19 resultados para Doente alcoólico
Resumo:
No âmbito da Partilha de Boas Práticas, promovida pela Direção de Enfermagem do HFF, o Serviço de Cardiologia foi desafiado a partilhar as suas boas práticas de cuidados. Tendo em conta que o hospital se encontra a comemorar os seus 20 anos decidimos que o tema desta prelecção fosse também os 20 anos de cuidados de enfermagem no Serviço de Cardiologia. Ao longo desta prelecção será feita uma breve caraterização do serviço, desde o internamento, aos meios complementares de diagnóstico e ao ambulatório, tendo sempre como foco a evolução dos cuidados de enfermagem ao doente do serviço de cardiologia. Mais do que apresentar o trabalho desenvolvido por uma equipa e de que forma é que o desenvolvimento tecnológico levou à mudança dos cuidados, importa acima de tudo reflectir para onde queremos ir.
Resumo:
A segurança do doente revela-se como uma das questões mais importantes ao nível da política de saúde e do debate público (OCDE, 2014). A Comissão Europeia refere que, não existindo qualquer alteração de política de saúde, o número de eventos adversos associados à hospitalização, na União Europeia, rondaria os dez milhões por ano, dos quais cerca de 4,4 milhões seriam evitáveis. Tendo em conta os dados acima apresentados de que forma nós, na nossa prática de cuidados podemos contribuir para a segurança do doente, nomeadamente, em doentes submetidos a estudos electrofisiológicos e implantação de dispositivos cardíaco (PMD / CDI). Nesta prelecção iremos abordar o percurso do doente, desde que este é informado da necessidade de implantação de um dispositivo cardíaco, em consulta médica, até ao seu seguimento no pós-alta, em consulta de enfermagem. Deste modo, podemos constatar que a nossa prática diária de cuidados vai de encontro às recomendações do Conselho Europeu (2009) para a segurança do doente. Os serviços de saúde devem ser orientados para o doente, ou seja, comunicar e interagir com os doentes num ambiente humanizado, de forma a minimizar o desconforto associado à situação que os leva a recorrer aos serviços de saúde.
Resumo:
As Síndromes Coronárias Agudas (SCA) são responsáveis por elevadas taxas de mortalidade em todo o mundo. Segundo o Ministério da Saúde, “as doenças cardiovasculares (…) são a principal causa de mortalidade em Portugal, tal como se verifica em muitos países ocidentais, sendo considerada, no entanto, das mais elevadas da Europa e do Mundo” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006, p. 2). As intervenções de enfermagem na fase aguda das SCA são fulcrais e consistem na atenção dirigida à proteção e promoção da vida com base nas suas competências específicas, alívio da dor e desenvolvimento de uma relação terapêutica que passa pela consciencialização da necessidade de alterações dos hábitos não saudáveis de vida entre as pessoas internadas. Estas intervenções devem iniciar-se precocemente através de um processo de identificação e reconhecimento da necessidade de alterações comportamentais, educação para a saúde e planeamento do regime terapêutico, favorecendo a adesão a programas de reabilitação cardíaca. Verificamos que muitas das admissões no serviço de cardiologia, por SCA, são reinternamentos, sugerindo que a vigilância à saúde pode não ser a mais adequada. Neste trabalho pretende-se a partilha da experiência de educação para a saúde à pessoa com SCA no serviço de cardiologia de um hospital da região metropolitana de Lisboa. O serviço de cardiologia do HFF tem desenvolvido desde o ano 2000 um programa de educação para a saúde nas pessoas com SCA com extensão às suas famílias. Consistia, inicialmente, numa intervenção iniciada à cabeceira do doente como processo natural de educação para a saúde e, por ocasião da passagem pela enfermaria, com a apresentação de uma sessão em PowerPoint e disponibilização de um manual em formato papel. Ao longo dos anos o programa vem sofrendo modificações para melhor adequação às necessidades de educação para a saúde do indivíduo. Refletimos acerca da pertinência destas intervenções, o seu impacto sobre a saúde das pessoas e a relevância em termos de alteração de hábitos não saudáveis de vida entre os doentes internados. Neste processo de reformulação do programa, analisamos os processos hospitalares dos doentes submetidos às sessões de educação para a saúde num intervalo de 6 meses (janeiro a junho de 2014) e efetuamos entrevistas telefónicas a esta população um ano após a data do internamento. Dos dados analisados percebemos que uma parcela significativa destas pessoas não se lembrava da sessão de educação para a saúde. Por outro lado, das que se recordavam, revelaram o relevante impacto da educação para a saúde na alteração de hábitos não saudáveis de vida. A análise dos dados permitiu a reorganização das sessões de educação para a saúde desde o seu conteúdo até à metodologia. Ainda muitos passos devem ser dados no aperfeiçoamento deste projecto. Pretendemos elaborar um protocolo que permita uniformizar a prática de educação para a saúde e introduzir instrumentos de avaliação em cada etapa do mesmo. BIBLIOGRAFIA Cossette, S., D´Aoust, L.-X., Morin, M., Heppell, S., & Frasure-Smith, N. (2009). The Systematic Development of a Nursing Intervention Aimed at Increasing Enrollment in Cardiac Rehabilitation for Acute Coronary Syndrome Patients. Progress in Cardiovascular Nursing, 24, pp. 71-79. Fernandez, R., Davidson, P., Griffiths, R., Juergens, C., & Salamonson, Y. (2007). What do we know about the long term medication adherence in patients following percutaneous coronary intervention? Australian Journal of Advanced Nursing, 25 (2), pp. 53-61. Ministério da Saúde. (2006). Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Cardiovasculares. Lisboa. Mota, T. G., Clara, J. G., Gonçalves, J. V., Rocha, A. P., Neves, A. P., & Santos, T. M. (2003). Passaporte para a Vida. Coimbra: Grupo de Estudos de Hemodinâmica e Cardiologia de Intervenção da Sociedade Portuguesa de Cardiologia. Ordem dos Enfermeiros. (2003). Competências do enfermeiro de cuidados gerais. Lisboa. Santos, L. S., & Henriques, E. (2012). Gestão do regime terapêutico no pós- EAM: desenvolvimento de um protocolo de intervenção de enfermagem em follow-up. Relatório de Estágio de Mestrado, Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, Lisboa. Thelan, L. A., Davie, J. K., Urden, L. D., & Lough, M. E. (1996). Enfermagem em Cuidados Intensivos ̶ Diagnóstico e Intervenção. Lisboa: Lusodidacta. Urden, L. D., Stacy, K. M., & Lough, M. E. (2008). Thelan´s Enfermagem de Cuidados Intensivos ̶ Diagnóstico e Intervenção. Loures: Lusodidacta.
Resumo:
A síndrome Takotsubo (STT) é uma forma adquirida e transitória de disfunção sistólica, cuja apresentação clínica e eletrocardiográfica mimetiza um enfarte agudo do miocárdio. A STT é também conhecida como miocardiopatia de stress, síndrome do «coração partido», balonamento apical, insuficiência cardíaca aguda reversível, miocárdio «atordoado» (forma neurogénica) ou miocardiopatia aguda das catecolaminas. Os autores descrevem uma apresentação rara de STT após procedimento anestésico. Adolescente de 14 anos, sexo feminino, com antecedentes pessoais de enxaqueca hemiplé- gica e quisto pineal, submetida a ressonância magnética (RM) cranioencefálica de controlo. Durante a indução anestésica com propofol verificou-se bradicardia, revertida com atropina, seguida de taquidisritmia ventricular, revertida com lidocaína e murro pré-cordial. Nas primeiras horas de internamento evoluiu para edema pulmonar associado a insuficiência respiratória global por disfunção ventricular esquerda aguda. O ecocardiograma transtorácico mostrou dilatação do ventrículo esquerdo com hipocinesia global e fração de ejeção reduzida (< 30%). O eletrocardiograma revelou taquicardia sinusal persistente e alterações inespecíficas do segmento ST. Os biomarcadores cardíacos encontravam-se elevados (troponina 2,42 ng/ml, proBNP 8248 pg/ml). Foi medicada com diuréticos, IECA, digitálico e dopamina, com melhoria clínica, bioquímica e ecocardiográfica ao quarto dia. Os ecocardiogramas subsequentes mostraram normalização da função ventricular. A doente teve alta medicada com carvedilol, que suspendeu após normalização da função cardíaca e RM cardíaca não ter revelado alterações. Estão descritos poucos casos de STT em idade pediátrica. Alguns são desencadeados por patologia aguda do sistema nervoso central, mas nem todos cumprem os critérios de diagnóstico clássicos. Neste caso, o procedimento anestésico poderá ter desencadeado a STT.