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em RCAAP - Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal
Resumo:
Durante a vida acumula-se, pelos sentidos, um conjunto de sensações necessárias e impreteríveis ao ato de reflexão, por quanto: sem a existência de um reservatório de impressões sensoriais, a mente não tem como refletir sobre elas. Durante a reflexão, temos uma resposta imediata a um estímulo condicionado pelo conhecimento prévio (experiências passadas) e pela identificação deste estímulo com um tempo e espaço em particular. Estas perceções também estão sujeitas aos fatores culturais, portanto, os estereótipos das coisas e eventos do processo de socialização que influenciam fortemente a perceção humana. Ao contrário, a nossa perceção espacial que envolve uma construção gradual e certamente não existe uma perceção previamente feito do nosso desenvolvimento mental. Neste caso, a perceção humana é uma resposta a um campo de informação interrelacionada e não só de fatores de informação individual. A mente organiza esses elementos sensoriais, de modo a formar uma experiência coerente. Os cinco sistemas não trabalham em exclusivo; eles se inter-relacionam recolhendo a mesma informação. Casa sistema percetual colabora com os estímulos parciais entre si e o sistema sensorial com o sistema motor que, em uma constelação fisiológica variável, mantém constante a sensação, o que, portanto, proíbe que o processo nervoso aja como uma simples transmissão de uma mensagem dada. Na época renascentista acreditava-se que os sistemas percetuais estavam relacionados com a imagem do corpo cósmico; a visão estava correlacionada com o fogo e a luz, a audição com o ar, o olfato com o vapor, o gosto com a água e o toque com a terra. Esta intervenção projetual adotou essa relação atribuindo a cada piso uma referência sensorial. Existem várias ciências holísticas que estudam as vertentes que podem influenciar na hora de edificar. Em combinação com os sentidos, os princípios da ciência védica podem delimitar o perímetro construído e as proporções que conferem a harmonia, a base da beleza e a funcionalidade. Deste modo, honram-se as bases da consciência do bem-estar de quem o utilizará. A colaboração do arquiteto ou designer e o utilizador é crucial para determinar as sensações que o utilizador irá encontrar no espaço. com a ajuda de várias referências de obras e autores, propõe-se intervir num edifício localizado na rua de Santa Catarina, entre as ruas Passos Manuel e 31 de Janeiro, na cidade do Porto. O imóvel conta com quatro pisos, com uma cave destinada a arrumos. A proposta de intervenção pretende aplicar a teoria do design sensorial a um projeto de spa de conceito inovador. O utilizador poderá navegar pelo edifício de princípio ao fim, através de diversos tratamentos e terapias, para atingir o bem-estar em cada experiência. O objetivo é despertar os sentidos subjugados pelo frenesim do quotidiano citadino