18 resultados para Ensino centrado no professor
Resumo:
O estudo objetivou entender como as mudanças que ocorrem na organização do trabalho interferem na maneira de o professor do ensino médio pensar e organizar o seu próprio trabalho. Trata-se de uma pesquisa de campo realizada com professores do Ensino Médio de uma escola estadual localizada num bairro da periferia do município de São Vicente, Estado de São Paulo. Contou-se com os estudos realizados por Harvey (2000), Castel (1998) e Sennett (2004) para entender como as transformações estão se processando no mundo do trabalho e como elas interferem nas condições de trabalho e vida do trabalhador. A organização da escola foi estudada a partir de Ferretti e Silva Júnior (2004) e a profissão docente, a partir das contribuições de Adorno (2003), Oliveira (2003, 2004) e Fanfani (2005). A metodologia adotada insere-se no contexto de uma pesquisa empírica, qualitativa do tipo etnográfico, de acordo com as definições de André (1995), e a coleta de dados foi realizada a partir de observação participante, questionários e entrevistas. Envolveu também estudo de documentos elaborados pela escola e referentes às legislações aplicadas ao ensino médio. Chegou-se à conclusão de que as conseqüências das transformações que ocorrem no mundo do trabalho chegam até a escola por vias diversas e acabam afetando a forma de esta organizar o seu trabalho. Ao chegarem até os professores elas são reinterpretadas e re-adaptadas. As representações que esses profissionais possuem acerca do trabalho e que são construídas ao longo de suas trajetórias de vida acabam interferindo nas interpretações que eles fazem sobre as transformações do mundo do trabalho, bem como na construção da identidade da própria profissão docente. No atual contexto de transformação do trabalho, muito há que se considerar nos caminhos que hoje se colocam como opção para a formação do professor. Esta pesquisa contou com o apoio da CAPES.(AU)
Resumo:
A inclusão de alunos com deficiência em ensino regular no Brasil é um movimento que vem denotando constante crescimento nos últimos anos. Embora muitos avanços sejam observados, por ser um processo que suscita mudanças conceituais, legais e de prática, traz consigo dúvidas, decorrentes das contradições existentes entre os discursos que proclamam a inclusão e a realidade educacional brasileira. Sob o prisma da docência, no contexto da escola inclusiva, são inúmeras as dificuldades que os professores vêm enfrentando na prática com esse alunado. Considerando essa problemática, apesar da produção já existente, faz-se necessário o aprofundamento de estudos deste tema do ponto de vista do professor. Portanto, esta pesquisa investiga a voz e a ótica dos professores das classes regulares que possuem alunos em situação de inclusão, mais especificamente os que têm deficiência, e aborda os diferentes aspectos da inclusão no cotidiano escolar e o apoio ao professor como uma das ações necessárias para a prática pedagógica inclusiva à luz de teóricos que discutem o processo inclusivo. O estudo, de caráter qualitativo, foi realizado em quatro escolas do Ensino Fundamental (séries iniciais) da rede pública municipal de São Bernardo do Campo, e contou com a participação de nove professores, quatro diretores e quatro famílias de alunos com deficiência. Considerando a análise dos aspectos observados, pode-se inferir que os professores têm buscado a ressignificação de suas práticas, mas desvelam a necessidade de um apoio constante, que lhes dê sustentação para o atendimento à diversidade dos seus alunos.(AU)
Resumo:
Este estudo tem a finalidade de contribuir para a compreensão da concepção de docência que se articulou em um dos espaços de uma das maiores universidades brasileiras, a Universidade de São Paulo, ou seja, o Instituto de Química, conhecido como IQ-USP. Nessa perspectiva, o IQ-USP é, portanto, destacado como o objeto de estudo desta pesquisa, uma vez que sua história se entrelaça com a própria criação da Universidade e seu paradigma científico está centrado no perfil de análise determinado por este trabalho: a área de conhecimento das ciências exatas. Partindo do pressuposto que a concepção de como se deve constituir o ensino superior está intrinsecamente relacionada com a visão de mundo, de conhecimento e de educação elaborada pela própria trajetória histórica da universidade, mas também pelas relações que esta estabelece com a comunidade, durante todo o seu processo de ação , é possível dizer que tais crenças e valores, selecionados e hierarquizados pela comunidade acadêmica, acabam por intervir na formação específica de seus professores. Destaca-se, assim, sob o olhar da pesquisa qualitativa, o estudo a respeito da trajetória de formação do profissional docente que se constitui ao longo da história da própria Universidade em que esse está inserido e que subsidia a sua concepção de ser docente. Nessa perspectiva, alguns autores trazem muitas contribuições para o esclarecimento da concepção de docência implícita na formação do professor universitário e seus reflexos na prática docente cotidiana. Entre estes autores, destacamos o pensamento de Paschoal Senise (2006), Maria Isabel da Cunha (2007), Heladio César G. Antunha (1974) e J. Gimeno Sacristán (1998 e 1999). A coleta de dados foi realizada utilizando-se documentos históricos e informativos, como também entrevistas semi-estruturadas, em uma abordagem sempre qualitativa, uma vez que esta nos fornece melhores condições de entendimento dos aspectos subjetivos de que se reveste a problemática da pesquisa. Fundamentado nos dados levantados e analisados à luz da contribuição teórica dos autores referenciados neste trabalho, reforçamos a conclusão de que a instituição faz o profissional, evidenciando-se na formação do docente do IQ-USP a tradição e a inovação, dialeticamente, caminhando juntas.(AU)