2 resultados para Colusão tácita

em Universidade Metodista de São Paulo


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O objetivo central desta pesquisa é avaliar os valores e possibilidades da aliança pregada no Deuteronômio. Para tanto, procuro captar a necessária tensão de qualquer tipo de aliança. Faço esse exercício, primeiramente, no próprio campo da hermenêutica. Sugiro uma leitura subalterna que agregue diferentes lutas no interior das interpretações libertárias (feminista, queer e pós-colonial). Nesse ínterim, forjo o trabalho do exegeta orgânico , a saber, aquele intérprete que articula vozes dissidentes para fazer frente às estruturas sistêmicas de subordinação. Após essa proposição teórica, avalio o Deuteronômio enquanto discursos concatenados em forma de arquivo. A principal sugestão é de que os textos deuteronômicos foram coletados ou produzidos em prol de um ideal de berit aliança . Esse ideal origina-se do material agora disposto em 4,44-26+28: um contrato comunitário atávico com Yhvh. Esse resultado é possibilitado pela crítica retórica ao texto e seus interesses propagandísticos desde o nascedouro arquivístico. Após uma comparação honesta com os tratados do Antigo Oriente Próximo, não se pode mais negar a pedagogia da obediência intrínseca ao contrato. A isso chamo, muitas vezes, de colusão do povo santo . A crítica retórica, entretanto, não encaminha apenas uma reificação desse ideal de berit, ao apontar, antes, para o debate interno da comunidade. Um contrato retórico, afinal, guarda em si, memórias silenciadas para que a propaganda se efetive. Nesse momento é que busco colisões de memórias, em especial, dentro das perícopes proibitivas do contrato. Todo o lixo deuteronômico, por assim dizer, está assinalado por duas fórmulas básicas: ki to abat yhvh eis uma abominação para Yhvh e ubi arta ha-ra mi-qirbeka exterminarás o per/vertido do teu meio . Dedico-me aos textos marcados por essas fórmulas, ao fomentar uma episódica unificação de abomináveis e per/vertidos . Avalio a luta particular de cada um/a, para então, propor uma agenda subalterna que promova a justiça social por reconhecimento e redistribuição. A aliança abominável e per/vertida intra-Deuteronômio apresenta uma proposta radicalmente democrática (i) em favor de uma cultura aberta ao Outro e (ii) contra estruturas autoritárias piramidais. Assinalo, portanto, que com essa dupla tática, os valores imperiais de hierarquização e subtração da irmandade deuteronômica são retoricamente postos em debate na comunidade.

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A questão relacional na área da saúde envolve o imaginário sociocultural. Nos casos de mulheres com câncer de mama, denota um caráter emergencial em virtude do elevado número de ocorrências ou pela falta de percepção feminina da doença, o que dificulta a prevenção e o tratamento em tempo hábil. Este estudo pretende analisar como e de que maneira ocorrem e repercutem as práticas discursivas entre os profissionais da saúde e as pacientes com câncer de mama. Para isso, delineamos como pressupostos teóricos as barreiras da comunicação, seja interpessoal, intrapessoal e não verbal. A metodologia foi com base na Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici e no Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) de Ana Maria Cavalcanti Lefévre e Fernando Lefévre. Nas análises dos relatos das mulheres com câncer de mama, identificamos conflitos de ordem sociocultural, como crenças, valores pessoais, estereótipos, enfim, distorções provenientes do senso comum e do imaginário coletivo, disseminadas nas representações da doença levadas a público pela mídia em geral. Nas considerações finais, constatamos que tais representações (estigmas sociais) interferem na relação com os profissionais de saúde, influenciando, assim, a adesão ao tratamento da doença. Os aspectos comunicacionais são aqui apontados de maneira tácita.