso, que ilustrou a técnica que se objetivou sistematizar e descrever. É apresentado o caso da Sra. S., uma mulher de 41 anos, com parceiro em união estável há cinco anos, que realizava tratamento de infertilidade no ambulatório de reprodução humana. A paciente foi atendida pela psicóloga no próprio ambulatório durante o período da segunda tentativa de gravidez. Foram realizados efetivamente três (3) atendimentos e, no período de dois meses, a paciente não compareceu a três (3) sessões. Foram criadas cinco (5) categorias de análise: 1) Escuta; 2) Configuração de Queixa Psicológica; 3) Manejo dos Conflitos; 4) Manejo da Transferência; e 5) Enquadre. Estas categorias representaram elementos do atendimento. A divisão do atendimento em categorias teve propósito didático, no entanto, a sistematização do manejo deu-se a partir do desenvolvimento destas categorias, mas não numa ordem pré-estabelecida. A Escuta refere-se à capacidade do psicoterapeuta compreender a relação estabelecida com o paciente, assim como os elementos metapsicológicos depositados no campo, a partir de seu quadro de referência teórico-metodológico. A Configuração de Queixa Psicológica refere-se à aproximação do sofrimento psíquico e dos conflitos que subjazem à queixa orgânica ou manifesta. O Manejo dos Conflitos representa o modo como são interpretados e devolvidos a um paciente os conteúdos trazidos para a sessão. Ressalta-se, no manejo dos conflitos, a eleição de um foco de trabalho em que se privilegia a situação atual da vida do paciente relacionada especificamente à sua queixa. O Manejo da Transferência refere-se à forma como os aspectos transferenciais são compreendidos e devolvidos ao paciente. A neurose e psicose de transferência são evitadas e o trabalho é preferencialmente desenvolvido a partir da interpretação de situações extra-transferenciais. Por fim, o Enquadre engloba todos os aspectos formais e dinâmicos que constituem o campo emocional sobre o qual se trabalha. Este tipo de atendimento pode ser situado entre a entrevista psicológica e o atendimento em psicoterapia breve com objetivos e tempo limitados, variando de acordo com a qualidade adaptativa do paciente e sua motivação para o atendimento psicológico. Concluímos que este modelo de atendimento ambulatorial engloba aspectos tanto diagnósticos quanto de intervenção e que o papel do psicólogo neste contexto é auxiliar o paciente atendido a compreender sua queixa em seus aspectos latentes e manifestos, além de propiciar um espaço de escuta em que os conteúdos trazidos podem ser pensados e compreendidos
Resumo:
Esta pesquisa investiga a influência de intervenções lúdicas na diminuição da ansiedade materna com mães de recém-nascidos pré-termo hospitalizados, em um hospital universitário da Grande São Paulo. São estudadas 30 mães que tiveram parto prematuro, com faixa etária entre 16 e 40 anos e escolaridade até 2º grau, por meio de estudo avaliativo-interventivo-evolutivo. Inicia-se por uma entrevista psicológica semidirigida, com o objetivo de traçar o histórico gestacional, seguida de aplicação da Escala de Ansiedade, Depressão e Irritabilidade IDA, visando identificar o nível de ansiedade materna e do Inventário de Percepção Neonatal IPN-I para verificar a expectativa das mães em relação ao comportamento de choro, alimento e vômito de seus bebês pré-termo. A seguir são efetuadas intervenções grupais lúdicas em 16 encontros, um a cada semana, de 60 minutos, segundo modelo piagetiano, que estimula processos afetivosemocionais e cognitivos. Os dados relativos ao histórico gestacional revelam que 75% das mães encontram-se na segunda gestação e já sofreram aborto ou óbito fetal; têm ida de gestacional média de 31 semanas; peso médio do bebê ao nascer de 1.640g. e tempo de internação médio de 39,93 dias. Na análise do IDA em relação à ansiedade, 75% delas apresentam escore de alta intensidade (11,25), também alto quanto à depressão (10); o escore médio (3,73) da irritabilidade exteriorizada acompanha o da irritabilidade interiorizada (3,23). A correlação entre depressão e ansiedade indica que uma reação emocional segue a outra, não havendo diferença significativa importante entre ambas (p=0,306). O IPN-I comprova que as 30 mães têm expectativas em relação ao próprio filho similares aos bebês em geral, mostrando escores médios de 8,63 e 9,20, respectivamente, confirmados pelo escore 10,0 apontado em 75% da amostra, o que configura uma alta expectativa quanto aos aspectos de sono, alimentação e vômito dos bebês. A análise qualitativa revela que a criação de grupos lúdicos mostra-se favorável, com alta adesão e motivação das mães, favorecendo a diminuição da ansiedade, a adaptação à realidade vivida e a interação mãe-bebê de forma saudável durante a internação. O estudo apresenta a trajetória interventiva de três casos emblemáticos de diferentes níveis de ansiedade, ilustrando esta evolução. Estes dados sugerem que esta modalidade de intervenção caracterize-se como uma medida de prevenção, promoção e preservação da saúde física e psíquica da mãe e do recémnascido prematuro, com repercussões na família e na sociedade.(AU)
Resumo:
Esta pesquisa investiga a influência de intervenções lúdicas na diminuição da ansiedade materna com mães de recém-nascidos pré-termo hospitalizados, em um hospital universitário da Grande São Paulo. São estudadas 30 mães que tiveram parto prematuro, com faixa etária entre 16 e 40 anos e escolaridade até 2º grau, por meio de estudo avaliativo-interventivo-evolutivo. Inicia-se por uma entrevista psicológica semidirigida, com o objetivo de traçar o histórico gestacional, seguida de aplicação da Escala de Ansiedade, Depressão e Irritabilidade IDA, visando identificar o nível de ansiedade materna e do Inventário de Percepção Neonatal IPN-I para verificar a expectativa das mães em relação ao comportamento de choro, alimento e vômito de seus bebês pré-termo. A seguir são efetuadas intervenções grupais lúdicas em 16 encontros, um a cada semana, de 60 minutos, segundo modelo piagetiano, que estimula processos afetivosemocionais e cognitivos. Os dados relativos ao histórico gestacional revelam que 75% das mães encontram-se na segunda gestação e já sofreram aborto ou óbito fetal; têm ida de gestacional média de 31 semanas; peso médio do bebê ao nascer de 1.640g. e tempo de internação médio de 39,93 dias. Na análise do IDA em relação à ansiedade, 75% delas apresentam escore de alta intensidade (11,25), também alto quanto à depressão (10); o escore médio (3,73) da irritabilidade exteriorizada acompanha o da irritabilidade interiorizada (3,23). A correlação entre depressão e ansiedade indica que uma reação emocional segue a outra, não havendo diferença significativa importante entre ambas (p=0,306). O IPN-I comprova que as 30 mães têm expectativas em relação ao próprio filho similares aos bebês em geral, mostrando escores médios de 8,63 e 9,20, respectivamente, confirmados pelo escore 10,0 apontado em 75% da amostra, o que configura uma alta expectativa quanto aos aspectos de sono, alimentação e vômito dos bebês. A análise qualitativa revela que a criação de grupos lúdicos mostra-se favorável, com alta adesão e motivação das mães, favorecendo a diminuição da ansiedade, a adaptação à realidade vivida e a interação mãe-bebê de forma saudável durante a internação. O estudo apresenta a trajetória interventiva de três casos emblemáticos de diferentes níveis de ansiedade, ilustrando esta evolução. Estes dados sugerem que esta modalidade de intervenção caracterize-se como uma medida de prevenção, promoção e preservação da saúde física e psíquica da mãe e do recémnascido prematuro, com repercussões na família e na sociedade.(AU)
Resumo:
A clínica da Obesidade Mórbida e a Cirurgia Bariátrica exige estudos e acompanhamentos do paciente. Os benefícios e riscos do emagrecimento por tratamento cirúrgico devem servir como ponto de alerta aos profissionais da saúde. O uso do questionário no serviço de psicologia é norteado pela escuta psicológica. Objetivos: 1) Descrever o perfil sócio-demográfico candidatos à cirurgia bariátrica. 2) Analisar a percepção dos pacientes sobre características de personalidade associadas à obesidade e transtornos alimentares. 3) Descrever os conteúdos psicodinâmicos da narrativa do sujeito e avaliar o sistema tensional inconsciente de dois pacientes por meio do Teste das Relações Objetais de Phillipson (TRO). Método: O delineamento metodológico com análise de dados pelo método epidemiológico e estudo de caso clínico, orientação psicanalítica. Na primeira etapa foram consultados 300 questionários do serviço de psicologia e na segunda dois pacientes com ganho de peso após 24 meses. São pacientes que procuraram tratamento em clínica especializada, em uma metrópole do sudeste brasileiro, sob consentimento pós-informado. Os questionários foram preenchidos por 227 mulheres e 73 homens; com média de idade igual a 36 anos; escolaridade ensino médio e superior, 53%; maioria casados; IMC entre grave e super mórbido (94,3%). Técnicas cirúrgicas indicadas Capella Bypass e Fobi-Capella (67%). Resultados: características psicológicas referidas pelos pacientes, a ansiedade apontou em 93,7% das respostas, seguidas por impulsividade, depressão, tolerância à frustração, baixa auto-estima, resolvedor de problemas dos outros (mais de 50%). No histórico familiar da obesidade está em mais de 70% depressão e uso do álcool em 30%; realização de psicoterapia (30%) e medicamentos para depressão e ansiedade (10%). Na segunda etapa, foi realizado o diagnóstico psicodinâmico, por meio do Teste das Relações Objetais de Phillipson com duas pacientes, cuja análise indicou necessidade de psicoterapia psicanalítica, pois tinham fixações na posição esquizoparanóide e apresentavam dificuldade em lidar com perdas e baixa motivação para mudança e insigth. Conclusões: Com a aplicação do questionário e o registro das observações empíricas, este questionário de entrevista semidirigida preenche condições de melhor acessar e avaliar os conteúdos revelados pelos pacientes. As contradições entre as respostas e o discurso, no contato individual com o psicólogo, apontam a necessidade de investimento no preparo do paciente para a cirurgia e mais acentuadamente o acompanhamento psicológico no primeiro ano do pós-operatório. Há um pensamento mágico a ser trabalhado durante a aplicação do questionário sobre as crenças frente à cirurgia e o emagrecimento e assim convocar o paciente a ocupar o lugar do sujeito implicado em seu processo pré e pós-operatório. O TRO contribuiu na compreensão do diagnóstico psicodinâmico de pacientes com ganho de peso após cirurgia e reforçou a necessidade de maior investimento no pré-operatório.(AU)
Resumo:
A clínica da Obesidade Mórbida e a Cirurgia Bariátrica exige estudos e acompanhamentos do paciente. Os benefícios e riscos do emagrecimento por tratamento cirúrgico devem servir como ponto de alerta aos profissionais da saúde. O uso do questionário no serviço de psicologia é norteado pela escuta psicológica. Objetivos: 1) Descrever o perfil sócio-demográfico candidatos à cirurgia bariátrica. 2) Analisar a percepção dos pacientes sobre características de personalidade associadas à obesidade e transtornos alimentares. 3) Descrever os conteúdos psicodinâmicos da narrativa do sujeito e avaliar o sistema tensional inconsciente de dois pacientes por meio do Teste das Relações Objetais de Phillipson (TRO). Método: O delineamento metodológico com análise de dados pelo método epidemiológico e estudo de caso clínico, orientação psicanalítica. Na primeira etapa foram consultados 300 questionários do serviço de psicologia e na segunda dois pacientes com ganho de peso após 24 meses. São pacientes que procuraram tratamento em clínica especializada, em uma metrópole do sudeste brasileiro, sob consentimento pós-informado. Os questionários foram preenchidos por 227 mulheres e 73 homens; com média de idade igual a 36 anos; escolaridade ensino médio e superior, 53%; maioria casados; IMC entre grave e super mórbido (94,3%). Técnicas cirúrgicas indicadas Capella Bypass e Fobi-Capella (67%). Resultados: características psicológicas referidas pelos pacientes, a ansiedade apontou em 93,7% das respostas, seguidas por impulsividade, depressão, tolerância à frustração, baixa auto-estima, resolvedor de problemas dos outros (mais de 50%). No histórico familiar da obesidade está em mais de 70% depressão e uso do álcool em 30%; realização de psicoterapia (30%) e medicamentos para depressão e ansiedade (10%). Na segunda etapa, foi realizado o diagnóstico psicodinâmico, por meio do Teste das Relações Objetais de Phillipson com duas pacientes, cuja análise indicou necessidade de psicoterapia psicanalítica, pois tinham fixações na posição esquizoparanóide e apresentavam dificuldade em lidar com perdas e baixa motivação para mudança e insigth. Conclusões: Com a aplicação do questionário e o registro das observações empíricas, este questionário de entrevista semidirigida preenche condições de melhor acessar e avaliar os conteúdos revelados pelos pacientes. As contradições entre as respostas e o discurso, no contato individual com o psicólogo, apontam a necessidade de investimento no preparo do paciente para a cirurgia e mais acentuadamente o acompanhamento psicológico no primeiro ano do pós-operatório. Há um pensamento mágico a ser trabalhado durante a aplicação do questionário sobre as crenças frente à cirurgia e o emagrecimento e assim convocar o paciente a ocupar o lugar do sujeito implicado em seu processo pré e pós-operatório. O TRO contribuiu na compreensão do diagnóstico psicodinâmico de pacientes com ganho de peso após cirurgia e reforçou a necessidade de maior investimento no pré-operatório.(AU)
Resumo:
O presente estudo teve por objetivos: descrever o manejo técnico do atendimento psicológico, ilustrado pelo caso de uma paciente infértil de um ambulatório de reprodução humana assistida; descrever as vicissitudes no campo analítico nestes atendimentos; e sistematizar esse manejo técnico em intervenções ambulatoriais em que se privilegia a compreensão das relações transferenciais. O instrumento utilizado para a coleta de dados foram os próprios atendimentos, ou entrevistas psicológicas, baseadas no método clínico de abordagem psicanalítica. A análise e a discussão dos resultados se basearam na apresentação de um único caso, que ilustrou a técnica que se objetivou sistematizar e descrever. É apresentado o caso da Sra. S., uma mulher de 41 anos, com parceiro em união estável há cinco anos, que realizava tratamento de infertilidade no ambulatório de reprodução humana. A paciente foi atendida pela psicóloga no próprio ambulatório durante o período da segunda tentativa de gravidez. Foram realizados efetivamente três (3) atendimentos e, no período de dois meses, a paciente não compareceu a três (3) sessões. Foram criadas cinco (5) categorias de análise: 1) Escuta; 2) Configuração de Queixa Psicológica; 3) Manejo dos Conflitos; 4) Manejo da Transferência; e 5) Enquadre. Estas categorias representaram elementos do atendimento. A divisão do atendimento em categorias teve propósito didático, no entanto, a sistematização do manejo deu-se a partir do desenvolvimento destas categorias, mas não numa ordem pré-estabelecida. A Escuta refere-se à capacidade do psicoterapeuta compreender a relação estabelecida com o paciente, assim como os elementos metapsicológicos depositados no campo, a partir de seu quadro de referência teórico-metodológico. A Configuração de Queixa Psicológica refere-se à aproximação do sofrimento psíquico e dos conflitos que subjazem à queixa orgânica ou manifesta. O Manejo dos Conflitos representa o modo como são interpretados e devolvidos a um paciente os conteúdos trazidos para a sessão. Ressalta-se, no manejo dos conflitos, a eleição de um foco de trabalho em que se privilegia a situação atual da vida do paciente relacionada especificamente à sua queixa. O Manejo da Transferência refere-se à forma como os aspectos transferenciais são compreendidos e devolvidos ao paciente. A neurose e psicose de transferência são evitadas e o trabalho é preferencialmente desenvolvido a partir da interpretação de situações extra-transferenciais. Por fim, o Enquadre engloba todos os aspectos formais e dinâmicos que constituem o campo emocional sobre o qual se trabalha. Este tipo de atendimento pode ser situado entre a entrevista psicológica e o atendimento em psicoterapia breve com objetivos e tempo limitados, variando de acordo com a qualidade adaptativa do paciente e sua motivação para o atendimento psicológico. Concluímos que este modelo de atendimento ambulatorial engloba aspectos tanto diagnósticos quanto de intervenção e que o papel do psicólogo neste contexto é auxiliar o paciente atendido a compreender sua queixa em seus aspectos latentes e manifestos, além de propiciar um espaço de escuta em que os conteúdos trazidos podem ser pensados e compreendidos
Resumo:
Esta pesquisa investiga a influência de intervenções lúdicas na diminuição da ansiedade materna com mães de recém-nascidos pré-termo hospitalizados, em um hospital universitário da Grande São Paulo. São estudadas 30 mães que tiveram parto prematuro, com faixa etária entre 16 e 40 anos e escolaridade até 2º grau, por meio de estudo avaliativo-interventivo-evolutivo. Inicia-se por uma entrevista psicológica semidirigida, com o objetivo de traçar o histórico gestacional, seguida de aplicação da Escala de Ansiedade, Depressão e Irritabilidade IDA, visando identificar o nível de ansiedade materna e do Inventário de Percepção Neonatal IPN-I para verificar a expectativa das mães em relação ao comportamento de choro, alimento e vômito de seus bebês pré-termo. A seguir são efetuadas intervenções grupais lúdicas em 16 encontros, um a cada semana, de 60 minutos, segundo modelo piagetiano, que estimula processos afetivosemocionais e cognitivos. Os dados relativos ao histórico gestacional revelam que 75% das mães encontram-se na segunda gestação e já sofreram aborto ou óbito fetal; têm ida de gestacional média de 31 semanas; peso médio do bebê ao nascer de 1.640g. e tempo de internação médio de 39,93 dias. Na análise do IDA em relação à ansiedade, 75% delas apresentam escore de alta intensidade (11,25), também alto quanto à depressão (10); o escore médio (3,73) da irritabilidade exteriorizada acompanha o da irritabilidade interiorizada (3,23). A correlação entre depressão e ansiedade indica que uma reação emocional segue a outra, não havendo diferença significativa importante entre ambas (p=0,306). O IPN-I comprova que as 30 mães têm expectativas em relação ao próprio filho similares aos bebês em geral, mostrando escores médios de 8,63 e 9,20, respectivamente, confirmados pelo escore 10,0 apontado em 75% da amostra, o que configura uma alta expectativa quanto aos aspectos de sono, alimentação e vômito dos bebês. A análise qualitativa revela que a criação de grupos lúdicos mostra-se favorável, com alta adesão e motivação das mães, favorecendo a diminuição da ansiedade, a adaptação à realidade vivida e a interação mãe-bebê de forma saudável durante a internação. O estudo apresenta a trajetória interventiva de três casos emblemáticos de diferentes níveis de ansiedade, ilustrando esta evolução. Estes dados sugerem que esta modalidade de intervenção caracterize-se como uma medida de prevenção, promoção e preservação da saúde física e psíquica da mãe e do recémnascido prematuro, com repercussões na família e na sociedade.(AU)
Resumo:
A clínica da Obesidade Mórbida e a Cirurgia Bariátrica exige estudos e acompanhamentos do paciente. Os benefícios e riscos do emagrecimento por tratamento cirúrgico devem servir como ponto de alerta aos profissionais da saúde. O uso do questionário no serviço de psicologia é norteado pela escuta psicológica. Objetivos: 1) Descrever o perfil sócio-demográfico candidatos à cirurgia bariátrica. 2) Analisar a percepção dos pacientes sobre características de personalidade associadas à obesidade e transtornos alimentares. 3) Descrever os conteúdos psicodinâmicos da narrativa do sujeito e avaliar o sistema tensional inconsciente de dois pacientes por meio do Teste das Relações Objetais de Phillipson (TRO). Método: O delineamento metodológico com análise de dados pelo método epidemiológico e estudo de caso clínico, orientação psicanalítica. Na primeira etapa foram consultados 300 questionários do serviço de psicologia e na segunda dois pacientes com ganho de peso após 24 meses. São pacientes que procuraram tratamento em clínica especializada, em uma metrópole do sudeste brasileiro, sob consentimento pós-informado. Os questionários foram preenchidos por 227 mulheres e 73 homens; com média de idade igual a 36 anos; escolaridade ensino médio e superior, 53%; maioria casados; IMC entre grave e super mórbido (94,3%). Técnicas cirúrgicas indicadas Capella Bypass e Fobi-Capella (67%). Resultados: características psicológicas referidas pelos pacientes, a ansiedade apontou em 93,7% das respostas, seguidas por impulsividade, depressão, tolerância à frustração, baixa auto-estima, resolvedor de problemas dos outros (mais de 50%). No histórico familiar da obesidade está em mais de 70% depressão e uso do álcool em 30%; realização de psicoterapia (30%) e medicamentos para depressão e ansiedade (10%). Na segunda etapa, foi realizado o diagnóstico psicodinâmico, por meio do Teste das Relações Objetais de Phillipson com duas pacientes, cuja análise indicou necessidade de psicoterapia psicanalítica, pois tinham fixações na posição esquizoparanóide e apresentavam dificuldade em lidar com perdas e baixa motivação para mudança e insigth. Conclusões: Com a aplicação do questionário e o registro das observações empíricas, este questionário de entrevista semidirigida preenche condições de melhor acessar e avaliar os conteúdos revelados pelos pacientes. As contradições entre as respostas e o discurso, no contato individual com o psicólogo, apontam a necessidade de investimento no preparo do paciente para a cirurgia e mais acentuadamente o acompanhamento psicológico no primeiro ano do pós-operatório. Há um pensamento mágico a ser trabalhado durante a aplicação do questionário sobre as crenças frente à cirurgia e o emagrecimento e assim convocar o paciente a ocupar o lugar do sujeito implicado em seu processo pré e pós-operatório. O TRO contribuiu na compreensão do diagnóstico psicodinâmico de pacientes com ganho de peso após cirurgia e reforçou a necessidade de maior investimento no pré-operatório.(AU)