20 resultados para reforma do sistema de ensino
Resumo:
Essa pesquisa discorre sobre possibilidades e entraves na aplicação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Interativa Terrestre (SBTVDI-T) nos Sistemas de Ensino a Distância (EAD) de nível superior. Justifica-se a importância da pesquisa pelas especulações que o nascimento do SBTVDI gera quanto a suas contribuições tecnológicas, algumas delas voltadas especificamente para o sistema de ensino. Objetiva-se coletar e analisar as possibilidades e impasses da nova tecnologia em relação a EAD de nível superior, considerando a visão dos profissionais envolvidos na implantação da nova TV brasileira. A metodologia da dissertação está composta de pesquisas documentais e bibliográficas que fundamentam a televisão digital brasileira, interatividade e EAD relacionadas com entrevistas em profundidade com os desenvolvedores e pesquisadores da nova tecnologia, sistematizadas pelo método da análise interpretativa. Concluí-se que TV digital pode ser aliada à EAD, independente do grau de ensino, mas ainda é inconclusiva sua participação específica na convergência entre as tecnologias da informação e da comunicação (TIC) disponíveis.
Resumo:
Este trabalho investigativo teve como objeto a avaliação institucional e auto-avaliação enquanto instrumentos inseridos no Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior e concebidos no âmbito das Políticas Públicas de Avaliação consolidadas no Brasil na década 90. O objetivo central foi de identificar os sentidos que a avaliação institucional e a auto-avaliação têm para os professores do Centro Universitário Senac de São Paulo. A hipótese, construída durante a investigação é que o docente não estabelece relações diretas e imediatas entre seu trabalho cotidiano na escola e nos estágios e s processos de avaliação institucional e auto-avaliação do qual participa. O estudo situa-se num contexto do ensino superior no Brasil em que a temática da avaliação adquiriu relevância e centralidade. Contexto de mudança no sistema capitalista, de revisão do papel do Estado, de difusão do neoliberalismo e de busca de maior controle e regulação do Sistema de ensino Superior. A metodologia escolhidos para colher os dados foram: a entrevista reflexiva realizada de forma aberta e semi-estruturada; fontes documentais e históricas da instituição; fontes bibliográficas; observações feitas na instituição. O trabalho de campo foi realizado junto ao Curso de Hotelaria, do Centro Universitário Senac/SP, instituição particular de ensino superior. Os resultados apontaram para um professor que não estabelece relações diretas e imediatas entre seu trabalho cotidiano e os processos de avaliação institucional nem as relações desta com a auto-avaliação da qual participa. Isto não significa que haja uma visão ingênua do mesmo da ação avaliativa institucional. Observou-se que o nível de participação dos professores nestes processos é muito mais na execução do que na concepção dos mesmos não sendo o processo de avaliação institucional acompanhado de um aprimoramento dos canais participativos para a vida acadêmica
Resumo:
O principal objetivo desta pesquisa é colocar em relevo o processo de precarização e perda da autonomia do trabalho docente. Este processo está relacionado diretamente à centralização, no Estado de São Paulo, da política educacional. Esta centralização ocorreu de forma combinada com a desconcentração das tarefas administrativas e do financiamento do sistema. O conceito de descentralização, que é amplamente difundido na década de 1990 no ensino público, significa medidas no sentido de liberar o Estado das suas responsabilidades. O que não quer dizer, em absoluto, transferir para a comunidade escolar, como é propagandeado pela ideologia neoliberal, maior autonomia das unidades escolares. No Estado de São Paulo este processo de centralização do poder não ocorre apenas nas questões de administração escolar (atividade-meio), mas também sobre os principais elementos ligados ao processo de ensino-aprendizagem: currículo, formação docente e avaliação do ensino, por exemplo. Estes elementos foram combinados com a desconcentração das tarefas administrativas e de financiamento da escola. Para que o docente tenha autonomia e possa, efetivamente, contribuir de maneira significativa para a formação das novas gerações é imprescindível que participe diretamente do processo de construção curricular, da gestão escolar e, principalmente, da autogestão de seu trabalho. O problema que procuramos apontar é que as políticas educacionais não têm contribuído para estes objetivos. Vejamos: a avaliação externa que não se trata apenas de uma política aplicada no estado e nem em determinado governo é, na verdade, uma política de Estado; extrai do professor, em boa medida, o controle do processo de avaliação do ensino e da aprendizagem. O Regime de Progressão Continuada, instituído pelo Conselho Estadual de Educação, é um mecanismo para determinar a partir de cima a promoção indiscriminada dos alunos, confirmando a pseudo-autonomia dos docentes e dos Conselhos Gestores das Unidades Escolares. Faltam as condições materiais e espirituais para que os docentes possam desempenhar de forma adequada seu trabalho. Por isso, se faz necessária uma denúncia no sentido de que o professor está impossibilitado objetivamente de realizar o trabalho de maneira a contribuir para a formação integral dos alunos. As mudanças do ponto de vista estrutural só podem realizar-se a partir da luta político-social para quebrar a estrutura hierárquica construída no interior das escolas e sustentada nas demais instâncias do sistema de ensino e na sociedade. O trabalho docente precisa se realizar dentro de um ambiente que lhe permita, de fato, desenvolver a sua autonomia a partir de um processo de reflexão sobre sua prática e de uma prática orientada pela sua reflexão. Mas, se não adentramos na condição extremamente precária deste trabalho na atualidade - e esta precariedade não diz respeito apenas a fragmentos da totalidade dos problemas estruturais que envolvem o trabalho docente - não podemos contribuir para o real desenvolvimento da sua autonomia e da superação da crise estrutural da escola pública.(AU)
Resumo:
A partir do estudo de caso de uma unidade pública de ensino, esta pesquisa almejou investigar a existência de mecanismos ideológicos presentes no discurso docente a cerca do fracasso escolar das camadas menos favorecidas, buscando captar algumas das estratégias acionadas pelos professores para se eximir de qualquer responsabilidade que possa recair sobre eles quanto ao baixo rendimento escolar dos alunos. Apoiado na conexão existente entre a valorização do capital cultural e os processo de seleção desempenhado pelo sistema escolar dentro do modelo capitalista e tendo como principais referenciais teóricos os autores Pierre Bourdieu & Jean Claude Passeron e Christian Baudelot & Roger Establet, os quais fazem uma crítica social ao sistema de ensino, pretendeu-se verificar a participação do professor enquanto agente social do sistema escolar, que contribui para a reprodução das relações sociais, buscando analisar como os docentes se reconhecem no sucesso ou fracasso escolar de seus aluno e os mecanismos ideológicos veiculados por eles para ocultar sua contribuição no processo de produção do fracasso escolar, em especial, dos alunos das classes sociais menos favorecidas, que muitas vezes são rotulados e estigmatizados como fracassados ou incapazes, por não conseguirem obter êxito nas atividades escolares.(AU)
Resumo:
Nesta pesquisa, empreendemos uma análise sobre a ideologia de classe média que permeia o projeto educacional da Faculdade da Cidadania Zumbi dos Palmares. Inicialmente, procuramos pontuar os determinantes históricos responsáveis pelo acesso e ascensão de uma parcela da população negra paulistana, ao mercado de trabalho assalariado e ao sistema de ensino público. Em seguida, através de uma leitura crítica de vinte e seis editoriais da revista institucional Afirmativa Plural, de 2004 a 2009, buscamos apreender os princípios ideológicos que norteiam as ações do grupo fundador da Unipalmares. Seu projeto de formação superior apresenta como objetivo proporcionar aos estudantes, negros e não-negros, uma formação universitária humanística, tendo como foco a diversidade étnica e cultural. No entanto, os editoriais evidenciaram um projeto educacional quase que exclusivamente marcado por alusões à formação de um contingente de executivos negros. Para isso, além dos conteúdos direcionados para a formação executiva, há as histórias de negros bem sucedidos que servem de modelos positivos a serem seguidos. Nessa direção, as imagens selecionadas para a capa das edições reforçam na criação de uma realidade, de classe média, a ser alcançada pelos estudantes, forjando, assim, uma certa ansiedade em pertencer àquele universo pautado no consumo como símbolo de prestígio.(AU)