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em Universidade dos Açores - Portugal


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Publicao coordenada por Graa Castanho. Publicada no Expresso das 9, no dia 9 de Agosto de 2000.

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(...) Tal como os babilnios, os maias do Mxico e da Amrica Central criaram um sistema de numerao posicional. A diferena que o sistema era vigesimal, de base 20. Os maias tambm recorriam ao zero para a escrita dos nmeros e utilizavam dois tipos de dgitos (...) O sistema de numerao indiano acabou por evoluir de um sistema do tipo grego para um sistema do tipo babilnico (...) Os indianos encararam com naturalidade a existncia de nmeros negativos, bem como da reta numrica em que o zero assumia finalmente o estatuto de nmero com a posio estratgica de separar os nmeros positivos dos negativos. (...) A prpria palavra zero tem razes hindu-rabes. O nome indiano para zero era sunya, que significava vazio. Os rabes transformaram-no em sifr. Por sua vez, os ocidentais adotaram uma designao que soasse a latim zephirus, que a raiz da nossa palavra zero. (...) No Ocidente, o medo do infinito e o horror ao vazio perpetuaram-se durante sculos. Partindo do universo pitagrico, Aristteles e Ptolemeu defendiam um cosmos finito em extenso, mas cheio de matria. O universo estava contido numa casca de noz revestida pela esfera das estrelas fixas. (...) A falta do zero no s impediu o desenvolvimento da Matemtica no Ocidente como, indiretamente, introduziu alguma confuso no nosso calendrio. Todos nos lembramos das dvidas que surgiram com a viragem recente de sculo e milnio: deveramos festejar a mudana de sculo e milnio na passagem de ano de 1999 para 2000 ou de 2000 para 2001? A resposta correta a segunda opo e a justificao simples: o nosso calendrio no contempla o zero. (...) Com o Renascimento, o universo de casca de noz partiu-se, o vazio e o infinito ultrapassaram por completo os preconceitos da fundao aristotlica da Igreja e abriram caminho para um desenvolvimento notvel da cincia e, em particular, da Matemtica. O zero assumiu um papel chave no desenvolvimento de vrias reas da Matemtica, entre elas destaca-se o clculo diferencial e integral. O edifcio matemtico, que outrora tinha sido alicerado partindo da necessidade de contar ovelhas e demarcar propriedades, erguia-se agora bem alto: as regras da Natureza podiam ser descritas por equaes e a Matemtica era a chave para desvendar os segredos do Universo. (...) O zero no pode ser ignorado. De facto, o zero est na base de muitos dos segredos do Universo, a desvendar neste novo milnio.