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em Universidade Metodista de São Paulo
Resumo:
A pesquisa tem por objetivo trabalhar o evento da Revolta de Jeú, em conjunto com a Estela de Dã, tendo como ponto de partida para tal, a exegese da perícope de 2 Reis 10-28,36. A história Deuteronomista apresenta o ato da Revolta de Jeú como sendo um feito demasiadamente importante, na restauração do culto a Javé em Israel, a partir de um contexto onde o culto a outras divindades, em Israel Norte, estava em pleno curso. No entanto, a partir da análise conjunta da Estela de Dã, que tem como provável autor o rei Hazael de Damasco, somos desafiados a ler esta história pelas entrelinhas não contempladas pelo texto, que apontam para uma participação ativa de Hazael, nos desfechos referentes a Revolta de Jeú, como sendo o responsável direto que proporcionou a subida de Jeú ao trono em Israel, clarificando desta forma este importante período na história Bíblica. Para tal análise, observar-se-á três distintos tópicos, ligados diretamente ao tema proposto: (1) A Revolta de Jeú e a Redação Deuteronomista, a partir do estudo exegético da perícope de 2 Reis 10,28-36, onde estão descritas informações pontuais sobre período em que Jeú reinou em Israel; (2) Jeú e a Estela de Dã, a partir da apresentação e análise do conteúdo da Estela de Dã, tratando diretamente dos desdobramentos da guerra em Ramote de Gileade, de onde se dá o ponto de partida à Revolta de Jeú; e por fim (3) O Império da Síria, onde a partir da continuidade da análise do conteúdo da Estela de Dã, demonstraremos a significância deste reino, além de apontamentos diretamente ligados ao reinado de Hazael, personagem mui relevante no evento da Revolta de Jeú.
Resumo:
João de Patmos, através de elementos literários e dramáticos e da estrutura cênica e litúrgica, criou no Apocalipse um universo simbólico específico. As imagens deste universo são protagonizadas tanto por seres divinos como também por pessoas humanas que se encontram exaltadas entre os seres celestiais, cantando e louvando a Deus. Durante o processo da composição, o autor da obra se inspirou na tradição apocalíptica e escatológica das tradições visionárias merkavah presentes em Ezequiel, Daniel e 1 Enoque, e fez uma leitura própria destas tradições que obedece aos seus próprios objetivos literários e às necessidades dos leitores / ouvintes do escrito. Os seres celestiais e humanos destacados nas imagens, e a presença de várias confluências de tradições merkavah indicam que o Apocalipse se insere numa vertente da literatura apocalíptica contemporânea do escrito. É notável que, tanto na apocalíptica, em Qumran, na literatura hekhalot como no Apocalipse, há indícios de uma intensa experiência extática de grupos de culto celestial. O cenário de visões é prioritariamente litúrgico, dentro de um templo celestial. As imagens geradas pela leitura das experiências místicas de Ezequiel, 1 Enoque e outros escritos místicos eram contempladas e enriquecidas pelas experiências de viagens celestiais de grupos proféticos durante cultos terrestres. Nas experiências místicas registradas nos fragmentos analisados do Apocalipse de João podem ser percebidas certas feições dos viajantes celestiais. Nos seus discursos sobre a visão do mundo que contemplam e definem, eles revelam suas crenças, desafios e expectativas, a sua auto-compreensão religiosa. Além da identidade dos protagonistas dos cultos celestiais percebe-se também o caráter e a função altamente criadores do fenômeno extático em geral, como também, em particular, no Apocalipse de João. O escrito revela e promove uma estrutura do mundo divino-humano completo e perfeito que está num movimento contínuo, um mundo que, com toda a simbologia inerente, expressa a idéia de criar, recriar e governar o universo inteiro. Os seres humanos participam ativamente deste universo e cooperam com a função reconstituinte dele. Essa cooperação na reconstituição do mundo tem um caráter presente e atual, embora a plenitude desta reconstituição esteja reservada para o futuro.