2 resultados para Monte Carlo methods

em Universidade Técnica de Lisboa


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A investigao na rea da sade e a utilizao dos seus resultados tem funcionado como base para a melhoria da qualidade de cuidados, exigindo dos profissionais de sade conhecimentos na rea especfica onde desempenham funes, conhecimentos em metodologia de investigao que incluam as tcnicas de observao, tcnicas de recolha e anlise de dados, para mais facilmente serem leitores capacitados dos resultados da investigao. Os profissionais de sade so observadores privilegiados das respostas humanas sade e doena, podendo contribuir para o desenvolvimento e bem-estar dos indivduos muitas vezes em situaes de grande vulnerabilidade. Em sade infantil e pediatria o enfoque est nos cuidados centrados na famlia privilegiando-se o desenvolvimento harmonioso da criana e jovem, valorizando os resultados mensurveis em sade que permitam determinar a eficcia das intervenes e a qualidade de sade e de vida. No contexto peditrico realamos as prticas baseadas na evidncia, a importncia atribuda pesquisa e aplicao dos resultados da investigao nas prticas clnicas, assim como o desenvolvimento de instrumentos de mensurao padronizados, nomeadamente as escalas de avaliao, de ampla utilizao clnica, que facilitam a apreciao e avaliao do desenvolvimento e da sade das crianas e jovens e resultem em ganhos em sade. A observao de forma sistematizada das populaes neonatais e peditricas com escalas de avaliao tem vindo a aumentar, o que tem permitido um maior equilbrio na avaliao das crianas e tambm uma observao baseada na teoria e nos resultados da investigao. Alguns destes aspetos serviram de base ao desenvolvimento deste trabalho que pretende dar resposta a 3 objetivos fundamentais. Para dar resposta ao primeiro objetivo, Identificar na literatura cientfica, os testes estatsticos mais frequentemente utilizados pelos investigadores da rea da sade infantil e pediatria quando usam escalas de avaliao foi feita uma reviso sistemtica da literatura, que tinha como objetivo analisar artigos cientficos cujos instrumentos de recolha de dados fossem escalas de avaliao, na rea da sade da criana e jovem, desenvolvidas com variveis ordinais, e identificar os testes estatsticos aplicados com estas variveis. A anlise exploratria dos artigos permitiu-nos verificar que os investigadores utilizam diferentes instrumentos com diferentes formatos de medida ordinal (com 3, 4, 5, 7, 10 pontos) e tanto aplicam testes paramtricos como no paramtricos, ou os dois em simultneo, com este tipo de variveis, seja qual for a dimenso da amostra. A descrio da metodologia nem sempre explicita se so cumpridas as assunes dos testes. Os artigos consultados nem sempre fazem referncia distribuio de frequncia das variveis (simetria/assimetria) nem magnitude das correlaes entre os itens. A leitura desta bibliografia serviu de suporte elaborao de dois artigos, um de reviso sistemtica da literatura e outro de reflexo terica. Apesar de terem sido encontradas algumas respostas s dvidas com que os investigadores e os profissionais, que trabalham com estes instrumentos, se deparam, verifica-se a necessidade de desenvolver estudos de simulao que confirmem algumas situaes reais e alguma teoria j existente, e trabalhem outros aspetos nos quais se possam enquadrar os cenrios reais de forma a facilitar a tomada de deciso dos investigadores e clnicos que utilizam escalas de avaliao. Para dar resposta ao segundo objetivo Comparar a performance, em termos de potncia e probabilidade de erro de tipo I, das 4 estatsticas da MANOVA paramtrica com 2 estatsticas da MANOVA no paramtrica quando se utilizam variveis ordinais correlacionadas, geradas aleatoriamente, desenvolvemos um estudo de simulao, atravs do Mtodo de Monte Carlo, efetuado no Software R. O delineamento do estudo de simulao incluiu um vetor com 3 variveis dependentes, uma varivel independente (fator com trs grupos), escalas de avaliao com um formato de medida com 3, 4, 5, e 7 pontos, diferentes probabilidades marginais (p1 para distribuio simtrica, p2 para distribuio assimtrica positiva, p3 para distribuio assimtrica negativa e p4 para distribuio uniforme) em cada um dos trs grupos, correlaes de baixa, mdia e elevada magnitude (r=0.10, r=0.40, r=0.70, respetivamente), e seis dimenses de amostras (n=30, 60, 90, 120, 240, 300). A anlise dos resultados permitiu dizer que a maior raiz de Roy foi a estatstica que apresentou estimativas de probabilidade de erro de tipo I e de potncia de teste mais elevadas. A potncia dos testes apresenta comportamentos diferentes, dependendo da distribuio de frequncia da resposta aos itens, da magnitude das correlaes entre itens, da dimenso da amostra e do formato de medida da escala. Tendo por base a distribuio de frequncia, considermos trs situaes distintas: a primeira (com probabilidades marginais p1,p1,p4 e p4,p4,p1) em que as estimativas da potncia eram muito baixas, nos diferentes cenrios; a segunda situao (com probabilidades marginais p2,p3,p4; p1,p2,p3 e p2,p2,p3) em que a magnitude das potncias elevada, nas amostras com dimenso superior ou igual a 60 observaes e nas escalas com 3, 4,5 pontos e potncias de magnitude menos elevada nas escalas com 7 pontos, mas com a mesma ma magnitude nas amostras com dimenso igual a 120 observaes, seja qual for o cenrio; a terceira situao (com probabilidades marginais p1,p1,p2; p1,p2,p4; p2,p2,p1; p4,p4,p2 e p2,p2,p4) em que quanto maiores, a intensidade das correlaes entre itens e o nmero de pontos da escala, e menor a dimenso das amostras, menor a potncia dos testes, sendo o lambda de Wilks aplicado s ordens mais potente do que todas as outra s estatsticas da MANOVA, com valores imediatamente a seguir maior raiz de Roy. No entanto, a magnitude das potncias dos testes paramtricos e no paramtricos assemelha-se nas amostras com dimenso superior a 90 observaes (com correlaes de baixa e mdia magnitude), entre as variveis dependentes nas escalas com 3, 4 e 5 pontos; e superiores a 240 observaes, para correlaes de baixa intensidade, nas escalas com 7 pontos. No estudo de simulao e tendo por base a distribuio de frequncia, conclumos que na primeira situao de simulao e para os diferentes cenrios, as potncias so de baixa magnitude devido ao facto de a MANOVA no detetar diferenas entre grupos pela sua similaridade. Na segunda situao de simulao e para os diferentes cenrios, a magnitude das potncias elevada em todos os cenrios cuja dimenso da amostra seja superior a 60 observaes, pelo que possvel aplicar testes paramtricos. Na terceira situao de simulao, e para os diferentes cenrios quanto menor a dimenso da amostra e mais elevada a intensidade das correlaes e o nmero de pontos da escala, menor a potncia dos testes, sendo a magnitude das potncias mais elevadas no teste de Wilks aplicado s ordens, seguido do trao de Pillai aplicado s ordens. No entanto, a magnitude das potncias dos testes paramtricos e no paramtricos assemelha-se nas amostras com maior dimenso e correlaes de baixa e mdia magnitude. Para dar resposta ao terceiro objetivo Enquadrar os resultados da aplicao da MANOVA paramtrica e da MANOVA no paramtrica a dados reais provenientes de escalas de avaliao com um formato de medida com 3, 4, 5 e 7 pontos, nos resultados do estudo de simulao estatstica utilizaram-se dados reais que emergiram da observao de recm-nascidos com a escala de avaliao das competncias para a alimentao oral, Early Feeding Skills (EFS), o risco de leses da pele, com a Neonatal Skin Risk Assessment Scale (NSRAS), e a avaliao da independncia funcional em crianas e jovens com espinha bfida, com a Functional Independence Measure (FIM). Para fazer a anlise destas escalas foram realizadas 4 aplicaes prticas que se enquadrassem nos cenrios do estudo de simulao. A idade, o peso, e o nvel de leso medular foram as variveis independentes escolhidas para selecionar os grupos, sendo os recm-nascidos agrupados por classes de idade gestacional e por classes de peso as crianas e jovens com espinha bfida por classes etrias e nveis de leso medular. Verificou-se um bom enquadramento dos resultados com dados reais no estudo de simulao.